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Vivienne Westwood lançou um chamado contra as mudanças climáticas ao apresentar, neste sábado (3), uma coleção de prêt-à-porter dedicada a Veneza, enquanto, para o libanês Elie Saab, a primavera chegará cheia de variantes e transparências.

- Vivienne Westwood, o planeta e Veneza -

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Vivienne Westwood aproveitou seu desfile em Paris para pedir a participação em uma marcha contra as mudanças climáticas a ser realizada em Londres, antes da conferência de dezembro em Paris que visa a um acordo mundial sobre o problema.

A coleção foi, ainda, uma homenagem vibrante a Veneza, seu carnaval, seus personagens da Commedia dell'arte e suas máscaras. Os modelos evocaram a prosperidade e riqueza cultural da cidade, embora não tenha faltado o toque punk característico da britânica.

"Veneza foi o maior celeiro artístico do Ocidente, é incrível o que aconteceu ali", comentou Vivienne. "Mas obviamente, por causa das mudanças climáticas, Veneza irá desaparecer. Somos os últimos a poder fazer algo. Por isso, digo-lhes que saiam para se manifestar, algo tem que ser feito já."

A ex-rainha do punk convocou a participação em uma marcha popular por medidas envolvendo o clima, a justiça e o emprego, em 29 de novembro, na capital inglesa. Como conciliar as preocupações ambientais com a moda? "Sempre digo: comprem menos, escolham bem e façam com que as coisas durem."

- As princesas de Elie Saab -

Estilista das princesas do Oriente Médio, mas também de boa parte das casas reais da Europa e de estrelas de Hollywood, Elie Saab integra, desde 2003, o clube exclusivo da alta-costura. Talvez, por isso, sua coleção de prêt-à-porter tenha mantido a sofisticação em seus materiais: gaze, bordados e crepe de seda dão o tom de sua coleção de verão.

Este ano, o criador libanês decidiu variar ao máximo as opções e dar uma grande liberdade de escolha às clientes. "Quis apresentar uma mulher que absorve as características da marca e se sente livre para usá-las à sua maneira", diz Saab em uma mensagem entregue aos convidados de seu concorrido desfile, que aconteceu em uma área coberta montada no Jardin des Tuileries.

Os tons foram do preto às cores vivas: rosa, verde e azul, às vezes contrastando com o branco. Laços, renda e transparência fizeram parte do jogo de libertação primaveril, em que não faltaram as estampas florais, um elemento recorrente da marca.

Em matéria de acessórios, Saab lançou uma carteira de linhas retas, batizada de "A 31".

O cineasta chinês Zhao Liang viajou com a câmera a tiracolo através das vastas pradarias da Mongólia para denunciar, apenas com imagens, a devastação causada pelo desenvolvimento do planeta, no documentário Behemoth, uma poética aventura dantesca que estremeceu nesta sexta-feira o Festival de cinema de Veneza.

"E Deus criou a besta Behemonth no quinto dia. Era o maior monstro na terra", adverte fora de cena o autor, que se inspirou na Divina Comédia de Dante para descrever o Purgatório, o Inferno e o Paraíso, que simbolizam os estados em que a Terra se encontra devido ao seu desenvolvimento insano.

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A transformação de belos planaltos e campos em terras áridas cobertas de poeira e cinzas resultantes da exploração das minas de carvão, o barulho infernal das mineradoras, o calor abrasador das usinas, o silêncio das cidades-fantasma, resultam em um manifesto ecológico e poético.

"Como Dante conseguiu criar uma obra que combina inferno e paraíso, alcançando um conjunto e um contraste, o mesmo foi o que eu quis fazer. Fui inspirado por uma obra de 800 anos para explicar o que eu queria transmitir", declarou Liang, de 44 anos, em entrevista à AFP.

Autor de inúmeros documentários sobre a face obscura da China, da burocracia kafkiana até a discriminação injusta contra os pacientes com AIDS, Liang oferece desta vez, com imagens reais, um trabalho artístico, com uma fotografia espetacular, que resulta também numa denúncia esmagadora da destruição do planeta pelo homem e sua ideia de desenvolvimento econômico.

