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A exposição “Amazônia” de Sebastião Salgado no Museu do Amanhã (RJ)foi prorrogada até o dia 12 de fevereiro. A mostra é resultado das experiências e expedições do fotógrafo no bioma, ao longo de sete anos.

No dia 7 de fevereiro, 10h às 12h, haverá um seminário para comemorar o Dia Nacional de Luta dos Povos Indígenas, que também são retratados na obra de Salgado. Ele vai participar de um debate por videoconferência, ao lado dos artistas We’e’ena Tikuna e Cristino Wapichana - onde falarão sobre e as narrativas artísticas e a importância do protagonismo indígena para a preservação da floresta. O evento será realizado presencialmente e terá transmissão no canal do Youtube do museu.

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Com curadoria de Lélia Wanick Salgado, a exibição apresenta cerca de 194 imagens impressas e projetadas, junto a trilha sonora. Além de vídeos com depoimentos de líderes indígenas sobre a importância da Amazônia e os problemas enfrentados hoje em sua sobrevivência na floresta. Nela, estão retratados os povos Awá-Guajá, Zo'é, Suruwahá, Yawanawá, Marubo, Asháninka, Korubo, Yanomami e Macuxi. 

Os ingressos vão de R$15 (meia-entrada) até 30 reais e podem ser retirados no site da sympla: https://site.bileto.sympla.com.br/museudoamanha/

Serviço - Seminário Amazônia

Dia: 07 de fevereiro de 2023 

Horário: 10h às 12h

Local: Auditório do Museu do Amanhã

Endereço: Praça Mauá, número 1 - Centro do Rio de Janeiro - RJ

Horário de funcionamento do museu: Terça a domingo, das 10h às 18h

Mundialmente conhecido por suas intensas fotos em preto e branco, o fotógrafo franco-brasileiro Sebastião Salgado é um dos vencedores do 32º Praemium Imperiale, considerado o "Nobel das Artes", distinção que este ano também premia o violoncelista Yo-Yo Ma.

A lista de agraciados foi anunciada nesta terça-feira (14), em Paris.

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Criado em 1988 pela Japan Art Association, este prestigioso prêmio concede 15 milhões de ienes (aproximadamente 115.000 euros) a cada laureado.

Tradicionalmente, a cerimônia de entrega dos prêmios acontece em Tóquio, em outubro, e é feita pelo príncipe Hitachi, irmão mais novo do imperador Akihito. Devido à pandemia da covid-19, o evento não serão realizado de forma presencial este ano.

Sebastião Salgado, de 77 anos, foi distinguido na categoria pintura, por suas imagens em que retrata com grande senso estético o estado dos mais pobres e a degradação do meio ambiente.

Seu último projeto, "Amazônia", é uma exploração de sete anos do ecossistema amazônico e da vida de seus povos indígenas.

Também foram distinguidos o escultor americano James Turrell, que usa espaço e luz como meio de expressão; o arquiteto australiano Glenn Murcutt, conhecido por suas casas modernistas integradas ao ambiente rural (Pritzker 2002); e o violoncelista Yo-Yo Ma.

Considerado um dos maiores de sua época, este músico americano, filho de pais chineses residentes em Paris, gravou mais de 100 álbuns e ganhou inúmeros prêmios. Entre eles, estão 18 prêmios Grammy conquistados ao longo de sua carreira.

Nesta segunda-feira (2), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva compartilhou em suas redes sociais registros da sua passagem por Paris, na França. O petista, que recebeu o título de cidadão honorário pelo reconhecimento de seu trabalho contra a fome e miséria, se encontrou com o fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado.

Ao lado de Fernando Haddad, Dilma Rousseff e da esposa do mineiro, Lélia Salgado, Lula afirmou que teve uma conversa com Sebastião sobre a situação da Amazônia. "Com o companheiro Sebastião Salgado hoje em Paris. Tivemos uma boa conversa sobre a Amazônia, desenvolvimento sustentável, a riqueza da biodiversidade brasileira e os desafios para lutar pela sua preservação", declarou.

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Concedido pela prefeita de Paris, Anne Hidalgo, o título direcionado a Lula foi anunciado quando ele ainda estava preso. Após o ex-presidente ter deixado a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, em novembro de 2019, Anne celebrou na internet a sua soltura. "Espero por ele o mais rápido possível em Paris", escreveu ela. 

