Janguiê Diniz

Janguiê Diniz

O mundo em discussão

Perfil:   Mestre e Doutor em Direito, Fundador e Presidente do Conselho de Administração do Grupo Ser Educacional, Presidente do Instituto Exito de Empreendedorismo

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Eleições e as contrapartidas

Janguiê Diniz, | seg, 18/06/2012 - 09:05
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Ano de eleições no Brasil é o período que todos os governantes e candidatos querem ressaltar suas virtudes e comprometimento em prol do bem estar e do desenvolvimento da população. Em contrapartida, é também o ano em que os trabalhadores mais reivindicam direitos e condições de trabalho. E os resultados dessas movimentações são inúmeras obras por todos os lados da cidade, movimentos de protesto e greves de outro.

Esquecendo a briga política que dominou o Recife nas últimas semanas e acabou ganhando as manchetes de todo o país, temos visto inúmeras ações de infraestrutura em caráter de emergência sendo realizadas e que, ainda assim, não são capazes de suprir as necessidades de nossa população. Ficou claro que a corrida pelas eleições tornou-se ainda maior pós anúncio de Pernambuco como uma das sede da Copa das Confederações, em 2013, e da Copa do Mundo, em 2014. Estar entre as sedes é uma vitória para nosso Estado, que tem apresentado um crescimento econômico constante.

As dúvidas começam quando pensamos no período do ano em que ambos os eventos serão realizados. Temos duas estações climáticas bem definidas: verão e inverno. O segundo é sempre nossa maior dificuldade. Recife é uma cidade litorânea, repleta de morros e rodeada por rios e canais. A cada período chuvoso vemos os mesmos problemas surgirem, mas nenhuma solução. Infelizmente nossa cidade ainda não possui infraestrutura suficiente para suportar as chuvas que costumam cair nos meses de maio, junho e julho.

Ampliando o panorama, vale lembrar que ainda figuramos entre as capitais mais violentas do país. Mais um ponto preocupante. Diante de um quadro como este, aproveito para levantar algumas questões: Como poderemos receber milhões de turistas com frágil infraestrutura de transporte público, vias de trânsito e segurança? E voltando as eleições municipais, quais pontos devemos levar em consideração na escolha pelo candidato que irá nos representar pelos próximos anos?

Recife viu nos últimos dias as águas tomarem conta das ruas da cidade, as longas filas de congestionamento se estenderem por horas, barreiras desabarem e, por consequência, mortes. Pensar que apenas o governo é responsável seria um pensamento pequeno. A população também precisa colaborar com ações simples como não jogar lixo nos canais e vias públicas. Mas estas são cenas já vistas antes e preocupantes quando pensamos na imagem que os visitantes terão da nossa cidade.

Caro leitor, não podemos pensar que vivemos como a política do “Pão e circo”, instituída em Roma há séculos atrás e utilizada para abafar os problemas sociais causados pelo crescimento urbano. Para sermos uma cidade modelo, precisamos cuidar primeiro de nossa população, para depois garantir que temos condições de receber bem os turistas e os eventos de grande porte. Precisamos de investimentos constantes e não ações emergenciais.

Desenvolvimento Sustentável

Janguiê Diniz, | qui, 14/06/2012 - 10:52
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Estamos em 2012, em meio a debates constantes sobre como nos tornarmos países ecologicamente corretos, como aproveitar melhor os resíduos e economizar água potável, visto que nossas reservas são limitadas. Em torno de tantas discussões e de como proceder para que todos os países se desenvolvam de forma sustentável, o Brasil recebe a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20.

Conforme o relatório da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, o desenvolvimento sustentável é aquele que procura satisfazer as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades, significa possibilitar que as pessoas, agora e no futuro, atinjam um nível satisfatório de desenvolvimento social e econômico e de realização humana e cultural, fazendo, ao mesmo tempo, um uso razoável dos recursos da terra e preservando as espécies e os habitats naturais. E isto, depende de planejamento e reconhecimento de que os recursos naturais não são infinitos.

No entanto, a continuidade do processo de desenvolvimento sustentável vai muito além desse planejamento e reconhecimento. Ela depende de três componentes: sustentabilidade ambiental; sustentabilidade econômica; e sustentabilidade sociopolítica. O primeiro deles consiste na manutenção das funções e componentes do ecossistema, visando à preservação da fauna, flora e espécies animais. O segundo, emoldurada no campo do desenvolvimento sustentável, sendo um conjunto de conceitos e políticas que apontam para a incorporação de preocupações e considerações ambientais e sociais. E por último, e não menos importante, a sustentabilidade sociopolítica destina-se ao equilíbrio social, tanto no desenvolvimento social como econômico, no sentido de humanizar a economia trazendo estabilização.

É possível que o grande problema para alcançar o desenvolvimento sustentável esteja no desenvolvimento econômico. Este último é extremamente necessário para os países mais pobres, no entanto, o caminho para atingi-lo não pode ser o mesmo adotado pelos países industrializados. Pensando na possibilidade de que os países em desenvolvimento adotem os padrões das sociedades industrializadas, a quantidade de combustíveis fósseis consumida aumentaria cerca de 10 vezes e a de recursos minerais, em 200 vezes. 

Ao invés de aumentar os níveis de consumo dos países em desenvolvimento, é preciso reduzir os níveis observados nos países industrializados. Atualmente, eles são responsáveis pelo consumo de 70% da energia, 75% dos metais e 85% da produção de madeira mundial. Além disso, torna-se indispensável combater energicamente a pobreza e os conflitos, que são os principais motivos da destruição humana, ambiental e, também, econômica.

Não se pode considerar que respeitar o meio ambiente e evitar, ao máximo, o desperdício – forte característica de países desenvolvidos e em desenvolvimento – sejam o suficiente para criar um perfil de desenvolvimento sustentável. É preciso ir mais além. Um posicionamento a favor do crescimento e que prioriza a conservação, é indispensável à percepção de desenvolvimento.

As empresas e o risco de falências

Janguiê Diniz, | ter, 12/06/2012 - 11:59
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O mês de maio encerrou com uma notícia nada agradável para a economia brasileira. Foram 203 pedidos de falência solicitados por empresas, sendo 105 de micro e pequenas empresas, 67 de médias e 31 de grandes. No acumulado de 2012, os requerimentos somaram 817 até o final de maio, ante 738 efetuados no mesmo período de 2011, um aumento de 10,7%.

Os resultados negativos não estão apenas no Brasil. Estima-se que este ano, pelo menos 330 mil empresas do mundo podem aumentar a quantidade de corporações falidas – número 3% maior do que no ano passado. Grande parte desses números se explica pela crise na Europa. Por mais que não estejamos sofrendo diretamente com a crise europeia, nossa economia é dependente de outros países. Dependemos de nossas exportações e se algum país não puder mais comprar nossos produtos, isso afeta as empresas exportadoras brasileiras.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Brasil existem 5,1 milhões de empresas. Desse total, 98% são micro e pequenas empresas (MPEs). Os pequenos negócios, formais e informais, respondem por mais de dois terços das ocupações do setor privado. Ademais,quatro em cada dez novas empresas fecham as portas após os dois primeiros anos. Se trouxermos dados para ilustrar, de um total de 4,3 milhões de empresas ativas no Brasil em 2009, 77,8% eram sobreviventes, ou seja, existiam em 2008. As outras 22,2%, ou 946.700 empresas, eram novos empreendimentos.

Empreender é ter coragem de jogar toda a sua vida e suas economias em um projeto que você acredite. Manter uma empresa no mercado, disputando com a concorrência, torna-se, nos conturbados dias atuais, um dos maiores desafios de qualquer administrador. Caros leitores, existem muitas maneiras de uma empresa se destacar no mercado, mas sem dúvidas é a estratégia focada na diferenciação que faz toda a diferença.

É comum pensar que a estratégia para se manter no mercado são os preços baixos. Esse pensamento não está errado, visto que o mercado é sempre receptivo as reduções de preço. Porém, cabe lembrar que reduzir os preços de venda só é válido, quando preço, volume e margem estão bem equilibrados, o que não é fácil de resolver. Antes de simplesmente baixar preços através de diminuição de margem, cortes de funcionários, redução ou ajustes internos, deve-se lembrar que essas ações poderão não ser o suficiente, já que encontraremos uma infinidade de concorrentes diretos ou indiretos, formais ou informais, que estão em situação financeira complicada e praticando condições suicidas, muitas vezes impossíveis de seguir.

