Jacqueline Silva

Jacqueline Silva

Meio ambiente e sustentabilidade

Perfil: Bióloga, Mestre em Gerenciamento Costeiro e Doutora em Oceanografia, é coordenadora geral dos cursos de graduação da Unidade Acadêmica de Serra Talhada da UFRPE e coordenadora do Museu de Oceanográfico do Sertão.

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Eleição rima com poluição

Jacqueline Silva-Cavalcanti, | sex, 05/10/2012 - 09:12
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Foto: Jacqueline Silva-Cavalcanti

Há menos de três dias para o pleito a prefeito e vereador, as cidades vivenciam a intensificação das atividades de propaganda eleitoral. Mesmo com as recentes restrições feitas pelo Tribunal Eleitoral, algumas das atividades de campanha realizadas pelos candidatos deixam nosso ambiente ainda mais poluído.

Este ano, no Recife temos oito candidatos a prefeito e mais de 800 candidatos a vereador lutando palmo a palmo os espaços nas calçadas com banners de divulgação, nos sinais, na entrega dos santinhos e nas ruas com os carros de alto-falantes. Toda essa movimentação resulta em poluição visual, sonora e acaba por deixar centenas de papéis e adesivos nas ruas.

A poluição visual pode ser definida como o excesso de elementos ligados à comunicação visual (como cartazes, anúncios, propagandas, banners, totens, placas, etc) dispostos em ambientes urbanos. O excesso de candidatos e o modismo dos banners nas calçadas, resultou em calçadas tomadas por inúmeros banners que além de proporcionar um desconforto visual neste local, dificultam a mobilidade dos pedestres. Volta-se a questão de que o problema não é a propaganda em si, mas seu descontrole.

A emissão de sons e ruídos em níveis que causam incômodos às pessoas e animais e que prejudicam, assim, a saúde e as atividades humanas, também se enquadra perfeitamente no conceito de poluição legalmente aceito no Brasil. Quem neste último mês não estava estudando, assistindo a um programa de televisão ou ainda conversando com os amigos, quando um carro de som permaneceu por algum tempo com aquele “jingle chiclete” que atrapalha tudo que você está fazendo ou planejava fazer naquele minuto? Esses relatos estão contra a lei Federal, mas como não há controle, nem tão pouco fiscalização para  controlar os abusos, principalmente neste período eleitoral, a população é afetada e se vê coagida a aceitar.

Da mesma maneira, os santinhos entregues e rapidamente descartados nas ruas do Recife e das cidades que permitem este tipo de atividade ficam ainda mais vulneráveis a contaminação. Vários desses santinhos vão ser responsáveis pelo aumento dos investimentos em limpeza urbana, bem como por entupir as galerias e provocar alterações na estética ambiental de vários ambientes públicos que concentram pessoas como parques, praças e praias.

Essas reflexões são essenciais que se repense as regras da propaganda eleitoral para torna-las mais sustentáveis. É importante também que a palavra sustentável seja avaliada pelos eleitores, pois muitos dos nossos candidatos usaram esta palavra como mote de suas campanhas, mas as atitudes não demonstraram sustentabilidade ou ainda preocupação com o meio ambiente. Uma maior fiscalização do Tribunal Eleitoral durante este período ajudará na diminuição da poluição, bem como dos gastos públicos com a limpeza urbana.

Construções sustentáveis

Jacqueline Silva-Cavalcanti, | qua, 19/09/2012 - 00:04
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Nos últimos anos, muito se fala em sustentabilidade e novas tecnologias estão sendo geradas em todos os campos para tentar otimizar o uso dos recursos naturais. O desenvolvimento de tecnologias também vem se consolidando na indústria da construção civil.

Vários modelos de casa sustentáveis têm sido desenvolvidos em todo o mundo, e cada vez mais casas se adéquam a padrões ecológicos de construção.  Uma Construção é considerada como sustentável ou denominada de construção sustentável quando um conjunto de práticas é adotado antes, durante e após os trabalhos de construção civil com o intuito de obter uma edificação que não agrida o meio ambiente, obtendo, como resultado principal, conforto térmico sem a necessidade de consumo de energia, por exemplo.