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O dia 19 de agosto foi escolhido para a comemoração do 'Dia Mundial da Fotografia'. A data faz menção a renovação fotográfica, iniciada por Louis Jacques Mandé Daguerre, com a criação do 'Daguerreótipo', primeiro equipamento fotográfico da história, e popularizada pela Academia de Ciências e Belas Artes de Paris, em 1839. A arte foi aperfeiçoada e transformada a partir do tempo e das necessidades do contexto social. 

Para celebrar este dia, o LeiaJá elaborou uma lista com 10 produções cinematográficas que retratam o universo fotográfico e mostram nomes que contribuem para a difusão dessa arte.

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1. O Sal da Terra (2014)

O documentário acompanha a trajetória do fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado durante a expedição do projeto "Genesis", que retrata regiões e civilizações pouco exploradas. A produção foi indicada ao Oscar de melhor documentário em 2015.

2. Câmera Viajante (2007)

O documentário aborda o trabalho de fotógrafos ambulantes que vivem no sertão do Ceará. A históra é construída sob a visão de cinco retratistas populares, que apresentam diferenças culturais e perspectivas distintas com relação à fotografia.

3. A Fotografia Oculta de Vivian Maier (2013)

O filme conta a história da fotógrafa Vivan Maier, especialista em fotografia de Rua. Vivian passou sua vida inteira trabalhando como uma babá. Do caminho da casa para o trabalho, a fotógrafa fazia seus registros. Seu reconhecimento, póstumo, deu-se graças à descoberta de um verdadeiro acervo deixado em seu apartamento.

 


 

4. The Ban Bag Club (Fotógrafos de Guerra - 2010)

O longa-metragem é baseado no livro homônimo e narra a saga de quatro fotojornalistas Kevin Carter, Greg Marinovich, Ken Osterbroek e João Silva, que atuaram na África do Sul (1990 e 1994) durante a transição do regime de apartheid para um governo democrático.

 


 

5. Abaixando a Máquina (2007)

A produção nacional narra, sob uma ótica humanizada, o trabalho de fotojornalistas. O documentário reúne depoimentos de vários profissionais que mostram os prazeres e as dores dos registros documentais que narram diversas histórias e distintos contextos.

 


 

6. Janela Indiscreta (1964)

O filme conta a história de Jeffries, um fotógrafo que quebra a perna durante seu trabalho e, por isso, é obrigado a ficar em repouso absoluto em seu apartamento. Diante da condição atual, Jeffries começa a observar pela sua janela a vida dos vizinhos. Dirigido pelo mestre do suspense Alfred Hitchcock.

 


 

7. Mil Vezes Boa Noite (2013)

Rebecca é uma das melhores fotógrafas de guerra do mundo. Casada e mãe de duas filhas, ela se vê em conflito quando o marido se recusa a aceitar os riscos da profissão.

 


 

8. Iluminados (2007)

O filme traz um olhar sobre a fotografia de cinema, a partir das lentes de alguns dos mais importantes profissionais do ramo no Brasil como Dib Lutfi, Edgar Moura, Fernando Duarte, Mario Carneiro, Pedro Farkas e Walter Carvalho.

 


 

9. Depois Daquele Beijo (1966)

A produção é inspirada no conto do escritos argentino Julio Cortázar ”Las babas del Diabo”. Thomas é um renomado fotógrafo, cujas ampliações de fotos, tiradas secretamente de um casal, são provas de um suposto crime.

 


 

10. Nascidos em Bordéis (2004)

O documentário, ganhador do Oscar em 2015, retrata como a arte pode mudar o contexto social de uma pessoa. A fotógrafa e diretora do filme, Zana Briski, dedica-se a ensinar filhos de prostitutas a fotografar durante a montagem do longa.

 


 

 

A Universidade Guarulhos promoverá na sexta-feira (9) uma exposição fotográfica com tema de fotojornalismo. 

O professor de fotojornalismo e organizador da mostra, Moacir Barbosa, explicou que na exposição haverá uma contextualização com o tipo de fotografia em cada box. “Em 'Fotografia de Guerra', os alunos montarão uma cenografia simulando elementos que existem no campo de batalha. Como haverá outros temas, várias cenografias serão apresentadas, não tendo uma fotografia especificamente preferida e sim o conjunto todo”, afirmou o organizador.

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Dentre os fotógrafos renomados, a exposição contará com obras de Ansel Adams, Jan Saudeck, Araquém Alcântara e Sebastião Salgado, ganhador do prêmio Unesco na categoria Cultural. Os alunos de 2º e 3º semestre do curso Tecnólogo em Fotografia também exporão seus trabalhos.

A exposição estará disponível do dia 9 ao dia 15 de junho, a partir das 9h, no prédio F da UNG – campus Centro. A entrada é franca.

Endereço: Praça Tereza Cristina, 88. Centro, Guarulhos – SP.

A Galeria Mario Cohen, em Pinheiros, zona oeste da capital paulista, recebe a mostra “Sebastião Salgado Muitas Histórias”, que reúne imagens de publicações do fotógrafo, captadas em suas viagens pelo mundo. Até o dia 3 de março, o espaço conta com a exposição gratuita, disponível de segunda a sexta, das 11h às 19h, e aos sábados, das 11h às 15h.

Fotografias de livros como Trabalhadores, Exodo e Gênesis, que circularam o mundo, foram reunidos em uma só mostra. A primeira, que Sebastião Salgado levou sete anos para concluir, retratou a rotina dos garimpeiros que trabalharam na extração de ouro em Serra Pelada. O campo de extração ficou conhecido mundialmente, não pela sua riqueza, mas pelas condições em que os trabalhadores viviam no local, com a violência pela disputa de territórios de garimpo e na divisão dos metais encontrados.

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O segundo, Êxodo, é fruto de seis anos de viagens, por 40 países diferentes, retratando a vida de refugiados, desde os africanos que tentam escapar da escassez de alimentos e da exploração do trabalho escravo, aos impactos da urbanização da América Latina. Em Gênesis, que também levou quase uma década para ser concluído (oito anos), Sebastião Salgado mostra seu olhar sobre os locais e povos mais remotos do globo. Civilizações pouco conhecidas e locais onde somente pesquisadores chegaram, foram captados pela lente do brasileiro radicado em Paris.

 

Sebastião Salgado Muitas Histórias

Galeria Mario Cohen

Rua Joaquim Antunes, 177 - Conjunto 12, Pinheiros São Paulo - SP

De 09/02 a 03/03

Segunda a sexta das 11:00 às 19:00, sábados das 11:00 às 15:00

Grátis

Sebastião Salgado apareceu mancando e de muletas. O fotógrafo brasileiro rompeu o menisco em sua última viagem à Amazônia, onde retrata comunidades indígenas há três anos. Mas vestido de gala para receber um prêmio, sentou-se e disparou: "a fotografia está acabando".

Aos 72 anos, um dos melhores fotógrafos dos séculos XX e XXI se sente tão desconectado da tecnologia, dos celulares e aplicativos tipo Instagram quanto as tribos que está imortalizando nos últimos meses.

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"Eu não sei nem ligar um computador", confessa com um sorriso.

O homem que imortalizou a pobreza e a natureza selvagem em todo o mundo continua trabalhando como fazia antes: com negativos e impressões, que revê e toca. Mas agora produz suas fotos com uma câmera digital.

"Eu me adaptei um pouco, como os dinossauros antes de morrer", brinca diante de um pequeno grupo de jornalistas na entrega do "Prêmio Personalidade" da Câmara de Comércio França-Brasil, no Rio de Janeiro.

Mas Sebastião Salgado não tem Instagram nem "nada" disso.

"Eu não gosto. Sei que os jovens gostam, mas eu não consigo", confessa.

Às vezes, explica ele com sua voz arrastada, olha o celular de seus sobrinhos e fica horrorizado ao ver como os aplicativos para compartilhar fotos acabam servindo para "exibir toda a sua vida, para que todos a vejam".

"Olha, às vezes tem fotos interessantes, mas para fotografar você tem que ter uma boa câmera com uma lente adaptada, tem que ter uma série de condições, a luz... não pode ser um processo automatizado", explica.

A fotografia não é imagem

Autor de livros antológicos, como "Trabalhadores" (1996), "Outras Américas" (1999), "Êxodos" (2000) ou "Gênesis" (2013), Salgado acredita que a fotografia tem que passar pelo papel.

"A fotografia está acabamos porque o que vemos no celular não é a fotografia. A fotografia precisa se materializar, precisa ser impressa, vista, tocada, como quando os pais faziam antes com os álbuns de fotos de seus filhos", afirma.

"Estamos em um processo de eliminação da fotografia. Hoje temos imagens, mas não fotografias", insiste.

Salgado recorda como nas filmagens do documentário premiado sobre a sua vida "O Sal da Terra" (2014), a câmera que Wim Wenders e seu filho utilizaram era a mesma que ele utilizava em seus trabalhos.

"Uma câmera não é mais uma câmera 100% fotográfica", lamenta este fotógrafo autodidata que estudou economia.

