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Moradores da Vila dos Milagres, no bairro do Barro, Zona Oeste do Recife, bloquearam um trecho da BR-101 na manhã desta terça-feira (7) para cobrar atenção da Prefeitura do Recife para uma barreira com risco de deslizamento. O protesto interditou parcialmente os dois sentidos da rodovia.

O ato que chama atenção para a integridade das famílias que moram no local ocorre no km 73, próximo a Karne e Keijo. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o fluxo segue em uma faixa no sentido Paulista e os veículos no sentido Ceasa passam pelo acostamento.

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A todo tempo procurando corpos, entregando marmitas, carregando cestas básicas e dando atenção e suporte a toda a comunidade que o conhece, Aslan Farias da Costa, de 31 anos, mais conhecido como Ban, e que está desempregado, é morador da Vila dos Milagres, no Ibura, Zona Sul do Recife, desde quando nasceu, e foi um dos principais responsáveis por conseguir salvar as poucas vidas (duas) sobreviventes da tragédia anunciada das barreiras de Vila dos Milagres

À reportagem, Ban contou ter acordado no sábado (28) de manhã com o estrondo da primeira das três barreiras que desabaram devido às fortes chuvas no Recife e a ausência do Estado, que deixou 128 pessoas mortas. "Abri a porta para ver se tinha sido a casa da minha vizinha do lado esquerdo, e com menos de um minuto eu escutei meu amigo gritando pela mãe. Já corri, não pensei duas vezes em ajudar e orientei ele a não pisar nos fios para não levar choque. Fiquei gritando junto com ele e a população chegou junto. Conseguimos retirar a mãe e o padrasto dele, mas já estavam em óbito". Por pouco a sua casa não foi atingida e além dele, a esposa e a filha de 3 anos estão salvas.  

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Invadido pelo sentimento de solidariedade, impulsividade e empatia, ele ressaltou que não tem como explicar o que viveu. "Não tenho como explicar. De imediato, a minha reação e atitude foi pensar em mim mesmo, porque se fosse na minha casa, os meus amigos poderiam fazer a mesma coisa. A turma aqui ia fazer do mesmo jeito que eu tô fazendo e todos estão fazendo pelos soterrados". 

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"No primeiro desabamento foram dois corpos, que foi o casal de idoso. No segundo, a gente retirou logo cedo e com vida a minha amiga Joice, com o braço e um pouco da cabeça para o lado de fora. Quando a gente retirou ela, que botou para fora o barro que estava na garganta, ela falou: 'meu esposo tá ali, tira ele'. A gente tentou, tentou, tentou, mas quando retiramos, ele já estava em óbito. A pancada na cabeça foi muito grande. Em seguida, achamos outro rapaz que também tá vivo", detalhou. 

De acordo com Ban, a barreira e a chuva foram tão devastadoras que não daria tempo do socorro chegar para ajudar. "A barreira veio com muita força e muita chuva. Mesmo se os bombeiros tivessem chegado de imediato não tinha como. É impossível ter pego mais gente com vida lá porque é muito barro, muito escombro. A barreira é grande demais. Se tivessem chegado com 10, 15 minutos, iam encontrar os corpos em óbito mesmo. Os corpos estavam todos machucados, cortados".

"Cena de filme", descreveu ele ao falar do ocorrido. "O sentimento é de tristeza, não tem outro para dizer. É muito difícil, tanto que eu travei total quando fui para o segundo desabamento. Depois, voltei a si e comecei a ajudar de novo. Depois chegou a retroescavadeira e começamos a trabalhar junto com ela em orientação dos bombeiros", disse. 

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Todo mundo se conhecia na comunidade, também conhecida como Buracão, pois é o que parece ser vista de cima. "Aqui é muito pequeno, a gente conhece todo mundo e o dia a dia de todo mundo. Tô tirando forças de Deus mesmo, ele que tá me dando força para poder prosseguir. É uma coisa inexplicável, não desejo isso a ninguém. Não tô conseguindo dormir porque qualquer barulho eu já penso que tá caindo casa. Só vou parar quando Deus me disser, 'relaxa, meu filho, descanse". Eu sinto como se fosse comigo o que as famílias estão passando, que a minha vai passar igual", expressou ele, que perdeu vários amigos e conhecidos no mês do próprio aniversário.  

