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Holanda e a Dinamarca prometeram neste domingo (20) enviar caças americanos F-16 para Kiev, anunciou o primeiro-ministro holandês durante uma visita do presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, a uma base da força aérea holandesa em Eindhoven, no sul do país.

"A Holanda e a Dinamarca estão comprometidas em enviar F-16 para a Ucrânia, uma vez que as condições de envio sejam atendidas", disse Mark Rutte em uma declaração conjunta com Zelensky.

Os Estados Unidos já haviam autorizado esses dois países da Otan na sexta-feira a transferir esses caças de fabricação americana para o Exército ucraniano.

Zelensky, que descreveu a oficialização do embarque como "histórica", especificou que os aviões são necessários para "proteger ao [seu] povo do terror russo".

Segundo um correspondente da AFP presente na base de Eindhoven, o presidente ucraniano examinou os F-16, cuja data de entrega ainda é desconhecida.

Uma coalizão de 11 países da Otan começou a treinar pilotos ucranianos em agosto. Segundo as previsões, eles estarão prontos para pilotar essas aeronaves de combate no início de 2024.

Depois de visitar a Suécia no sábado, o líder ucraniano pousou por volta das 12h na Holanda (7h em Brasília), disse uma porta-voz do governo holandês.

As autoridades ucranianas solicitam a entrega de caças ocidentais para combater as forças de Moscou desde o início da invasão russa, que começou em fevereiro de 2022.

A visita de Zelensky à Holanda aconteceu um dia depois que um bombardeio russo matou pelo menos sete pessoas e feriu mais de 140 na cidade de Chernigov, no norte da Ucrânia.

O Exército ucraniano respondeu com uma série de ataques de drones, sem causar vítimas mortais, contra Moscou e as regiões russas de Kursk (oeste) e Rostov, perto da fronteira com a Ucrânia.

O tráfego aéreo nos aeroportos internacionais de Vnukovo e Domodedovo foi "temporariamente restringido" durante a noite, informou a agência russa de transportes Rosaviatsia, citada pela agência de notícias Ria Novosti.

O governador da região de Kursk, Roman Starovot, afirmou que um drone "caiu no telhado da estação e causou um incêndio" que foi "extinto às 03h46 (21h46 da noite anterior em Brasília)".

"Cinco pessoas ficaram levemente feridas pelos estilhaços de vidro" e três delas foram hospitalizadas, disse o governador.

Mais ao sul, na região de Rostov, a defesa antiaérea russa interceptou "dois drones" que não causaram mortes nem danos, anunciou o governador regional, Vasily Golubev.

Os ataques ucranianos com drones aumentaram significativamente nos últimos meses, depois que Kiev lançou uma contraofensiva em junho.

A Ucrânia conquistou algumas "vitórias" na semana passada, mas, no geral, a contraofensiva está avançando pouco.

A Ucrânia anunciou, nesta quarta-feira (16), que um primeiro navio de carga comercial deixou o porto de Odessa por um novo corredor marítimo, desafiando a Rússia, que ameaçou afundar estes navios depois de abandonar o acordo que permitia a exportação de grãos ucranianos.

O navio "Joseph Schulte", com bandeira de Hong Kong, começou - segundo a Ucrânia - a navegar pelo Mar Negro, apesar de um novo bombardeio noturno contra depósitos de grãos e cereais no Danúbio, na região de Odessa (sul).

"O porta-contêineres 'Joseph Schulte' (...) saiu do porto de Odessa e navega ao longo do corredor temporário estabelecido para navios civis", anunciou o ministro ucraniano de Infraestruturas, Oleksandr Kubrakov, em um comunicado.

No dia 10 de agosto, a Ucrânia anunciou a abertura de corredores "temporários" no Mar Negro - controlado em grande parte pela Marinha russa - para permitir o trânsito dos navios que transportam os grãos do país.

No fim de semana, um navio de guerra russo disparou tiros de advertência contra um cargueiro que se dirigia para Izmail, porto do Danúbio.

Este porto tornou-se uma das principais rotas de saída dos produtos agrícolas ucranianos desde que Moscou encerrou, em meados de julho, o acordo sobre a exportação de grãos e cereais, fonte de renda para Kiev.

Na terça-feira à noite, o Exército russo atacou infraestruturas portuárias no Danúbio com drones.

"Como resultado de ataques inimigos em um dos portos do Danúbio, depósitos de grãos foram danificados", anunciou o governador regional de Odessa, Oleg Kiper.

Nesta quarta-feira, a Romênia condenou os novos ataques russos às infraestruturas portuárias do Danúbio, depois de vários ataques às portas deste país da Otan nas últimas semanas.

As forças ucranianas anunciaram que derrubaram 13 drones durante a noite nas regiões de Odessa e Mykolaiv.

O governador da região de Donetsk, Pavlo Kirilenko, informou na manhã desta quarta-feira que as forças russas mataram quatro pessoas e feriram sete na região nas últimas 24 horas.

- "A ofensiva continua" -

A Ucrânia anunciou a libertação de uma localidade da frente sul, onde se concentra a maior parte do esforço da sua difícil contraofensiva para liberar os territórios ocupados pela Rússia, iniciada em junho.

"Urozhaine foi libertada. Nossos defensores estão entrincheirados nos arredores. A ofensiva continua", disse a vice-ministra da Defesa, Ganna Maliar.

Localizada em uma zona limítrofe com as regiões de Zaporizhzhia e Donetsk, parcialmente ocupada pela Rússia, Urozhaine - cuja população antes da guerra era de cerca de 1.000 habitantes - faz parte de um grupo de localidades que as forças ucranianas tentaram libertar nas últimas semanas. Sua reconquista era esperada para o fim de semana.

Na segunda-feira, a Ucrânia já havia reivindicado alguns avanços no leste e no sul de seu território, especialmente em torno de Bakhmut.

Mas os avanços permanecem modestos após dois meses de combates. O Exército ucraniano também enfrenta dificuldades no nordeste, perto de Kupiansk.

A Rússia, por sua vez, afirma que as tropas ucranianas ficaram sem recursos e que sua contraofensiva fracassou, apesar da ajuda dos Estados Unidos e dos países da União Europeia.

"Os recursos militares da Ucrânia estão quase esgotados", disse o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu.

A Ucrânia insiste que sua contraofensiva avança metodicamente contra as linhas de defesa russas em trincheiras, campos minados e armadilhas antitanque.

O território russo fronteiriço com a Ucrânia é alvo de ataques ucranianos, vários deles com drones, alguns dos quais chegaram a Moscou.

Uma pessoa morreu e outras duas ficaram feridas na terça-feira em um bombardeio ucraniano na região russa de Belgorod, afirmou o governador regional Vyacheslav Gladkov nesta quarta-feira.