Filho de uma geração analógica e praticamente artesanal, o brasileiro se atreve a prever uma data de expiração para a fotografia: "Eu não acredito que a fotografia vá viver mais de 20 ou 30 anos. Vamos passar para outra coisa".

Mas antes que sua profecia se cumpra, Salgado tenta contribuir com seu grão de areia.

Sua mais recente obsessão: buscar as raízes de seu país nas comunidades indígenas da floresta amazônica para que os mais jovens se lembrem através de exposições em escolas e universidades.

"O Brasil é um dos poucos países do mundo que pode conviver com sua pré-história!", diz emocionado o artista, arqueando as espessas sobrancelhas brancas.

Embora por um tempo tenha ficado deprimido com o que via através das lentes e acreditasse que não havia esperança para o homem, Salgado seguiu adiante encontrando refúgio na natureza com o seu projeto ecológico Instituto Terra.

Agora, a meio caminho entre Paris e Brasil, está animado com a Amazônia. Nem sua idade, nem o menisco rompido conseguem pará-lo.

"Depois disso, não sei o que vou fazer". Salgado faz uma pausa e sorri: "Se o outro joelho não quebrar...".

O programa Classificação Livre desta semana apresenta uma exposição que traz a seriedade e a beleza do olhar de um dos maiores fotógrafos brasileiros. O mineiro Sebastião Salgado registrou, durante a década de 90, diversos acontecimentos da humanidade na época. Campos de refugiados, crianças em situação de guerra e comunidades indígenas de diversos lugares do mundo são alguns dos registros que podem ser encontrados na exposição Êxodos em cartaz na Caixa Cultural Recife.

Outro evento que também está encantando o público é o Museu de Cera que está em exposição no Shopping RioMar Recife e conta com cerca de 40 réplicas de grandes personalidades em tamanho natural. Ícones da cultura pop mundial, do cinema e da música como a cantora Amy Winehouse, podem ser encontrados na mostra.

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Confira ainda as atrações que vão agitar o fim de semana e se programe com a nossa Agenda Cultural. 

O Classificação Livre é apresentado pela jornalista Areli Quirino e exibido semanalmente no Portal LeiaJá. 

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Chega ao Recife, no dia 1° de setembro, a exposição Êxodos, do fotógrafo Sebastião Salgado. A mostra reúne 60 fotos produzidas ao longo de seis anos e escolhidas sob a curadoria de Lélia Wanick Salgado, esposa de Sebastião. Êxodos ficará em cartaz na Caixa Cultural até o dia 16 de outubro. 

Durante os seis anos em que percorreu cerca de 40 países, Sebastião Salgado documentou o cotidiano de pessoas que vivem em trânsito. A exposição é dividida em cinco temas - África, Luta pela Terra, Refugiados e Migrados, Megacidades e Retratos de Crianças. O objetivo deste trabalho é provocar a reflexão acerca de questões políticas, sociais e ecnômicas destas pessoas que foram obrigadas a deixar sua terra natal.

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Sebastião Salgado é reconhecido como um dos maiores representantes da fotografia no Brasil e no mundo. Mineiro da cidade de Aimoré, dedica-se à arte fotográfica desde meados da década de 1970. Salgado já publicou diversos livros e ganhou prêmios importantes como o World Press Photo e o Eugene Smith de Fotografia Humanitária. 

Confira este e muito mais eventos na Agenda LeiaJá.

Serviço

Êxodos - Sebastião Salgado

1° de setembro (abertura)

2 de setembro a 16 de outubro (visitação)

Caixa Cultural (Av. Alfredo Lisboa, 505 - Bairro do Recife)

LeiaJá também

--> A ousadia de Carlos Pragana em exposição na Arte Plural

--> Pesquisador Liêdo Maranhão ganha a internet

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--> 'Paisagem' apresenta o NE em fotos de Dominique Berthé

O filme sobre o fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado, "O sal da terra", foi indicado ao Oscar de melhor documentário, categoria na qual competirá com "Citizenfour", sobre o ex-analista de Inteligência americano Edward Snowden.

Escrito e dirigido pelo alemão Wim Wenders ("Pina", "Buena Vista Social Club") e por Juliano Ribeiro Salgado, filho do fotógrafo, "O sal da terra" acompanha Sebastião Salgado em sua trajetória pelo planeta.

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No ano passado, o filme ganhou o Prêmio Especial do Júri "Um certo olhar" no Festival de Cannes, conquistou o Prêmio de Público em San Sebastián e concorre por um Spirit de cinema independente.

