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O Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou que o julgamento dos acusados pela morte do jornalista Santiago Andrade vá a júri popular. De acordo com a decisão, houve dolo eventual dos dois envolvidos, ou seja, Caio Silva de Souza e Fábio Raposo Barbosa assumiram o risco de matar o cinegrafista, no entendimento do STJ. A decisão foi tomada na terça-feira, 27 de abril, e divulgada hoje (9).

O profissional da TV Bandeirantes cobria as manifestações de 2014, quando foi atingido por um rojão disparado pelos estudantes. Na ocasião, imagens de outras emissoras e fotografias ajudaram a identificar os responsáveis pelo ocorrido. Os dois acusados foram indiciados por homicídio qualificado com dolo eventual. Com um recurso da defesa, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro retirou a acusação de dolo eventual e afastou o caso do julgamento por júri popular.

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A data para a realização do julgamento ainda não foi definida. Se condenados, os acusados poderão pegar pena de até 30 anos de reclusão.

A pedido do Ministério Público do Rio, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) autorizou que os réus Fabio Raposo Barbosa e Caio Silva de Souza sejam submetidos a júri popular no caso da morte do cinegrafista Santiago Andrade, numa manifestação popular de três anos atrás. Eles acenderam e atiraram o rojão que matou Andrade. O Tribunal de Justiça do Rio havia se oposto ao júri, por acreditar que os réus não tiveram a intenção de matar o cinegrafista.

Em setembro do ano passado, o MP já havia obtido um acórdão no STJ para dar prosseguimento às medidas para a realização do júri, revertendo o que decidira o TJ. A data não foi definida ainda. Barbosa e Souza têm 25 anos e são acusados de homicídio doloso (com a intenção de matar) triplamente qualificado (uso de artefato explosivo, motivo torpe e recurso que impossibilitou a defesa da vítima). Se forem condenados, a sentença de cada um pode chegar a 30 anos de prisão.

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A defesa dos réus argumenta que eles não queriam matar ninguém, e que o uso de rojões nas ruas e durante os protestos é corriqueiro, sendo utilizados também por torcidas de clubes de futebol. Dessa forma, a acusação deveria ser de homicídio culposo, que seria julgado por um juiz, e não um júri formado por cidadãos, que tendem a ser mais passionais e influenciados pela opinião pública.

O MP sustenta que eles assumiram a responsabilidade de ferir alguém quando soltaram o explosivo numa área cheia de gente. O cinegrafista tinha 49 anos e foi atingido na cabeça pelo explosivo, no dia 6 de fevereiro de 2014. Ele registrava imagens de uma manifestação contra o aumento dos preços das passagens de ônibus, na Central do Brasil, para a Band, emissora da qual era funcionário havia dez anos.

Em liberdade desde o ano passado, Caio Souza e Fábio Raposo, acusados de atirar o rojão que matou o cinegrafista Santiago Andrade há dois anos, deverão ir a júri popular, respondendo por homicídio qualificado e com dolo eventual. Os dois foram liberados pela Justiça do Rio de Janeiro em 2015, que considerou que os dois não tiveram intenção de matar o profissional da TV Bandeirantes. Caso condenados, podem pegar a pena máxima: 30 anos.

O Ministério Público solicitou aumento da pena devido uso de explosivo e motivo torpe, a Justiça acatou apenas a alegação do uso de explosivo, previsto em lei como agravante para as penas. A defesa dos rapazes alegou que a utilização de rojões por torcedores em dias de jogos de futebol mostra que a ação deles foi errada, mas é corriqueira, e ninguém é denunciado por isso. Ainda de acordo com o defensor, o rojão foi disparado a sete metros do cinegrafista e dois metros dos acusados, tomando uma trajetória inesperada e acidental.

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Em uma série de recursos de ambas as partes, os acusados iriam a julgamento, primeiramente por homicídio doloso. Em um segundo momento do processo, a Justiça declarou que não houve dolo e solicitou o julgamento por homicídio culposo, com a responsabilidade da sentença recaindo sobre apenas um juiz. Logo após o STF e o MP intervirem, Jorge Mussi, ministro responsável pelo caso, deu como encerrado o processo e encaminhou para julgamento como homicídio qualificado com dolo eventual, que é quando o acusado assume que há a possibilidade de matar.

Por Wagner Silva

O ministro Jorge Mussi, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), negou liminar em habeas-corpus impetrado em favor dos dois acusados pela morte do cinegrafista Santiago Andrade, da TV Bandeirantes. A decisão foi anunciada nesta segunda-feira (5). Um habeas-corpus já havia sido negado pelo Tribunal de Justiça do Rio. No STJ, a defesa dos presos sustenta que eles sofrem constrangimento ilegal, porque não haveria fundamento para a prisão cautelar.