A Rússia também enfrenta dificuldades na área econômica. Sua moeda desvalorizou consideravelmente, a inflação aumentou e o comércio externo despencou, principalmente nas vendas de petróleo, como resultado das medidas restritivas adotadas pelos países ocidentais.

Depois de muita hesitação, o Banco Central russo finalmente decidiu aumentar a taxa básica de juros de 8,5% para 12%.

A Ucrânia anunciou, nesta segunda-feira (14), avanços no leste e sul do país, pequenos progressos em sua contraofensiva lançada há dois meses para liberar os territórios ocupados pela Rússia.

No leste, a batalha por Bakhmut continua ativa após um ano. Os russos, que, em maio, tomaram a devastada e simbólica cidade após meses de combates sangrentos, estão agora na defensiva.

"Na região de Bakhmut, 3 km2 foram liberados na semana passada. No total, 40 km2 foram liberados no flanco sul do setor de Bakhmut", anunciou Ganna Maliar, vice-ministra ucraniana de Defesa.

Na frente sul, onde as forças ucranianas buscam os pontos fracos das defesas russas, formadas por campos de minas, trincheiras e armadilhas antitanque, Maliar não deu detalhes, mas indicou progresso.

Na região de Kherson (sul), a vice-ministra mencionou "ações" de "unidades" ucranianas na margem leste do Dnieper, onde o Exército russo se retirou em novembro de 2022, transformando o rio em linha de frente.

"Não podemos dar detalhes, mas estas ações foram realizadas. Para consolidá-las, devemos expulsar o inimigo e liberar o território", afirmou.

- Necessidade de armas -

Apoiada por uma importante ajuda militar ocidental, a Ucrânia lançou em junho uma grande contraofensiva para expulsar o Exército russo dos territórios que ocupa. Kiev passou meses preparando a operação, enquanto os russos reforçaram suas defesas, o que dificultou o avanço ucraniano, ainda modesto.

Os dirigentes ucranianos afirmam que o combates são difíceis, mas que os primeiros resultados já são vistos e que necessitam de mais armas, especialmente de longo alcance, para atacar a retaguarda russa e reconquistar o território.

"Contamos com que nossos aliados compreendam a situação e que é inadiável" o envio de armas de longo alcance e de defesas antiaéreas, disse o prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, após receber o ministro alemão de Finanças, Christian Lindner, nesta segunda-feira.

A Rússia insiste que a contraofensiva falhou.

Moscou lançou sua própria ofensiva no nordeste, ameaçando a cidade de Kupiansk, liberada por Kiev em setembro, e obrigando as autoridades ucranianas a evacuar dezenas de cidades na região de Kharkiv.

Nesta segunda, o Ministério da Defesa russo afirmou que "os sistemas russos de defesa antiaérea detectaram e destruíram drones" atribuídos a Kiev "sobre o território da região de Belgorod".

"Não houve vítimas nem danos", segundo Moscou.

- Tensão no Mar Negro -

Os bombardeios russos destroem diariamente restaurantes, hotéis e residências, deixando mortos e feridos.

Está previsto para esta segunda-feira o enterro de uma criança de oito anos que morreu em um bombardeio com um míssil hipersônico Kinzhal, segundo Kiev, na região de Ivano-Frankivsk (oeste), a centenas de quilômetros do front e raramente bombardeada.

O importante porto ucraniano de Odessa, no Mar Negro, foi atacado na noite de domingo para segunda-feira por quinze drones e oito mísseis, segundo o comando ucraniano.

Atingido pela defesa antiaérea, seus destroços danificaram um supermercado, deixando três feridos, segundo a mesma fonte. Outros edifícios e veículos também foram danificados, segundo o governo local.

Também no Mar Negro, a Ucrânia denunciou nesta segunda disparos de alerta na véspera contra uma cargueiro que seguia para o porto de Izmail, uma das principais saídas de produtos agrícolas ucranianos desde que Moscou encerrou o acordo de exportações de grãos no fim de julho.

"Estas ações demonstram a política deliberada da Rússia de ameaçar a liberdade de navegação e a segurança da marinha mercante no Mar Negro", comunicou o Ministério de Relações Exteriores ucraniano.

O Exército russo afirmou, nesta sexta-feira (11), que "melhorou" suas posições no nordeste da Ucrânia, onde sua ofensiva na véspera forçou a retirada de civis, e bombardeou o oeste do país com quatro mísseis hipersônicos.

Um menino de oito anos morreu na região de Ivano-Frankivsk, no oeste da ex-república soviética, quando mísseis hipersônicos Kinzhal atingiram a área, informou o gabinete do procurador-geral ucraniano no Telegram.

A área sofreu poucos ataques desde o início da invasão russa da Ucrânia em fevereiro de 2022, pois fica a centenas de quilômetros das linhas de frente de batalha.

Os confrontos se concentram, sobretudo, no sul e no leste, onde Moscou reivindica vários avanços há algumas semanas.

"Na direção de Kupiansk, as unidades de assalto dos grupos de combate 'Oeste' (...) continuaram suas operações ofensivas em uma ampla frente e melhoraram a situação tática", disse o Ministério russo da Defesa em seu relatório diário.

As tropas russas ocuparam essa localidade e seus arredores no início do conflito, mas foram expulsas em uma contraofensiva relâmpago realizada por Kiev em setembro de 2022.

O Ministério russo da Defesa afirmou que suas tropas melhoraram suas posições perto dos povoados de Olchana e Pershotravneve, na região de Kharkiv (nordeste).

Diante do avanço dos russos, as autoridades ordenaram na quinta-feira a evacuação de 37 cidades do distrito.

Em junho, a Ucrânia lançou uma contraofensiva, após receber um importante reforço militar das potências ocidentais, mas reconheceu dificuldades, ante a resistência das tropas russas.

O Exército ucraniano garantiu, ontem, que "a situação continua sendo difícil, mas se mantém sob controle" na região.

- Bombardeios russos -

A Rússia bombardeia diariamente localidades ucranianas, algumas delas distantes do "front".

O Exército ucraniano informou que a Rússia lançou quatro mísseis hipersônicos Kinzhal contra a região de Ivano-Frankivsk e que apenas um deles pôde ser interceptado.

"Um míssil Kh-47 pode ter sido destruído na região de Kiev. Os outros impactaram perto de um aeródromo e danificaram infraestruturas civis, e outro atingiu uma área residencial", disse ele.

Restos do míssil Kinzhal destruído caíram sobre dois bairros da capital ucraniana, sem causar danos significativos, segundo autoridades militares.

Na quinta-feira, um bombardeio em Zaporizhzhia (sul) deixou um morto e 16 feridos, de acordo com as autoridades locais. A polícia especificou que dois mísseis Iskander destruíram um hotel na cidade, onde delegações estrangeiras costumam se hospedar.