Na obra, dividida em três partes, como a Divina Comédia, Liang emprega o vermelho para entrar no inferno das usinas, com operários que trabalham em altas temperaturas sem qualquer proteção, o cinzento das minas de carvão cobrindo as grandes planícies e provocando doenças pulmonares e o céu azul para o paraíso de Ordos, uma gigantesca cidade completamente desabitada.

"Eu me inspirei em Dante porque a visão asiática do inferno é muito diferente daquela do poeta italiano", confessou.

Todo filmado na Mongólia, com uma equipe de apenas quatro pessoas, coproduzido pela ARTE France, Liang trabalhou em condições muito difíceis, e sem autorização.

"A maior dificuldade que tive foi filmar no interior das minas, porque os proprietários não queriam nos deixar entrar. Nós filmamos escondidos", revelou.

"Em algumas ocasiões queríamos gravar tomadas muito precisas. Tive que escalar montanhas sem ser visto para conseguir o que queria, com a câmera quase escondida. Por vezes, precisei trabalhar muito rapidamente", reconheceu.

"Os proprietários das minas estão conscientes de que estão destruindo o país e, portanto, não nos dão a permissão para entrar", disse o diretor, cujo documentário deve ser sujeito do chamado "controle" ou censura das autoridades chinesas.

"Eu não acredito que vão me impedir de voltar, a China não é o Irã. Não chega a estes nível, trata-se de uma obra de arte", ressaltou o diretor.

"O que eu queria era denunciar uma situação global, porque o mesmo ocorre nos Estados Unidos, ou no Canadá. A Mongólia é apenas um exemplo entre tantos. Porque o problema é da Humanidade, estamos destruindo nosso meio ambiente", afirma o cineasta, autor, entre outros, do premiado "Crime and Punishment" no Festival dos Três Continentes (2007) e "Petition", exibido no Festival de Cannes (França) em 2009.

"Claro que eu gostaria de ganhar um prêmio, mas há muitas obras belas e o nível é muito elevado. Não tenho expectativas particulares", confessou o cineasta.

O primeiro filme produzido pelo Netflix, "Beasts of No Nation", sobre crianças soldados na África, quer levar este ano o Leão de Ouro do Festival de Veneza.

O filme, de Cary Fukunaga, que mostra a dura realidade destas crianças através do olhar de um adolescente africano, poderá ser assistido a partir da estreia, em outubro.

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O fato de a plataforma americana de TV e cinema pela internet ter conseguido levar seu primeiro filme para o festival mais antigo do mundo representa um giro para uma indústria sacudida por novos modelos econômicos.

Alberto Barbera, diretor da mostra, afirma que não exitou em incluir o filme entre os 21 da competição oficial, alegando que os serviços de difusão pela internet estão se tornando uma fonte de financiamento que não pode ser ignorada.

Os grandes distribuidores americanos se mostraram menos abertos do que Barbera e se negaram a exibir o filme, por considerarem que sua divulgação simultânea na internet ameaça o futuro das salas de cinema.

As imagens fortes do filme teriam limitado, de qualquer forma, sua exibição aos cinemas independentes, mas o problema pode ser maior para os distribuidores clássicos, à medida que aumentarem as produções das plataformas pela internet.

O Netflix assinou um contrato de quatro filmes com Adam Sandler, e produziu uma sequência de "O Tigre e o Dragão", filme de Ang Lee que teve grande sucesso em 2000.

Já o Amazon Prime, serviço de streaming da gigante do comércio eletrônico, encarregou Spike Lee de dirigir "Chiraq", uma comédia musical sobre a criminalidade em Chicago.

- Chegar ao maior número de pessoas -

Para Fukunaga, que trabalhava há 10 anos em um projeto de filme sobre as crianças soldados, "o Netflix chegou como um padrinho, com uma oferta irrecusável".