Na briga pela desejada estatueta, o documentário enfrenta "Citizenfour", sobre o ex-analista de Inteligência terceirizado da Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês), responsável pelo vazamento de documentos sigilosos sobre a atividades de vigilância e monitoramento global dos Estados Unidos.

Dirigido pela americana Laura Poitras e com produção-executiva de Steven Soderbergh, o filme conta como Snowden expôs os documentos da NSA, vazando para o jornal britânico "The Guardian" e o americano "The Washington Post".

Também disputam o Oscar de melhor documentário "Last Days in Vietnam", "Finding Vivian Maier" e a produção do Netflix "Virunga".

A temporada de prêmios de Hollywood termina com a entrega dos Oscars em 22 de fevereiro, no Teatro Dolby, em Los Angeles.

O filme sobre o fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado, "O sal da terra", foi indicado ao Oscar de melhor documentário, categoria na qual competirá com "Citizenfour", sobre o ex-analista de Inteligência americano Edward Snowden.

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Dirigido pela americana Laura Poitras e com produção-executiva de Steven Soderbergh, o filme conta como Snowden expôs os documentos da NSA, vazando para o jornal britânico "The Guardian" e o americano "The Washington Post".

Também disputam o Oscar de melhor documentário "Last Days in Vietnam", "Finding Vivian Maier" e a produção do Netflix "Virunga".

A temporada de prêmios de Hollywood termina com a entrega dos Oscars em 22 de fevereiro, no Teatro Dolby, em Los Angeles.

A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas divulgou nesta terça-feira os pré-indicados ao Oscar de melhor documentário. Na lista figura o documentário O Sal da Terra, sobre o fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado. O filme foi digirido por Win Wenders e Juliano Ribeiro, filho do fotógrafo.

O Sal da Terra esmiúça a carreira de Sebastião Salgado

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O longa, que foi aplaudido por mais de cinco minutos no Festival de Cannes e recebeu o prêmio especial da mostra Un Certain Regard, esmiúça a carreira do respeitado fotógrafo brasileiro. Na lista de pré-indicados também figuram documentários como Jodorowsky's Dune sobre a tentativa do artista franco-chileno adaptar o romance A Duna para o cinema e Citizenfour, sobre Edward Snowden.

A lista definitiva de documentários será conhecida no dia 15 de janeiro, juntamente com os indicados das demais categorias. A cerimônia será realizada no dia 22 de fevereiro, em Los Angeles.

Lista de pré-indicados:

Art and Craft (Sam Cullman, Jennifer Grausman e Mark Becker)

The Case against 8 (Ben Cotner e Ryan White)

Citizen Koch (Carl Deal e Tia Lessin)

Citizenfour (Laura Poitras)

Finding Vivian Maier (John Maloof e Charlie Siskel)

The Internet's Own Boy (Brian Knappenberger)

Jodorowsky's Dune (Frank Pavich)

Keep On Keepin' On (Alan Hicks)

The Kill Team (Dan Krauss)

Last Days in Vietnam (Rory Kennedy)

Life Itself (Steve James)

The Overnighters (Jesse Moss)

O Sal da Terra (Wim Wenders e Juliano Salgado)

Tales of the Grim Sleeper (Nick Broomfield)

Virunga (Orlando von Einsiedel)

 

 

Apenas um filme dedicado a Sebastião Salgado poderia realizar a proeza de segurar o público no cinema após uma maratona que começou às 20h e foi terminar às 2h da madrugada. Foi o que aconteceu no Theatro José de Alencar, com a exibição, fora de concurso, de O Sal da Terra, de Wim Wenders e Juliano Ribeiro Salgado. O longa, com estreia prevista para dezembro, esmiúça, com graça, emoção e inspiração, a carreira do nosso maior fotógrafo. No final da sessão, um público cansado, porém agradecido pelo que tinha visto, aplaudiu longamente.

O filme, descrito por espectadores com palavras como "luxuoso", "duro, porém de uma beleza incrível", refaz a vida de Salgado, mineiro de Aimorés, através do seu trabalho. Mas a contempla em várias etapas. Da infância na fazenda aos estudos em São Paulo. Da saída do país durante a ditadura militar à formação em Economia no exterior. Do cargo no Banco Mundial à descoberta da sua grande vocação, o que mudaria a sua vida, a de sua família e as de tantas outras pessoas.

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Já instalado no campo da fotografia, o filme debruça-se sobre as diversas fases do percurso de Salgado, fazendo um arco que vai do fotógrafo social, preocupado com a miséria do mundo, ao apaixonado pelo trabalho humano e, por fim, pela natureza e pelo planeta Terra, esta nossa casa tão maltratada e ainda tão bela.

Mas, no fundo, é o ser humano o centro do universo de Salgado. "As pessoas são o sal da Terra", ele diz, e daí vem o título do filme.

Trabalhando em parceria com o filho de Sebastião Salgado, Wenders retoma seu melhor pulso de documentarista. Rigor, uso inteligente e moderado de uma trilha sonora estupenda, discernimento para sacar o que existe de essencial em trajetória tão brilhante quanto diversificada. Filme de fato recompensador. E que talvez levante algumas questões já com certa rodagem, porém ainda não resolvidas, como: o que significa a estetização da fome e quais as possibilidades de representação (no caso fotográfica) da miséria humana extrema. São temas éticos, que ficam à margem do documentário, mas podem muito bem serem debatidas pelo público inteligente que o vê.

Crise na Espanha

Com Os Fenômenos, o espanhol Alfonso Zarauza cria, explicitamente, uma metáfora da crise econômica do seu país. Neneta (Lola Dueñas) é a mulher com filho pequeno obrigada a se empregar como trabalhadora braçal em uma obra para sobreviver, apesar de ter a escolaridade que, em tempos melhores, poderia empregá-la em outras funções. "Minha ideia com este filme é dar uma bofetada de realidade para mostrar quem são os verdadeiros responsáveis pela crise econômica", diz o diretor.

O filme tem a ambição de refletir, de maneira crítica e do ponto de vista dos trabalhadores, sobre os efeitos deletérios da crise econômica. Por exemplo, em meio a essa dura história de sobrevivência, Neneta deverá optar entre dois amores, um libertário, que a convida a jogar tudo para o alto e seguir viagem, e outro, mais "burguês", que a chama para a estabilidade. "Mas, no fundo, o que decide por ela é a crise econômica e não seus desejos mais íntimos", diz. A crise, no fundo, funciona como os deuses da tragédia grega, tecendo e desfazendo destinos humanos.

Zarauza falou também sobre o bom momento do cinema da Galícia, região de onde é proveniente. "Houve lá um governo inteligente que decidiu colocar o dinheiro, em pequenas quantidades, nas mãos dos artistas e não dos produtores culturais; nasceram assim filmes de orçamentos muito modestos, porém criativos, e que têm sido muito bem recebidos, tanto na Espanha quanto nos festivais no exterior. Zarauza compara a independência dos galegos com o cinema que se faz em Madri, "mais industrial, e, portanto, mais suscetível aos efeitos da recessão econômica".

Após registrar fome, guerra, êxodos, o fotógrafo Sebastião Salgado volta-se para a natureza e para as populações tradicionais no trabalho Genesis. Na jornada fotográfica, que começou com o envolvimento pessoal com a questão ambiental, ele mostra com a imagem, que o homem faz parte da natureza, por mais que se esqueça. E, para sobreviver, precisará se lembrar disso. 

"Para construir cidades, aeroportos, tantas coisas, deixamos para trás danos enormes. Estamos vendo os efeitos disso, como na cidade de São Paulo, a queda nas reservas de água", diz. "Todas as nossas nascentes terão que ser recuperadas se as populações quiserem manter um equilíbrio de conforto por meio da manutenção da água".

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A exposição reúne 245 fotografias de 32 viagens feitas entre 2004 e 2011. Em parceria com a esposa, Lélia Salgado, o trabalho mostra lugares de difícil acesso e onde a natureza e os costumes tradicionais permanecem praticamente intocados. Segundo Salgado, por mais inacreditável que possa ser, esses lugares representam 45% do planeta.

Sebastião Salgado explicar a exposição Genesis. São 245 fotografias, divididas em cinco seções geográficas, que revelam montanhas, desertos, florestas, tribos, aldeias, animais (Valter Campanato/Agência Brasil)

Sebastião Salgado diz que é preciso preservar locais como o que fotografou "se quisermos sobreviver como espécie"Valter Campanato/Agência Brasil

"Quase a metade ainda está ai. Não é de fácil acesso, porque é extremamente seco, ou úmido, impenetrável, extremamente frio ou quente, mas está ai e são terras importantíssimas para processos globais, terras que precisamos preservar se quisermos sobreviver como espécie", diz. Entre os locais visitadas estão a Antártica, as Ilhas Galápagos, o Congo,  Uganda, os Estados Unidos e o Brasil.

Para Salgado, fotografar a natureza exigiu um novo aprendizado, apesar da semelhança com os seres humanos. "Até Genesis eu nunca tinha fotografado animais, nunca tinha fotografado árvores ou o mundo mineral. O que eu descobri é que não tem diferença nenhuma", diz o fotógrafo. "Com os seres humanos é preciso se aproximar, ser aceito, integrar uma comunidade. É mesma coisa quando vai se fotografar um elefante, uma tartaruga, tudo isso é vivo, tudo faz parte de uma coisa maior", explica.

Isso ficou provado com todas as experiências que teve durante o trabalho. Da Patagônia, por exemplo, leva a amizade de uma baleia. "Era como um cachorrinho, eu passava a mão na cabeça dela e via lá longe a cauda tremendo. Uma coisa incrível a sensibilidade de pele. Às vezes, ela fazia uma curva com o corpo e entre a cauda e cabeça coloca o barco. Emocionante".

Lélia é responsável pela curadoria e acompanhou o marido em muitas das viagens. De uma gama incontável, cujo número exato nem mesmo o casal sabe, foram pré-selecionadas 4 mil fotos, até chegar na seleção final. "O conjunto é um pensamento, a ilustração de um conceito. Fala do nosso planeta e da nossa obrigação de proteger as coisas maravilhosas que ele tem", diz a curadora.

Juntos, os Salgado mantém o Instituto Terra, criado a partir da propriedade rural dos pais de Salgado, que promove a recuperação da Mata Atlântica. Em parceria com o Banco do Brasil, recebem doações pelo Arredonde sua Conta. Os clientes podem arredondar os centavos da fatura mensal de seu cartão de crédito, no valor máximo de 99 centavos para o instituto.

A exposição Genesis pode ser visitada no Centro Cultural Banco do Brasil em Brasília, entre 3 de setembro até 20 de outubro.

O fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado, que captou com sua câmera catástrofes humanitárias e ambientais em todo o planeta, lança uma mensagem de otimismo para salvar a Terra em um filme de seu filho Juliano e do alemão Wim Wenders, que estreou nesta terça-feira (20) em Cannes. O documentário O Sal da Terra apresenta um olhar profundo e íntimo da vida e obra de Salgado, que há 40 anos percorre várias partes do globo testemunhando a fome, os êxodos, guerras e a destruição do planeta, mas também paisagens e territórios virgens, grandiosos.

Apresentado em "Um Certo Olhar", uma das duas seções oficiais do Festival de Cannes, o filme é também uma viagem pelo cérebro e pelo coração de um homem entranhável, que nasceu em 1944 em uma fazenda na cidade mineira de Aimorés, para onde retornou, semeando milhões de árvores para reflorestar a propriedade familiar e a região degradada. "Já existiam filmes sobre Sebastião, sobre sua fotografia, mas eu queria fazer um filme que nascesse de sua história, de suas experiências, de suas recordações, para chegar ao fundo daquilo que mudou Sebastião Salgado", explicou Juliano, de 40 anos, que confessou o quão "difícil" é ser filho desse grande artista, a quem viu pouco na infância e na juventude.

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"Nunca estava lá, estava sempre viajando. Havia uma grande distância entre nós dois. Mas foi graças ao filme que finalmente consegui aceitá-lo e que conseguimos nos aproximar", disse Juliano em uma entrevista concedida à AFP em um café do Palácio dos Festivais, com vista para o Mediterrâneo. O documentário dá pistas para entender a transformação de Salgado como homem e como artista, que começou depois da sua chegada a Paris, há mais de 40 anos com sua esposa Lélia, para trabalhar como economista de um grande banco internacional e deixar para trás a ditadura militar.

Um dia, uma câmera chegou às mãos de Salgado, que tirou uma foto de Lélia na catedral de Notre Dame. E sua vida mudou para sempre. Em 1973, abandonou o emprego e se lançou em uma carreira como fotógrafo, que o levaria a percorrer o mundo e lhe daria fama e glória. Mas ele também pagou um preço alto, ao testemunhar o lado sombrio da humanidade. O fotógrafo esteve no centro de alguns dos acontecimentos mais trágicos das últimas décadas, como o massacre em Ruanda, lembrou o filho.