"Estou chocado que [o míssil] tenha atingido um hotel frequentemente usado por funcionários das Nações Unidas e nossos colegas de ONGs em Zaporizhzhia", disse o coordenador da ONU na Ucrânia, Denis Brown, que também se hospedou no estabelecimento.

"É totalmente inaceitável", acrescentou.

O Exército russo alegou ter atacado "um local de mobilização temporária de mercenários estrangeiros".

Nas últimas semanas, Moscou bombardeou repetidamente locais de lazer e descanso nesta cidade. Na terça-feira, nove pessoas morreram em um ataque contra a cidade de Pokrovsk, também no leste.

- Drone em Moscou -

O Exército russo disse, por sua vez, ter abatido um drone ucraniano a oeste de Moscou.

"O drone foi desativado eletronicamente e caiu em uma floresta no oeste de Moscou", declarou o Ministério russo da Defesa no Telegram, acusando o "regime de Kiev" da ofensiva.

É a terceira vez nesta semana que drones são derrubados sobre Moscou. Os ataques dentro do território russo se multiplicaram nas últimas semanas, na maioria dos casos sem causar danos, ou vítimas.

Na Ucrânia, o presidente Volodimir Zelensky anunciou a demissão de todos os funcionários regionais encarregados do recrutamento militar, no âmbito de uma campanha para erradicar a corrupção que permitia aos recrutas evitarem o alistamento. O combate à corrupção endêmica é uma das condições impostas pela União Europeia (UE) para a entrada do país no bloco.

Os serviços de emergência ucranianos seguiam procurando sobreviventes nesta terça-feira (8) entre os escombros de um edifício residencial de Povrosk, leste do país, atingido por um ataque russo que deixou pelo menos sete mortos.

"Estamos retomando os trabalhos de retirada dos escombros", disse Igor Klimenko, ministro ucraniano do Interior. "Nós fomos obrigados a suspender o trabalho durante a noite devido à grande ameaça de bombardeios", acrescentou.

O ministro anunciou o balanço de sete mortos e 67 feridos no ataque com mísseis.

Entre os feridos estão duas crianças, 29 policiais e sete integrantes das equipes de resgate.

Os dois mísseis, lançados em um período de 40 minutos, atingiram edifícios residenciais, um hotel, restaurantes, lojas e prédios administrativos, afirmou Pavlo Kirilenko, funcionário da administração militar de Donetsk.

Entre as vítimas fatais está um supervisor dos serviços de emergência de Donetsk, anunciou Klimenko.

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, denunciou na segunda-feira que o ataque atingiu um edifício residencial de cinco andares. Ele divulgou um vídeo que mostra civis ajudando a resgatar os feridos.

As imagens também mostraram um segundo edifício atingido no ataque.

Pokrovsk, que tinha 60.000 habitantes antes da guerra, fica 70 quilômetros ao noroeste da cidade de Donetsk, controlada por Moscou, e a 50 km da frente de batalha.

- Avanço russo -

Também no leste do país, Moscou anuncio um avanço de três quilômetros em três dias na direção de Kupiansk, cidade que fica 150 km ao norte de Pokrovsk e próxima da fronteira russa.

Kupiansk e a região próxima de Kharkiv foram reconquistadas pelas tropas ucranianas em setembro do ano passado, mas as forças russas retomaram os ataques na área.

O Ministério da Defesa da Rússia também afirmou que suas tropas "melhoraram" as posições ao longo da linha de combate e continuam impedindo os ataques ucranianos.

No sábado, as forças russas atacaram um centro de transfusão de sangue em Kruglyakivka, perto de Kupiansk, com uma "bomba aérea guiada" que matou duas pessoas e deixou quatro feridos, segundo as autoridades ucranianas.

Duas pessoas morreram na segunda-feira na mesma cidade em um ataque com "quatro bombas aéreas guiadas", disse Oleg Sinegubov, comandante da administração militar de Kharkiv.

No mês passado, a Ucrânia reconheceu que estava em "posição defensiva" na região de Kupiansk ante uma ofensiva da Rússia.

Kiev iniciou em junho uma contraofensiva muito aguardada, que, no entanto, registrou avanços modestos diante da resistência das forças russas.

No campo diplomático, a Ucrânia afirmou que estava "satisfeita" com a reunião de cúpula realizada na Arábia Saudita durante o fim de semana para discutir uma solução de paz para o conflito.

A Rússia não foi convidada para a reunião em Jidá, que teve a presença de representantes de quase 40 países, incluindo China e Estados Unidos.

O embaixador russo em Washington, Anatoli Antonov, criticou o encontro que, na opinião dele, "não teve nenhum êxito diplomático". Ele destacou que é inútil discutir a crise na Ucrânia sem a participação de Moscou.

- Energia -

A operadora Energoatom afirmou nesta terça-feira que as centrais nucleares ucranianas localizadas nos territórios controlados por Kiev estarão plenamente operacionais no inverno (hemisfério norte, verão no Brasil) e poderão fornecer energia elétrica à população.

"Toda a energia da qual dispomos será entregue à rede elétrica", após a reforma de alguns reatores antes do inverno, disse Petro Kotin, presidente da Energoatom.

Kotin visitou na segunda-feira a central de Yuzhnoukrainsk, no sul da Ucrânia, para a reativação de um de seus três reatores, com potência de mil megawatts cada.

A Ucrânia tem atualmente três centrais nucleares - nove reatores - nos territórios que controla.

A quarta central, a de Zaporizhzhia - com seis reatores -, é a maior da Europa e está ocupada pelas tropas russas desde março de 2022.

A porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, afirmou que o Serviço de Segurança Ucraniana (SBU, na sigla em inglês) assumiu o ataque realizado mais cedo a um petroleiro russo. Ela classificou o episódio de "ataque terrorista" e destacou que os atos "não ficarão sem resposta" e que "seus autores e perpetradores serão inevitavelmente punidos".

"Condenamos veementemente o ataque terrorista a uma embarcação civil, que ameaçou não apenas a morte de sua tripulação, mas também ameaçou uma catástrofe ambiental em grande escala", afirmou, em comunicado oficial do Ministério.

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Ainda, Zakharova destacou que, segundo dados preliminares, o ataque ao navio-tanque "Sig" fez um buraco na casa das máquinas da embarcação, que perdeu a capacidade de se mover de forma independente.

Segundo ela, não houve feridos.

A defesa aérea ucraniana derrubou 15 drones russos lançados na direção de Kiev na madrugada de quinta-feira (3), anunciou o comandante da administração militar da capital, Sergiy Popko.

As forças ucranianas "detectaram e destruíram 15 alvos aéreos que se aproximavam de Kiev", afirmou Popko no Telegram, que identificou os dispositivos como drones explosivos "Shahed" de fabricação iraniana.