Para não integrar a lista de empresas falidas, é preciso ter um diferencial em relação aos principais concorrentes. É preciso inovar. Em um mercado tão competitivo e volátil, é preciso sempre trazer aos consumidores novidades e, principalmente, qualidade.

A deficiência da saúde no Brasil

Janguiê Diniz, | dom, 10/06/2012 - 09:02
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Centenas de pacientes, hospitais lotados, falta de leitos e deficiência de profissionais da área de saúde para atender os doentes. Este é o retrato atual da situação da saúde pública no Brasil, comprovada através de estudo realizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A saúde é, sem dúvidas, um dos problemas mais graves que enfrentamos atualmente.

O governo criou indicadores para medir o acesso da população a todos os tipos de serviços e a eficiência da saúde no Brasil, entre eles estavam a proporção de partos normais e a taxa de mortalidade das pessoas que chegam aos hospitais vítimas de infarto. Contudo, o ponto crítico do estudo ficou com o acesso da população aos serviços de saúde. De fato, em quase todos os hospitais públicos do país, os pacientes têm dificuldade em conseguir atendimento, principalmente para os procedimentos mais complexos.

O Brasil tem hoje cerca de 380 mil médicos, uma média de 1,95 profissionais para cada mil habitantes e em algumas regiões do país este número cai para 0,5. Se compararmos com outros países da América do Sul, como na Argentina, por exemplo, o número de médicos para o mesmo número de habitantes é de três profissionais. Já na Europa esse número atinge de cinco a seis médicos para o mesmo número de habitantes.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) também confirmou um déficit de quatro milhões de médicos, enfermeiras e outros profissionais da saúde no mundo. A OMS estima que hoje há 59,2 milhões de profissionais da saúde no mundo. Entrementes, são necessários mais 2,3 milhões de profissionais para garantir o atendimento básico à população. Tanto no Brasil quanto nos outros países, o maior problema é que este contingente profissional está concentrado nos áreas mais ricas e nas zonas urbanas.

O aumento do número de profissionais, bem como a interiorização da medicina no Brasil é um grande desafio. Nos últimos dez anos, os gastos totais do setor público com saúde no Brasil tem girado em entre 3 e 4% do PIB. O que temos visto é muita falácia, políticas de curto prazo, sem planejamento e ações emergenciais que focam as eleições. Evidentemente, as reclamações também ocorrem, embora em menos intensidade, por parte dos usuários dos serviços particulares, neste caso porque pagam valores altos aos planos de saúde e o atendimento, em grande parte, deixa a desejar.

Caro leitor, diante de um quadro como esse, a decisão do Ministério da Educação em estender o número de vagas nos cursos de medicina do país é o início de mudanças positivas e necessárias. Aqui em Pernambuco foram autorizadas 200 vagas. Sendo 80 para a  Universidade Federal de Pernambuco, campus Caruaru, e 120 para a UNINASSAU.  Faz-se necessário melhorar, também, a falta de saneamento básico no país, dando aos profissionais da saúde condições de trabalho em todas as partes do Brasil. Foi com investimentos em educação todos os países de primeiro mundo de desenvolveram.

O boom das cidades e bairros planejados

Janguiê Diniz, | ter, 05/06/2012 - 10:45
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Pernambuco está em pleno desenvolvimento, são dezenas de novas estradas, centenas de empreendimentos, tudo motivado pelo crescimento econômico e pelos eventos que o Brasil e o Estado irão receber nos próximos anos – Copa das Confederações, Copa do Mundo e Olimpíadas.

Junto a todo esse desenvolvimento, vemos vários projetos de bairros planejados em Pernambuco sendo divulgados. Para entendermos melhor, é preciso saber que bairros e as cidades planejadas correspondem àquelas que são construídas a partir de um projeto ou plano diretor discutido e analisado antes da sua execução, nesse caso há uma preocupação com a configuração dos mesmos, como largura das ruas, escolha de espaços específicos para comércio, residências e outras funções.

No Brasil temos exemplos de várias cidades planejadas: Teresina, fundada em 1851; Aracaju, 1858; Belo Horizonte, 1898; Goiânia, 1937; Brasília, 1960; e Palmas, a mais nova delas, fundada em 1990. Saindo do Brasil, temosWashington, nos EUA, e Camberra, na Austrália, como exemplos de cidades planejadas elaboradas para exercer o papel de capital.

