Com o estado do Rio de Janeiro cumprindo um regime de recuperação fiscal, em vigor desde 2017, um grupo de 40 empresários fluminenses esteve em Brasília, nesta quinta-feira (28), para pedir ao presidente Jair Bolsonaro prioridade na alocação de recursos federais no estado.
"O estado do Rio de Janeiro, que é o segundo estado em PIB [Produto Interno Bruto, soma dos bens e serviços produzidos no país] do Brasil, está entre os seis mais desiguais do Brasil. Como o Rio está em recuperação fiscal, ele tem um limite de investimento", disse o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), Eduardo Eugênio Gouveia Vieira.
##RECOMENDA##Segundo ele, a Baixada Fluminense, que concentra 13 milhões de habitantes, que são 70% da população do estado, sofre com problemas sociais graves, como falta de saneamento básico em 60% das residências e déficit habitacional de 113 mil moradias.
"Estamos recordando ao presidente da República esse drama que a população está passando e advogando que, entre 2020 e 2026, nesse período, nós vamos precisar, nessa região, perto de R$ 40 bilhões de investimento, e o estado do Rio, no máximo, vai poder investir em torno R$ 18 bilhões", alertou.
O empresário lembrou que o Rio de Janeiro foi a capital do Brasil desde o período imperial até 1960, mas nunca recebeu uma compensação após a transferência na sede de governo para Brasília. "O que nós viemos ponderar é que nos investimentos globais do Brasil, nessas matérias, que se olhe o Rio, não com privilégio, mas com uma alocação de recursos equivalente não apenas a esse desassistimento social, mas também um pouco pelo período histórico", argumentou.
Além do saneamento básico e o déficit habitacional, o presidente da Firjan citou outros problemas da Baixada Fluminense, como o fato de apenas 10% das crianças estarem matriculadas em creche e as dificuldades de mobilidade urbana, que faz com que o morador da região gaste, em média, 2 horas e 30 minutos por dia em deslocamento na região metropolitana.
As estatísticas fazem parte de um levantamento encomendado pela própria federação e apresentadas ao presidente Jair Bolsonaro. Ainda de acordo Gouveia Vieira, o presidente iria conversar com a equipe de governo para ver como apoiar a demanda dos líderes empresariais.