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"A gente mora em barreira porque é o que a gente pode fazer", ressaltou, ao afirmar, em recado aos governantes, que as lonas plásticas "não servem de nada". "Esqueça esse negócio de lona, esqueça. Lona não ajuda, não. Lona só faz adiar a morte da pessoa que mora em barreira, só isso. É inexplicável, todas as barreiras tinham lona e mesmo assim caiu. Ela nunca foi eficaz para segurar a força da natureza. Tenho fé que os governantes vão olhar mais para cá, vão. Espero que eles olhem mesmo, pelo o que houve esse fim de semana no Ibura e nos outros cantos. É um apelo que eu faço para que olhem mais para a sociedade pobre. A gente precisa de ajuda, muita ajuda. Tem muita gente que mora em lugares piores", pediu. 

"Pernambuco tá de luto em peso. É um trauma geral. E isso tá marcado. Quando a gente viu os vídeos, a barreira caindo é a mesma situação de Brumadinho", lamentou. 

O morador de Vila dos Milagres, no bairro do Ibura, Jhonatan Jurandir, está arrecadando verba para pagar o aluguel dos moradores da comunidade, que precisam deixar o local, devido ao grande risco de mais deslizamentos de barreira. De acordo com o morador, a barreira apresentou barulhos fortes, na manhã desta terça-feira (31). 

“O medo da gente é que caia no efeito dominó. Não estamos nos confiando, estamos assustados, com medo. Não queremos mais estar aqui, mas não temos para onde ir. A gente sabe que é muita gente para a prefeitura dar suporte. Mas não temos condições, estamos totalmente dependentes da prefeitura”, relatou Jhonatan sobre a situação do local.

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Além do aluguel, o morador chama atenção pela necessidade de água do local. “Por mais que muita gente não tenha perdido casa, a gente precisa de água. Aqui não tem água encanada. Chega o caminhão pipa, mas não supre nossas necessidades. Precisamos de água mineral, todos tem sede”, enfatizou. 

Para solucionar o problema, Jhonatan está arrecadando dinheiro em suas redes sociais, para pagar o aluguel de uma casa para essas pessoas se abrigarem, por pelo menos três meses. No Instagram, as arrecadações estão sendo feitos através da chave pix “contato.milagres22@gmail.com”. 

*Com informações Alice Albuquerque 

 

Na tarde desta quarta-feira (1º), o Corpo de Bombeiros encontrou mais um corpo de vítima dos deslizamentos de barreira na Vila dos Milagres, na Zona Oeste do Recife. No local, duas pessoas ainda continuam sendo procuradas.

Os oficiais não deram detalhes de quem era a vítima, que já foi levada para o Instituto Médico Legal (IML). O último balanço do Centro Integrado de Comando e Controle Regional (CICCR), vinculado à Secretaria de Defesa Social (SDS-PE) na manhã de hoje havia confirmado 106 óbitos confirmados e 11 pessoas desaparecidas.

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Com mais uma vítima fatal sendo encontrada na Vila dos Milagres, esses números devem ser atualizados no próximo balanço do CICCR, passando para 107 mortes e 10 pessoas desaparecidas.

A Defesa Civil informou que foi comunicada do desaparecimento de um senhor de 70 anos em um sítio, na zona rural de Limoeiro, após um deslizamento de terra. As buscas foram iniciadas de imediato. Além desses locais, há atuação ainda em Jaboatão Centro e Paratibe (Paulista), onde duas pessoas teriam sido levadas pelas enxurradas. 

Do quadro geral dos nove desaparecidos, dois estariam na Vila dos Milagres (Barro) e o restante, no Curado IV (2), Areeiro (1), Paulista (1), Jaboatão Centro (1) e Limoeiro (1). 

Nesta terça-feira (31), o Corpo de Bombeiros de Pernambuco encontrou mais três vítimas soterradas após deslizamento de barreira na Vila dos Milagres, no bairro Barro, Zona Oeste do Recife. Entre os corpos, de acordo com a corporação, estava de uma menina de seis anos.

Ela foi achada abraçada com a mãe, que também foi encontrada sem vida. Ao LeiaJá, o major Rafael, do Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco, contou que a hipótese é que haveria seis vítimas soterradas, entre eles um casal e a menina. "A criança estava bem próxima da mãe e parecia estar abraçada. Provavelmente o pai estava bem próximo também, ou seja, os três estavam no mesmo cômodo", disse.

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O major também apontou sobre a possibilidade de haver mais vítimas no local, um menino que pode ser primo da criança encontrada, assim como, uma senhora e o neto dela. "A busca está sendo abrangida", explicou o Major. A procura pelas demais vítimas ainda não foi encerrada. "A gente está trabalhando 24 horas aqui sem cessar desde sábado e vamos continuar até encerrar e acharmos todos os corpos", ressaltou.