"Claro que eu gostaria de que o filme fosse visto no cinema, mas gostaria, principalmente, de que este filme chegasse ao maior número possível de pessoas", disse à AFP. Neste aspecto, os 65 milhões de assinantes do Netflix oferecem mais garantias do que uma estreia nos cinemas.

"Beasts of No Nations", filmado em Gana, conta a história de Abu, um jovem cuja existência alegre no seio de uma família carinhosa muda completamente com a chegada a seu povoado das tropas do governo, que lutam contra rebeldes, em um país africano não especificado.

A mãe e a irmã de Abu são enviadas para uma cidade próxima, e o pai e o irmão dele morrem diante de seus olhos. Abu consegue escapar por pouco, antes de ser capturado pelo grupo de rebeldes do "Comandante", um homem carismático interpretado por Idris Elba, que o acolhe.

A inocência de Abu é perdida rapidamente em meio à violência cotidiana, e numa iniciação que termina quando o adolescente obedece a ordens de seus superiores e executa um estudante com um sabre.

Apesar da violência de algumas cenas, o filme agradou à crítica. "Ele está longe de ser tão violento quanto a realidade", diz Fukunaga.

Em sua 72ª edição, a Mostra de Cinema de Veneza, considerado o mais antigo do mundo, terá três produções brasileiras na competição. Entre os filmes selecionados, o Boi Neon, do pernambucano Gabriel Mascaro foi o único indicado para a Mostra Horizonte. Esse é o segundo longa de ficção do diretor. O Festival será realizado na cidade italiana de 2 a 12 de setembro.

Além do filme de Mascaro também foram indicados para a mesma categoria o brasileiro Mate-me Por Favor, da carioca Anita Rocha da Silveira. No páreo, concorre também à produção, representando o País na mostra de curtas-metragens, a paraense Tarântula, de Aly Muritiba e Maria Calafange.

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O filme Boi Neon conta com a participação de dois atores já conhecidos, como Juliano Cazarré, que atuou no filme A Febre do Rato e Serra Pelada. Na nova história, o ator representa um vaqueiro que sonha em ser estilista de moda. Confira a seguir a relação dos filmes do Festival.

Boi Neon – Gabriel Mascaro (Brasil, Uruguai, Holanda)

Mate-me por favor – Anita Rocha Da Silveira (Brasil, Argentina)

Madame Courage – Merzak Allouache (Argélia, França, Emirados)

A Copy of My Mind – Joko Anwar (Indonésia, Coreia do Sul)

Pecore in erba – Alberto Caviglia (Itália)

Tempete – Samuel Collardey (França)

The Childhood of a Leader – Brady Corbet (Inglaterra, Hungria, Bélgica, França)

Italian Gangster – Renato De Maria (Itália)

Wednesday, May 9 – Vahid Jalilvand (Irã)

Mountain – Yaelle Kayam (Israel)

A War – Tobias Lindholm (Dinamarca)

Interrogation -Vetri Maaran (Índia)

Free in Deed – Jake Mahaffy (EUA, Nova Zelândia)

Man Down – Dito Montiel (EUA)

Why Hast Thou Forsaken Me? – Hadar Morag (Israel, França)

Un monstruo de mil cabezas – Rodrigo Pla (México)

Taj Mahal – Nicolas Saada (França, Bélgica)

Interruption – Yorgos Zois (Grécia, França, Croácia)

O cantor inglês Elton John criticou o prefeito de Veneza (Itália) por uma série de medidas contra os livros infantis que elogiam as famílias formadas por casais homossexuais.

"A preciosa Veneza está afundando, sim, mas não tão rápido como o fanático (Luigi) Brugnaro (o prefeito", escreveu o cantor, que tem dois filhos com o marido David Furnish e possui uma residência em Veneza.

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Eleito em 15 de junho, após 30 anos de hegemonia da esquerda, o prefeito de centro-direita ordenou em julho que as bibliotecas das escolas retirassem 49 livros propostos pela administração anterior, incluindo alguns sobre a família moderna, com pais do mesmo sexo.

