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As fortes chuvas que atingiram São Paulo nessa segunda (16) e na madrugada desta terça-feira (17) fizeram com que o nível do Sistema Cantareira subisse pelo 12º dia consecutivo, de acordo com informações da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). O índice de armazenamento do manancial atingiu 8,3% hoje após ter alcançado 7,8% ontem. Há um ano, estava em 18,5%.

O volume mensal de chuvas em fevereiro subiu a 228,4 milímetros (mm), acima da média histórica de fevereiro de 199,1 mm. O Cantareira é um dos principais mananciais de São Paulo e serve mais de 8 milhões de pessoas. Por conta da crise hídrica, duas cotas do volume morto, de 182,5 bilhões e de 105 bilhões de litros de água, já foram acrescentadas em maio e outubro, respectivamente.

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Os demais reservatórios monitorados pela Sabesp - Alto Tietê, Guarapiranga, Alto Cotia, Rio Grande e Rio Claro - também registraram aumento no volume armazenado de água, após as chuvas que atingem desde sábado o Estado de São Paulo.

O maior crescimento, conforme a Companhia de Saneamento, foi visto no Sistema Rio Grande (Billings) que atende 1,6 milhão de pessoas em São Bernardo do Campo, Diadema e Santo André. O nível do manancial subiu 0,9 ponto porcentual, de 81,1% ontem para 82% hoje. Há 12 meses, estava em 91,7%.

O Alto Tietê, que serve 3,1 milhões de pessoas, subiu de 14,6% ontem para 15,2% hoje. O sistema Guarapiranga, que atende 3,8 milhões de pessoas nas zonas Sul e Sudoeste de São Paulo, avançou de 55,3% para 55,6%. Alto Cotia evoluiu de 34,5% para 34,7%.

De acordo com informações divulgadas na manhã desta terça-feira pela Sabesp, o nível do Sistema Rio Claro, que atende 1,2 milhão de pessoas no bairro de Sapopemba, Ribeirão Pires, Mauá e Santo André, passou de 32,8% ontem para 33,2% hoje. Há um ano, estava em 95,6%.

O Sistema Cantareira recebeu 151,1 bilhões de litros de água a menos do que a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) esperava, levando em consideração o cenário mais pessimista. A pior previsão compara os dias de hoje com 1953, até então o ano mais seco da história do reservatório antes de 2014.

A projeção para o começo da época de estiagem deste ano - que começa no último dia de abril - faz parte de uma expectativa de demanda do reservatório que atende 6,5 milhões de pessoas. O documento foi entregue em outubro de 2014, pela Sabesp, para a Agência Nacional de Águas (ANA).

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Nele, a companhia afirma esperar que, caso a situação seja igual a de 1953, haveria um déficit de 50,1 bilhões de litros de água no sistema ao fim de abril. Isso quer dizer que, pela projeção mais pessimista feita à época, o Cantareira não recuperaria tudo o que já havia sido utilizado dos 182,5 bilhões de litros do primeiro volume morto.

Entre outubro e dezembro de 2014, somado ao que já havia sido registrado em janeiro do mesmo ano, entraram apenas 75,2 bilhões de litros de água. Em 1953, a entrada relatada foi de 226,3 bilhões.

Essa diferença de 151,1 bilhões de litros de água, que não entrou nos mananciais que formam o reservatório, representa 15,3% do total do sistema, sem levar em consideração as duas reservas técnicas. Excluindo os volumes mortos dessa conta, que estão abaixo do nível normal de captação de água das represas, o Cantareira está 23,7% no negativo.

A projeção de demanda da companhia também apostava em outros cenários. Caso chovesse 75% da média esperada, o reservatório chegaria ao fim de abril com 148,8 bilhões de litros, recuperando o volume morto utilizado.

Já na previsão mais otimista da empresa, o Cantareira poderia chegar a 369,75 bilhões de litros de água, o que poderia deixar o reservatório em 37,6% da capacidade, já preenchendo o volume morto utilizado. A última vez que o sistema registrou esse número foi no dia 27 de outubro de 2013. Exatos três meses depois, a Sabesp alertou para o início da crise.

