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A Organização Mundial da Saúde (OMS) deve retomar em breve o exame da Sputnik V, a vacina russa contra a Covid-19, explicou nesta quinta-feira (7) a médica brasileira Mariângela Simão, encarregada do acesso a medicamentos da OMS.

A OMS só validou por enquanto as vacinas da Pfizer/BioNTech, Moderna, Sinovac e Sinopharm, além de algumas versões do imunizante desenvolvido pela AstraZeneca.

A Sputnik V iniciou o processo de homologação pela OMS no começo do ano, mas este "foi suspenso, pois faltavam alguns trâmites jurídicos", explicou Simão em coletiva de imprensa, sem detalhar de quais trâmites se trata.

"Estou contente em dizer-lhes que as negociações com o governo russo sobre este problema estão prestes a ser resolvidos", anunciou.

"Ainda precisam nos dar algumas informações e também estão pendentes as perguntas sobre a finalização das inspeções dos diferentes centros de produção na Rússia, mas fico satisfeita em dizer-lhes que o processo esta prestes a começar", acrescentou.

Embora estudos confirmem uma eficácia elevada da Sputnik V, a União Europeia e a OMS ainda não aprovaram o uso do imunizante russo, aplicado em vários países da América Latina.

A vacina russa Sputnik V será produzida na Itália a partir de julho, anunciou nesta terça-feira à AFP a Câmara de Comércio Itália-Rússia, uma novidade na União Europeia, que ainda não autorizou o fármaco.

"A vacina será produzida a partir de julho de 2021 nas fábricas (da farmacêutica ítalo-suíça) Adienne na Lombardia, na localidade de Caponago, perto de Monza", norte da Itália, afirmou Stefano Maggi, assessor de imprensa do presidente da Câmara de Comércio.

"Serão produzidas 10 milhões de doses entre 1 de julho 1 de fevereiro de 2022", completou Maggi.

"Este é o primeiro acordo no âmbito europeu para a produção no território da UE da vacina Sputnik", disse.

A vacina Sputnik V ainda não foi autorizada na UE, mas na semana passada a Agência Europeia de Medicamentos (EMA), que tem sede em Amsterdã, começou a examiná-la em seu processo de homologação.

Após o anúncio da EMA, as autoridades russas afirmaram que estavam preparadas para fornecer vacinas a 50 milhões de europeus a partir de junho.

Depois de recordar que sua vacina já foi aprovada em 46 países, o fundo russo que produz a Sputnik V voltou a criticar nesta terça-feira a EMA por "ter adiado durante meses" o processo de validação do fármaco.

Vários países da UE, impacientes com um processo considerado muito lento, recorreram a vacinas ainda não autorizadas pela EMA. Este é o caso da Hungria, que começou a administrar a vacina russa em sua população no mês passado.

A Rússia também criticou e exigiu um pedido de desculpas pelos comentários de uma diretora da EMA, que comparou a autorização emergencial da vacina Sputnik V por alguns países europeus a uma "roleta russa".

"Se a vacina não for autorizada na Europa até 1 de julho de 2021, as doses produzidas serão adquiridas pelo fundo soberano russo e distribuídas nos países onde a vacina Sputnik já foi autorizada", explicou Maggi à AFP.

A vacina russa, recebida com ceticismo pelos países ocidentais, convenceu os especialistas, especialmente depois da publicação de seus resultados na revista científica The Lancet, que mostraram uma eficácia de 91,6%.

Até o momento, três vacinas foram autorizadas pela UE: Pfizer-BioNTech, Moderna e AstraZeneca.

Uma quarta vacina, da Johnson & Johnson, está em processo de autorização. Além da Sputnik V, outras duas estão sendo revisadas, Novavax e CureVac.

O ministério da Saúde da Itália, procurado pela AFP, não comentou a notícia.

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) anunciou nesta quinta-feira (4) que começou a examinar a vacina russa Sputnik V contra o coronavírus, etapa crucial para sua homologação na União Europeia (UE).

"A EMA inicia um estudo contínuo da Sputnik V, uma vacina contra a Covid-19 desenvolvida pelo centro nacional russo Gamaleya de epidemiologia e microbiologia", informou a agência em um comunicado.

Nas últimas semanas foram registradas declarações contraditórias entre as autoridades responsáveis pela vacina russa, que afirmaram ter enviado todas as informações para que o fármaco fosse aprovado pela EMA, e o órgão regulador europeu, que afirmou não ter recebido nada.