Além disso, estes tipos de construção têm como objetivo primordial proporcionar a melhoria na qualidade de vida dos seus moradores através de materiais e técnicas que garantam uma maior eficiência energética. Alguns exemplos de medidas que deixam a casa mais verde são sistemas de energia solar e eólica para abastecimento energético, telhado verde, cisterna, emprego de ecomateriais, reuso de materiais provindos de demolições, equipamentos e peças construtivas que visam o consumo reduzido de energia e água, como soluções tecnológicas e inteligentes para promover o bom emprego e a economia de recursos finitos.

A ideia da construção sustentável está bem representada em países como Estados Unidos, Japão e os da Comunidade Europeia. Para aumentar o número de adeptos a ideia, esses países criaram incentivos para os empresários ou pessoas comuns que optem por construções ecologicamente corretas, principalmente no campo da redução do consumo de energia. Nos Estados Unidos já existem padrões reconhecidos internacionalmente como a “LEED” (Leadership in Energy and Environmental Design), a “Green Build Initiative” e o “Archicteture 2030” cada um com seus próprios padrões de construções sustentáveis.

No Brasil o Instituto para o Desenvolvimento da Habitação Ecológica (IDHEA) provê soluções para construções sustentáveis através de incentivos fiscais para as construções que utilizem práticas para reduzir o impacto ambiental.

Dentro desta proposta, o Sindicato da Indústria de Construção Civil no Estado de Pernambuco (Sinduscon/PE) promove, entre os dias 19 e 21 de setembro, o V Seminário Pernambucano de Construção Sustentável, em conjunto com a Revista Construir Nordeste e a Secretaria de Recursos Hídricos e Energéticos do Estado de Pernambuco. A quinta edição do fórum tem como principal objetivo conscientizar a cadeia produtiva da construção civil para as vantagens da utilização de materiais de menor impacto ambiental, bem como medidas e soluções de reaproveitamento de resíduos e gestão dos recursos usados nas obras e as certificações energéticas. Na programação, será abordado o tema das cidades sustentáveis, além de serem discutidas soluções para que o Recife alcance esse patamar. Mais informações estão disponíveis no site http:www1.sindusconpe.com.br .

 

Dia mundial de limpeza dos rios e praias

Jacqueline Silva-Cavalcanti, | sex, 14/09/2012 - 16:34
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A disposição de rejeitos da sociedade em ambientes aquáticos é antiga, pois se acreditava que era uma maneira fácil de se destinar o lixo produzido. Rejeitos lançados em rios e mares eram “facilmente assimilados” pois desapareciam facilmente da visão humana, criando o mito da capacidade assimilativa infinita desses ambientes. O aumento da população mundial, o surgimento de materiais sintéticos persistentes e o consumo excessivo da sociedade alteraram ao longo dos anos tanto a natureza quanto a quantidade e a distribuição dos rejeitos na superfície do planeta. Uma simples contemplação a uma praia ou um rio é possível observar objetos flutuando descaracterizando a unidade natural. Quando o lixo não é destinado corretamente, acaba por chegar aos rios e praias, deixando-as sujas, feias e atraindo vetores que podem vir a transmitir doenças ao homem, além de ser risco eminente aos animais que vivem nos ecossistemas aquáticos.  Desta forma, pode-se concluir que os ecossistemas aquáticos foram os mais afetados e é errada a ideia de assimilação dos rejeitos por esses ambientes. 

O levantamento da situação atual da poluição por resíduos sólidos em ambientes aquáticos em todo o mundo revela a necessidade de ações de intervenção, monitoramento e limpeza. Algumas políticas têm sido adotadas em todo mundo para tentar minimizar os impactos antrópicos nesses ambientes e garantir a qualidade da água, principalmente da água doce para as próximas gerações.