Como protesto, várias associações organizaram uma maratona de leituras dos 49 livros proibidos em 49 dias e iniciaram uma campanha para estimular a leitura de todos.

"Sejam rebeldes, leiam!", afirmaram.

O prefeito alega que cabe aos pais educar as crianças sobre os temas e não aos colégios. Por este motivo, se recusa a revogar a ordem.

"Estimado Elton John, você chega a insultar-me para sustentar seu ponto de vista. Acredito que você representa a arrogância do rico que pode permitir-se tudo", escreveu Brugnaro no Twitter.

O prefeito afirma que apesar do cantor ter comprado uma mansão em Veneza, nunca ofereceu recursos para salvar a cidade do problema de suas águas nem participou em sua complexa administração.

Em sua 71ª edição, o Festival de Veneza, o mais antigo evento do gênero no mundo, cozinha sua receita habitual: muitos concorrentes europeus, também muitos norte-americanos, alguns da Ásia. Os latino-americanos costumavam desfrutar de uma pequena parcela de consolação nesse banquete. Este ano, o jejum. Nenhum brasileiro, como já tem sido a regra nas últimas edições, mas também nenhum latino-americano. Se você for perguntar aos selecionadores da mostra as razões desta ausência, a resposta será padrão: não existem "cotas".

O critério único é a qualidade. Mas não é verdade. Pelo menos, não toda a verdade. Existem zonas de influência em todos os festivais e cinematografias periféricas só conseguem penetrar nesse clube fechado quando se tornam modas - que, como as modas, dificilmente duram mais de uma estação. Já houve uma moda argentina, depois veio o Chile, etc.

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No Festival de Veneza 2014 o Brasil comparece apenas com o curta Castillo y El Armado, uma animação gaúcha de Pedro Harres.

De qualquer forma, Veneza abre sua festa com um diretor mexicano - Alejandro González Iñarrítu - devidamente reciclado numa produção estadunidense. Birdman - or the Unexpected Virtue of Ignorance traz Michael Keaton como o artista que interpretava um super-herói e agora precisa lutar contra o próprio ego para salvar a família e a si mesmo.

Iñarrítu é diretor de talento, surgiu com um título forte, Amores Perros (Amores Brutos, no Brasil) e logo foi cooptado pela indústria do país vizinho. Birdman abre quarta-feira, 27, a Mostra e integra a competição pelo Leão de Ouro. Serão 20 longas em busca dessa bonita estatueta, uma das mais desejadas no calendário internacional do cinema.

Olhando-se a seleção mais de perto, nota-se que Alberto Barbera, em seu segundo ano à frente da Mostra, busca um equilíbrio entre nomes mais conhecidos e outros menos. Entre os primeiros, há o turco-alemão Fatih Akin (The Cut), o francês Xavier Beauvois (Le Rancon de la Gloire), o norte-americano Abel Ferrara (Pasolini), o russo Andrei Konchalovsky (The Postman White Nights) e o italiano Mario Martone (Il Giovane Favoloso).

Destes, a maior curiosidade talvez seja a despertada por Abel Ferrara e sua recriação da vida de Pier Paolo Pasolini, o cineasta, ator, escritor, poeta, ensaísta e polemista italiano, assassinado em 1975 na praia de Óstia por um garoto de programa. O poeta maldito, ícone de uma geração contestadora, será interpretado por Willem Dafoe, grande ator, sem dúvida, e corajoso na abordagem de papeis difíceis. Basta vê-lo em filmes de Lars Von Trier, por exemplo, como Anticristo, para saber do que é capaz. De Ferrara, por outro lado, espera-se que tenha recuperado a inspiração depois do horrendo Bem-Vindo a Nova York, em que faz Gérard Depardieu interpretar um caricato Dominique Strauss-Kahn, ex-diretor do FMI e ex-candidato a presidente da França caído em desgraça após acusação de assédio sexual nos Estados Unidos.

O italiano Mario Martone também se interessa por um personagem real - o poeta Giacomo Leopardi - em Il Giovane Favoloso. Lembremos que Leopardi foi fonte de inspiração para Federico Fellini em seu último trabalho, A Voz da Lua. No filme de Martone, quem encarna o poeta é o ator Elio Germano (de Nossa Vida).

Há nomes que dizem pouco, à primeira vista, como o do sueco Roy Andersson, que apresenta em Veneza um título tão insólito quanto A Pigeon Sat on a Branch Reflecting on Existence. Bem, mas quando lembramos que ele fez certo sucesso de estima entre o público da Mostra de São Paulo com o estranhíssimo, mas muito bom, Nós os Vivos, podemos esperar algo de original sobre um pombo pousado num ramo a refletir sobre a existência.

Da França vêm filmes em tese também muito interessantes, como este Loin des Hommes, de David Oelhoffen, com Viggo Mortensen. Trata da revolta argelina contra os franceses e se diz uma livre adaptação de Albert Camus, o grande escritor de A Peste e A Queda, entre outros.

Também francês é Three Hearts, de Benoît Jacquot, com Charlotte Gainsbourg, Catherine Deneuve e sua filha Chiara Mastroianni. Em todo caso, se elas vierem, charme não faltará ao Lido.

Enfim, atrações não faltam, mesmo fora de concurso, como O Velho do Restelo, que Manoel de Oliveira, o grande diretor português de 105 anos de idade, tirou da épica de Luis de Camões. Ou James Franco, que será homenageado com o prêmio Jaeger La Coutre e apresenta sua versão de O Som e a Fúria, de William Faulkner. Só Deus, ou o diabo, podem dizer o que Franco realizou com o texto magistral de Faulkner.

Veremos

Na entrevista coletiva concedida para a apresentação da edição deste ano, Barbera, ao responder à pergunta sobre o que se poderia esperar da seleção proposta, disse simplesmente: "o inesperado". Informou que os 55 longas-metragens inéditos, distribuídos pelas diversas seções do festival, foram escolhidos a dedo, a partir de 1500 filmes inscritos.

Disse que Veneza se via obrigada às vezes a descartar pretendentes muito bons, isso por ser um festival de tradição e muito seletivo - alfinetada na mostra de Toronto, que acontece simultaneamente do outro lado do Atlântico e é acusada de muito comercial pelos puristas. Esperemos, de nossa parte, que esse inesperado a que se refere Barbera seja composto de boas surpresas.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O documentário do italiano Gianfranco Rosi "Sacro Gra", que fala de personagens incomuns e poéticas da periferia de Roma, ganhou neste sábado o Leão de Ouro do Festival de Cinema de Veneza.

"Dedico minha vitória às pessoas de meu filme que me deixaram entrar em suas vidas. Algumas são protagonistas involuntárias", declarou Gianfranco Rosi.

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O Grande Prêmio do Júri foi entregue ao chinês Tsai Ming-Liang por "Jiaoyou".

"Miss Violence", do grego Alexandros Avranas, levou o Leão de Prata de melhor direção.

O filme grego também levou o prêmio de melhor ator para Themis Panou e o de melhor atriz foi para a italiana Elena Cotta, por "Via Castellana Bandiera".

Uma imagem está gerando polêmica. Parece impossível imaginar a cidade italiana de Veneza sem as famosas Gôndolas atravessando os canais. Por causa de um acidente na semana passada, que terminou com a morte de uma família alemã, foi aberto um debate sobre a convivência destes barcos com outros veículos aquáticos motorizados. Um vaporetto, espécie de balsa, fez uma manobra brusca para desviar de uma Gôndola e acabou empurrando outra contra a doca do grande canal. Os gondoleiros e os vaporettos trocam acusações e os turistas estão divididos.

Veja mais detalhes na reportagem da AFP:

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O novo menino prodígio do cinema, o canadense Xavier Dolan, 24 anos, convenceu nesta segunda-feira (2), no Festival de Veneza, com um intrigante thriller psicológico sobre identidade sexual, hipocrisia e mentiras, "Tom a la ferme", ovacionado por crítica e espectadores. Dolan, protagonista, um dos roteiristas e até montador do filme, uma adaptação da peça teatral de Michel Marc Bouchard, compete em Veneza com seu quarto longa-metragem, depois de ter recebido elogios e prêmios em Cannes desde sua estreia em 2009 com "Eu Matei a Minha Mãe".

O novo filme de uma das promessas do cinema mundial, que até agora falava sobre amores impossíveis, é uma obra madura sobre os mecanismos íntimos e perversos das relações, não apenas amorosas. Com ritmo impecável, combinado com suspense, tensão e drama, Dolan confirma o notável talento cinematográfico.

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"Um filme irresistível", definiu a crítica italiana, que já considera "Tom a la ferme" um dos favoritos para o Leão de Ouro. O filme narra a história do jovem publicitário Tom, interpretado por Dolan, que está profundamente deprimido com a morte do amante. Ele decide conhecer a família do companheiro falecido, que vive em uma fazenda, onde descobre que a mãe não sabia da orientação sexual do filho e estava convencida que o jovem tinha uma relação amorosa com uma garota, Sarah.

A partir deste momento, Tom entra em um macabro jogo de mentiras, ameaças e perversões com o irmão do namorado, Francis, que exige que el não revele a verdade para a mãe com o objetivo de evitar outro sofrimento. "É um jogo perigoso. Assumir o papel de outro pode mudar a pessoa. Mentir assim enlouquece Tom", explicou o cineasta.

Na fazenda isolada em meio à paisagem de Quebec, entre grandes campos de milho e uma longa estrada de ligação com a cidade, surgem ingredientes bem dosados por meio da trilha sonora de Gabriel Yared, que oscila entre obras clásicas e canções modernas: o suspense, o medo, o nervosismo e a angústia reinam como nos melhores filmes de Hitchcock. "Não pretendo inovar. Queria apenas contar a angústia dos personagens", explicou Dolan, que começou a dirigir filmes aos 18 anos e admite que não gosta de revelar de onde tira suas ideias.

"Para mim, a influência deve ser camuflada", afirma o diretor, um admirador cineastas como Pasolini, De Sica e Jonathan Demme. Poucas vezes na história a Mostra de Veneza selecionou para a competição oficial um diretor tão jovem, nascido em 1989. A idade de Dolan é um recorde desde a fundação do evento em 1932.

A imprensa recordou alguns dos cineastas jovens que exibiram filmes em Veneza, como Louis Malle, que aos 26 anos disputou o Leão de Ouro com "Os Amantes" em 1958, e outros estreantes com menos de 30 anos como Nanni Moretti e Emir Kusturica. "Quis contar a psicose de vários seres humanos que desejam colmar sua dor", resumiu o cineasta, elogiado também por "Amores Imaginários" (2010) e "Laurence Anyways" (prêmio de melhor atriz para Suzanne Clément em Cannes 2012).

Ele nega que o filme deseje abordar explicitamente o tema da homossexualidade e seus preconceitos. "É sobre as dificuldades para escapar do amor", resumiu o jovem cineasta.

Com o filme "Parkland", sobre o impacto emocional e a desorientação que o assassinato do presidente dos Estados Unidos, John F. Kennedy, em novembro de 1963, provocou entre seus colaboradores, a Mostra de Veneza revive neste domingo (1°)  um dos assassinatos políticos que marcaram a história do século XX.

O filme, dirigido pelo americano Peter Landesman, correspondente de guerra que estreia no cinema como diretor, concorre ao Leão de Ouro com o resgate daquela sexta-feira, 22 de novembro de 1963. A fita descreve as reações caóticas de todos aqueles que acompanharam e receberam o presidente ferido no Hospital Memorial de Parkland em Dallas, Texas.

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"Conto uma verdade visceral", reconheceu neste domingo o cineasta, que impregnou seu filme de sangue - "sangue do presidente", diz -, para relembrar esta tragédia moderna.