"De acordo com as informações disponíveis até o momento, não houve vítimas ou danos na capital", acrescentou.

O alerta aéreo, de número 820 em Kiev desde o início da invasão russa em fevereiro de 2022, durou três horas, informou Popko.

Na noite anterior, o exército ucraniano afirmou que derrubou mais de 10 drones no céu da capital.

A queda dos destroços provocou danos materiais pequenos e não deixou feridos.

Ao mesmo tempo, ataques russos com drones provocaram danos consideráveis na quarta-feira em uma área portuária ucraniana em Izmail, no Danúbio, uma infraestrutura crucial para as exportações de grãos.

Na Rússia, o governador da região de Kaluga, Viacheslav Chapsha, anunciou nesta quinta-feira que a defesa antiaérea derrubou seis drones na área, que fica 200 km ao sul de Moscou.

"Esta noite, seis drones que tentavam atravessar a região de Kaluga foram derrubados pelos sistemas de defesa antiaérea", disse Chapsha.

"Não houve vítimas ou danos", acrescentou o governador.

Nas últimas semanas, os ataques ucranianos com drones contra o território russo aumentaram, em particular contra Moscou e a península anexada da Crimeia.

Na terça-feira, a Rússia afirmou que impediu um ataque de drones em Moscou, mas admitiu que um deles atingiu um prédio da capital, o mesmo edifício que já havia sido alvo de um ataque no fim de semana.

A Rússia acusou as forças ucranianas de dispararem ontem pelo menos três drones contra Moscou, no mais recente de uma onda de ataques dentro do país que tem irritado o presidente Vladimir Putin. Segundo o Ministério da Defesa russo, um dos drones foi abatido nos arredores da capital e outros dois atingiram edifícios comerciais após serem interceptados pelas defesas aéreas. Não houve feridos.

O ataque foi o quarto na região de Moscou neste mês e o terceiro em uma semana. Eles começaram em maio, quando um drone atingiu o prédio do Kremlin e expôs a vulnerabilidade da capital russa em meio à guerra na Ucrânia.

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O prefeito de Moscou, Serguei Sobianin, declarou que os ataques forçaram o fechamento temporário do Aeroporto Internacional de Vnukovo, que serve a capital. Os voos foram redirecionados para outras cidades, e o aeroporto retomou as operações cerca de uma hora depois.

O ataque foi classificado como terrorista pelo Ministério da Defesa russo. O Ministério das Relações Exteriores, por sua vez, disse que eles não seriam possíveis sem a assistência militar fornecida a Kiev pelos Estados Unidos e os aliados da Otan.

A Ucrânia não reconheceu o ataque. O presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, limitou-se a dizer em seu discurso noturno que a guerra está "gradualmente se voltando ao território da Rússia". Já um porta-voz da força aérea ucraniana, Iurii Ihnat, declarou que o ataque expõe ao povo russo as consequências da guerra. "Todas as pessoas que pensam que a guerra não lhes diz respeito já estão sendo afetadas", disse ontem.

FRONTEIRA

A Rússia também culpou as forças da Ucrânia por atacar áreas próximas à fronteira entre os dois países. Ontem, o governador da região de Bryansk disse que um complexo de criação de suínos foi atingido por drones ucranianos e três pessoas ficaram feridas.

Na Ucrânia, a força aérea informou que destruiu quatro drones russos acima das regiões de Kherson e Dnipropetrovsk. As informações sobre os ataques não puderam ser verificadas de forma independente.

CONTRAOFENSIVA

Em paralelo, o país continua com a contraofensiva em diversas frentes, incluindo no sul e na Crimeia, onde armazéns de munição, suprimentos e combustível, cruciais para os esforços da Rússia na guerra, são os principais alvos de ataques.

Zelenski promete retomar todas as terras que as forças russas ocuparam, incluindo a Crimeia, e seus esforços são fortalecidos pelo recebimento e implantação de armas ocidentais cada vez mais avançadas. Na atual campanha contra a Rússia, soldados recém-treinados e novas armas têm sido cruciais para o progresso no campo de batalha. (Com agências internacionais)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Ao menos duas pessoas morreram e 20 ficaram feridas em um ataque russo nesta segunda-feira (31) contra um prédio residencial na cidade de Kryvyi Rig, na região central da Ucrânia, anunciou o ministro do Interior.

"Os russos atacaram a cidade com dois mísseis: um deles destruiu um edifício residencial, do quarto ao nono andar", escreveu o ministro Ihor Klymenko no Telegram.

Duas pessoas faleceram e 20 ficaram feridas, confirmou o ministro, que citou "entre cinco e sete pessoas presas sob os escombros".

O outro míssil atingiu um edifício de um centro de ensino, de acordo com Klymenko.

"Bombardear edifícios residenciais, um edifício universitário, um cruzamento. Infelizmente há mortos e feridos. Pessoas podem estar sob os escombros", escreveu no Facebook o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, que denunciou mais uma vez o "terrorismo russo".

As imagens divulgadas pela presidência mostram um edifício de apartamentos destruído em vários andares. O edifício do centro de ensino atingido tinha um buraco no centro da construção.

Kryvyi Rig, a cidade natal de Zelensky, foi bombardeada em meados de junho. Ao menos 12 pessoas morreram no ataque contra um edifício residencial de quatro andares e um depósito.

Também nesta segunda-feira, um ataque de drones ucranianos atingiu uma delegacia na região russa de Briansk, fronteiriça com a Ucrânia, sem provocar vítimas, informou o governador regional, Alexandre Bogomaz.

"As forças ucranianas atacaram o distrito de Trubchevsk durante a noite", escreveu Bogomaz no Telegram.

"Um drone atingiu a delegacia de polícia do distrito. Não houve vítimas", acrescentou.

Os ataques com drones contra o território russo e a península da Crimeia anexada em 2014 aumentaram nas últimas semanas, como parte da contraofensiva de Kiev iniciada em junho.

A Ucrânia mudou seu feriado oficial do dia de Natal de 7 de janeiro para 25 de dezembro, a última medida para se distanciar de tradições russas por causa da invasão de Vladimir Putin ao país.

O presidente Volodmir Zelenski transformou em lei um projeto de lei parlamentar que visava "abandonar a herança russa de impor celebrações de Natal".

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"A população ucraniana esteve por muito tempo sujeita à ideologia russa em quase todas as esferas da vida, inclusive com o calendário juliano e a celebração do Natal em 7 de janeiro", afirmou a nota que explica a lei, cujo projeto foi aprovado pelos parlamentares em meados de julho.

O presidente Volodmir Zelenski transformou em lei um projeto de lei parlamentar que visava "abandonar a herança russa de impor celebrações de Natal".

"A população ucraniana esteve por muito tempo sujeita à ideologia russa em quase todas as esferas da vida, inclusive com o calendário juliano e a celebração do Natal em 7 de janeiro", afirmou a nota que explica a lei, cujo projeto foi aprovado pelos parlamentares em meados de julho.

Nos últimos anos, Kiev tem cortado laços religiosos, culturais e outros com a Rússia, alinhando-se com o Ocidente. Esse processo aumentou após a invasão em da Rússia em 2022.

Zelenski assinou o projeto de lei na sexta-feira - duas semanas depois de ter sido aprovado pelos legisladores ucranianos.

A legislação também transfere mais dois feriados estaduais, o Dia do Estado Ucraniano, de 28 a 15 de julho, e o Dia dos Defensores, que comemora os veteranos das Forças Armadas, de 14 a 1º de outubro.

Até agora, Moscou não fez comentários públicos sobre o assunto. Durante séculos, primeiro a Rússia imperial e depois a União Soviética dominada por Moscou tentaram - mas sempre falharam - controlar totalmente a Ucrânia.

Isso incluiu a autoridade imposta da Igreja Ortodoxa Russa (ROC) sobre as igrejas da Ucrânia. Mas em 2019, a recém-formada Igreja Ortodoxa da Ucrânia (OCU) obteve a independência do Patriarca Ecumênico Bartolomeu, o líder espiritual dos cristãos ortodoxos em todo o mundo.

A medida provocou uma resposta furiosa no ROC, que está defendendo abertamente a invasão da Ucrânia pelo presidente Vladimir Putin.

Atualmente, existem duas grandes comunidades ortodoxas na Ucrânia: além da UOC, há também a Igreja Ortodoxa Ucraniana do Patriarcado de Moscou (UOC-MP), mais longeva -que também declarou sua independência em maio de 2022, quando o patriarca russo Cirilo apoiou a Guerra da Ucrânia.

Cirilo, o máximo representante da Igreja Ortodoxa Russa, é um antigo aliado de Putin. Em 2012, por exemplo, ele chamou o governo russo de "milagre de Deus".

Por que o Natal ortodoxo é em 7 de janeiro?

O motivo na diferença de datas é a existência de dois calendários seguidos pelas diferentes Igrejas.

Enquanto a Igreja Católica segue o calendário gregoriano, proposto pelo Papa Gregório em 1582 com a Bula Inter gravissimas, a maior parte das Igrejas Ortodoxas do mundo segue o calendário juliano, criado em 45 a.C., durante o Império de Júlio César.

Assim, o 25 de dezembro no calendário gregoriano corresponde ao 7 de janeiro no calendário juliano.

E o 6 de janeiro, vigília de Natal para as Igrejas ortodoxas, marca a Epifania, festa cristã que comemora a manifestação de Jesus Cristo como Deus encarnado, que é celebrada por sua vez em 19 de janeiro pelas Igrejas ortodoxas.

(Com agências internacionais)

"Eu e papai comíamos salsichas", diz Karina, de sete anos, que se lembra bem de sua vida antes da ofensiva russa. Depois de perder os pais enquanto fugia da guerra, Karina vive agora com sua tia, em Kiev.

Após 17 meses de conflito, a quantidade de órfãos na Ucrânia transbordou o sistema de adoção - que necessitava de uma grande reforma mesmo antes da guerra.

De acordo com os serviços sociais ucranianos, mais de 9 mil crianças ficaram órfãs devido ao conflito.

O pai e a mãe de Karina morreram quando a família tentava fugir da atacada região de Chernihiv, no norte do país, logo após o início da ofensiva em 2022.

O carro explodiu possivelmente por uma mina ou projétil e apenas Karina sobreviveu, apesar de ter sido arremessada pela janela do veículo e ter tido uma concussão, segundo sua tia, Ruslana Nosenko.

"Nas costas (...) ela tinha queimaduras roxas. Não cicatrizaram totalmente", acrescentou a mulher de 22 anos que cuida de Karina desde que ela deixou o hospital.

"Fisicamente, acho que ela teve muita sorte, mas psicologicamente sofreu muito", acrescentou ela.

- Acordar chorando -

Antes da invasão, mais de 100.000 crianças já viviam em orfanatos na Ucrânia. É o maior número do continente europeu, atrás apenas da Rússia, outro país onde essa questão se tornou um problema social.

Atualmente, as autoridades ucranianas tentam colocar crianças órfãs em abrigos e com famílias, em troca de uma compensação financeira para quem aceitar cuidar delas. Eles também tentam facilitar o processo de adoção.

Apesar de todas essas medidas, a adoção continua impossível para a tia de Karina. "Precisa declarar renda, o que não é o meu caso. Não posso adotá-la porque ainda sou estudante", explica Ruslana, mãe de uma criança.

Na ausência de adoção, a tia atua como tutora de Karina e a hospeda em seu apartamento em Kiev, onde a menina aprende a tocar piano.

Ruslana conta que foi ela quem teve que anunciar a morte do pai e da mãe para a menina, um mês depois do ocorrido.

"Estava muito nervosa e chorava muito" disse a tia, que lembra das noites que Karina acordava em prantos no meio da noite.

A primeira-dama ucraniana, Olena Zelenska, disse recentemente que proteger as crianças das consequências psicológicas da guerra é um desafio para a Ucrânia. Ela se mostrou preocupada com o "grande número de crianças que, como os adultos, sofrem de transtornos de ansiedade".

Mísseis de cruzeiro russos, voando baixo e contornando as defesas aéreas ucranianas, destruíram edifícios de armazenamento agrícola na região de Odessa nesta sexta-feira (21) disseram autoridades ucranianas. As forças do Kremlin expandiram seus alvos após três dias de bombardeios na infraestrutura portuária do Mar Negro da região, após a retirada dos russos do acordo de grãos na segunda-feira.

Duas pessoas ficaram feridas, além de 100 toneladas de ervilhas e 20 toneladas de cevada que ficaram destruídas, após o ataque russo a um depósito agrícola, segundo o governador da região de Odessa, Oleh Kiper. Enquanto trabalhadores tentavam conter um incêndio desencadeado por dois mísseis, outro míssil atingiu o local destruindo equipamentos agrícolas e de combate a incêndios, informou Kiper. O ataque foi de menor escala em comparação com os dos últimos dias que colocaram Odessa na mira da Rússia.

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A Rússia mirou a infraestrutura crucial de exportação de grãos da Ucrânia após prometer retaliar um ataque que danificou uma ponte crucial entre a Rússia e a Península da Crimeia, anexada a Moscou. Embora o ato de hoje tenha sido mais moderado, o avanço nos ataques manteve a população de Odessa em alerta. "O inimigo continua aterrorizando e isso está, sem dúvida, relacionado ao acordo de grãos", disse Natalia Humeniuk, porta-voz do Comando Operacional Sul do exército ucraniano.