Mas a situação é completamente diferente das expectativas da Sabesp. "O que estamos vendo agora é que a situação é pior do que 2013 e 2014. As vazões afluentes estão piores, então é preciso reformatar o voo", disse o diretor metropolitana da Sabesp, Paulo Massato.

Agora, sem as chuvas esperadas no mês de janeiro, que está mais seco do que o mesmo mês de 2014, o governo estadual aposta em usar água da Represa Billings para tentar driblar a crise hídrica na Grande São Paulo. A Sabesp quer ampliar a transferência de água que já é feita para a Represa do Guarapiranga, na zona sul paulistana, através do braço Taquacetuba. No dia 21, um comunicado conjunto elaborado por ANA e Departamento de Águas e Energia Elétrica de São Paulo (DAEE), definiu que o déficit do Sistema Cantareira em janeiro não pode ser superior a 22,9 bilhões de litros.

Queda contínua

A previsão da Sabesp que não se concretizou deixa ainda mais alarmante a situação. O jornal O Estado de S. Paulo mostrou ontem que, um ano após a crise hídrica, o estoque de água disponível para abastecer 20 milhões de pessoas na Grande São Paulo caiu 74%. Quando a região começou a enfrentar a severa estiagem, a quantidade total de água armazenada em todos os reservatórios da região metropolitana era de 47,3%.

No domingo, 25, o Sistema Cantareira registrou a 14ª queda consecutiva, passando de 5,2% para 5,1% da capacidade total. Já o Alto Tietê, que havia registrado três altas seguidas, ficou estável em 10,4%. O Guarapiranga aumentou de 39,4% para 41,1%.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O nível de água do Sistema Cantareira diminui neste sábado (1/11), apesar da chuva que caiu sobre a região sexta-feira à noite. De acordo com a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), o índice do reservatório chegava a 12,2% da capacidade total no sábado (1°), ante 12,4% na sexta-feira (31) de manhã. Esses dados já levam em conta o acréscimo do chamado volume morto.

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) informou que a cidade de São Paulo teve o mês de outubro menos chuvoso desde 1985. Os dados dizem respeito à estação meteorológica do Mirante de Santana, na zona norte, onde o acumulado de chuva chegou a 25,2 milímetros, "bem abaixo da média história que é e 128,2 mm".

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Nos últimos 71 anos, ainda conforme o Inmet, a capital paulista só teve um mês de outubro menos chuvoso do que o último. Ele foi registrado no ano de 1985, quando houve um acumulado de apenas 15,2 mm.

No fim de semana, há previsão de pancadas de chuva à tarde e à noite, tanto no sábado quanto no domingo, na capital paulista. Segundo a Climatempo, a temperatura máxima deve alcançar 28 graus Celsius no sábado e 30 no domingo.

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou nesta quinta-feira, 7, que o rodízio de água elaborado em janeiro pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) e entregue ao Departamento de Águas e Energia Elétrica de São Paulo (DAEE) para ser aplicado na região abastecida pelo Sistema Cantareira "é tecnicamente inadequado".

"É totalmente inadequado (o rodízio), eu diria. Se fizesse o racionamento hoje não teria um ganho a mais. O que nós fizemos já em termos de uso racional da água equivale a um racionamento de 36 horas com água e 72 horas sem água. Perderia o esforço de quase 90% da população evitando o desperdício", afirmou Alckmin. No balanço parcial de julho divulgado pela Sabesp, 76% reduziram o consumo de água na Grande São Paulo.

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O plano de rodízio no Cantareira foi revelado pelo Estado nesta quinta-feira. No documento, a Sabesp afirma, em janeiro, que "o rodízio deve ser planejado em face da situação crítica de armazenamento dos mananciais". À época, o Cantareira estava com cerca de 25% da capacidade. Nesta quinta, o índice é 14,4% incluindo uma cota de 182,5 bilhões de litros do "volume morto", reserva profunda das represas que nunca havia sido utilizada.

Alckmin voltou a repetir que o rodízio poderia danificar as tubulações da Sabesp, causando desperdício e contaminação da água. "Estamos conseguindo superar essa seca duríssima sem levar a população a riscos e sofrimento", disse o governador, que comparou o clima dos últimos dias ao do deserto e pediu para a população se hidratar. "As pessoas tem que tomar muita água hoje, fazer pouco exercício ao ar livre".