Ver Kennedy morrer deixaria uma marca indelével em todos aqueles que viveram a situação, como aconteceu com o ataque às torres-gêmeas de Nova York, em 2001. A equipe médica que o atendeu; o chefe do serviço secreto; o cinegrafista que, com uma câmera moderna de 8mm, fez o único e histórico filme do momento do disparo: a primeira-dama, Jacqueline, vestindo um elegante tailleur rosa, cujo chapéu fica manchado de de sangue.

Landesman usa as imagens do cinegrafista Abraham Zapruder, interpretado por Paul Giamatti, adquiridas com exclusividade na ocasião pela revista Life por 50.000 dólares e que deram volta ao mundo.

A reação desesperada do jovem médico Jim Carrico, interpretado pelo astro em ascensão Zac Efron, enquanto tenta salvar o presidente com uma massagem cardíaca, evoca a angústia e o sentimento de impotência que se abateram sobre a maior potência mundial.

"Não queria reproduzir essa época, mas fazer um filme contemporâneo sobre as repercussões da violência", explicou Landesman, que filma como um cronista, mostrando fatos e reações heroícas diante de um acontecimento extraordinário, sem oferecer interpretações, nem fazer questionamentos políticos.

"O assassinato de Kennedy precisava ser contado do ponto de vista das pessoas comuns", disse o diretor durante entrevista coletiva. "Trata-se de histórias de pessoas comuns que se tornam heróis", explicou um dos produtores, Matt Jackson, que trabalhou no projeto junto com o astro Tom Hanks.

Baseado no romance de Vincent Bugliosi, intitulado "Reclaiming History: The Assassination of President John F Kennedy" ('Resgatando a História: o assassinato do presidente John F. Kennedy'), o longa também relata a reação da mãe e do irmão de Lee Harvey Oswald, único acusado pelo crime, assim como sua morte no hospital naquele fim de semana.

Diante desta ferida ainda aberta para os americanos, Landesman considera necessário analisar as razões que teriam levado Oswald a "apertar o gatilho", explicou. "Falou-se por 50 anos da conspiração, mas não das razões pelas quais Oswald atirou", sustenta o diretor, que optou por concluir seu filme, uma espécie de ficção documentada, com o desolador enterro do assassino, para quem nem mesmo o pessoal do cemitério queria trabalhar.

Uma proposta muito diferente daquela apresentada no bem sucedido filme "JKF" (1991), de Oliver Stone.

"Gravity", filme de ficção científica dirigido pelo mexicano Alfonso Cuaron e estrelado por George Clooney e Sandra Bullock, abrirá nesta quarta-feira à noite o 70º Festival de Veneza, o mais antigo festival de cinema do mundo.

Críticos e jornalistas receberam muito bem este filme de ação cheio de suspense, que foi aplaudido após sua projeção no Lido, ilha da célebre laguna onde o festival é realizado a casa ano.

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Após uma violenta tempestade durante a noite, Lido onde Luchino Visconti filmou "Morte em Veneza", acordou sob o sol e à espera das primeiras estrelas, incluindo George Clooney e Sandra Bullock que vão cruzar o tapete vermelho para a abertura oficial do festival esta noite.

Fora de competição, "Gravity" apresenta um astronauta em fim de carreira (George Clooney) e uma especialista em engenharia médica (Sandra Bullock), largados no espaço, sem esperanças de serem resgatados após a destruição de sua nave espacial.

Fazendo com que o espectador passe simultaneamente do interior do capacete de cada astronauta ao exterior, no espaço sideral, o diretor consegue criar as sensações de asfixia e ansiedade sentidas pelos protagonistas, o que é reforçado pelo 3D.

Várias vezes indicado ao Oscar e premiado duas vezes em Veneza, Alfonso Cuaron, de 51 anos, ganhou reputação internacional e é considerado um dos mais talentosos diretores mexicanos de sua geração junto a Guillermo del Toro e Alejandro González Iñárritu. Seu mais recente filme "O Filho do Homem", foi em 2006.