O Dia Mundial de Limpeza de Rios e praias acontece todo terceiro sábado de setembro, desde 1989. Os primeiros esforços para realização dessa iniciativa aconteceram na Austrália, mas logo encontraram apoio nos Estados Unidos através da organização Ocean Conservancy – OC (www.oceanconservancy.org). Hoje, ocorre em quase todos os países do mundo.

O fundador da iniciativa de conservação dos ambientes aquáticos foi o ambientalista Ian Kiernan, que durante uma volta ao mundo em um iate ficou horrorizado com a quantidade de lixo sufocando os oceanos do mundo. Com o apoio de uma comissão de amigos, ele organizou um evento da comunidade - Clean Up Sydney Harbour, onde aproximadamente 40.000 voluntários se reuniram para ajudar a limpar os oceanos. A iniciativa deu certo e até hoje esse ato é realizado.

Segundo Ian Kiernan, através da economia de água e da reciclagem de lixo, milhões de pessoas podem ajudar a proteger o planeta. A ação, antes solitária, conta hoje com a participação de pelos menos 125 países e mais de 35 milhões de pessoas. Várias empresas, entidades governamentais e não governamentais entraram nessa luta de combate à poluição dos ecossistemas aquáticos e promovem de 15 a 22 de setembro mutirões para limpeza desses ambientes.

Entre as ações previstas para o dia, está a divulgação da necessidade de preservação dos ambientes aquáticos, ampliando a conscientização ambiental da população, principalmente em relação ao descarte inadequado de lixo. Você pode fazer sua parte participando dessa ação! Alguns dos principais locais onde ocorrerão os mutirões de limpeza em todo o país estão citados abaixo. Encontre o mais próximo da sua casa e entre na luta pela cidadania e respeito ao meio ambiente.  

Estados

Concentração

Praia

Promoter:

Pernambuco- Tamandaré

15 de setembro- 7h40

Praia dos Carneiros

Universidade Federal de Pernambuco-Departamento de Oceanografia

Pernambuco-

Recife

15 de setembro- 8h30

praias de Piedade e Gaibú

Coca-Cola Guararapes

Pernambuco- Petrolina

15 de setembro- 8h30

Rio São Francisco

Coca-Cola Guararapes

São Paulo –Ubatuba-SP

15 de setembro- 9h

Pereque-Açu

ONG SOS Praias do Brasil

Rio de Janeiro-RJ

15 de setembro – 10h

Barra da Tijuca

SABB- Sistema de Alimentos e Bebidas do Brasil

São Paulo – Americana- SP

16 de setembro- 10h30

Praia dos Namorados

SABB- Sistema de Alimentos e Bebidas do Brasil

Linhares- ES

16 de setembro-  9h

Praia da Povoação

SABB- Sistema de Alimentos e Bebidas do Brasil

Fazenda Rio Grande-PR

22 de setembro-10h

Córrego do Mascate

SABB- Sistema de Alimentos e Bebidas do Brasil

 

Setembro sinônimo de meio ambiente

Jacqueline Silva-Cavalcanti, | qui, 06/09/2012 - 12:03
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Nesta semana, foram comemoradas importantes datas para o meio ambiente. A semana começou com a comemoração, em três de setembro, do dia do biólogo, profissional dedicado a questões ambientais e responsável por muitas das conquistas relacionadas a políticas de conservação e manutenção do meio ambiente.

Além disso, neste dia cinco de setembro, o Instituto Chico Mendes comemora cinco anos de formação e luta a favor do meio ambiente. O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) é uma autarquia brasileira, vinculada ao Ministério do Meio Ambiente, integrando o Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama). É responsável pela administração das Unidades de Conservação federais, além de fomentar e executar programas de pesquisa, proteção e conservação da biodiversidade em todo o Brasil. O nome do Instituto é uma merecida homenagem ao seringueiro Chico Mendes, que foi essencial para as conquistas de conservação ambiental nos anos 80 no Acre, e no Brasil.