Nesta quinta-feira, as autoridades russas se disseram prontas para fornecer vacinas para 50 milhões de europeus a partir de junho, coincidindo com o anúncio da EMA.

"Após a aprovação por parte da EMA, estaríamos capacitados para fornecer vacinas para 50 milhões de europeus a partir de junho de 2021", disse em um comunicado Kirill Dmitriyev, diretor do fundo soberano russo, que contribuiu para o desenvolvimento da vacina Sputnik V contra o coronavírus.

"A Sputnik V pode contribuir de maneira manera importante para salvar milhões de vidas na Europa", declarou Dmitriyev.

"Quem trabalha em conjunto com as vacinas deve deixar a política de lado. A cooperação com a EMA é o exemplo perfeito de que unir esforços é a única forma de acabar com a pandemia", acrescentou, destacando que a vacina já foi aprovada por quase 40 países.

A vacina russa foi recebida com ceticismo pelos países ocidentais, mas está convencendo os cientistas, sobretudo depois da publicação de resultados na revista científica The Lancet, segundo os quais a Sputnik V tem eficácia de 91,6% dos casos sintomáticos de Covid-19.

A Comissão de Proteção contra Riscos Sanitários (Cofepris) do México, que regulamenta o uso de medicamentos, autorizou nesta terça-feira (2) o uso emergencial da vacina russa Sputnik V contra a Covid-19, informaram as autoridades.

“A Cofepris acaba de conceder autorização para o uso emergencial da vacina Sputnik V”, anunciou Hugo López Gatell, subsecretário de Saúde e estrategista contra a pandemia, em coletiva de imprensa.

Uma vez autorizado o uso do Sputnik V, os russos têm “o compromisso de enviar 400 mil doses ao México em poucos dias", que serão injetadas em 200 mil pessoas por tratar-se de uma fórmula que necessita duas aplicações.

Ele explicou que o México já assinou o contrato de compra da vacina e que o documento é enviado à Rússia na mesma noite desta terça-feira para que os russos façam o mesmo.

Em 25 de janeiro, o presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, anunciou, após uma ligação com seu homólogo russo, Vladimir Putin, que o México havia concordado em comprar 24 milhões de vacinas Sputnik V.

O jornal médico The Lancet publicou nesta terça-feira que o Sputnik V tem uma eficácia de 91,6% contra a covid-19 em suas manifestações sintomáticas.

O México foi o primeiro país latino-americano a aplicar a vacina contra covid-19 no dia 24 de dezembro, seguido, no mesmo dia, pelo Chile e pela Costa Rica.

Até agora, só se utilizou a fórmula da parceria americano-alemã Pfizer / BioNTech, aplicada a profissionais de saúde de todo o país e a professores do sul do México.

A outra vacina já aprovada pelo Cofepris é a da AstraZeneca, desenvolvida em conjunto com a Universidade de Oxford e que será embalada neste país após ser produzida na Argentina.

O México se junta a uma dezena de países que já aprovaram a vacina russa contra covid-19, incluindo Argentina e Venezuela.

Dias atrás, o México recebeu a primeira remessa do princípio ativo da AstraZeneca e a previsão é que a partir de março esteja disponível para uso local e para exportação para a América Latina.

O México, com 126 milhões de habitantes, acrescentou 1.874.092 infecções e 159.533 mortes de covid-19 até terça-feira.

Os excelentes resultados publicados nesta terça-feira (2) sobre a eficácia da vacina russa Sputnik V abrem as portas para a expansão do arsenal global de combate à covid-19.

- Qual é a melhor?

Atualmente, as vacinas Pfizer / BioNTech e Moderna, ambas com tecnologia de RNA mensageiro, apresentam as maiores taxas de eficácia de 95% e 94,1%, respectivamente.

Mas a Sputnik V, cujos fabricantes russos foram acusados de precipitação e falta de transparência pela comunidade científica, subiu ao pódio nesta terça-feira, mostrando uma eficiência de 91,6% contra as manifestações sintomáticas da covid-19, de acordo com os primeiros resultados verificados por especialistas independentes e publicados na The Lancet.

Já a vacina AstraZeneca / Oxford tem 60% de eficácia, segundo a Agência Europeia de Medicamentos (EMA). Esta e a Sputnik V são vacinas de "vetor viral", ou seja, utilizam outros vírus previamente manipulados para torná-los inofensivos ao organismo que como consequência será capaz de combater a covid.

Mas enquanto a AstraZeneca usa apenas um adenovírus de chimpanzé, o russo usa dois adenovírus humanos diferentes para cada dose. De acordo com seus fabricantes, isso poderia explicar sua melhor resposta imunológica.

Por outro lado, as vacinas Pfizer / BioNTech e Moderna devem ser armazenadas em temperaturas muito baixas, -70 ° C e -20 ° C, respectivamente.

Já a Sputnik V pode ser mantida entre 2ºC e 8ºC.

Outras empresas farmacêuticas avançaram na eficácia de suas vacinas ainda não aprovadas, como a americana Novavax (89,3%) e a Johnson & Johnson (66%). O percentual é de 79% para a chinesa Sinopharm.

Mas em todos esses produtos, as dúvidas permanecem: por quanto tempo eles são eficazes? Eles evitam a transmissão do vírus?

- Quantas vacinas existem?

Mais de 100 milhões de doses de vacinas foram administradas no mundo, quase dois meses após o início das primeiras campanhas de imunização, segundo balanço da AFP. Dos 77 países ou territórios onde já há vacinação, Israel é o mais avançado: 37% de sua população recebeu pelo menos uma dose.

Na UE, três vacinas foram licenciadas, as da Pfizer / BioNTech, Moderna e AstraZeneca / Oxford.

O fundo soberano russo que participou do desenvolvimento da Sputnik V anunciou que havia iniciado o procedimento de homologação junto à EMA. Além da Rússia, a vacina foi aprovada em 16 países, entre eles Argentina, Venezuela e Bolívia.

No Reino Unido, as vacinas disponíveis são da Pfizer / BioNTech e AstraZeneca / Oxford. Nos Estados Unidos, os imunizantes aplicados são da Pfizer / BioNTech e Moderna.

O México aprovou o uso da Pfizer / BioNTech, o da AstraZeneca e no final de janeiro concordou em comprar vacinas russas.

Além das vacinas atualmente disponíveis no mercado, 58 estão sendo testadas em humanos em ensaios clínicos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

- Qual é a eficácia contra as variantes?

Os especialistas questionam se essas vacinas desenvolvidas contra o vírus SARS-CoV-2 detectado inicialmente na China serão igualmente eficazes contra suas variantes atuais, como a britânica, a sul-africana e a brasileira.

Particularmente preocupante é uma mutação comum aos dois últimos, E484K, que pode tornar as vacinas menos eficazes, de acordo com vários estudos realizados in vitro.

A Moderna disse na semana passada que sua vacina foi eficaz contra a variante britânica e também contra a sul-africana, mas em menor grau.

A empresa, portanto, trabalhará para desenvolver uma dose especificamente dirigida contra a segunda variante.

A Pfizer / BioNTech afirmou que o seu imunizante é eficaz contra as principais mutações de ambas.

- As doses podem ser espaçadas?

Para tentar vacinar um número maior de pessoas com a primeira dose, alguns países como Dinamarca e Reino Unido decidiram adiar a segunda, para 6 e 12 semanas, respectivamente.

Os imunizantes da Pfizer/BioNTech e da Moderna foram projetados para serem administrados em intervalos de 3 e 4 semanas.

A OMS determinou em janeiro que a segunda dose pode ser espaçada "em circunstâncias excepcionais", mas desaconselhou ultrapassar seis semanas.

Alguns cientistas, por sua vez, defendem que os prazos iniciais sejam respeitados para evitar perda de eficiência.

A futura vacina da Johnson & Johnson pode facilitar as coisas, já que requer apenas uma injeção.

- Quais são os efeitos colaterais?

Os ensaios clínicos das vacinas aprovadas não revelaram quaisquer preocupações de segurança notáveis.

Mas a vigilância é mantida para detectar quaisquer efeitos colaterais graves a médio ou longo prazo.

Nas últimas semanas, houve relatos de várias mortes de idosos e doentes que receberam a vacina Pfizer / BioNTech.

A EMA concluiu após examinar os casos que "os dados não mostram relação" com a vacinação.

Por outro lado, como todas as vacinas, também podem causar efeitos colaterais leves, como dor no local da injeção e fadiga.

O próprio presidente Vladimir Putin é, desde agosto, o principal embaixador da primeira vacina contra o novo coronavírus registrada no mundo, a "Sputnik V", que também se tornou uma estratégia geopolítica.

Cientistas ocidentais consideraram o anúncio prematuro, já que ocorreu antes do início da fase 3 de ensaios clínicos em massa e da publicação de resultados científicos.

A comunidade internacional, especialmente a ocidental, também viu que a vacina responde ao desejo de Moscou de expandir sua influência no mundo.

Aproveitando o anúncio de Putin, que garantiu que sua própria filha participaria dos ensaios da vacina russa, Moscou assinou acordos internacionais para ensaios clínicos (com Belarus, Venezuela e Índia) e para a produção de sua vacina (com Índia, Brasil , China e Coreia do Sul).

Depois dos hidrocarbonetos, das armas e da energia atômica, Moscou gostaria de adicionar a vacina ao seu arsenal de influência econômica e diplomática e garantir uma fatia do mercado nos países em desenvolvimento.

Mas esta primeira vacina também simboliza o mantra político do Kremlin há duas décadas: a Rússia está de volta.

"É uma forma de mostrar que o país é capaz de (...) fazer parte da elite científica mundial, de se sair melhor que os países desenvolvidos", explica a cientista política Tatiana Stanovaya, fundadora do centro de pesquisas R.Politik.

- Orgulho nacional -

Em 1991, após o fim da URSS e do Comecon (mercado comum dos países comunistas), a Rússia estava praticamente sem indústria farmacêutica, por isso há muito depende dos países ocidentais. Mas o país lançou um programa de substituição de importações para reduzir essa dependência.

"As vacinas produzidas na Rússia são geralmente vacinas estrangeiras. Por outro lado, esta é uma das primeiras concebidas exclusivamente na Rússia, é um orgulho nacional", afirma à AFP Jean de Gliniasty, especialista em Rússia do instituto IRIS.

"Isso simboliza o retorno da Rússia ao grupo dos grandes da questão farmacêutica. Eles vão tentar aproveitar ao máximo os benefícios em termos de 'soft power'", acrescenta o ex-embaixador da França em Moscou.

Na verdade, o nome dado à vacina mostra as intenções.

O "Sputnik V", que leva o nome do primeiro satélite do mundo colocado em órbita pela URSS em 1957, é uma reminiscência de um feito científico russo e um revés histórico para o rival americano.

Embora Moscou deseje cooperar com o Ocidente (como mostra a parceria com a AstraZeneca), são acima de tudo os países com os quais a Rússia mantém relações positivas que responderam primeiro.

No entanto, Tatiana Stanovaya avisa: "há áreas em que os russos são bons", mas a tendência de politizar tudo se torna um ponto contrário a eles.

Além da geopolítica, a Rússia quer avançar rapidamente no seu próprio interesse: aposta na vacina para evitar um segundo confinamento que sufocaria a economia, buscando sair da crise o mais rápido possível.

E Moscou está tentando aumentar sua capacidade de produção por meio de acordos internacionais.

- Déficit de produção -

A Rússia anunciou que recebeu pedidos para reservar 1,2 bilhão de doses, mas sua capacidade de produção é limitada.

As autoridades informaram que o país vai produzir dois milhões de doses até o final deste ano, muito pouco para seus cerca de 145 milhões de habitantes, levando-se em conta também que são necessárias duas doses por paciente.

No final de outubro, o presidente reconheceu que o país enfrentava um gargalo de produção e, portanto, estava disposto a cooperar "com outros cientistas [da Rússia] mais de perto do que antes".

A Rússia concluiu um acordo com um grupo indiano que se comprometeu a produzir mais de 100 milhões de doses por ano.

Moscou poderia inovar neste campo, prevê Nathalie Ernoult, codiretora do IRIS Global Health Observatory: "Se a Rússia fizer verdadeiras transferências de tecnologia, der a fórmula para produzir a vacina, isso atenderá ao apetite de muitos países de ir em direção à autonomia".

O Fundo Russo de Investimentos Diretos (RDIF) e o Governo da Bahia assinaram um acordo de cooperação para o fornecimento de até 50 milhões de doses da vacina russa Sputnik V. O acordo permitirá que a Bahia comercialize a vacina em território brasileiro, com a possibilidade de entrega a partir de novembro de 2020, desde que aprovada pelos órgãos reguladores do país.

Segundo o secretário da Saúde do Estado, Fábio Vilas-Boas, "a vacina está sendo testada em cerca de 40 mil pessoas em todo o mundo, se mostrando segura e eficaz até o momento. Ministrada em duas doses, ela utiliza a plataforma de adenovírus humano, que é conhecida e estudada há décadas. Outras vacinas em estágio de pesquisa utilizam adenovírus de macaco ou mRNA, o que significa que seus efeitos e reações adversas precisam ser estudados por mais tempo".

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A vacina Sputnik V está na fase 3, sendo avaliada em aproximadamente 40 mil pessoas no mundo. No Brasil, o Governo da Bahia, por meio do Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto Couto Maia, submeterá à Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) e à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) o pedido para testes clínicos em 500 brasileiros. A expectativa é que os testes tenham início em outubro.

A vacina russa é desenvolvida pelo Instituto Nacional de Pesquisa de Epidemiologia e Microbiologia de Gamelaya. O governo russo já recebeu pedidos de um bilhão de doses da vacina.

Com informações da assessoria

Um grupo de pacientes que participou de um estudo preliminar com a vacina russa contra o coronavírus desenvolveu uma resposta imunológica sem efeitos colaterais graves - publicou a revista The Lancet nesta sexta-feira (4).

Esses resultados não provam, contudo, que a vacina, batizada de Sputnik V, protege efetivamente contra a infecção por Covid-19, já que outros estudos de maior envergadura são necessários, disseram vários especialistas.

Em 11 de agosto, as autoridades russas anunciaram que sua vacina entrava na terceira e última fase dos ensaios clínicos. Moscou disse, porém, que não esperaria os resultados deste estudo, do qual "milhares de pessoas participam", porque sua intenção era homologá-la em setembro.

O anúncio foi recebido com ceticismo por muitos pesquisadores e por alguns países, como a Alemanha, que duvidaram de sua eficácia e segurança, principalmente pela falta de dados públicos sobre os testes realizados até o momento.

O presidente Vladimir Putin também afirmou que a vacina garantiu "imunidade de longa duração" contra o novo coronavírus.

A Sputnik V consiste em dois componentes diferentes, administrados em duas injeções com intervalo de três semanas, relata o estudo publicado na revista médica The Lancet.

É uma vacina de "vetor viral": usa dois adenovírus humanos (uma família muito comum de vírus) transformados e adaptados para combater a covid-19.

A publicação se baseia em dois pequenos estudos, conduzidos com duas formulações diferentes da Sputnik V, entre 76 voluntários adultos saudáveis.

Ambos concluíram que nenhum dos dois componentes da vacina causou "efeitos indesejáveis graves" e que sua administração sucessiva "gera a produção de anticorpos".

Eles foram realizados entre 18 de junho e 3 de agosto por pesquisadores dos Ministérios russos da Saúde e da Defesa e financiados pelo primeiro.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), existem 176 projetos de vacinas em andamento no mundo, com 34 em fase de ensaio clínico. Isso significa que já começaram a ser testados em humanos. Destes, oito estão na fase três, os mais avançados.

O governo de Nicolás Maduro informou nesta quinta-feira que deseja produzir na Venezuela a vacina russa contra o novo coronavírus, recebida com ceticismo pela comunidade internacional, e anunciou que começará a selecionar candidatos para a fase de testes.

"Existe uma total disposição dos companheiros da Federação Russa e, certamente, nosso maior interesse em agilizar a produção e a incorporação muito rapidamente da fase 3 (de testes em pessoas) da vacina Sputnik V", declarou o ministro da Saúde, Carlos Alvarado, na TV estatal.

"Houve uma troca de perguntas do ponto de vista técnico, para ver se podemos iniciar, primeiramente, o processo de envasamento e, em seguida, a produção completa da vacina na Venezuela, como desejamos", expressou Alvarado após uma videoconferência com membros do Centro de Pesquisas de Epidemiología e Microbiologia Nikolai Gamaleya - responsável pela produção da Sputnik V - e o Fundo de Investimento Direto da Rússia.

Concordamos em "assinar acordos de confidencialidade e iniciar a seleção de candidatos para o desenvolvimento da fase 3 na Venezuela", assinalou o ministro, que, dias atrás, afirmou que a Venezuela conseguiria cerca de 500 voluntários.

A Rússia, um dos principais aliados de Maduro, anunciou, no último dia 11, que é o primeiro país a aprovar uma vacina contra a Covid-19, batizada de Sputnik V. A OMS advertiu que a aprovação de uma vacina "candidata" requer uma revisão rigorosa dos dados de segurança. Até o momento, a Rússia ainda não publicou um estudo detalhado que permita a verificação de seus resultados de forma independente.

Desde que o vírus chegou ao país caribenho, de 30 milhões de habitantes, em março, a Venezuela já registrou 41.965 casos da doença, segundo cifras oficiais, questionadas pela oposição e por organizações como a Human Rights Watch, por considerarem que o número esconde uma situação muito pior.

A pandemia encontrou a Venezuela com uma escassez aguda de medicamentos e um sistema de saúde pública precário, sintomas do colapso econômico que já levou ao êxodo de cerca de 5 milhões de pessoas desde o fim de 2015, segundo a ONU.

O presidente filipino, Rodrigo Duterte, ofereceu-se como voluntário para testar a nova vacina russa contra o coronavírus, anunciou o porta-voz do governo nesta quarta-feira (12). 

Duterte afirmou que tem "grande confiança" nos esforços da Rússia para acabar com a pandemia. "Acredito que a vacina produzida é realmente boa para a humanidade", declarou Duterte. "Serei o primeiro a testá-la", completou.

O porta-voz de Duterte, Harry Roque, explicou nesta quarta-feira que o presidente, conhecido por suas polêmicas, não estava brincando. "Ele é velho. Pode sacrificar sua vida pelo povo filipino", disse.

As autoridades de saúde filipinas anunciaram uma reunião com representantes do centro russo Gamaleya, que desenvolveu a vacina.

Na terça-feira, o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou que seu país desenvolveu a "primeira" vacina contra a COVID-19 que assegura uma "imunidade duradoura".

Muitos cientistas ocidentais, no entanto, expressaram ceticismo a respeito da velocidade de desenvolvimento da vacina.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) reagiu de maneira prudente e recordou que a "pré-qualificação" e a homologação de uma vacina exigem um procedimento "rigoroso".

O presidente Putin afirmou que uma de suas filhas foi vacinada com a denominada Sputnik V, em referência ao primeiro satélite que a União Soviética colocou em órbita em plena Guerra Fria.

Filipinas, com 107 milhões de habitantes, é o segundo país mais afetado do Sudeste Asiático, depois da Indonésia.

A epidemia deixou 143.000 infectados e mais de 2.400 mortos no país.

Na semana passada, mais de 27 milhões de pessoas retornaram ao confinamento, especialmente em Manila e nas regiões próximas à capital.

O porta-voz da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tarik Jasarevic, afirmou nesta terça-feira (11) que a vacina contra o novo coronavírus registrada pela Rússia ainda precisa ser submetida a uma avaliação "rigorosa" para comprovar sua eficácia.

O país é o primeiro no mundo a autorizar a aplicação de uma vacina para o Sars-CoV-2, embora o medicamento ainda não tenha passado pela terceira e última fase de estudos clínicos, quando se analisa sua eficácia para imunizar seres humanos.

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"Estamos em contato estreito com as autoridades sanitárias da Rússia, e estão em curso discussões referentes a uma possível pré-qualificação da vacina pela OMS", declarou Jasarevic a jornalistas em Genebra, onde fica a sede da entidade. A pré-qualificação seria uma espécie de selo de qualidade da organização.

Segundo o porta-voz, isso só acontecerá após uma "revisão rigorosa de todos os dados de segurança e eficácia reunidos durante os estudos clínicos".

A candidata recebeu o nome de Sputnik V (em referência ao primeiro satélite artificial da Terra) e foi desenvolvida pelo Instituto Gamaleya de Pesquisa em Epidemiologia e Microbiologia, em parceria com os ministérios da Saúde e da Defesa.

A terceira e última fase de testes começará nesta semana, mas o presidente Vladimir Putin garantiu que o medicamento oferece "imunidade sustentável" contra o Sars-CoV-2. "Uma das minhas filhas tomou essa vacina", disse o mandatário, explicando que ela chegou a ter uma "leve febre" após a segunda dose, mas agora "se sente bem e tem um alto número de anticorpos".

O governo da Rússia pretende iniciar a produção em massa nas próximas semanas. O processo normal de aprovação é feito em três fases de estudos clínicos, mas, por conta da urgência provocada pela pandemia, pesquisadores no mundo inteiro estão fazendo mais de uma etapa ao mesmo tempo.

A primeira e a segunda fases analisam, respectivamente, a segurança da vacina - como possíveis efeitos colaterais - e a capacidade de produzir uma reação do sistema imunológico. As candidatas mais avançadas, como a de Oxford, estão na terceira etapa, que costuma durar cerca de um ano.

Essa fase é a mais importante, já que prevê testagem ampla em humanos para descobrir se a imunização gerada pela candidata é realmente capaz de proteger contra a doença e por quanto tempo. Segundo o governo da Rússia, 20 países já fizeram pedidos preliminares para comprar um total de 1 bilhão de doses da nova vacina.

Da Ansa

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