"Um homem tímido", segundo o filho

Salgado não está em Cannes para a estreia de O Sal da Terra, e sim em Cingapura, para a abertura de uma exposição sobre sua obra. "Sebastião é um homem muito tímido, com muito pudor", explicou Juliano, que começou filmando seu pai em uma viagem que fizeram juntos em 2009 à Amazônia, para Gênesis, um dos grandes projetos do fotógrafo. Lá conviveram um mês com a tribo Zo'e, que ainda vive na era paleolítica.

"Quando voltamos, Sebastião viu as imagens e ficou muito comovido". E foi nesse momento que pai e filho decidiram fazer um filme juntos. Wim Wenders, o premiado diretor de "Paris, Texas", "Buena Vista Social Club", se juntou pouco depois ao projeto. "Wim tinha muita vontade há vários anos de fazer um filme sobre Sebatião, e nós precisávamos de alguém que tivesse um olhar de fora, distanciado".

"E Wim, além de ser um mestre da imagem, podia entender o quão difícil pode ser uma relação entre pai e filho e respeitar a intimidade do projeto", disse Juliano, que viveu durante um ano e meio em Berlim para trabalhar com Wenders na edição. Ele lembrou que Wenders, de 67 anos, ficou surpreso com a abundância de material mostrando a obra do brasileiro.

"Tínhamos 15.000 horas filmadas, que tiveram que ser reduzidas para uma hora e meia. Wim encontrou uma bela forma de uni-las e construir a narrativa", disse Juliano, autor de vários curtas-metragens e documentários para a televisão francesa. Ele disse estar "vivendo um sonho" ao estar em Cannes com este filme.

O Sal da Terra termina com uma nota de esperança: o retorno de Salgado e Lélia ao Brasil, onde criaram o Instituto Terra, que se tornou um grande projeto ecológico. "Começou na fazenda da família. Estava tudo seco, e começamos todos a plantar árvores. E depois Sebastião e Lélia disseram: 'Vamos reflorestar a selva'. E já semearam mais de 2 milhões de árvores".

"Por isso era importante terminar o filme transmitindo esta mensagem positiva sobre a vontade e a possibilidade de mudar o mundo, esta boa energia", concluiu o jovem cineasta, que já está trabalhando em seu próximo filme, um thriller psicológico "sobre a luta pela ascensão social" no Brasil, que será rodado em São Paulo.

Dirigentes da associação de familiares das vítimas da tragédia da boate Kiss, em Santa Maria, vieram à serra gaúcha para receber o abraço do festival. Gramado anunciou uma ação formal de solidariedade. Ainda no segundo semestre, filme ou filmes do festival serão exibidos em Santa Maria. "É reconfortante receber esse acalanto no momento em que percebemos um movimento para garantir a impunidade no caso", disseram os representantes dos familiares, queixando-se do Ministério Público e da polícia, "que deveriam proteger os cidadãos, mas não o fazem".

O festival prosseguiu ontem com qualidade, mas não sem alguma polêmica. O filme argentino Venimos de Muy Lejos, de Ricardo Piterbarg, pretende ser uma homenagem aos imigrantes que ajudaram a forjar a nação. Baseia-se num espetáculo montado pelo grupo comunitário Catalinas Sur, de Buenos Aires, e faz dialogar cinema e teatro, ficção, documentário e realidade. Existem ecos de Ettore Scola - O Baile - na maneira como se constroem o tempo e o espaço do filme. O diretor confirmou que Scola é uma referência importante para o Catalinas Sur, mas a dele foi o Looking for Richard, de Al Pacino, que também se baseava no diálogo entre mídias.

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Na sequência, segunda à noite, 12, passou o documentário Revelando Sebastião Salgado, de Betse de Paula, a diretora de Vendo ou Alugo (que estreou sexta, 9). Betse foi criticada por não encarar um aspecto polêmico da arte do grande fotógrafo - ele já foi acusado de estetizar a miséria e de se apropriar das imagens dos outros. O próprio Sebastião reflete sobre a relação entre o fotógrafo e aquele que fotografa. Vindo da economia, ele revelou a base ‘econômica’ de seu trabalho. É um pensador marxista que pensa o mundo - e sua arte - a partir de relações de trabalho e poder.

Daí seus ciclos - Trabalhadores, Êxodos, Gênesis. O melhor do filme é a revelação da intimidade de Sebastião Salgado, sua relação com a mulher, os filhos, um deles downiano. Um bloco do filme é obra-prima. A construção/canibalização de um navio vira reflexão sobre os meios de produção, sobre o próprio capitalismo contemporâneo. O filme é simples, mas de uma simplicidade pensada, requintada. O bloco sobre Serra Pelada não é menos impressionante.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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