O Instituto de Estudos da Guerra, em Washington, EUA, disse que os recentes ataques no sul da Ucrânia fazem parte de uma estratégia geral. "Os intensos ataques do exército russo contra a infraestrutura portuária e de grãos ucraniana e ameaças de escalada marítima provavelmente fazem parte do esforço do Kremlin para aproveitar a saída da Rússia da iniciativa de grãos do Mar Negro e obter extensas concessões do Ocidente", afirmou em uma avaliação na quinta-feira (20).

O Ministério da Defesa russo disse que a Marinha realizou exercícios que simulavam ação para bloquear uma seção do Mar Negro. Durante a prática, uma lancha de mísseis disparou mísseis de cruzeiro antinavio contra um alvo simulado na parte noroeste do Mar. Tanto a Rússia quanto a Ucrânia anunciaram que vão tratar os navios um do outro como possíveis alvos militares em trajetos para os portos do Mar Negro. Fonte: Associated Press.M

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, nesta quarta-feira (19), durante entrevista coletiva em Bruxelas, que o presidente do Chile, Gabriel Boric, é "sequioso [sedento]" e "apressado" devido às suas críticas sobre a resistência de algumas nações latino-americanas que se recusam a condenar a Rússia pela invasão na Ucrânia e vetaram menções ao país de Vladimir Putin na declaração final.

Segundo o petista, a juventude do presidente chileno, de 37 anos e sua "falta de costume" justificam a pressa, mas é importante lembrar que cúpulas como as que ambos participaram têm interesses de várias nações sobre a mesa.

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Lula e Boric, considerados os dois principais líderes de esquerda na América do Sul, falaram em Bruxelas, na Bélgica, onde participaram de uma cúpula entre a União Europeia e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).

Na terça (18), Boric defendeu uma postura mais firme do continente contra a guerra da Ucrânia. Boric defendeu que a declaração final da cúpula adotasse uma postura mais enfática contra a invasão russa na Ucrânia. O documento, divulgado nesta terça, manifesta apenas "profunda preocupação" com o conflito, e não cita a Rússia.

Na ocasião, o presidente chileno disse: "Estimados colegas, hoje é a Ucrânia e amanhã pode ser qualquer um de nós. Não duvidemos disso devido à complacência que se poder ter em um momento ou outro com qualquer líder. Não importa se gostamos ou não do presidente de outro país. O importante é o respeito ao direito internacional, que foi claramente violado aqui por uma parte que é invasora, a Rússia".

Boric queria uma declaração conjunta mais contudente contra a Rússia, mas, segundo ele, a declaração estava travada porque "hoje em dia alguns não querem dizer que a guerra é contra a Ucrânia".

Lula afirmou que "já teve a pressa de Boric", afirmando que durante reuniões internacionais em seu primeiro mandato queria que tudo fosse solucionado no mesmo instante. "Mas não, não são só os interesses do Brasil. Ontem estávamos discutindo a visão de 60 países e temos que entender que nem todo mundo concorda com a gente".

"Eu não tenho por que concordar com o Boric, é uma visão dele. Eu acho que a reunião foi extraordinária, Possivelmente, a falta de costume de participar dessas reuniões faz com que um jovem seja mais sequioso, mais apressado, mas as coisas acontecem assim", declarou Lula.

Para Lula, a reunião que chegou ao fim na terça "foi extraordinária" e a "mais madura reunião da qual eu participei entre a América Latina e a UE, onde se discutiu os temas que se deveriam discutir". A conclusão final, disse ele, foi "extremamente razoável".

"Foi a mais madura reunião que eu participei entre América Latina e União Europeia, foi a mais importante. Onde se discutiram os temas que precisa se discutir, e se chegou a um documento extremamente razoável", prosseguiu.

Segundo Borrell, a discussão centrou-se em como "fazer as eleições avançarem de forma inclusiva, eleições livres que possam ser reconhecidas pela comunidade internacional". No encontro, Borrell voltou a oferecer o envio de uma missão de observação eleitoral à Venezuela, desde que o país siga as recomendações que os enviados de Bruxelas formularam após as últimas eleições.

Na semana passada, o principal negociador do governo e presidente do Parlamento venezuelano, Jorge Rodríguez, descartou o envio de uma delegação eleitoral da UE para as eleições de 2024. O envio dessa missão não ficou decidido, disse Borrell. "Apenas ofereci essa possibilidade", afirmou.

A UE enviou uma missão de observação à Venezuela no final de 2021 para as eleições regionais e municipais - as primeiras desde 2006 - e destacou os avanços, mas também criticou "a inabilitação arbitrária de candidatos".

No fim de junho, a ditadura de Maduro tornou inelegível por 15 anos María Corina Machado, uma das pré-candidatas favoritas. Ela se junta a outros dois nomes importantes da oposição que já haviam sido barrado da disputa eleitoral: Juan Guaidó e Henrique Capriles.

(com agências internacionais)

A Rússia anunciou nesta segunda-feira (17) que está se retirando do acordo de grãos, que permitia à Ucrânia retomar grande parte de suas exportações de grãos por um corredor no Mar Negro. O fim do acordo levanta preocupações sobre o elo crucial na cadeia global de fornecimento de alimentos.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse a jornalistas que o acordo foi encerrado, mas que a Rússia voltaria a participar se suas exigências fossem atendidas, de acordo com a agência de notícias estatal russa Tass. A Rússia vinha ameaçando revogar o acordo nos últimos meses, exigindo que o Ocidente facilitasse suas próprias exportações de alimentos e fertilizantes. "O acordo de grãos foi encerrado. Assim que a parte russa pedida for cumprida, a Rússia retomará imediatamente a implementação do acordo", disse ele.

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A invasão da Ucrânia pela Rússia interrompeu todas as exportações dos principais portos do Mar Negro dos ucranianos, contribuindo para um aumento nos preços globais dos alimentos e gerando temores de que a guerra possa levar milhões de pessoas ao redor do mundo à fome.

O acordo entre Rússia, Ucrânia e Turquia, facilitado pela Organização das Nações Unidas (ONU), foi assinado em Istambul em julho do ano passado, permitindo que exportadores ucranianos retomassem o envio de milho, trigo, óleo de girassol e outros produtos de três portos ao redor da cidade de Odessa. A Ucrânia exportou cerca de 32 milhões de toneladas de produtos alimentícios desde o reinício dos embarques em agosto passado.

A Rússia acusou nesta segunda-feira (17) a Ucrânia de executar o ataque contra uma ponte que liga seu território à península anexada da Crimeia, uma ação que matou dois civis.

"O ataque de hoje contra a ponte da Crimeia foi executado pelo regime de Kiev", afirmou a porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Maria Zakharova.

"Dois civis morreram,: um homem e uma mulher, que estavam em um automóvel na ponte. A filha do casal ficou ferida", afirmou o Comitê de Investigação da Rússia.

