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Encerrando os compromissos na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28), em Dubai, nos Emirados Árabes, a governadora Raquel Lyra participou, nesse domingo (3), de um encontro com governadores do Nordeste e representantes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). No encontro, foi tratada uma proposta da criação do Fundo Caatinga, iniciativa do Consórcio Nordeste e BNDES, que visa a preservação do único bioma exclusivamente brasileiro.

Durante a COP28 o Governo de Pernambuco já anunciou o investimento de R$ 60 milhões que serão aplicados na preservação da Caatinga. Do montante, R$ 30 milhões são de recursos próprios e os outros R$ 30 milhões do BNDES. Pernambuco foi o primeiro estado do Brasil a assinar o Floresta Viva na Caatinga, bioma que tem hoje 50% de sua cobertura vegetal em estado de degradação. 

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“Precisamos trabalhar para permitir que a gente tenha mais resiliência e a capacidade de trazer mais qualidade de vida para o nosso povo. É possível que nosso estado fomente a economia de forma sustentável, preservando o meio ambiente com ações práticas a partir do nosso investimento inicial de R$ 30 milhões. Que possamos conseguir mais aportes para a Caatinga, porque é ela que nos salvará e pode nos ajudar a reposicionar a economia no interior do Estado”, enfatizou Raquel Lyra.

BALANÇO -  Durante os quatro dias de participação com a presença da governadora Raquel Lyra, também foram feitos outros anúncios importantes, a exemplo do Plano Pernambucano de Mudança Econômico-Ecológica, o PerMeie; o investimento de R$ 20 milhões na planta de produção de H2V que será instalada no Porto de Suape; a Estratégia Estadual de Hidrogênio Verde; a adesão ao Consórcio Brasil Verde, que tem o objetivo de fortalecer projetos regionais e fomentar a troca de experiências entre os estados brasileiros;  além da participação de discussão com estados subnacionais sobre ação climática global.  “Pela primeira vez, inédito em Pernambuco, o meio ambiente na pauta central do desenvolvimento do nosso Estado”, conclui a governadora.

Estiveram presentes no encontro os secretários estaduais Ana Luiza Ferreira (Meio Ambiente, Sustentabilidade e de Fernando de Noronha); e Rodolfo Costa Pinto (Comunicação); os deputados estaduais João Paulo Costa e Diogo Moraes; os governadores Elmano Freitas, do Ceará; e Jerônimo Rodrigues, da Bahia; a diretora do Mercado de Capitais e Finanças Sustentáveis do BNDES, Natália Dias; o secretário de Programas do Consórcio Nordeste, Pedro Lima; e o especialista Climático Principal do FIDA, Pierre Yves Guedez.

*Da assessoria de imprensa

Perda de vegetação nativa, aumento de temperatura e desaparecimento de mais de mil açudes foram alguns dos impactos deixados em biomas brasileiros e registrados na última pesquisa de Mudanças Climáticas no Bioma Caatinga: Sensoriamento Remoto, Meio Ambiente e Políticas Públicas (Climap) do Centro Integrado de Estudos Georreferenciados para a Pesquisa Social (Cieg) da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj). Relatório final da Climap, que analisou os últimos 30 anos de imagens de satélite nessas regiões, fala em três décadas de um “intenso processo de degradação do meio ambiente, com transformações drásticas no Semiárido nordestino”. 

De acordo com o estudo, na Caatinga, bioma situado em uma área de 844 mil km² onde vivem mais de 22 milhões de pessoas, a ação humana leva a um cenário de rápida redução na cobertura vegetal e nas superfícies aquáticas, o que contribui para o prolongamento dos ciclos de seca. As imagens analisadas foram de três sub-regiões, chamadas de “áreas-piloto”: o Oeste baiano, a Região Geográfica Imediata de Petrolina (que abrange outros cinco municípios de Pernambuco) e o Semiárido alagoano. 

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Entre as constatações da pesquisa, estão a perda de cobertura vegetal em áreas de conservação do Oeste baiano e o aumento do albedo, energia solar que é refletida de volta à atmosfera, no Sertão pernambucano. Além disso, mais de 1.300 açudes desapareceram no interior de Alagoas. 