O rodízio de água na região abastecida pelo Cantareira foi recomendado no fim de julho pelo Ministério Público Federal (MPF) ao governo Alckmin. Nessa quarta-feira, os promotores afirmaram que a justificativa apresentada pelo tucano para não adotar o racionamento era incompleta e insatisfatória e definiu prazo até 14 de agosto para que a Sabesp encaminhe os documentos necessários. A companhia diz reiterou que a medida "penalizaria a população e poderia produzir efeitos inversos daqueles pretendidos pelos procuradores".

CPI

Alckmin disse ainda não estar preocupado com CPI da Sabesp instaurada nessa quarta-feira, 6, na Câmara Municipal de São Paulo. A Comissão Parlamentar de Inquérito foi proposta pelo vereador Laércio Benko (PHS), adversário do tucano na disputa ao governo do Estado nas eleições de outubro, e teve apoio do PT, PMDB, PSD e PP, que também estão em coligações rivais. O tucano disse esperar que a CPI "não seja por motivação eleitoreira" e que sua preocupação não é com a investigação da Câmara, e sim "com a população".

A liberação emergencial de mais água do Sistema Cantareira para o interior evitou que Campinas - com mais de 1 milhão de habitantes - tivesse de entrar em racionamento a partir desta semana.

A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) foi obrigada, desde o domingo, a aumentar em 30% o volume de água que as represas do sistema deixam correr rio abaixo para suprir uma queda abrupta registrada no nível do Atibaia - manancial que abastece 95% de Campinas. A medida agrava o cenário de escassez hídrica na Região Metropolitana de São Paulo - onde 47% usam o Cantareira. Nesta terça-feira (24), os reservatórios atingiram 21,7% da capacidade (somando o "volume morto").

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A queda repentina do nível do Rio Atibaia começou a ser verificada na sexta, quando a vazão média era de 5,25 mil litros de água por segundo, volume suficiente para abastecer Campinas, que usa 3,7 mil litros de água por segundo. No sábado, a vazão caiu para 4,6 mil litros por segundo e chegou nesta terça a 4,1 mil litros por segundo. Abaixo disso, a cidade não teria opção, a não ser iniciar o rodízio.

No fim de semana, a Agência Nacional de Água (ANA) e o Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), em uma resolução conjunta, atenderam pedido da Sanasa e determinaram que no domingo o volume de água que o Cantareira manda para o interior paulista subisse de 3 mil litros por segundo para 4 mil litros por segundo.

O adicional evita o racionamento em Campinas no momento, mas não afasta riscos de racionamento futuro. Ontem, a vazão do Atibaia continuava baixa porque o volume a mais liberado só chegará ao ponto de captação da Sanasa hoje. A liberação extra é emergencial, não tem prazo de validade e deve ser revista, assim que acabar o risco de desabastecimento.

Em Campinas choveu no mês de maio quase um terço da média esperado para o mês. Em junho, choveu 8,9 milímetros de água, quando a média prevista para o mês todo era de 47,2mm.

O DAEE e a Sanasa começaram a investigar a queda de água no Atibaia. A Sanasa, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que o problema havia sido registrado em outros momentos neste ano. A empresa ressaltou que, juntamente com o DAEE, vai tentar identificar possíveis captações clandestinas no sistema e em seus afluentes, que pode ser feita por indústrias ou agricultores. Um sobrevoo de helicóptero será realizado para ajudar nessa busca.

Uso alternado

Prevendo um agravamento da crise no Cantareira durante o pico da estiagem (entre julho e setembro), o Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ) - entidade que representa empresas e prefeituras usuárias da água - vai apresentar uma proposta nesta quarta-feira (25), de acordo para uso alternado da água.

Pela proposta, que será discutida em reuniões na Refinaria Replan, em Paulínia, e nesta quinta-feira (26), em Americana, cada setor usaria água por um período determinado do dia, sem ocorrerem retiradas simultâneas. A medida tem de ser aceita pelas empresas e agricultores e ser aprovada pelos órgãos gestores do sistema.

O diretor do Departamento de Hidrologia da Faculdade de Engenharia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Antônio Carlos Zuffo, apresentará no encontro uma simulação em que mostrará que, a partir da próxima semana, o Cantareira terá zerado seu volume útil - passando a depender exclusivamente do volume morto.