Ao telefone, revelando bastante desgaste emocional, Iraci Maria dos Santos diz que tinha esperança no começo. Na última terça-feira (20), quase dois meses depois do desaparecimento do filho, ela ainda tentou contato com ele via WhatsApp. Ele não respondeu. “A mensagem foi enviada, ele só não abriu. Apareceu lá que ele recebeu”, conta.

Na madrugada do dia 24 de agosto, a Polícia Rodoviária Federal em Pernambuco (PRF-PE) postou no Twitter: “RODOVIA BR 101, KM 76, SENT. CRESCENTE, PARCIALMENTE INTERDITADA. LOCALIDADE DE ÁGUA MILAGROSA/PE. CERCA DE 20 MANIFESTANTES. PRF NO LOCAL”. 'Água Milagrosa, é a Vila dos Milagres, comunidade do Ibura, na Zona Sul do Recife.

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Cerca de uma hora depois, outra postagem: “ENCERRADA A INTERDIÇÃO NO KM 75 DA BR 101. Equipe PRF no local auxiliando o retorno do trânsito à normalidade”. Porém, não demorou muito e às 6h32 a PRF voltou a tuítar: “NOVA INTERDIÇÃO: BR 101, km 75, sentido crescente (Recife-Cabo), moradores da comunidade Água Milagrosa. Pneus queimados. PRF em deslocamento”. O protesto foi ficando cada vez mais intenso. No dia seguinte, o ato terminou com um ônibus incendiado.

A manifestação que começou tímida, com cerca de 20 manifestantes, estava relacionada a uma situação até então não resolvida. Naquele dia 24 de agosto já se completavam dois dias do sumiço de Aleff dos Santos Pereira, de 17 anos. Na Vila dos Milagres, todos o conhecem como Neguinho. A quinta-feira, 22 de outubro, marca os dois meses do desaparecimento.

O sumiço de Aleff está repleto de versões, interpretações, discordâncias e incertezas. Contada por Iraci, sua mãe, a história é como um jogo de quebra-cabeças com muitas peças faltando e outras peças querendo ocupar o mesmo espaço no jogo. Tentando descobrir onde seu filho se meteu, Iraci ouviu muita gente e construiu uma versão cheia de remendos. 

Aleff estava morando havia cerca de 15 dias no bairro do Jordão, também na Zona Sul da capital. Tão recente que não deu tempo de chegar o perfume que sua mãe havia pedido no catálogo da Avon antes ainda da mudança. No dia 22 de agosto, dia em que desapareceu, Aleff havia ido buscar o produto na casa da revendedora de cosméticos, no Buracão.

O Buracão é uma comunidade dentro da Vila dos Milagres, com condições sanitárias críticas. Formada, basicamente, por uma ladeira estreita, com casas apertadas à beira de um canal que acompanha todo o percurso. Para ir de um lado a outro da rua, é necessário passar por algumas das pontes improvisadas espalhadas no caminho. Outra moradora, que também prefere não se identificar e participou dos protestos, afirma ter visto Neguinho na manhã daquele dia 22 de agosto, conversando com amigos da comunidade.

O adolescente era conhecido por sua extroversão. Ao conversar com quem o conhecia, a sensação é de que era querido por todos. Naquela data, ele tinha dito a *Maria, moradora do Buracão, que almoçaria na casa dela, mas terminou almoçando na casa de *Lúcia, outra moradora do local. À tarde, segundo Lúcia, Neguinho disse que ia descer para a entrada da comunidade, à margem da BR-101. Ela não voltaria a vê-lo.

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Espancado e levado por supostos policiais

De acordo com moradores, Aleff estaria na margem da BR-101 manuseando seu celular, quando foi abordado por pessoas em um Sandero prata, que o levaram. No protesto do dia 25 de agosto, os manifestantes gritavam que a polícia havia levado Aleff. “Vieram aqui em casa dizer: ‘a polícia pegou Neguinho ali embaixo'”, lembra Lúcia. “Disseram que levaram ele pra casa da prima e arrombaram a porta. Bateram tanto nele... O que o povo fala é que ele saiu da casa praticamente morto”, conclui.

Segundo informações de populares, as pessoas que teriam abordado Neguinho subiram com o menor por uma ladeira paralela ao Buracão, onde é possível o tráfego de carros, e desceram com ele pela ladeira do Buracão até a casa de sua prima, onde forçaram a entrada. Neste percurso, Aleff teria sido duramente espancado.