“Surgiram outros açudes, mas isso chama atenção porque é uma região de alta vulnerabilidade social, e provavelmente este é um cenário que se repete nos outros estados nordestinos”, afirma Neison Freire, que foi o coordenador do projeto na Fundaj e atualmente é pesquisador do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

Além do especialista, o projeto contou com a participação dos professores Alexandrina Saldanha (Fundaj), Débora Coelho (Universidade Federal de Campina Grande), Débora Cavalcanti (Universidade Federal de Alagoas), Admilson da Penha Pacheco (Universidade Federal de Pernambuco) e Odair Barbosa de Moraes (Universidade Federal de Alagoas). 

Áreas-piloto 

Em cada sub-região analisada, foi verificada a relação entre as ações antrópicas e as mudanças na paisagem e no clima do bioma. No Oeste baiano, os estudos tiveram como foco duas unidades de conservação e proteção integral: o Refúgio da Vida Silvestre da Ararinha-Azul e o Parque Nacional do Boqueirão da Onça. Apesar de ser uma área de pouca densidade demográfica, os pesquisadores encontraram um avanço do desmatamento e dos conflitos com a fauna para o uso da terra, incluindo a extinção da ararinha-azul no local, que foi repovoado a partir de doações dos governos da Alemanha e do Catar. Também houve perda de vegetação. 

Na Região Geográfica Imediata de Petrolina, que inclui ainda os municípios pernambucanos de Afrânio, Dormentes, Santa Maria da Boa Vista, Orocó e Lagoa Grande, o aumento do albedo ocorreu em espaços naturais convertidos em locais explorados para irrigação. “Essas áreas de agricultura irrigada têm contribuído para o aquecimento global”, constata o professor Neison Freire. Já no Semiárido alagoano, foram observados os impactos no espelho d’água, com o desaparecimento de açudes. 

A publicação do relatório coincide com a realização da Conferência das Nações Unidas para as Mudanças Climáticas (COP26), que teve início no dia 31 de outubro e segue até 12 de novembro, na cidade de Glasgow, na Escócia. “Torna-se, portanto, um referencial importante nas estratégias de combate e mitigação às mudanças climáticas no Brasil, em especial para as políticas públicas no bioma da Caatinga”, ressalta o pesquisador. 

Tendências 

Para o futuro, em relação às mudanças climáticas, o estudo reforça a tendência de intensificação da estiagem e prolongamento dos ciclos de seca no bioma da Caatinga. Essas transformações no meio ambiente também impactam no Litoral, onde as projeções indicam a ocorrência de tempestades e eventos catastróficos mais severos. 

“Se uma inundação ocorre em poucos dias e destrói rapidamente, no caso das secas e estiagens no Sertão, é um desastre ‘natural’ mais prolongado”, analisa o professor Neison Freire. “O quadro é grave e nossa pesquisa mostra que é preciso que o marco regulatório ou jurídico, que já existe, seja mais efetivo nessas áreas como também são necessárias ações de conservação, investindo em ciência, pesquisa e tecnologia no Semiárido”. 

 

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) emitiu uma recomendação ao prefeito de Carnaíba, no Sertão de Pernambuco, para que substitua o plantio da árvore Nim por outra espécie nativa da região do Pajeú. Segundo o texto, a árvore, que é de origem da Índia, pode causar um prejuízo à biodiversidade da caatinga, com a consequente eliminação de plantas nativas.

O Nim Indiano está espalhado pela cidade de Carnaíba, em ruas e prédios públicos. Segundo o MPPE, o próprio poder público e organizações da sociedade civil estão utilizando o Nim Indiano para arborização das cidades. "Em alguns casos, esta planta pode eliminar as plantas nativas da região, o que não é nem um pouco louvável", diz texto assinado pelo promotor Ariano Tércio Silva de Aguiar.

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A recomendação também cita análise de biólogo da Universidade Federal do Ceará, Marcelo Freire Foro. Ele diz: "Além de reduzir a biodiversidade, as plantas exóticas invasoras competem com as plantas nativas, podendo causar alterações de estrutura e composição das comunidades vegetais nativas e até mesmo a sua extinção".

