A invasão de um terreno de 409 m² de área e uma rua projetada no bairro da Torre tem gerado dor de cabeça nos moradores do Condomínio Edifício Pousada da Torre. Eles entraram com uma ação administrativa na prefeitura reivindicando um terreno em anexo ao prédio, que foi cercado e onde será erguido um prédio com duas torres e 34 andares. O argumento é que o lote faria parte do condomínio. Porém, esta versão dos fatos é contestada pelo Clube dos Subtenentes e Sargentos da PM.
Segundo a planta do imóvel, que tem 30 anos, o terreno em questão seria área do pertencente ao prédio. De acordo com os moradores, como o local não era utilizado, o Clube dos Subtenentes e Sargentos da Polícia Militar murou e passou utilizá-lo como estacionamento, fechando, inclusive, o acesso de uma rua projetada, continuação da Rua Piranhas, que nunca foi asfaltada.
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Depois de mais de uma década com este uso, conforme depoimento dos moradores, a área foi vendida à Construtora Ceta, incluindo o terreno e a via pública. “Os Subtenentes se apropriaram de uma área nossa, e a utilizaram como se fosse deles, e agora vendem o terreno juntamente com essa área a uma construtora? Temos como provar que este terreno nos pertence, até o limite da rua, que eles invadiram e muraram como se não existisse, por sinal”, conta Ivone Lúcia, síndica do prédio e moradora do local há 28 anos.
Segundo ela, no início da tomada do terreno pelos oficiais, alguns moradores temiam reivindicar a área, receosos pelo problema que isso poderia gerar, mas com a entrada da construtora na área, a história mudou. “Temos planos para esta área, fazer um estacionamento para os visitantes do prédio e aumentar a área de lazer do condomínio”, explicou a síndica.
“A dona da construtora disse para a deixarmos construir o prédio que ela nos daria o terreno depois e disse que a empresa que vendeu a ela em nenhum momento fez referência ao terreno. Essa história não cola, por favor, não somos crianças”, comentou, indignado, Marcos da Rocha, que possui toda a documentação comprovando que o terreno pertence ao condomínio. “Após esse dia, construímos um portão de acesso ao terreno, e a dona mandou jogarem os entulhos na porta de acesso, para impedir nossa entrada”, completa. Uma nova denúncia foi feita à prefeitura nesta quinta-feira (13), para solicitar à empresa que tire os entulhos do terreno.
O presidente do Clube dos Subtenentes e Oficiais da PM, sargento José Antônio Basílio, explicou que o clube já existe há 56 anos, e que a unidade da Torre possuia 40 anos quando foi vendida, há dois anos. "Estamos ali há 40 anos e o condomínio tem 30 anos, de quem é o terreno?", questiona.
O sargento ainda afirmou que, na documentação do terreno do clube, a área estava incluída. "O documento dizia que o terreno tinha 100 metros até a margem de um rio que passava ali. Com o tempo e o aterramento da área, o rio não existe mais, pois ali já há casas construídas", completou. "A portaria de acesso que existe ali, e uma guarita, sempre existiram, inclusive era o acesso dos oficiais para o clube, que deixavam os carros estacionados no terreno", finaliza.
A equipe entrou em contato com a Construtora Ceta, responsável pela construção do novo prédio, para falar com a diretora, Célia Tavares, que está viajando, e que só se posicionaria sobre o evento através de nota, que ainda não tem previsão de quando será enviada.