Em cem dias, segundo seus cálculos, essa água do fundo das represas secará, caso a queda diária permaneça como está hoje. "Se considerarmos o sistema do Cantareira sem o 'volume morto', ele deve zerar entre os dias 6 e 8. No nível de queda que tem sido registrado, de 0,18 (mil litros de água por segundo), em cem dias, essa água extra também poderá acabar", afirmou Zuffo.

Na pior seca já registrada em São Paulo, cálculo do Consórcio do PCJ indica que desde o início do ano choveu 300mm a menos do que a média histórica esperada para o período.

Sem risco

A Sabesp informou que cumpre determinações da ANA e do DAEE e a água do "volume morto", mais as medidas adotadas de incentivo ao uso racional e redistribuição dos recursos dos demais sistemas serão suficientes para a demanda. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O volume de água do Sistema Cantareira caiu para 8,9% de sua capacidade, segundo informação deste domingo do site da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Ontem o nível estava em 9,1%. Neste mesmo dia 11 de maio de 2013 o Sistema Cantareira se encontrava com 61,5% da sua capacidade.

A Sabesp afirma que nunca choveu tão pouco desde 1930. O mês de janeiro, por exemplo, teve 87,8 milímetros de precipitação, o que significou o pior índice em 84 anos - a média histórica para o mês é de 260 milímetros. Em maio a média histórica é de 83,2 milímetros, mas nestes primeiros dias do mês houve apenas 0,6 milímetro de chuva.

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As seis represas que compõem o Sistema Cantareira abastecem a zona norte de São Paulo e parte da zona oeste, zona leste e zona sul, além de 12 municípios da região metropolitana. O atendimento chega a 9,8 milhões de pessoas.

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), anunciou nesta segunda-feira que vai utilizar um terceiro manancial que abastece a Grande São Paulo para suprir a crise hídrica do Sistema Cantareira e confirmou que vai cobrar multa ainda neste semestre de quem aumentar o consumo de água.

Segundo Alckmin, o Sistema Rio Grande, que capta água de um braço da Represa Billings, na região do ABC, deverá ser usado para ajudar a abastecer bairros da capital que são atendidos pelo Cantareira por meio da reversão de água pela rede. Hoje, o remanejamento é feito dos sistemas Alto Tietê e Guarapiranga para cerca de 1,6 milhão de domicílios.

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"Vai entrar também daqui a alguns meses o Rio Grande. Então, vamos substituindo várias áreas por outros sistemas", disse Alckmin durante a entrega de obras e liberação de recursos na região de Franca, interior paulista. O Rio Grande abastece cerca de 1,6 milhão de pessoas nas cidades de Diadema, Santo André e São Bernardo, o que corresponde a 7% da Grande São Paulo. O sistema hoje está com 94,6% da capacidade, bem acima do Cantareira, que registra 12%, recorde negativo.

Segundo o governador, a partir de maio, os moradores da Região Metropolitana abastecidos pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) deverão ser multados se aumentarem o consumo de água. Para Alckmin, a medida vem se somar ao desconto de 30% para quem economizar ao menos 20%. "Então vamos estabelecer o ônus para quem gastar mais água", disse o tucano.

Mesmo com as novas medidas previstas, Alckmin voltou a afirmar que o racionamento de água generalizado não está descartado. "Se for necessário será feito", afirmou. Na semana passada, o comitê anticrise que monitora o Cantareira recomendou que a Sabesp se planeje para captar menos água do manancial que abastece 47% da Grande São Paulo. O governador falou que tem tomado medidas para evitar o uso do chamado "volume morto" do Cantareira, cerca de 400 bilhões de litros represados abaixo do nível das comportas. "Estamos fazendo o bônus para evitar o desperdício e os outros sistemas também estão ajudando o Cantareira".

Alckmin disse ainda que quando o Cantareira chegar a 6% ele entra na reserva técnica. "Só pretendemos utilizar 190 dos 400 milhões de metros cúbicos de água". Ele justificou a medida sob o argumento de que o Cantareira está vivendo a maior estiagem dos últimos 100 anos. "É para esses momentos de estresse hídrico que você tem a reserva técnica", afirmou o tucano.