O Nim tem se adaptado com sucesso ao clima semiárido, respondendo bem mesmo quando não recebe água regularmente. "Isto se deve ao fato da árvore conseguir acessar a água nas camadas mais profundas do solo, com seu sistema radicular eficiente. Possui crescimento relativamente rápido, fornecendo sombra com poucos meses após o plantio. O crescimento rápido, a copa vistosa e o perfume de suas flores têm convencido cada vez mais os moradores a plantarem o Nim em suas calçadas", aponta outro trecho.

Na recomendação, o promotor pede que o prefeito faça a substituição do Nim por árvores nativas do bioma Caatinga na arborização da cidade "sabendo que muitas espécies da Caatinga são capazes de oferecer sombra em nossas calçadas, e ainda não oferecem risco à encanação, pois possuem raízes pivotantes, que crescem verticalmente".

Ainda de acordo com o promotor, a substituição não deve ser súbita. À medida que a espécie nativa for crescendo, uma poda preventiva poderá ser realizada no Nim Indiano. Deverão ser evitadas queimadas, carvoarias e demais atos degradadores ambientais. A população deverá ser instigada a seguir a recomendação. "Vamos ajudar nosso bioma! A Caatinga precisa da ajuda de todos nós. E esta é uma forma simples e objetiva de contribuir com a natureza", solicita a recomendação.

A saga de reintrodução da ararinha-azul na caatinga brasileira vai começar com uma travessia atlântica. Cinquenta aves da espécie - extinta na natureza há quase duas décadas - deverão migrar em breve da Alemanha para o Brasil, para compor a população que vai repovoar o sertão baiano com essas simpáticas araras a partir de 2019.

O acordo para que isso aconteça deverá ser assinado nesta segunda-feira, 25, pelo ministro do Meio Ambiente, Edson Duarte, numa reunião na Bélgica, onde estão quatro das 158 ararinhas-azuis existentes hoje no mundo - todas elas em cativeiro.

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"Estamos cada vez mais próximos do momento de elas chegarem em casa", disse Ugo Vercillo, diretor do Departamento de Conservação e Manejo de Espécies do Ministério do Meio Ambiente.

Descoberta no início do século 19 pelo naturalista alemão Johann Baptist von Spix, e exclusiva da caatinga brasileira, a ararinha-azul (Cyanopsitta spixii)teve sua população dizimada pela captura e tráfico de animais silvestres. O último exemplar conhecido na natureza desapareceu em outubro de 2000, e até hoje não se sabe se morreu ou foi capturado por alguém.

Desde então, os poucos exemplares que restaram em coleções particulares vêm sendo usados para reproduzir a espécie em cativeiro. Quase todos no exterior.

Naturalmente rara, a "spix" só existia originalmente numa pequena região do interior de Juazeiro e Curaçá, no norte da Bahia, onde o governo federal criou no início deste mês duas unidades de conservação: o Refúgio de Vida Silvestre e a Área de Proteção Ambiental da Ararinha-Azul, destinadas à reintrodução e proteção da espécie. Um centro de reprodução será construído no local para receber as 50 araras da Alemanha e produzir os filhotes que serão liberados na natureza.

A transferência das aves deve ocorrer no primeiro trimestre de 2019 - uma vez que o centro estiver pronto - e as primeiras solturas poderão ser feitas a partir daí. "Até 2022 esperamos ter a ararinha-azul reintroduzida com sucesso na natureza", diz a veterinária Camile Lugarini, pesquisadora do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (Cemave), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), e responsável pelo Plano de Ação Nacional para Conservação da ararinha-azul.

Será um processo cauteloso. As primeiras solturas serão feitas em conjunto com maracanãs (Primolius maracana), uma outra espécie, com hábitos semelhantes aos da ararinha - ambas, por exemplo, utilizam ocos de caraibeira (ipê-amarelo) para fazer seus ninhos. Antes de desaparecer, o último macho de "spix" chegou a formar par com uma fêmea de maracanã.

Pesquisadores do ICMBio, em parceria com a população local, vêm estudando o comportamento das maracanãs para aprender mais sobre a espécie e, com base nisso, planejar a liberação e o monitoramento das ararinhas que estão por vir.

"Acredito que muito do que estamos aprendendo com as maracanãs servirá para a ararinha-azul", aposta Camile.

A criação das áreas protegidas era essencial, mas ainda é necessário arrumar a casa para receber as araras, ressalta ela. A paisagem é muito impactada pela criação de cabras, que interferem com a cobertura vegetal da qual as aves dependem para fazer seus ninhos e se alimentar.

Esperança

As 50 aves que virão ao Brasil estão sob a guarda da Associação para a Conservação de Papagaios Ameaçados (ACTP), uma organização privada sem fins lucrativos que hoje mantém 90% das ararinhas-azuis em cativeiro do mundo - após o fechamento de uma instituição no Catar, que transferiu seu plantel para Berlim no início deste ano.

"É uma responsabilidade enorme", disse Martin Guth, presidente da ACTP, que pagará pelo novo centro de criação e reprodução na Bahia.

Produzir as aves não será problema, garante o diretor científico da associação, Cromwell Purchase, que está ansioso para iniciar a reintrodução. "Todas as peças estão começando a se encaixar, do jeito que a gente sonhava. É fantástico." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Apreendidas durante uma operação da polícia de São Paulo, 56 aves serão trazidas ao Recife na próxima quinta-feira (5). Após período no Centro de Triagem de Animais Silvestres de Pernambuco (Cetas Tangara), elas serão soltas no Sertão de Pernambuco.

São 19 galos de campina, 19 papa-capim baianos, oito patativas, cinco cravinas, três sofrês e dois canções. Tais espécies são típicas do bioma da caatinga. As aves passarão por um período de avaliação, tratamento, recuperação e reabilitação antes da soltura. Elas virão em três caixas em um avião.

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Segundo a Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), este será o primeiro repatriamento de animais silvestres que o centro de triagem recebe do sudeste. Em 2016, o centro promoveu o repatriamento de 14 araras e dois tucanos, resgatados em ações de fiscalização no Macapá-AP.

Nesta segunda-feira (3), a Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco (Semas) divulgou através de um edital, uma verba de R$ 2,2 milhões para a preservação do meio ambiente. O objetivo do convênio é preservar a Mata Atlântica e a Caatinga, monitorar as jovens plantas nativas e restaurar a parte desmatada.

Também está incluso no edital,a regularização fundiária de imóveis já existentes no Refúgio da Vida Silvestre (RVS) e Matas do Sistema Gurjaú para áreas identificadas como importante para o bioma da Caatinga de Pernambuco.

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Com informações da assessoria 

Foi lançado na manhã desta quarta-feira (20) o Cadastro Ambiental Rural (CAR), programa do governo federal em parceria com os estados, sob a coordenação local da Secretaria do Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas). O evento apresentou ao público o funcionamento do programa, que conta com imagens compradas de satélite, criado para facilitar a demarcação das propriedades. 

O presidente em exercício do CPRH, Carlos André Cavalcanti, comentou sobre a importância deste novo sistema, antes feito de modo mecânico, como sendo o principal resultado do Novo Código Florestal. O planejamento e suas repercussões a médio e longo prazo foram ressaltadas por Helvio Polito, secretário executivo da Semas, que comemorou o CAR como um avanço para produtores e para o poder público.

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Outro ponto lembrado neste lançamento foi o papel do CAR para o desenvolvimento econômico e ecológico, rompendo com o mito de que ambos não podem andar juntos e da importância da participação da sociedade, sindicatos e outros setores na divulgação deste sistema, que busca estabelecer um diálogo de melhor acesso com os produtores.

O secretário de Extrativismo e Desenvolvimento Rural do Ministério e Meio Ambiente, Paulo Guilherme falou no CAR como um “desafio gigante” e “um dos projetos prioritários do governo debatido pela Ministra Izabella Teixeira junto com a presidente Dilma Roussef”, disse. O outro desafio destacado por Paulo Guilherme será como recuperar áreas que precisam ser recuperadas.

Por fim, o gerente de Biodiversidade e Sustentabilidade da Semas, Josemario Lucena, fez um balanço sobre o sistema. "Irá permitir que saibamos com mais precisão as áreas que devem ser restauradas, melhorando com isso a qualidade de vida de toda a população". O cadastro e download do CAR pode ser feito através do site, que estará operando a partir de amanhã (21).

Acontece nesta quarta-feira (20), o lançamento do Cadastro Ambiental Rural (CAR), programa do governo federal em parceria com os estados, sob a coordenação local da Secretaria do Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas). No evento, às 9h, será apresentado ao público o funcionamento do programa, assim como as instruções, prazos e formatação. O encontro vai contar com a participação de técnicos especialistas da Semas, CPRH e INCRA, além de representantes de entidades ligadas ao tema.