Voltando para Pernambuco, os projetos de bairros planejados chegam com opções em várias cidades do Estado – Recife, Goiana, Cabo de Santo Agostinho e São Lourenço da Mata são algumas delas – e com conceitos baseados em modelos como a famosa Jurerê Internacional, em Santa Catarina. Todos impulsionados pelo desenvolvimento econômico com a chegada de grandes complexos industriais e fábricas, como a Refinaria Abreu e Lima, a Petroquímica Suape e a Fiat.

A viabilidade dessas obras e os benefícios que elas trarão são inúmeros. Serão novas moradias para população, com infraestrutura e expandindo o crescimento urbano para outras áreas do Estado. Porém, não se pode esquecer o restante da cidade. Recife, em especial, precisa melhorar e muito sua infraestrutura para atender todas as demandas urbanas. E tais obras não podem ser benefícios apenas para uma parte da população.

Devemos, sim, tomar o exemplo de outra capital brasileira, Curitiba. Considerada uma das metrópoles do país mais bem planejadas, organizadas e com ótima qualidade de vida. A cidade soube aliar urbanização e preservação de áreas verdes, contribuindo para manutenção da fauna e flora. Além disso, os curitibanos já tem implantado o sistema de ônibus BRT (Bus Rapid Transit, em português transporte rápido por ônibus) e que será instalado nos corredores Norte-Sul, uma obras em execução na capital pernambucana.

Devemos seguir em frente com todos os investimentos e desenvolvimentos que Pernambuco está recebendo. No entanto, é preciso ter consciência de que as obras, sejam de mobilidade, infraestrutura ou moradia, precisam beneficiar a população como um todo e não apenas alguns.

O planeta cada vez mais quente

Janguiê Diniz, | qui, 31/05/2012 - 09:07
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A queima de combustíveis e a consequente emissão de dióxido de carbono (CO2) tiveram um aumento de 3,2% em 2011, quando comparado aos números de 2010. De acordo com a Agência Internacional de Energia (AIE), isso significa que foram emitidas 31,6 giga toneladas – cada giga tonelada equivale a 1 bilhão de toneladas - na atmosfera.

 

Ainda segundo a AIE, a queima de carvão foi a principal fonte emissora do CO2 em 2011, e respondeu por 45% da poluição. Na sequência aparecem o petróleo e o gás natural, com 35% e 20%, respectivamente. A justificativa para o aumento foi a recuperação econômica mundial, principalmente dos países desenvolvidos, após a crise de 2008 e 2009.

O destaque ficou para a China. Apontada como principal responsável pela alta nas emissões globais de CO2, ela apresentou um crescimento de 9,3% em suas emissões, o que representa um aumento de 720 milhões de toneladas, justificado, principalmente, pelo maior consumo de carvão. Seguindo os chineses, estão os Estados Unidos e a União Europeia. A Índia aparece como o quarto maior país emissor, ultrapassando a Rússia, depois de um aumento de 8,7% em seu total de emissões.

Apesar de ocupar o segundo lugar no ranking da AIE, nos EUA a mudança realizada nas usinas de energia, onde a utilização do carvão foi substituída pelo gás natural, aliada a retração econômica e um inverno que não foi rigoroso, ajudaram a reduzir as emissões em 1,7%. O mesmo aconteceu na Europa, que além do inverno fraco, apresentou um crescimento lento, ajudando a cortar as emissões de CO2 em 1,9%.

É necessário saber que o dióxido de carbono é essencial à vida no planeta, visto que é um dos compostos essenciais para a realização da fotossíntese. No entanto, a liberação desse dióxido através da queima de combustíveis fósseis e mudanças no uso da terra, principalmente com os desmatamentos e queimadas, resultam em alterações nos estoques naturais de carbono e tem um desempenho essencial na mudança do clima do planeta - entenda-se: aumento da temperatura, mudanças climáticas, efeito estuda e desertificação.