Maria conta que ouviu gritos do lado de fora da sua casa. “Eu achava que eram meninos brincando de papagaio”, lembra. Ela logo percebeu que havia algo errado quando ouviu vozes raivosas. Morando a poucos metros da casa da prima de Aleff, Maria colocou a cabeça para fora, para saber o que acontecia. De acordo com ela, três homens forçavam entrar na casa, enquanto o menor estava sentado nos degraus, gritando de dor. Ela não consegue ter certeza se o adolescente estava ferido, mas acredita que sim, já que ele se lamentava bastante.

A testemunha viu apenas três homens com Neguinho, mas a maioria dos relatos aponta quatro. Segundo a moradora, eles estariam vestindo camisa social, distintivo da Polícia Civil, e um deles usava balaclava (touca ninja que cobre praticamente todo o rosto, impedindo a identificação). Além disso, de acordo com a senhora, o grupo teria se apresentado como polícia aos populares que presenciaram o acontecido.

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Em busca dos culpados

O grito de protesto contra a polícia, entoado na manifestação do dia 25 de agosto, foi estremecido quando um policial indagou “Vocês pensam que é difícil comprar um distintivo como esse da polícia?”. A dúvida persiste: seriam mesmo policiais os homens que levaram Neguinho? Iraci, mãe de Aleff, ainda suspeita da polícia. O sentimento da população é resumido por Lúcia: "O que a gente teme é a polícia, o senhor acredita? Não é nem a marginalidade do mundo".

Antes do dia em que levaram seu filho, num período de cerca de dois meses, Iraci recebeu três visitas policiais. Na primeira vez, conduziram Aleff à Unidade de Atendimento Inicial (UNIAI) da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase), por envolvimento com o tráfico de drogas. De acordo com Iraci, os policiais arrombaram a porta de sua casa, quebraram muita coisa dentro da residência e bateram nele na frente das pessoas. O menor passou apenas uma noite na UNIAI, a mãe lembra.

Na vez seguinte, Aleff não estava em casa. Em seu relato, a mãe afirma que nesta ocasião o policial foi bastante educado. Falando “com licença” e “por favor”, pediu para ver alguns documentos e alertou que um suspeito havia informado que Neguinho continuava envolvido com o tráfico.

A terceira visita policial foi completamente diferente. Iraci afirma os policiais procuravam Aleff novamente, mas, como não o encontraram, levaram o irmão do jovem, Alexander, de 19 anos. “Não eram os mesmos policiais”, destaca. Ainda segundo ela, os policiais pediram R$ 3 mil para soltar Alexander, mesmo sem nenhuma acusação contra o mesmo. Iraci conseguiu R$ 2 mil emprestado – dinheiro que paga em parcelas até hoje – e disse ter chorado muito para que os agentes aceitassem o valor. Os policiais marcaram o local de encontro fora da delegacia. “Podem ter sido esses policiais corruptos que pegaram o meu filho”, suspeita.

Sem informações

A delegada Gleide Ângelo, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que em 2015 investigou e resolveu casos de desaparecimento de bastante repercussão como o da estudante Vaniela e o assassinato da jovem Maria Alice, seria a responsável pelo caso. Como Gleide estava de férias, o caso foi designado em caráter especial para o delegado Cláudio Castro, titular do Grupo de Operações Especiais (GOE).

Iraci reclama que, após depor para o delegado, não teve mais informações sobre o caso. O delegado recomendou que ela fosse até o Instituto de Medicina Legal (IML) de Alagoas, onde cerca de oito corpos estariam lá desde o dia do rapto do seu filho esperando reconhecimento. Ela foi, mas não conseguiu checar.

Conforme Iraci, o delegado de Alagoas disse que o caso era do Recife e ela não tinha autorização para ver os corpos. A doutora responsável por fazer exames de DNA estava ausente no dia. Iraci não tinha dinheiro para passar mais uma noite na cidade. Voltou. 

“A polícia tem tudo em mãos, mas não diz nada. Várias pessoas sumiram e foram encontradas. Uma fazia faculdade de direito, a outra tinha algum diploma ou coisa parecida. Só com Aleff que eu não vejo resultado. Só porque ele já teve envolvimento com droga, mas mesmo assim é um ser humano, já pagou pelo erro dele”, a mãe lamenta.

A mulher não sabe se foi polícia, mas crê que Neguinho tenha sido levado por conta do tráfico de drogas. “Pelo que eu soube, ele foi entregar, vender, alguma droga a eles”, diz, ressaltando que ouviu isso de uma pessoa que teme prestar depoimento à polícia. “Mas eu passei isso tudo pro GOE”, complementa. A tentativa de invadirem a casa da prima de Aleff, portanto, seria para procurar a suposta droga. 