Uma fonte do Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU) declarou à AFP que as forças do país estão por trás do ataque executado com "drones navais".

"O ataque na ponte da Crimeia é uma operação especial do SBU e da Marinha", disse a fonte à AFP, especificando que "a ponte foi atacada com drones navais".

"Era difícil chegar à ponte, mas finalmente foi possível", acrescentou a fonte.

A ponte de Kerch, que liga a Rússia à Crimeia, península ucraniana que Moscou anexou em 2014, é crucial para o transporte de suprimentos para os soldados russos na Ucrânia.

Em outubro de 2022 a ponte foi atingida por um caminhão-bomba, um atentado que Moscou atribuiu à Ucrânia. Kiev negou estar por trás do ataque.

"Qualquer estrutura ilegal utilizada para entregar instrumentos russos de assassinato em massa é necessariamente efêmera", comentou no Twitter o conselheiro da presidência ucraniana, Mijhailo Podolyak, em uma aparente referência ao ataque contra a ponte.

A Ucrânia admitiu, neste domingo (16), que está em uma posição defensiva na frente de batalha no leste do país diante das tropas de Moscou, enquanto o presidente russo Vladimir Putin afirmou que a contraofensiva de Kiev "não teve sucesso".

"Durante dois dias seguidos, o inimigo atacou ativamente a área de Kupiansk, na província de Kharkiv. Estamos nos defendendo", disse a vice-ministra da Defesa da Ucrânia, Hanna Maliar.

Ela citou "batalhas violentas" e indicou que as posições "mudam várias vezes ao dia".

Kiev já havia reconhecido que a contraofensiva enfrenta dificuldades e pediu aos aliados ocidentais que forneçam mais armas de longo alcance.

A vice-ministra da Defesa, no entanto, insistiu que as forças ucranianas "avançam gradualmente na região de Bakhmut", uma cidade capturada em maio pela Rússia.

- Putin elogia resistência russa -

Bakhmut tinha mais de 70.000 habitantes antes da ofensiva russa e foi destruída na batalha mais longa e violenta desde o início da invasão, em fevereiro de 2022.

"Em Bakhmut, bombardeamos o inimigo e o inimigo nos bombardeia", afirmou Hanna Maliar.

Ao mesmo tempo, Putin afirmou que a contraofensiva do Exército ucraniano, que tem o objetivo de recuperar os territórios ocupados por Moscou no leste e no sul do país, não tem sucesso.

"Todas as tentativas do inimigo de romper nossas defesas [...] não tiveram sucesso desde que a ofensiva começou. O inimigo não teve sucesso", declarou Putin em uma entrevista ao canal Rossiya-1 exibida neste domingo.

O chefe de Estado também considerou que situação é "positiva" para as forças russas.

"Nossas tropas estão atuando de forma heroica. E, de maneira inesperada para o adversário, elas estão inclusive passando à ofensiva em certos setores e capturando posições mais vantajosas", disse.

A Ucrânia iniciou sua aguardada contraofensiva no mês passado, depois de acumular armas fornecidas pelo Ocidente e reforçar suas capacidades de ataque.

A contraofensiva de Kiev avança de maneira lenta diante de tropas russas que tiveram tempo de estabelecer defesas sólidas, incluindo campos repletos de minas, e que ainda possuem um poder de fogo significativo para atacar as forças ucranianas.

Neste domingo, o Estado-Maior ucraniano anunciou operações de ataque em curso na direção de Melitopol e Berdiansk, duas cidades ocupadas pela Rússia no sul da Ucrânia.

Durante a semana, o Ministério da Defesa russo anunciou que as tropas do país conseguiram avançar 1,5 quilômetro em um setor da frente de batalha próximo de Lyman, na província de Donetsk, leste da Ucrânia.

- Incerteza no acordo sobre grãos -

O acordo sobre a exportação de grãos ucranianos pelo Mar Negro expira à meia-noite de segunda-feira no horário de Istambul (18h00 de Brasília).

Assinado em julho de 2022 na cidade turca, com mediação de Ancara e da ONU, e prorrogado diversas vezes desde então, o acordo permitiu a exportação de quase 33 milhões de toneladas de cereais nos últimos 12 meses, apesar do conflito.

Na sexta-feira, o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, mediador entre Kiev e Moscou, afirmou que Putin "concordava" com uma nova extensão do acordo, fundamental para garantir o abastecimento de cereais ao redor do mundo.

Mas o Kremlin não confirmou a declaração.

Em uma conversa telefônica no sábado com o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, Putin disse que "as obrigações estabelecidas no memorando entre Rússia e ONU sobre a retirada dos obstáculos para a exportação de alimentos e fertilizantes russos ainda não foram cumpridas", informou o Kremlin.

Esta é uma exigência apresentada de maneira reiterada por Moscou como contrapartida à exportação de grãos dos portos ucranianos através de um corredor seguro no Mar Negro.

"O principal objetivo do acordo, a entrega de grãos aos países em necessidade, em particular no continente africano, não foi alcançado", acrescentou Putin, segundo o comunicado divulgado pela presidência russa.

Com a meta de conter a inflação e a insegurança alimentar em países vulneráveis, o acordo beneficiou 45 países importadores, com a China em primeiro lugar (7,75 milhões de toneladas), seguida por Espanha (5,6 Mt) e Turquia (3,1 Mt), informou o centro de coordenação dos quatro signatários do pacto, com sede em Istambul.

O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, prometeu neste sábado (15) "ampliar a escala" da ajuda humanitária e de equipamento militar não letal que fornece à Ucrânia, em sua primeira visita a Kiev para uma reunião com o homólogo ucraniano, Volodimir Zelensky.

A Coreia do Sul, nono maior exportador de armas do mundo, tem uma política de longa data de não enviar armas para áreas onde há conflitos ativos. O país mantém o princípio, apesar dos pedidos reiterados dos Estados Unidos, das potências europeias e da Ucrânia.

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Seul "ampliará a escala de suprimentos na comparação com o ano passado, quando entregamos materiais como capacetes e coletes à prova de balas", disse Yoon. Ele destacou que a ajuda humanitária aumentará para 150 milhões de dólares em 2023, contra US$ 100 milhões em 2022.

Zelensky agradeceu ao presidente sul-coreano por sua primeira visita ao país em guerra.

"Obrigado por esta conversa significativa. Obrigado por seu grande apoio", afirmou o ucraniano durante uma entrevista coletiva ao lado de Yoon.

Ele também agradeceu o envio de veículos e equipamentos para detecção de minas "que ajudaram a salvar muitas vidas".

"A Ucrânia de hoje me lembra a Coreia do Sul do passado", disse Yoon, que elogiou a ajuda internacional que permitiu a seu país obter uma "vitória milagrosa" contra Pyongyang e virar uma das maiores economias do mundo.

