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Durante a campanha de Geraldo Julio para a Prefeitura do Recife, o então candidato prometeu: acabaria com 32 pontos críticos de alagamento na capital pernambucana. Dois anos depois da corrida eleitoral que levou o socialista à gestão municipal, alguns dos locais prometidos continuam a mesma coisa. Basta chover com mais intensidade, como neste domingo (13), para os recifenses sofrerem com os transtornos.
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Na Zona Oeste, o domingo foi dia de dor de cabeça. Na Avenida Doutor José Rufino, um dos pontos críticos que fazem parte da promessa do prefeito, no bairro da Estância, moradores e comerciantes locais relatam que não é preciso muita água para a via ficar alagada. “Ontem (domingo) mesmo eu vi uns oito carros aqui quebrados. É muita água. Quando chove, as pessoas já se reúnem porque sabem que precisarão ajudar os motoristas”, observou o músico Fernando Figueiredo, morador da região.
De acordo com ele, o Colégio Decisão, localizado na via, precisou mudar a entrada da instituição, que ficava virada para a Avenida Doutor José Rufino, por conta dos constantes alagamentos. Ainda é possível ver as obras na fachada do local, onde o portão chegou a cair, em chuvas passadas, por conta do nível da água. O comerciante Gregório Silva é pessimista. “Trabalho há 18 anos aqui, entra prefeito e sai prefeito, não vai mudar nunca”.
No bairro de Afogados, outra via prometida para ser solucionada é a Rua Santos Araújo. Sob o pontilhão do metrô, na divisão com a Rua Visconde Pelotas, trabalhadores locais afirmam que o perigo é constante. “Toda vez que chove, alaga e a água arrasta o lixo. Esses troncos aí mesmo foram trazidos pela chuva. É um perigo, porque tem gente que não conhece o local e vive caindo nesses buracos. Não vejo ninguém da Prefeitura trabalhando por aqui”, afirmou o proprietário de um lava-jato na via, José Fábio Amâncio.
Sem fim é o martírio dos transeuntes e condutores da Avenida Recife, na Zona Sul. Chuva é sinônimo de alagamento e, neste domingo (13), não foi diferente. No cruzamento com a Avenida Dom Hélder Câmara, a quantidade de água preocupa e há ocasiões nas quais o canal transborda, como diz o comerciante Eduardo Campos da Silva. “Tem momento que nem caminhão passa. Vejo sempre os funcionários da limpeza trabalhando depois de dias de chuva, mas em esgoto não, nunca tem gente trabalhando”, afirmou.
Em andamento
Em nota, a Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb) garantiu que a Prefeitura já investiu R$ 9,4 milhões para solucionar os problemas. Até então, apenas sete das 32 vias já receberam obras de drenagem, enquanto outras nove estão com serviços em andamento ou prestes a ser iniciados. Nestes últimos casos se enquadram a Avenida Recife e a Rua Santos Araújo, além de outras importantes vias, como as avenidas Boa Viagem, Domingos Ferreira e a Rua Princesa Isabel.
Sobre a situação da Avenida José Rufino, a Emlurb afirmou que as ações na rede de microdrenagem já foram realizadas, mas o escoamento das águas só será pleno após as obras de dragagem dos rios Tejipió e Jiquiá. Segundo a Prefeitura, projetos para a intervenção estão em fase de conclusão.
De acordo com a Prefeitura, por conta de obras realizadas este ano, quatro ruas e três avenidas não acumulam mais água em dias de chuva: Rua Tito Rosas (Parnamirim), Rua Guedes Pereira (Casa Amarela), Rua do Dique (Centro), Rua Estrela do Mar (Pina) e as avenidas Vereador Otacílio de Azevedo (próximo à UPA de Nova Descoberta), Acadêmico Hélio Ramos (Várzea), e Norte (na entrada de Nova Descoberta).