O mistério de quem levou Aleff tem mudado a rotina das pessoas. A família dele, que morava no Buracão e teve a entrada da casa forçada, se mudou. Ingrid, dos produtos da Avon, também se mudou. Alexander deixou a escola e o emprego. Iraci, mesmo tendo deixado a Vila dos Milagres há pouco, se mudou. Ela já havia se mudado para o Jordão para afastar o filho das más influências.

O LeiaJá não conseguiu falar com o delegado Cláudio Castro sobre o andamento das investigações. A assessoria de imprensa da polícia civil informou que ele só se posicionará sobre o caso quando finalizar as investigações.

Iraci, que já se diz sem esperanças, continua esperando a resposta no WhatsApp.

*Os nomes foram trocados para preservar a identidade

Um grupo de moradores da comunidade Vila dos Milagres, no bairro do Ibura, Zona Sul do Recife, está revoltado com o desaparecimento do jovem de 17 anos, Alef dos Santos, que reside no local e é conhecido como neguinho. Vizinhos afirmam ter visto o garoto ser espancado e levado pela polícia no último sábado (22). 

De acordo com os relatos, os dois policiais que levaram o garoto não estavam fardados, mas possuíam o distintivo. Eles teriam agredido o rapaz dentro da própria casa, onde foi encontrado sangue. O capitão Clécio Luiz, da Polícia Militar, descarta a hipótese de que tenha sido um PM. “Todos os policiais militares trabalham fardado, portanto, de acordo com a história contada, não tinha como ser um dos nossos policiais”.

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Segundo familiares, o adolescente já tinha sido abordado por policiais antes. Ele já foi pego com drogas, mas não em quantidade suficiente que caracterizasse tráfico. A mãe, dona Iraci Maria dos Santos, tem certeza de que ele foi alvo de uma perseguição injusta e pede que o jovem seja localizado "vivo ou morto".

Assista abaixo a entrevista:

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Nesta segunda-feira (24), moradores fecharam a BR-101 duas vezes com o uso de pneus em chamas. O motorista do ônibus relatou que pelo menos 30 pessoas encapuzadas usaram violência para fazer o veículo parar. Pedras, pedaços de pau e canos foram usados para quebrar o vidro. Algumas pessoas se machucaram, mas nenhuma quis dar depoimento.

*Com informações de Líbia Florentino 

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Um ônibus da empresa Vera Cruz foi incendiado durante protesto na BR-101, na manhã desta terça-feira (25), no bairro do Ibura, na Zona Sul do Recife. Uma viatura do Corpo de Bombeiros foi acionada para conter as chamas. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), ninguém ficou ferido. Um trecho da rodovia ficou bloqueado no sentido Recife/Jaboatão dos Guararapes. Mesmo após o fim do ato, o trânsito continua muito complicado na localidade. 

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O protesto foi realizado por moradores da Vila dos Milagres, por conta do desaparecimento de um jovem de 17 anos, residente da comunidade, no último sábado (22). O garoto teria sido levado pela polícia. Nesta segunda-feira (24), o mesmo grupo fechou a rodovia duas vezes com o uso de pneus em chamas. 

A Secretaria Executiva de Defesa Civil está trabalhando para conter uma erosão na Vila dos Milagres, situada na Cohab, zona sul do Recife. Os serviços serão executados de forma emergencial para  evitar situações de risco para os moradores, na área de aproximadamente mil metros quadrados de extensão.

A recuperação do acesso da rua já foi realizada, além da regularização do terreno e da drenagem com a instalação de um tubo para conduzir a água até a canaleta de forma a evitar o agravamento da erosão. A remoção de entulhos , lixo da barreira e intervenções nas redes hidráulicas com apoio da Compesa também já foi realizada no local.

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O próximo passo é aplicar a geomanta impermeabilizante de PVC na barreira – tecnologia com mais durabilidade e resistência aos impactos da chuva que a lona plástica e garantia de cinco anos. 

Os equipamentos eletrônicos que medem a velocidade da rodovia BR-101/PE, próximo a Vila dos Milagres, foram desligados por causa do rompimento do laço magnético que registra a velocidade de veículo.

Segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT), o rompimento se deu por conta dos serviços de recuperação do pavimento que estão sendo executados em trechos do Contorno do Recife. A previsão é de que até o início de setembro os equipamentos já estejam em pleno funcionamento.

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Um atropelamento com vítima fatal, ocorrido na tarde desta quinta-feira (22), está provocando um protesto. A manifestação está sendo realizada na BR-101, na altura da comunidade Vila dos Milagres, no bairro do Ibura, Zona Sul do Recife.

De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), viaturas foram enviadas ao local para acompanhar a manifestação. O órgão não soube informar a identificação da vítima do acidente.

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