Durante a solenidade de comemoração dos 5 anos do ICMBIO foram assinados vários atos, entre os quais, a criação de reservas particulares do patrimônio natural (RPPN), elevando para 602 o número de RPPNs em todo o país, o que dá 480 mil hectares preservados em terras privadas. Além disso, foi fechado o acordo para gestão de unidades de conservação com populações tradicionais e a Instrução Normativa que vai regular o manejo de jacarés em cativeiro. Ainda este mês serão anunciadas a criação de grupo de assessoramento para acompanhar a implantação de planos de ação para conservação de algumas espécies da fauna e o regimento sobre as ações de fiscalização feitas pelo ICMBio.

Rio+20 e a caatinga: perspectivas sustentáveis

Jacqueline Silva-Cavalcanti, | sab, 23/06/2012 - 03:00
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Nesta semana, os maiores representantes do mundo estão reunidos, na cidade do Rio de Janeiro, discutindo o futuro ambiental de nosso planeta e a preservação dos biomas brasileiros foi um dos temas que teve destaque na discussão. Dentre os biomas brasileiros mais importantes está o de caaatinga, que ocupa 18% do território brasileiro e tem apenas 53% de sua área hoje preservada. A caatinga, caracterizada pela vegetação seca e solo rachado, apresenta grande biodiversidade e abriga mais de 34 milhões de pessoas vivendo de seus recursos. No entanto, a intensidade dos danos ambientais, ocasionados pela exploração e queima da vegetação, vem gerando a desertificação e pondo em risco a biodiversidade local, bem como a vida da população que vive nessa região.

Nesta semana, os secretários estaduais e municipais de Meio Ambiente debateram sobre a Carta da Caatinga para a Rio+20. Neste evento, foram apresentadas propostas e recomendações formuladas pelos estados, com a participação dos municípios e da sociedade civil, para a conservação e desenvolvimento sustentável da caatinga.

Uma das grandes perspectivas para conservação do bioma está relacionado à busca pela harmonia entre a extração e exploração sustentável, de maneira a assegurar a renda da população que depende deste bioma, sem agredi-lo. Uma das preocupações hoje é assegurar que a população que vive um momento de extrema seca, possa viver com dignidade.

De acordo com Francisco Campelo, gerente de combate a desertificação do MMA, “esta reunião está buscando alternativas para o uso sustentável e que transformem a realidade cruel da seca em oportunidades de manejo e negócios verdes”. Ele ainda complementa dizendo que "não existe conservação se não houver bom uso, e sem isso não encontramos harmonia ambiental, que hoje é uma das provocações da nossa realidade. Por isso, precisamos de um marco legal que não seja inibidor do uso, mas sim provedor dessas alternativas sustentáveis para a Caatinga", defende Campelo.

Nas práticas sustentáveis, as mulheres ganham destaque através da iniciativa de criação de uma Bodega de Produtos Sustentáveis da Caatinga (negócios ecológicos como a produção de artesanato, óleos, azeites, laticínios de cabra, doces de frutas típicas da região, como umbu, caju, murici, entre outros produtos) produzidos e negociados por ela, de maneira a garantir a sociodiversidade do bioma. Outro destaque é agricultura sustentável, através do Projeto Nutre, que assegura a comercialização dos produtos da agricultura familiar na alimentação escolar das nove capitais do Nordeste.

Além dessas perspectivas, a diminuição das queimadas e o uso de fogões ecológicos pela população, asseguram a diminuição de emissões de dióxido de carbono, bem como asseguram a preservação da vegetação nativa dessas áreas e diminuição de fumaça e fuligem para a população destas áreas.

Desta maneira, os biomas brasileiros, em especial o da caatinga, assegurarão melhor qualidade de vida para população que depende deste importante bioma.

Fotos: Jacqueline Silva-Cavalcanti

Qual a importância do dia 16 de junho para o ambiente marinho?