Ademais, o Brasil é o oitavo maior emissor mundial de gases do efeito estufa e entre as maiores causas da nossa poluição estão o desmatamento e as queimadas florestais. Já os veículos automotores e as indústrias são as principais causas da poluição nos centros urbanos mais desenvolvidos do país. Apesar disso, estamos caminhamos no processo de diminuição de gases poluentes e na criação de recursos sustentáveis para o meio ambiente, como manter a energia renovável na matriz elétrica e aumentar a utilização de biocombustíveis no transporte nacional. 

Mas apenas essas ações não são suficientes, visto que também se faz necessário diminuir a taxa de desmatamento ilegal, uma grande dificuldade brasileira, e identificar os impactos ambientais decorrentes da mudança do clima. É preciso também avaliar os pacotes de estímulo econômicos adotados pelo Brasil - aumentando o consumo de carros e eletrodomésticos, melhoramos a economia interna, porém contribuímos cada vez mais com emissão de CO2 na atmosfera.

O Brasil e a alta taxa de impostos

Janguiê Diniz, | ter, 29/05/2012 - 10:47
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O Brasil atingiu, na última semana, um recolhimento de R$600 bilhões em impostos apenas nos primeiros meses de 2012. A previsão é de  chegarmos a R$1 trilhão antes de outubro e batermos o recorde de 2011, que foi de R$ 1,5 trilhão pagos pelos brasileiros. Estamos na 15º posição entre os países com as mais altas cargas tributárias do mundo. A Suécia lidera a lista com uma participação da carga tributária no Produto Interno Bruto (PIB) de 44,08%, enquanto no Brasil é de 35,13%. Trabalhamos 143 dias por ano só para pagar impostos.

 

A título de informação, possuímos 63 tipos de tributos, entre impostos, contribuições, taxas federais, estaduais e municipais. A maior parte deles é de impostos indiretos, ou seja, tributos que já estão embutidos no valor do produto, como no caso dos medicamentos, em que os custos de impostos chegam a 56% do valor e na conta de luz, que esse número sobe para 85%.

Segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), entre os produtos que mais tem impostos embutidos estão a cachaça, com 81,87%; o cigarro, com 80,42%; e a caipirinha, com 76,66% do preço. O IBPT afirma, ainda, que o Imposto de Renda (IR) é o que mais pesa no bolso do brasileiro. Em seguida, estão os tributos sobre o consumo: ICMS, PIS, Cofins, IPI, ISS.

O grande problema do Brasil não é o valor cobrado nos impostos. Mas sim, a falta de retorno que os cidadãos recebem do dinheiro pago ao governo e que deveria ser aplicado em infraestrutura, saúde, educação e tantos outros bens e serviços públicos. Investimentos estes que acontecem em países como Estados Unidos, Coréia do Sul, Austrália e Japão, que lideram o ranking dos que aplicam melhor os recursos públicos em qualidade de vida para os cidadãos e que tem as menores taxas de impostos. Vale citar, também, o Reino Unido e a Alemanha, onde a taxa é semelhante à brasileira, com 36% e 36,7%, respectivamente.

De fato, a estabilidade econômica diante de uma crise mundial e a continuidade política tem proporcionado ao Brasil um grande crescimento em praticamente todos os setores e deu visibilidade e notoriedade ao país. Porém a alta taxa de impostos influencia não somente no bolso dos trabalhadores, ela é responsável por encarecer também a produção nacional, reduzindo a competitividade brasileira em relação aos outros países e afastando os investidores.

Embora reduzir impostos setoriais - como o Governo Federal fez ao anunciar a redução de impostos direcionados a setores estagnados, como a indústria automobilística - seja uma determinação positiva, é apenas uma ação paliativa. É preciso, também, reduzir os gastos, para que sobre dinheiro para investir na infraestrutura nacional e reduzir o Custo Brasil (termo usado para descrever o conjunto de dificuldades estruturais, burocráticas e econômicas que encarecem o investimento no Brasil, dificultando o desenvolvimento nacional, aumentando o desemprego, o trabalho informal e a sonegação de impostos).

Sem ações desse tipo, jamais seremos competitivos o suficiente diante da disputa comercial que acontece no mundo globalizado.