O CAR é um banco de dados nacional com as informações sobre as Áreas de Preservação Permanentes (APPs) e combate o desmatamento de florestas e vegetações. Em Pernambuco existem mais de 300 mil proprietários rurais, que devem se adequar às novas regras para terem acesso às linhas de créditos e programas do governo que dão suporte àqueles que sofrem com a seca. A Caatinga, região que possui características atípicas, é o principal alvo da ação.

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Com informações da assessoria

O único bioma exclusivamente brasileiro, a Caatinga, irá ser estudado com mais profundidade pelos pesquisadores do Centro de Referência para Recuperação de Áreas Degradadas (Crad), da Universidade do Vale do São Francisco (Univasf). As análises serão feitas em Petrolina, Sertão do Estado, com recursos do Projeto de Integração do Rio São Francisco.

Segundo o coordenador do Centro, o professor José Alves de Siqueira, é necessário conhecer as plantas para saber como o bioma é formado. “Resgatar as espécies, coletar sementes para guardá-las e produzir as mudas. Em seguida, descobrir como recuperar a Caatinga. O nível do conhecimento a ser adquirido é totalmente diferente do que existe acumulado hoje sobre a Mata Atlântica, já bastante estudada pela academia”, explica Siqueira.

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O Crad dedica-se à flora e à recuperação de áreas degradadas, promovendo várias frentes de trabalho. Com a coleta de espécies vivas, por exemplo, é possível manter em laboratório cerca de três milhões de sementes em câmara fria, a 7°C. As cerca de 150 espécies da coleção são todas comuns às áreas onde ocorrem as construções do empreendimento.

As sementes também serão utilizadas em novos estudos sobre germinação. Pesquisadores irão verificar a melhor forma de induzir a brota ou as espécies de plantas que precisam de outros agentes como o clima, insetos, aves, animais ou mesmo uma ação humana.

Mudas, Herbário e Xiloteca

O Centro possui um laboratório de geoprocessamento capaz de produzir mapas que indicam o tipo de solo, proximidade de fontes de água, nível de precipitação histórico, incidência de sol, altitude, dentre outros dados. As informações são cruzadas com os hábitos catalogados das espécies mais comuns e em que áreas elas foram coletadas.

Com a combinação de dados, é possível saber quais locais com melhores chances de ser encontrar determinada espécie ou quais são os tipos mais indicados para recompor uma mata em determinada região. “Se um prefeito ligar dizendo que quer replantar uma área, por exemplo, posso enviar as mudas adequadas para ele”, conta Alves.

O Crad também possui um herbário com mais de 10 mil espécies devidamente catalogadas, muitas em duplicata para a constante troca de informações com instituições similares, rotina comum entre os herbários ativos. Como indicador de sua atividade, o local possui duas espécies que estão em fase de descrição e podem se tornar as primeiras contribuições para a ciência. Uma é da família das samambaias e outra uma araliácea.

A xiloteca, neste caso um conjunto de amostras das árvores retiradas da natureza por causa da obra de transposição do Rio São Francisco. Os exemplares são guardados com diferentes cortes e é possível se obter informações morfológicas, sobre os desenhos do interior do tronco e a formação da casca.

Com informações da assessoria

A vegetação da Caatinga pode ser proporcionalmente mais eficiente do que as florestas úmidas para absorver o gás carbônico presente na atmosfera, em um processo natural, conhecido como sequestro de carbono. É o que pesquisadores do Instituto Nacional do Semiárido, ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, querem provar. Para isso, iniciaram um estudo por meio do qual foram instaladas duas estações micrometeorológicas em Campina Grande, na Paraíba, para monitorar o dióxido de carbono absorvido pelas plantas da região.

Segundo o físico Bergson Bezerra, pesquisador do Insa, o grupo pretende, com os resultados, conscientizar os governos e, principalmente, a população que vive no Semiárido sobre a importância de se preservar a vegetação nativa como forma de mitigar os impactos das alterações no clima da região.