Jacqueline Silva-Cavalcanti, | sab, 16/06/2012 - 10:54
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Fonte: Projeto Tamar, disponível em http://www.tamar.org.br

Hoje, uma das mais belas e carismáticas criaturas marinha está em festa: hoje é o dia internacional das tartarugas marinhas. Você conhece a história dessas criaturas? Há cerca de 220 milhões de anos AP (Antes do Presente) surgiram os primeiros quelônios (termo utilizado para agrupar todas as tartarugas do mundo) de ancestrais terrestres que passavam a maior parte do tempo na água. A separação dos continentes, e consequentemente a evolução das espécies ao longo do tempo, possibilitou o desenvolvimento de formas variadas de vida, inclusive dos dinossauros que dominavam a terra há 150 milhões de anos AP. E foi nesses mesmo período, que surgiram as primeiras tartarugas marinhas.

Das sete espécies de tartarugas marinhas distribuídas no mundo, apenas cinco ocorrem no Brasil e merecem todo nossa atenção e carinho nesta data. São elas: tartaruga cabeçuda, tartaruga verde, tartaruga de pente, tartaruga oliva e a tartaruga de couro. Infelizmente, nosso respeito ao habitat desses animais não foi muito nos últimos séculos, o que fez com que todas as espécies existentes estejam ameaçadas de extinção. As causas naturais, e principalmente as antrópicas, são as responsáveis por isso.

O aumento da caça e da pesca industrial sobre as espécies, aliado a ocupação desordenada nas áreas costeiras, reduzindo as áreas de desova e alimentação, são as principais causas deste colapso na população observado hoje. Com o auxílio da mídia, através da incorporação de personagens em animações famosas como Squirt e Crush (do filme Procurando Nemo), bem como do intenso trabalho de pesquisa e popularização das mesmas, através do Projeto Tartarugas Marinhas (Projeto TAMAR) observa-se uma maior preocupação na conservação das espécies.

O dia internacional das tartarugas marinhas foi instituído como uma maneira de homenagear o maior pesquisador na área e o responsável pela incorporação de áreas de proteção às espécies (como o parque Tortuguero, na Costa Rica) e na difusão da ecologia e conservação das mesmas, Archie Fairly Carr. A data marca o nascimento do pesquisador, que foi premiado pelos seus feitos em 1952 com a medalha Daniel Giraud Elliot (Daniel Giraud Elliot Medal) conferida pela Academia Nacional de Ciências dos  Estados Unidos (National Academy of Sciences). Carr, contribuiu ao longo de sua vida com a maior parte das informações que se conhece sobre a biologia e ciclo de vida desses animais, cujas informações são usadas até hoje.

Para comemorar este dia, o Projeto Tamar elaborou uma programação diferenciada em suas bases como palestras, gincanas, quadrilhas e soltura de animais. Para saber mais da programação clique no link abaixo http://tamar.org.br/imagens/programacao_16062012.png


Feliz dia do Meio Ambiente: do litoral ao sertão

Jacqueline Silva-Cavalcanti, | ter, 05/06/2012 - 12:36
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Hoje, dia 5 de julho, comemora-se o dia do Meio Ambiente. Esta data foi instituída em 1972, no primeiro encontro que tratava as questões ambientais de maneira global. A Conferência das Nações Unidas reuniu 113 países, além de 250 organizações não governamentais. A pauta principal deste evento foi a degradação causada pelo homem ao meio ambiente a os riscos para as gerações futuras.

Grosso modo, podemos dizer que desde este encontro muita coisa não mudou. Mas, pensar assim é muito radical, uma vez que cada dia mais as temáticas ambientais fazem parte das discussões atuais de governo e da sociedade civil como um todo.

A Rio+20 é a continuidade do trabalho construído pela ONU na década de 1970 e chega mais forte e decidida a mudar o dia a dia da população em prol da conservação do meio ambiente e garantia de melhor qualidade de vida para as próximas gerações.

Neste sentido, não podíamos ficar de fora deste processo de comemoração do Dia ambiente, e gostaríamos de homenagear os Oceanos, fontes da vida na terra, e a Caatinga. Deixamos aqui algumas dicas para que você possa contribuir para melhoria da qualidade ambiental desses ambientes.

Para o ecossistema de Caatinga:

Evite a Retirada da cobertura vegetal: Quando você corta a vegetação natural de caatinga vários problemas acontecem. Os solos ficam totalmente expostos à degradação, passam a ser erodidos e com isso, perdem condição física, fertilidade natural e capacidade de retenção de água.