Brasil x Dengue

Janguiê Diniz, | sex, 25/05/2012 - 15:57
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Há anos o Brasil tem travado uma luta constante contra a dengue. Historicamente, no país existem registros de epidemias da doença em São Paulo, nos anos de 1851, 1853 e 1916 e no Rio de Janeiro, em 1923. A partir de então, e até os anos 80, a doença foi praticamente eliminada graças ao combate do Aedes aegypti (mosquito transmissor da doença), durante a campanha de erradicação da febre amarela.

Em 2002, novamente o Rio de Janeiro foi castigado por uma epidemia de dengue, desta vez com a entrada de um novo tipo do vírus. Quase 290 mil pessoas contraíram a doença e 91 morreram, sendo 65 mortes e 138 mil casos somente na capital fluminense. Foi o ano com mais casos de dengue na história do país. Em 2011, houve 374 óbitos e nos 12 meses anteriores, 467.

Nos quatro primeiros meses de 2012 foram confirmados 286.011 casos de dengue no Brasil. O número representa queda de 44% em relação ao mesmo período de 2011, quando foram registrados 507.798 casos. Apesar da queda nos totais na maior parte do país e na média geral, seis estados registraram aumento da dengue: Sergipe, Alagoas, Bahia, Pernambuco, Mato Grosso e Tocantins. O Ministério da Saúde considerou que a redução das mortes e casos graves da doença se deu pela melhoria da assistência prestada à população, com diagnósticos mais rápidos e as ações de combate da doença, com as campanhas de prevenção.

Pernambuco viu a estatística dos casos atingir 203% nos quatro primeiros meses deste ano, quando comparado ao mesmo período de 2011. No Recife, a quantidade de registros passou de 1.680 para 7.790 casos. Uma justificativa para os números é que como capital, produzimos mais lixo e em período de estiagem, as pessoas acabam tendo que armazenar mais água. O problema é que entre os seis Estados, Pernambuco é o terceiro com mais casos da doença.

Somos um país de clima tropical, o mais favorável para reprodução do mosquito. É de conhecimento da grande maioria da população que o Aedes aegypti é uma espécie doméstica, que nasce e se reproduz em água parada, limpa e de preferência em recipientes como latas, pneus, vasos. O que é facilmente encontrado na maior parte das residências e justifica que 80% dos focos sejam encontrados lá.

Sabemos que é obrigação do governo dar a assistência e o esforço para controlar a epidemia, mas a população precisa ter a consciência que o combate à dengue não pode ser feito apenas pelo poder público. É impossível. Cabe a todos nós tomarmos atitudes e providências para combater o mosquito e a única maneira de evitar uma epidemia da doença é através da eliminação do transmissor.

A ignorância da discriminação

Janguiê Diniz, | qua, 23/05/2012 - 10:20
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A discriminação é o ato de considerar que certas características que uma pessoa ou um povo tem são motivos para que sejam vedados seus direitos. Em outras palavras, é considerar que a diferença, seja ela social, racial, religiosa, sexual, por idade ou nacionalidade, implica em diferentes direitos.

 

Nos últimos anos nos deparamos, cada vez mais, com a veiculação de atitudes ignorantes e impensadas de algumas pessoas que tem manifestado em redes sociais, vídeos e outras formas, a discriminação ao povo nordestino. Tais atitudes tem instigado a revolta não apenas dos que foram ofendidos nas publicações, mas de todos que tem consciência e inteligência suficiente para perceber tamanha ignorância.

O Brasil tem cinco regiões, todas completamente diferentes. Cada uma com sua cultura, seu povo, seu sotaque, suas características. É essa miscelânea que nos torna um país único. Na região Norte, temos a floresta Amazônica, com uma das maiores variedades de flora e fauna do planeta. No Nordeste, praias que estão entre as mais bonitas do mundo. No centro-oeste temos o pantanal, considerado pela UNESCO como Patrimônio Natural Mundial e Reserva da Biosfera. No Sudeste, o coração econômico do país. E na região Sul, - a menor em território – temos a região que mais possui características dos colonizadores.

A Constituição brasileira rejeita e propõe punições a qualquer forma de discriminação. Assim proclama que todos – pernambucanos, paraibanos, cariocas, paulistas, gaúchos, amazonenses, etc - somos iguais perante a lei, sem distinção. O preconceituoso comentário da estudante de Direito, que deveria ser uma pessoa esclarecida e conhecedora das leis, e a punição exigida pelo Ministério Público não deve ser considerado uma vitória, mas apenas o cumprimento da nossa legislação.