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“Construiu-se um preconceito em relação à Caatinga, sustentado na ideia de que ela representa um ambiente hostil e inóspito. As pessoas sempre acreditaram que ela não servia para nada, que era melhor retirar toda a Caatinga e substituí-la por [vegetações] frutíferas, por exemplo”, disse. “Queremos provar cientificamente que isso não tem fundamentação”, completou.

O pesquisador defende que se o produtor rural recuperar essas áreas com espécies nativas estará contribuindo não apenas para a “preservação do patrimônio do Semiárido”, mas também para o combate às alterações climáticas, por meio da absorção eficiente do carbono na atmosfera.

“Estudos revelam que as florestas tropicais têm alta capacidade de sequestrar carbono [da atmosfera], mas elas também apresentam altos níveis de emissão, que ocorre, por exemplo, com a queda de folhas. Já a Caatinga, não sequestra tanto, mas emite quase nada e queremos investigar esse grau de eficiência, que acreditamos ser maior no caso da Caatinga”, disse.

Bergson Bezerra enfatizou que os três primeiros meses de observação, já trouxeram “resultados auspiciosos”. “Será um estudo de longo prazo, com conclusão prevista para 2015. Mas essa observação preliminar já nos permitiu constatar que mesmo no período seco, quando a planta fica totalmente sem folha e com estresse hídrico, ainda há sequestro de carbono, ou seja, ela ainda cumpre seu papel ambiental.”

Ele ressaltou que com a chegada da estação chuvosa, nos meses de maio e junho, os pesquisadores acreditam que a atividade fotossintética será acentuada, com sequestro de carbono ainda mais intenso.

A Caatinga é um bioma exclusivamente brasileiro e um dos mais alterados pelas atividades humanas. Trata-se de um tipo de vegetação que tem fauna e flora com grande diversidade de espécies e cobre a maior parte da área com clima Semiárido, principalmente da Região Nordeste. Ela é apontada pelos pesquisadores como um dos biomas mais vulneráveis às mudanças climáticas associadas aos efeitos de aquecimento global e pela exploração pelo homem de forma desordenada e insustentável.

No dia 7 de maio, será realizado o 4º Workshop Potencial Biotecnológico da Caatinga. O intuito do encontro é promover a discussão sobre a biodiversidade e caracterização da caatinga e de seu potencial biotecnológico, assim como sobre o marco regulatório da legislação que controla a exploração desta área.

O público alvo do evento é formado por estudantes de graduação e pós-graduação, além de ambientalistas, gestores públicos, representantes de órgãos de fomento, pesquisadores e representantes de organizações da sociedade civil. As inscrições já podem ser feitas por meio do site do workshop.

A ação será realizada às 9h, no auditório do Instituto Nacional do Semiárido (Insa). O local fica na Avenida Francisco Lopes de Almeida, sem número, no bairro de Serrotão, em Campina Grande. Confira AQUI a programação do evento.

 

 

Nesta semana, os maiores representantes do mundo estão reunidos, na cidade do Rio de Janeiro, discutindo o futuro ambiental de nosso planeta e a preservação dos biomas brasileiros foi um dos temas que teve destaque na discussão. Dentre os biomas brasileiros mais importantes está o de caaatinga, que ocupa 18% do território brasileiro e tem apenas 53% de sua área hoje preservada. A caatinga, caracterizada pela vegetação seca e solo rachado, apresenta grande biodiversidade e abriga mais de 34 milhões de pessoas vivendo de seus recursos. No entanto, a intensidade dos danos ambientais, ocasionados pela exploração e queima da vegetação, vem gerando a desertificação e pondo em risco a biodiversidade local, bem como a vida da população que vive nessa região.

Nesta semana, os secretários estaduais e municipais de Meio Ambiente debateram sobre a Carta da Caatinga para a Rio+20. Neste evento, foram apresentadas propostas e recomendações formuladas pelos estados, com a participação dos municípios e da sociedade civil, para a conservação e desenvolvimento sustentável da caatinga.

Uma das grandes perspectivas para conservação do bioma está relacionado à busca pela harmonia entre a extração e exploração sustentável, de maneira a assegurar a renda da população que depende deste bioma, sem agredi-lo. Uma das preocupações hoje é assegurar que a população que vive um momento de extrema seca, possa viver com dignidade.