Evite por fogo no lixo: Como a vegetação nessas áreas é muito seca, o fogo pode se propagar rapidamente. O fogo nessas áreas também pode causar alterações físicas no solo tornando-o impróprio para o agricultor e aumentando áreas propícias a desertificação.

Evite depositar o lixo próximo a rios e açudes: a falta de água nessas regiões é um fato que compromete mais de 70% da população. O descarte de lixo em local inadequado pode vir a comprometer a qualidade da água, tornando-a imprópria para consumo ou até mesmo poluindo o recurso de maneira a não mais servir para atividades de recreação.

Plante espécies nativas: Caso você queira ajudar na amenidade climática de sua cidade, tornando-a menos quente, plante uma arvore, principalmente  de espécies nativas.

Para os Oceanos, as dicas estão relacionadas a como você devera se comportar em um ambiente de praia, pois hoje um dos principais problemas que atingem os oceanos é a poluição por lixo. Algumas atitudes individuais e coletivas podem ser adotadas com a finalidade de minimizar a contaminação, por exemplo, por lixo plástico na praia e consequentemente no oceano.

De caráter individual posso citar:

1. Evitar o uso de descartáveis - Isso porque, caso não haja destinação adequada dos descartáveis (como copos, pratos, canudos), eles serão facilmente propagados pelas ondas e pelo vento devido ao seu baixo peso e alta flutuabilidade.

2. Caso o uso de descartáveis seja inevitável, não brinque com o lixo - É comum entre os adultos e crianças, brincar com lixo descartável. Brincar?! Você deve estar se perguntando. Sim, brincar. Quantos de nós pegamos o copinho que bebemos o refrigerante e o decompomos em flor, e depois em pequenos fragmentos que são jogados na areia e geralmente negligenciados pelos serviços de limpeza por serem pequenos. O que acontece então? Esse lixo é acumulado na areia, levado pelas ondas, podendo ser ingerido por vários animais marinhos.

3. Destinação adequada do resíduo - Para que você faça bom uso da praia, sem comprometer a qualidade desse ambiente, três passos deverão ser seguidos: RECOLHER, DEPOSITAR e DESTINAR. Recolher todo o lixo gerado ao longo de sua permanência na praia; depositar temporariamente este resíduo em embalagens para transporte ou sacolas; e ao final de sua estada, pegue a sacolinha cheia de lixo e leve-a para fora do ambiente de praia. Com esse simples ato, você assegurará que o lixo produzido será bem destinado.

De caráter coletivo, priorizando atitudes governamentais:

1. Desenvolvimento da “responsabilidade do cidadão” – Ela pode ser trabalhada constantemente em diferentes grupos-alvo, em particular as crianças. Em escolas, é interessante que os projetos pedagógicos sejam voltados para trabalhar os quatro passos do processo transformador. No caso de empresas e organizações não-governamentais, é necessário que esses programas sejam realizados através de projetos de médio e longo prazo, priorizando sempre o reconhecimento do cidadão como agente transformador do meio, podendo incluir campanhas educativas práticas.

2. Desenvolvimento de manuais para monitoramento do lixo marinho - através do monitoramento é possível determinar os padrões e tendências dessa contaminação através do tempo em diferentes locais do globo. Um manual de monitoramento ajudará a padronizar a metodologia utilizada em diversas partes do mundo, possibilitando a formulação de uma escala de contaminação desses ambientes. Esse manual também deverá contemplar ações de monitoramento do lixo abandonado nos locais próximo à linha de costa ou a caminho do mar.

3. Desenvolvimento de manuais de conduta - o lixo marinho pode ter origem em diferentes usuários da praia (banhistas, mergulhadores, pescadores). Diferentes tipos de usuários tem diferentes condutas e consequentemente, geram diferentes tipos de lixo. A elaboração de manuais direcionados para cada público tem como objetivo o bom uso do ambiente, sem que sua atividade deixe resíduo, além de minimizar os impactos da atividade no ambiente.