Mussi afirmou que a justificativa do pedido de liminar confunde-se com o mérito do habeas-corpus e por isso não deveria ser analisado por ele, mas sim pelo colegiado da Quinta Turma, quando for avaliado o mérito. Santiago foi atingido por um rojão em fevereiro.

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Mais cinco testemunhas foram ouvidas nesta segunda-feira (5), na 3ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, durante a segunda audiência de instrução e julgamento de Fábio Raposo Barbosa e Caio Silva de Souza, acusados de terem provocado a morte do cinegrafista Santiago Andrade, da TV Bandeirantes, atingido por um rojão em 6 de fevereiro e morto no dia 10 daquele mês. Os dois são acusados de cometer os crimes de explosão e homicídio doloso triplamente qualificado.

Prestaram depoimento três testemunhas de acusação e duas de defesa, entre essas a da mãe de Fábio Raposo. Ela afirmou que, após se entregar, o filho foi alvo de agressões praticadas por policiais. Segundo a mulher, o filho comparecia aos protestos por acreditar em um Brasil melhor, e ele teria achado o rojão no chão e apenas repassado a Caio Silva. Também depuseram uma amiga de Raposo, como testemunha de defesa, e o comandante do 5º Batalhão da PM, coronel Luiz Henrique Marinho Pires, e dois policiais técnicos em explosivos. Uma nova audiência está marcada para o dia 16 de maio, às 13h.

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O julgamento dos acusados de matar o cinegrafista Santiago Andrade, da TV Bandeirantes, recomeçou nesta segunda-feira (5), no Rio de Janeiro, no 3ª Tribunal do Júri da capital. O juiz Murilo Kieleling já ouviu duas testemunhas de acusação: o tenente-coronel do 5º Batalhão da Polícia Militar, Luiz Henrique Marinho Pires, e o comissário da Polícia Civil e técnico em explosivos, Eduardo Fasulo Cataldo.

O TJ não informou quantas testemunhas vão prestar depoimento nesta segunda e não há previsão para o término da audiência. Ao todo, 17 pessoas foram convocadas para depor durante o julgamento, que teve início no dia 25 de abril.

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Fábio Raposo Barbosa e Caio Silva de Souza são acusados de atirar o rojão que matou Santiago, durante protesto contra a Copa do Mundo e o aumento das passagens de ônibus, no dia 6 de fevereiro, no centro do Rio. Eles respondem pelos crimes de explosão e homicídio triplamente qualificado (por motivo torpe, sem chance de defesa e uso de artefato explosivo). Hospitalizado após o acidente, Santiago morreu em 10 de fevereiro.

A morte do cinegrafista da TV Bandeirantes, Santiago Andrade, em consequência do ferimento causado por um rojão quando registrava um protesto no Rio de Janeiro, foi lamentada e condenada pelo senador Armando Monteiro (PTB). Segundo ele, o acontecimento reforça a importância da apreciação do projeto de sua autoria que caracteriza crime de vandalismo a promoção de atos coletivos de destruição, dano ou incêndio em imóveis públicos ou particulares, equipamentos urbanos, instalações de meios de transporte de passageiros, veículos e monumentos, estabelecendo penas de multa ou reclusão de quatro a 12 anos de prisão (PLS 508/2013).

Para o petebista, a proposta busca punir com rigor e celeridade quem pratica esses atos. “Temos a obrigação de tratar a realidade como ela é. Os responsáveis pela morte de Santiago Andrade não são simples manifestantes, militantes de movimentos sociais ou Black Blocs. Merecem punição rigorosa e célere, compatível com a enormidade que cometeram”, salientou.

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Para Armando, as pessoas que mataram o profissional feriram a liberdade democrática, subvertendo o direito à livre manifestação e o direito de protestar e questionar os poderes constituídos. “Quem viola a lei precisa ser punido”, defendeu.

O projeto de lei proposto por Armando foi apresentado em 2013. A matéria está hoje na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), no entanto, ainda não foi distribuída pela mesa da Comissão, ou seja, não foi designado relator. A expectativa do senador é de que a mesa possa deliberar rapidamente sobre a matéria. “A rápida transformação em lei dessa proposta enviaria uma mensagem concreta, firme e longamente esperada por todos os cidadãos brasileiros”, destacou.

O cinegrafista da TV Bandeirantes, Santiago Andrade, ferido durante manifestação no Rio de Janeiro na semana passada, continua em estado muito grave, segundo informação da Secretaria Municipal de Saúde. De acordo com a Secretaria, Andrade continua no centro de tratamento intensivo (CTI) do Hospital Souza Aguiar e seu quadro de saúde não apresenta melhora.

Santiago Andrade foi atingido na cabeça por um explosivo, quando fazia a cobertura de manifestação contra o aumento do valor da passagem de ônibus no Rio, na última quinta-feira (6). Ele teve afundamento do crânio e perdeu parte da orelha esquerda.

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