De acordo com Francisco Campelo, gerente de combate a desertificação do MMA, “esta reunião está buscando alternativas para o uso sustentável e que transformem a realidade cruel da seca em oportunidades de manejo e negócios verdes”. Ele ainda complementa dizendo que "não existe conservação se não houver bom uso, e sem isso não encontramos harmonia ambiental, que hoje é uma das provocações da nossa realidade. Por isso, precisamos de um marco legal que não seja inibidor do uso, mas sim provedor dessas alternativas sustentáveis para a Caatinga", defende Campelo.

Nas práticas sustentáveis, as mulheres ganham destaque através da iniciativa de criação de uma Bodega de Produtos Sustentáveis da Caatinga (negócios ecológicos como a produção de artesanato, óleos, azeites, laticínios de cabra, doces de frutas típicas da região, como umbu, caju, murici, entre outros produtos) produzidos e negociados por ela, de maneira a garantir a sociodiversidade do bioma. Outro destaque é agricultura sustentável, através do Projeto Nutre, que assegura a comercialização dos produtos da agricultura familiar na alimentação escolar das nove capitais do Nordeste.

Além dessas perspectivas, a diminuição das queimadas e o uso de fogões ecológicos pela população, asseguram a diminuição de emissões de dióxido de carbono, bem como asseguram a preservação da vegetação nativa dessas áreas e diminuição de fumaça e fuligem para a população destas áreas.

Desta maneira, os biomas brasileiros, em especial o da caatinga, assegurarão melhor qualidade de vida para população que depende deste importante bioma.

Fotos: Jacqueline Silva-Cavalcanti

Junho é o mês do Meio Ambiente e uma programação intensa e vasta de eventos em torno do tema “Todos pela Sustentabilidade de Todos” será realizada durante 30 dias. 

A Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco (Semas), com o apoio da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) e Parque Estadual de Dois Irmãos, promoveu um encontro para apresentar os principais momentos do mês, com destaque especial para a participação de Pernambuco na Rio+20, Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que acontecerá nos dias 20 e 21 de junho, no Rio de Janeiro. 

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Seca

No encontro, o secretário estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Sérgio Xavier, afirmou que Pernambuco é uma das zonas mais vulneráveis às mudanças climáticas. “90% do território pernambucano está propício à desertificação e com o aquecimento global isso nos deixa ainda mais vulnerável”, explica Xavier. Para piorar a situação, os períodos de seca no estado vêm se estendendo cada vez mais, deixando vários municípios sem água por um longo período de tempo. 

Em algumas localidades do estado choveu 75% menos que a média histórica ao acumulado de chuva esperado no período – de outubro de 2011 a março de 2012 –. Por isso estão sendo implantadas unidades de conservação da Caatinga. Duas unidades já foram implantadas: uma no município de Floresta outra em Serra Talhada. Outras 13 serão implantadas, chegando a 270 mil hectares de área protegida. As iniciativas têm como principal objetivo preservar a biodiversidade existente na Caatinga, que hoje ocupa apenas cerca de 50% de sua área original. O programa integra o Plano Estadual de Mudanças Climáticas. 

Inundação

Migrando da Caatinga para o Litoral pernambucano, uma das preocupações é a provável inundação das áreas próximas às praias. As zonas potencialmente inundáveis no Recife ficaram debaixo d’água, caso as condições climáticas previstas se concretizarem. O risco do avanço do mar já está acontecendo. A cidade foi construída, passando dos limites necessários, ficando assim muito perto do mar. “Um projeto que prevê a recuperação das praias de Jaboatão do Guararapes, Recife, Olinda e Paulista, já está com sua primeira etapa do processo praticamente concluída e ainda esse ano as obras começam em Jaboatão”, garante Sérgio Xavier.  

Rio+20

No Rio+20, Pernambuco terá dois temas em destaque: Economia Verde e Governança. “Governança é um desafio que a ONU coloca como principal na gestão de sustentabilidade. Faltam modelos de gestão que trabalhe tudo ao mesmo tempo e em tempo real”, destaca o Secretário. O tema considerado mais importante e urgente, que é o aquecimento global, não está na pauta de Pernambuco, mas estará na pauta tangencial da Conferência. Pernambuco terá um stand na área oficial do evento, que contará com uma programação extensa, contando com material para divulgação. 