4. Inclusão do lixo marinho na avaliação ambiental regional e global - A partir do momento que uma classificação é imposta, padronizada e noticiada, seja ela mundial ou local, existirá uma preocupação entre os atores governamentais em se manter em uma escala adequada de classificação. Dessa forma, esses ambientes estariam mais “protegidos” deste tipo de contaminação.

Fazendo isso, o meio ambiente agradece e vai ter muito o que comemorar!

 

Mapeamento dos oceanos brasileiros: como anda a qualidade de nossas águas?

Jacqueline Silva-Cavalcanti, | qui, 19/04/2012 - 19:03
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Foto: Reprodução/GlobalGarbage.org

O Brasil apresenta aproximadamente 7500Km de litoral, o que o torna um dos países mais atrativos do mundo para as férias de verão. A combinação de sol, areia e águas quentes faz com que todos os anos milhões de turistas procurem as praias brasileiras para se refrescarem na alta estação.

No entanto, desde a década de 80, muitos cientistas tem chamado a atenção para os impactos ocasionados pela contaminação das praias por resíduos sólidos, popularmente conhecido como lixo. Além da perda estética e paisagística das praias, a contaminação por resíduos sólidos traz como consequência a perda da biodiversidade marinha uma vez que este poluente atinge o ambiente marinho adjacente.

Recentemente, pesquisas sobre o lixo marinho tem conquistado destaque no cenário das mundial, uma vez que está mais que comprovado a necessidade de se implantar políticas públicas de prevenção a este contaminante. O fato do Brasil ter recentemente aprovado a Política Nacional de Resíduos Sólidos faz com que os municípios, principalmente os ribeirinhos e costeiros, comecem a procurar formas de construir seus planos de gestão de resíduos sólidos de maneira a mitigar este tipo de fonte para o ambiente marinho.

A discussão sobre as políticas públicas sobre a gestão do lixo, também permeou os debates durante a 42ª Reunião Ordinária do Grupo de Integração do Gerenciamento Costeiro (Gi-Gerco), ligado à Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (Cirm), que aconteceu este mês em Brasília. Nesta reunião foi discutido, em fim, ações de acompanhamento e monitoramento da qualidade das águas no ambiente marinho. A necessidade da identificação das fontes teve destaque nas discussões da reunião, bem como da mitigação das mesmas em terra. Vale salientar, que as principais fontes de contaminação de resíduos sólidos para o ambiente marinho é a poluição gerada no continente que através da bacia de drenagem (rios) acaba chegando no mar, pondo em risco a biota marinha.

Para se ter ideia do potencial de contaminação aos manancias e mares brasileiros, a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (CACEGE) divulgou, na semana passada, a retirada de 120 toneladas de lixo e areia de uma tubulação de 6 km de extensão e com diâmetro entre 1.000 mm a 1.750 mm. Mas como isso está relacionado ao lixo marinho? O sistema de drenagem urbana e esgotamento é chamado de separador total, que no Brasil, existe de dois tipos de rede: uma coleta a água da chuva e a outra o esgoto. A drenagem não necessita de tratamento, pois “teoricamente” estaria levando a água da chuva para algum manancial (praia, rio, estuário etc). E do outro lado, o esgoto é levado para estação e tratado até seu destino final.

Se você descarta o lixo na rua ou de maneira inadequada, ele pode, através da rede de drenagem, contaminar o rio, estuário, praia e chegar ao mar! Além disso, pode acontecer de algumas pessoas não conhecerem essa divisão, colocando chuva na rede de esgoto e esgoto na rede de drenagem. Quais as consequências??? Chuva na rede de esgoto causa os famosos transbordamentos e cheias, comuns no inverno brasileiro. Já o contrário, ocasiona a poluição dos mananciais por esgoto e consequentemente uma alteração no ambiente marinho.

Os cuidados com o ambiente marinho deve começar de casa e ser levado até a praia. Assim asseguraremos melhor qualidade dos nossos oceanos às futuras gerações.