No total, cinquenta filmes realizados por diretores consagrados do cinema mundial, bem como por jovens talentos, serão apresentados nos 10 dias de festival.

Vinte filmes, aos quais será somado um filme "surpresa", vão competir pelo Leão de Ouro, que será concedido em 7 de setembro por um júri presidido por Bernardo Bertolucci, de 73 anos, e composto, especialmente, pelas atrizes francesa, alemã e americana Virginie Ledoyen, Martina Gedeck e Carrie Fisher (Star Wars).

Questionado pela AFP sobre a seleção oficial, à margem do festival, Bernardo Bertolucci considerou que a Mostra "tira sua força dos riscos que assume", garantindo estar "ansioso para ver todos os filmes programados".

Se o glamour estará presente no tapete vermelho este ano com uma forte presença de cineastas e estrelas de peso (Sarlett Johansson, Nicolas Cage, Matt Damon...), o Festival se anuncia sombrio do ponto de vista dos temas abordados, reflexo de crises "econômicas, sociais e familiares" no mundo, alerta o diretor do festival, Alberto Barbera.

Disputam o Leão de Ouro o diretor britânico Stephen Frears ("Filomena") e Terry Gilliam ("The zero theorem"), o israelense Amos Gitai ("Ana Arabia") e o japonês Hayao Miyazaki ("Kaze Tachinu"), único asiático em competição com o cineastra de Taipei Tsai Ming-Liang ("Jiaoyou").

O diretor Philippe Garrel representará a França em competição com "La jalousie", uma história de amor e casal, com dois de seus filhos Esther e Louis Garrel, e a atriz Anna Mouglalis.

Thierry Ragobert, ex-colaborador de Cousteau, fechará o festival, também fora de competição, com "Amazônia", uma ficção animal em 3D.

É a Itália que terá a honra de abrir a competição quinta-feira com a grande diretora de teatro Emma Dante, que irá apresentar o seu primeiro filme, "Via Castellana Bandiera", que trará 24 horas da vida de duas mulheres que se recusam a ceder passagem ao volante de seus carros.

Também competindo quinta-feira: "Tracks", co-produção australiano-britânica do diretor americano John Curran, adaptado de um romance de Robyn Davidson, estrelado por Mia Wasikowska ("Stoker") e Adam Motorista ("Lincoln", "Frances Ha"): a travessia do deserto australiano, no final dos anos 70, de uma jovem mulher acompanhada por quatro camelos.

Um turista alemão morreu neste sábado (17) em Veneza, na Itália, após a gôndola em que estava colidir com uma balsa que transportava passageiros pelo Grande Canal da cidade, informaram autoridades locais. Aparentemente, o homem foi esmagado entre as duas embarcações.

De acordo com uma porta-voz da polícia, o condutor da balsa estava parando a embarcação no cais e aparentemente não viu a gôndola, que carregava cinco membros de uma família alemã de turistas.

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A filha da vítima fatal, de três anos, foi hospitalizada em Pádua após sofrer ferimentos no rosto e na cabeça. As informações são da Associated Press.

A fábrica de pipocas, Veneza, no bairro de Afogados, na Zona Sul do Recife, foi atingida por um incêndio de grandes proporções, segundo o Corpo de Bombeiros, na noite desta quarta-feira (7). Ainda de acordo com os agentes não há feridos e duas viaturas da equipe foram encaminhadas para o local.

Os Bombeiros ainda não souberam informar se as chamas foram provocadas intencionalmente ou acidentalmente.

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O filme Fausto, adaptação do russo Alexander Sokurov do clássico de Goethe, venceu o Leão de Ouro do 68º Festival de Veneza. Neste filme, o personagem tem uma enorme vontade de saber e de poder e faz todos os esforços para alcançar seu objetivo.

O Leão de Prata ficou com Cai Shangjun pela direção de Ren Shan Ren Hai. A história é a de uma vingança, com o personagem perseguindo o assassino do seu irmão. Terraferma, do italiano Emanuele Crialese, ficou com o Prêmio Especial do Júri.

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