Na abertura do estande será lançado o programa Pernambuco Sustentável que é um conjunto de incentivos para a economia verde no estado o que atrairá interesse de empreendedores. “Queremos atrair empresas limpas e mais verdes”, declara o secretario. 

Parque Dois Irmãos

A área do Parque será praticamente triplicada. Hoje com a parque tem quase 387 hectares que serão agregados a mais 774 hectares de área verde. Por ficar em um centro entre Olinda/Paulista, São Lourenço da Mata/Camaragibe e Recife, ela é muito importante para o equilíbrio climático. “Para se ter um ideia a temperatura nesta área é de 3 a 4 graus a menos que a média de temperatura na Região Metropolitana (RM)”, garante Sérgio. Ao todo, 1.147 hectares representa mais de 30% de área protegida em RM.

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Uma audiência pública está sendo realizada, na manhã desta terça-feira (17), na Câmara dos Vereadores de Floresta para debater a proposta de criação da Estação Ecológica Serra da Canoa, de aproximadamente 12 mil hectares de caatinga. Se o projeto for realizado, esta será a segunda Unidade de Conservação (UC) da Caatinga do Estado - a primeira fica em Serra Talhada. A proposta é da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco (Semas), junto a Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH).

A consulta pública é uma das etapas que integram o compromisso do Governo do Estado de implantar um total de 81 UCs, de Caatinga e Mata Atlântica, até 2014. “A existência desta nova área protegida de caatinga é mais um passo fundamental na preservação desse bioma, que é único no mundo, e cuja conservação é estratégica para as metas de redução dos impactos do aquecimento global e dos processos de desertificação do semi-árido”,  afirma o secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Sérgio Xavier, que está presente na consulta pública em Floresta.

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A área de Serra da Canoa atualmente pertence a vários proprietários rurais e deverá ser adquirida pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), vinculada ao Ministério da Integração Nacional, para, em seguida, ser repassada ao Governo do Estado. A negociação visa sanar o passivo ambiental da Codevasf.

O público do encontro em Floresta é formado pelos proprietários rurais da área, representantes da Codevasf, prefeitura do município, associações de moradores, vereadores e ONGs ambientalistas, como a SOS Caatinga, entre outros. O passo seguinte para a consolidação da proposta será a aprovação pelo Conselho Estadual de Meio Ambiente (Consema), que se reúne no próximo dia 20, no Recife.

A primeira UC de Caatinga do Estado é o Parque Estadual da Mata da Pimenteira, em Serra Talhada, com 887,24 hectares. Foi criado em 30 de janeiro deste ano, a partir do decreto de nº 37.823, do governador Eduardo Campos.

Na expectativa da  Rio +20, vários ambientalistas vem se preparando para a discussão das reais necessidades ecológicas do nosso planeta. Sob essa perspectiva, as regiões semiáridas (atualmente consideradas como áreas prioritárias à conservação, devido aos impactos das mudanças climáticas globais), se preparam para ter a primeira Unidade de Conservação (UC) Estadual, voltada para o bioma caatinga.

Localizada na cidade de Serra Talhada, a Unidade de Conservação, localmente conhecida como UC Fazenda Saco e Pimenteira, é uma grande vitória para os sertanejos a fim de garantir a sustentabilidade para as famílias da Região do Sertão do Pajeú.

Ainda são necessários estudos complementares até sua implantação, mas a perspectiva é de que, até o dia 23 de dezembro, o decreto esteja sendo assinado pelo governador. Uma audiência publica será realizada no próximo dia 14, em Serra Talhada, para ouvir a opinião da população sobre a elevação da área à UC. Alguns estudos para avaliar a capacidade de suporte da área já estão sendo pensados a fim de garantir o sucesso deste recurso economicamente e cientificamente.

Sob o ponto de vista econômico, essas áreas suportes poderão garantir a permanência das populações sertanejas e suas futuras gerações, garantindo, desta forma, a sustentabilidade local sem agressão a este importante bioma brasileiro.

De acordo com especialistas, a área apresenta alta biodiversidade com espécies endêmicas e ameaçadas. Além de ser um banco genético essencial para estudos científicos e melhor entendimento da caatinga. Neste sentido, podemos afirmar que a elevação da área à unidade de conservação, só fez Pernambuco ganhar! A caatinga agradece ao governo do Estado pela iniciativa!

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