REF PET: Você sabe o que é isso?

Jacqueline Silva-Cavalcanti, | qua, 11/01/2012 - 13:41
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Foto: Jacqueline Santos-Cavalcanti Pet depositada na zona litorânea do Açude do Jazigo, Serra Talhada-PE.

Desde a revolução Industrial, a população mundial procura maneiras de tornar a vida mais pratica através de uso de materiais simples de usar, lavar e descartar. Esses esforços fizeram com que, em 1839, o cientista Charles Goodyear fizesse os primeiros esforços para transformação da borracha em plástico. No entanto, só após a II Guerra Mundial os plásticos tornaram-se mais presentes no dia a dia da população. Apesar dos riscos ambientais do uso em excesso com descarte não adequado, os objetos plásticos tem se tornado cada vez mais populares.

Um importante exemplo, com grande crescimento no uso, é a garrafa PET. Apesar de ser a campeã de reciclagem, o consumo e descarte inadequado deste item ainda é um problema para o meio ambiente. Alguns ambientalistas defendem, inclusive, a volta do uso de embalagens de vidro pensando em diminuir o dano ambiental, mas  a praticidade de manuseio e transporte das PETs resistem a toda polêmica em torno dela.

Mas... e se as PETs não fossem descartadas após o consumo? Se elas fossem retornáveis como os vidros? Teríamos então a comodidade do manuseio e transporte do plástico, mas a “durabilidade” do vidro. Isso é possível e já encontra-se no mercado pernambucano desde novembro!

A Empresa Coca-cola Guararapes trouxe ao mercado pernambucano uma alternativa ecológica para minimizar o descarte inadequado dos PETs, a chamada REF PET (tradução livre do inglês: PET Retornável). A embalagem REF PET traz como diferencial das já conhecidas PETs uma maior resistência e fácil manuseio, além de prometer a diminuição do valor de revenda.

No ponto de venda, a embalagem retornável vazia pode ser trocada por outra cheia, representando uma boa economia para os consumidores, um ganho para o bolso e para a natureza. A primeira compra, incluindo a embalagem, deve ficar por R$ 4,29, já as seguintes, apenas o líquido, deve custar R$ 2,79. A garrafa poderá ser utilizada até 10 vezes. No entanto, alguns cuidados deverão ser tomados tanto pelos consumidores quanto pelos vendedores. Entre as recomendações estão a não utilização da embalagem para acomodação de outras substancias e a volta da tampa.

O investimento com esta nova embalagem foi estimada pela Coca-Cola Guararapes em 10 milhões de reais para produção de mais de 10 mil garrafas na fábrica de Suape.

Para o meio ambiente, a nova embalagem também promete reduzir em 25%  a emissão de CO2.  

 

 

 

 

 

 

Pet retornavel Fonte. Radio Metropole- Dina Rachid

O Natal com PETs

Jacqueline Silva-Cavalcanti, | ter, 03/01/2012 - 16:19
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Foto: Jacqueline Santos-Cavalcanti

2012 chegou, mas na primeira coluna do ano o tema é o Natal, festa mais universal, calorosa e amorosa do mundo, marcada pelas enormes árvores decoradas, e que em 2011 teve como  “decoração chic” a decoração sustentável.

 

Na cidade do Recife, o tema sustentabilidade foi o escolhido por diversos decoradores que utilizaram, como matéria-prima, as garrafas PETs. Varias praças, ruas e edifícios utilizaram  o verde das garrafas para dar um colorido sustentável às luzes do natal. Os mais diferentes enfeites foram pensados e concretizados para substituir os tradicionais enfeites plásticos ornamentados. As PETs deram um tom sofisticado à decoração, mostrando que o lixo pode ser luxo!

 

Além de tendência na decoração, a utilização das garrafas mostram que empresas, e a própria sociedade, estão ainda mais preocupadas com a diminuição do consumo e o reaproveitamento do material, contribuindo assim para a conservação do meio ambiente. E um Feliz 2012 a todos.

 

 

 

 

 

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