O volume de água armazenado no Sistema Cantareira caiu neste domingo (23) para 17,4% da capacidade total dos reservatórios. O índice é o mais baixo já apresentado desde o início de operação do sistema, em 1974. Ontem, o nível era de 17,5%, de acordo com monitoramento realizado pela Sabesp.

O Sistema Cantareira é composto por um conjunto de reservatórios de água que se estende da região norte cidade de São Paulo até a divisa com o Estado de Minas Gerais. O sistema é responsável pelo abastecimento de quase metade da região metropolitana.

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O nível baixo das reversas se deve ao longo período de seca nos meses de janeiro e fevereiro, quando é comum chover bastante. A quantidade de chuvas sobre a região está em 5,7 milímetros (mm) neste domingo. Ao longo de fevereiro, o volume de chuvas ficou em 54,4 mm, o equivalente a apenas 26,8% da média histórica de 202,6 mm para o mês.

Diante da estiagem histórica no Sistema Cantareira e em meio à crescente disputa por água entre cidades da região de Campinas e a Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp), os governos estadual e federal decidiram instalar um comitê anticrise. A proposta é monitorar diariamente o nível dos reservatórios e a previsão de chuva a fim de evitar racionamento generalizado, nos dois lados, sem alterar o volume atual retirado das represas.

A medida, que deve ser anunciada nos próximos dias, foi a saída encontrada nesta quarta-feira (5), pela Agência Nacional de Águas (ANA), órgão federal, e pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), do Estado, para adiar a decisão sobre os pedidos do Comitê das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ) e da Sabesp por um volume maior do banco de águas (reserva virtual) do Cantareira no período de escassez.

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Ao todo, o manancial tem capacidade para produzir até 36 mil litros por segundo. Por contrato, a Sabesp tem direito a captar entre 24,8 mil litros (vazão primária) e 31 mil litros (secundária), quando há estoque de água. Já o PCJ retira entre 3 mil litros e 5 mil litros, respectivamente. Hoje, porém, mesmo com o sistema tendo apenas 20,9% da capacidade de armazenamento, a mais baixa em dez anos, a Sabesp continua captando água do banco, enquanto que o PCJ usa a cota mínima.

Com cidades como Valinhos e Vinhedo já enfrentando racionamento de água, o Comitê do PCJ pediu à ANA e ao DAEE que a Sabesp pare de usar os 6 mil litros da reserva agora para que não falte água no período de estiagem do meio do ano. Nesta quarta, o grupo ganhou apoio dos Ministérios Públicos Federal e Estadual, que pediram aos dois órgãos a interrupção do uso do banco de águas pela Sabesp.

"Nesse cenário hidrológico crítico, baixo índice pluviométrico, escassez de água, e risco iminente de desabastecimento, não é possível que a Sabesp continue com as vazões atuais, sendo que o volume de entrada hoje é de apenas 5 mil litros por segundo. Por isso estamos pedindo a revisão dessa regra, porque é uma situação excepcional", disse a promotora Alexandra Facciolli.

Racionamento

Fontes ligadas ao governo paulista, porém, afirmam que a adoção da medida proposta pelo MPE resultaria no imediato racionamento de água na Grande São Paulo, onde 47% da água vem do Cantareira. Para evitar o rodízio de abastecimento, a Sabesp lançou programa que dará 30% de desconto na conta para quem economizar ao menos 20%. O governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse que a medida deve ser suficiente para superar a estiagem até o dia 15.

Mesmo assim, a companhia pediu à ANA e ao DAEE que os 3 mil litros de água destinados às cidades do PCJ sejam reduzidos pela metade para suprir uma possível escassez na Região Metropolitana de São Paulo. "Isso é inadmissível. É por isso que estamos aqui, para mostrar para a Agência Nacional de Águas que não existe a mínima possibilidade em diminuir essa vazão de 3 mil litros, que é uma vazão primária, ou seja, uma vazão para consumo humano", disse o prefeito de Campinas, Jonas Donizette (PSB).

Em análise

A Sabesp informou que "não comenta medidas em estudo e cumpre as determinações da ANA e do DAEE". As solicitações, contudo, serão avaliadas pelos dois órgãos responsáveis pela gestão dos recursos hídricos do Cantareira em conjunto com as prefeituras e a Sabesp dentro do comitê anticrise que será criado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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