Faz-se necessário entender, também, que embora haja na nossa legislação diversos recursos para o combate à discriminação, para que haja eficácia é necessária a construção da consciência. É preciso que aqueles que são discriminados estejam conscientes da discriminação sofrida e tenham uma postura firme contra seus discriminadores, inclusive denunciando-os à justiça. Por outro lado, é imperativo que o povo brasileiro crie o hábito de combater as discriminações que existem no país, visto que a sociedade, rotineiramente, nega a ocorrência de discriminações, considerando eventuais casos que são publicados na mídia como comportamentos isolados de pessoas sem consciência.

Ocorre que as discriminações existem e constantemente. Elas devem ser encaradas como fatos reais e que precisam ter seus autores  condenados e os casos resolvidos, não bastando punir casos isolados. Preconceito é burrice, crueldade e intolerância. E os fins não justificam os meios. Não importa se a causa foi uma eleição ou uma rivalidade de times de futebol, todos devemos ser respeitados, independente de raça, região ou qualquer outro aspecto.

Dia mundial da Internet

Janguiê Diniz, | seg, 21/05/2012 - 08:58
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Na última quinta-feira comemorou-se o Dia Mundial da Internet. A data existe desde 2006 e foi instituída pela Organização das Nações Unidas. Para relembrar, a rede mundial de computadores, ou popularmente chamada de Internet, surgiu durante a Guerra Fria e foi pensada com objetivos militares, como uma opção das forças armadas norte-americanas para manter as comunicações em caso de ataques inimigos que viessem a destruir os meios convencionais de telecomunicações. 

Nas décadas de 70 e 80, além de ser utilizada para fins militares, a Internet passou a ser um importante meio de comunicação acadêmico. Estudantes e professores universitários, principalmente dos EUA, utilizavam o sistema para trocar ideias, mensagens e descobertas. E, apesar de parecer que foi a bastante tempo, foi apenas nos anos 90 que a Internet começou a alcançar a população em geral.

O Brasil é hoje o 5º país mais conectado do mundo. Somos 79,9 milhões de internautas. Um aumento de 48% entre 2007 e 2011. O principal local de acesso continua sendo a lan house, seguido da própria casa. Nesse contexto, temos que admitir: a internet chegou como uma revolução mundial.  Foi graças a ela que muitos sistemas tiveram que se modificar. Os meios de comunicação, por exemplo, tornaram-se mais imediatos, com as notícias sendo veiculadas em questão de minutos e não apenas diariamente nos telejornais ou nos jornais impressos. Além disso, podemos nos comunicar com outras pessoas em qualquer lugar e a qualquer momento, através dos emails, programas de conversação, fóruns e tantas outras opções.

Por outro lado, no campo da educação, as enciclopédias mundialmente conhecidas foram trocadas por sistemas de buscas online, como o Google, Bing e tantos outros, que ofereciam respostas rápidas e de acesso em qualquer local ou computador. Além disso, a educação a distância tornou-se uma realidade no Brasil, com inúmeros cursos técnicos, de graduação e pós-graduação, permitindo aos estudantes conciliar melhor vida, profissão e estudos.

De fato, as mudanças não ficaram apenas no campo da comunicação ou da educação. O comércio também teve de se adaptar e foi extremamente beneficiado. Muitas compras passaram a ser feitas online, facilitando para consumidores e comerciantes. Isso sem citarmos a febre das redes sociais, utilizadas não apenas para o relacionamento interpessoal, mas também serve de  palco de publicidade. Através da rede é possível ter acesso a livros gratuitos, blogs dos mais variados assuntos, mapas e tantas outras coisas pensadas para facilitar a vida e diminuir, pelo menos aparentemente, as diferenças sociais.

Infelizmente ainda não são todas as pessoas que possuem acesso a internet todos os dias, ou pelo menos frequentemente, mas a grande maioria da população já não vive mais sem a web e seus benefícios. Vivemos em um mundo de constantes transformações e todos esses aspectos fazem com que o desenvolvimento das ciências e das tecnologias aconteçam em um ritmo muito mais acelerado. Precisamos aproveitar e valorizar o que temos disponível à mão.

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