A Coreia do Sul, que tecnicamente continua em guerra contra a Coreia do Norte, produz grandes volumes de armamentos que são compatíveis com os equipamentos utilizados pela Otan.

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, foi ovacionado nesta terça-feira (11) durante um comício em uma praça no centro de Vilnius, a capital da Lituânia, no qual defendeu a adesão de seu país à Otan em meio à guerra com a Rússia.

"Glória à Ucrânia!", gritou Zelensky, vestido com roupa militar, em um palco montado na praça, onde foi recebido como um astro do rock e aclamado longamente, em um evento paralelo à cúpula da Otan na capital lituana.

Zelensky deu um abraço efusivo no presidente anfitrião, Gitanas Nauseda, e foi novamente ovacionado. Lituânia e Ucrânia fizeram parte da União Soviética até a queda da Cortina de Ferro, no início dos anos 1990.

Sob um sol radiante, Zelensky apareceu junto com sua esposa e discursou em ucraniano para a multidão, que levantou um mar de telefones celulares para eternizar a ocasião.

"A Otan vai dar segurança para a Ucrânia. A Ucrânia vai tornar a Otan mais forte", disse Zelensky, em um discurso de aproximadamente dez minutos, com tradução simultânea para o lituano.

Uma bandeira da Ucrânia, levada a Vilnius por um revezamento de corredores desde Bakhmut, palco da mais dura batalha com o Exército russo no leste da Ucrânia, foi hasteada até o alto de um mastro.

O evento, chamado "Hastear a bandeira da Ucrânia na Otan", continuou com apresentações musicais de vários artistas locais.

- Reviver a experiência -

Entusiasmada com a ideia de ver Zelensky, Gabija Malikonyte, de 26 anos, chegou acompanhada de sua mãe, Daiva, duas horas antes do início do ato, para ficar o mais perto possível do palco.

As duas mulheres, como todos na multidão, não escondiam seu apoio à Ucrânia e faziam paralelos com os 50 anos da "ocupação" soviética de seu próprio país.

"Lutamos por nossa independência em 1990, é como se estivéssemos vivendo tudo de novo", disse Daiva Malikonien. "Se não fossemos parte da Otan, a Rússia nos atacaria, porque somos um país pequeno", acrescentou.

"A Otan nos apoia e queremos que nossos irmãos e irmãs [ucranianos] também façam parte dela", afirmou outro presente, Alexandres Ilyin, enrolado com uma bandeira ucraniana.

Ieva Vasiliauskaite escondia as lágrimas atrás de seus óculos de sol.

"Espero que os ucranianos obtenham um veredicto positivo da Otan, porque eles merecem, estão em guerra não apenas pela Ucrânia, mas pelos países bálticos e por toda a Europa", declarou.

"Espero que tenham a oportunidade de pelo menos dar um ou dois passos para a adesão" à aliança militar, acrescentou.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, se reuniu no dia 29 no Kremlin com o chefe do Grupo Wagner, Yevgueni Prigozhin, cinco dias após sua rebelião armada, segundo comunicado divulgado nesta segunda-feira (10) pela presidência russa.

Na reunião de quase três horas, com todos os comandantes rebeldes, segundo o Kremlin, Putin analisou as atividades dos mercenários na frente ucraniana e o motim no dia 24, quando Prigozhin ordenou que suas tropas marchassem até Moscou. "O presidente ouviu as explicações dos comandantes do grupo e propôs alternativas para o futuro", afirma o comunicado.

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Peskov não disse onde a reunião aconteceu, nem que tipo de acordo foi discutido entre os dois. Ninguém sabe onde está Prigozhin, que até agora não mencionou um encontro com Putin. Se a conversa tiver realmente ocorrido, será o primeiro contato conhecido entre os dois homens desde a revolta dos mercenários, que representou o desafio mais dramático à autoridade de Putin em suas mais de duas décadas no poder. O relato do Kremlin, porém, deixa uma série de perguntas sem resposta sobre o futuro do Grupo Wagner.

O fato de mercenários do Grupo Wagner terem participado de uma reunião com o presidente russo, mesmo depois que Putin os denunciou como traidores em rede nacional e jurou esmagar o motim, demonstra o poder que Prigozhin acumulou no campo de batalha.

De acordo com observadores, o fato de o governo russo fazer questão de divulgar um encontro entre os dois por sugerir que o Kremlin, pelo menos por enquanto, vê os mercenários como uma ameaça a ser mantida dentro do controle do regime, em vez de marginalizada como uma oposição armada.

No entanto, Putin caminha por uma linha tênue e perigosa. Qualquer indulgência demonstrada a Prigozhin e seus mercenários poderia ser considerada um sinal de fraqueza e encarada com desprezo pelo Ministério da Defesa, cuja liderança foi alvo direto da revolta armada.

Versões

O Kremlin já mudou várias vezes sua versão sobre acontecimentos. Em 29 de junho, dia da suposta reunião entre Putin e Prigozhin, Peskov disse a repórteres que não sabia onde estava o chefe mercenário. Na semana seguinte, em 6 de julho, o porta-voz afirmou que o governo não tinha "capacidade nem desejo" de rastrear os movimentos do líder do Grupo Wagner. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Ucrânia informou nesta terça-feira (11) que drones russos atacaram instalações de grãos em um porto da região de Odessa (sul), um dos três terminais marítimos cruciais para o acordo de exportação entre Kiev e Moscou, que está a ponto de expirar.

"As forças de defesa aérea não permitiram que o plano do inimigo de atacar o terminal de grãos de um dos portos de Odessa fosse concretizado", afirmou em um comunicado o governador regional Oleg Kiper.

O exército ucraniano afirmou que derrubou 26 drones russos durante a noite. Algumas horas antes, as autoridades relataram um ataque noturno com drones contra a capital Kiev.

"O inimigo atacou Kiev por via aérea pela segunda vez este mes", anunciou a administração militar de Kiev no Telegram.

O ataque utilizou drones explosivos de fabricação iraniana Shahed, lançados a partir do sul, provavelmente da região russa de Krasnodar, segundo a nota militar.

"Todos os alvos aéreos que avançavam em direção a Kiev foram destruídos pelas forças e com os recursos de nossa defesa aérea", acrescentou a administração militar.

O ministério do Interior ucraniano informou que destroços de drones Shahed foram encontrados em uma área não divulgada da região de Kiev.

Os alertas de ataques aéreos também foram acionados nas regiões de Mykolaiv, Kherson, Kirovogrado, Poltava e Kharkiv.

Os ataques coincidem com a reunião de cúpula da Otan em Vilnius, Lituânia, onde o presidente ucraniano Volodimir Zelensky se reunirá na quarta-feira com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, para defender o direito de seu país de entrar para a aliança militar.

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