Tópicos | urj

O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Alexandre Lopes, afirmou na tarde desta segunda-feira (11), em entrevista concedida ao LeiaJá, ter sugerido a oferta de 100% das vagas para alunos egressos de escolas públicas em 2020 à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e outras instituições que têm pedido o adiamento do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). 

“Eu já propus a instituições de ensino superior, por exemplo, que elas aumentem a oferta de vagas para as políticas de cotas. Hoje por exemplo, a UFRJ fala em adiamento do Enem, porque é que a UFRJ não aumenta a política de cotas dela? Oferece mais vagas para os alunos da escola pública? Porque a UFRJ não garante 100% de suas vagas para estudantes da rede pública? É uma medida que vai combater a desigualdade, a UFRJ poderia oferecer 100% de suas vagas só para alunos de escolas públicas esse ano. Se eles estão tão preocupados com isso, porque não aumentam as políticas de cotas? Aí vai ajudar o estudante da escola pública que teve dificuldade esse ano”, disse o presidente da autarquia vinculada ao Ministério da Educação (MEC) que organiza e executa o Enem.

##RECOMENDA##

Na visão de Lopes, as políticas para garantir o acesso e combate às desigualdades são variadas e de atribuição do MEC, que seria, em sua visão, o órgão responsável por formular políticas públicas para reduzir desigualdades entre estudantes. “Quando você pega as universidades públicas federais, muitas têm as políticas de cotas. Política de cota é uma forma de corrigir uma desigualdade, seja cota racial, seja cota social”, afirmou o presidente do Inep. 

[@#video#@]

LeiaJá também

--> Enem: veja a live do LeiaJá com o presidente do Inep

--> "Enem só será feito em segurança", diz presidente do Inep

--> Enem tem 820 mil inscritos nas primeiras 6 horas

O diretório do Partido Social Liberal (PSL) emitiu ofício ao reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Roberto Leher, exigindo o cancelamento do debate dos estudantes com o deputado federal Marcelo Freixo (PSOL), opositor de Jair Bolsonaro (PSL) na Câmara. O documento argumenta que, como Leher é filiado ao PSOL, a atividade “toma relevo de ilegalidade” e tem como intuito “defenestrar a imagem do presidente”.

Intitulado “É tempo de resistir”, o evento é organizado pelo RUA, movimento estudantil anticapitalista, e deve acontecer na Faculdade de Direito da Universidade. O ofício do PSL é assinado pelo deputado federal Carlos Jordy (PSL), amigo dos irmãos Bolsonaro e presidente do diretório. No documento, ele fala ainda em “utilização dos equipamentos públicos para favorecer uma entidade privada, que é um partido”.

##RECOMENDA##

O movimento RUA publicou uma nota, intitulada “Eles têm medo de Nós! Liberdade de pensamento dentro das universidades”. No posicionamento, a organização afirma que “a realização de debates públicos de exposição de posições políticas sobre temas de relevância social em pauta nas casas legislativas do nosso país deveria ser uma regra, não exceção. A Constituição Federal garante liberdade de expressão para a realização de debates em locais públicos, considerando estar fora de período eleitoral, bem como da livre associação a qualquer partido. Não aceitaremos a criminalização do diálogo, da troca de ideias e da diversidade de pensamento”.

Ainda de acordo com o documento, o movimento garante que manterá a atividade. Ao Jornal O Globo, a UFRJ informou que não participa da organização de eventos dos movimentos estudantis.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando