Tópicos | 16ª fase

Os últimos sete dias foram agitados na política nacional e local. Entre os fatos, o que mais marcou o período foi o “pacto de cooperação” firmado entre a presidente Dilma Rousseff (PT) e os governadores do país na última quinta-feira (30). Além disso, a posse de João Paulo e a suspensão das atividades da Sudene, a 16ª fase da Lava Jato e as articulações dos partidos para as eleições de 2016 também foram destaque. 

No encontro entre Dilma e os gestores estaduais, um apoio mútuo foi firmado entre os chefes dos Executivos. Com o “pacto”, o principal objetivo é evitar que sejam aprovadas as propostas no Congresso Federal que preveem aumento de despesas. O legislativo retoma as atividades na próxima segunda-feira (3) e promete avaliar, no segundo semestre, temas como o pacto federativo e a reforma tributária.

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Nessa sexta-feira (31), a Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) conquistou a autorização para retomar as atividades no prédio em que funciona. O edifício foi evacuado pela Justiça Federal na última terça-feira (28), logo após o petista João Paulo assumir o comando da autarquia. O prédio ficou fechado por três dias. 

Apesar do imbróglio em relação ao edifício, a posse de João Paulo foi recheada de festa. A primeira pela “retomada do PT ao poder” e outra em defesa da presidente Dilma. Na cerimônia, João Paulo foi aclamado a retornar para a Prefeitura do Recife em 2016 enquanto dividia a mesa de honra com o prefeito e virtual adversário Geraldo Julio (PSB)

Os prefeitos que compõem a Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe) também se reuniram nesta semana para debater estratégias visando amenizar os impactos da crise econômica nacional nas gestões municipais. O vice-prefeito de São Lourenço da Mata, Gino Albanez (PSB), foi um dos que participou do encontro. Ele vai assumir o comando da cidade até o dia 15 de agosto, já que o atual prefeito, Ettore Labanca (PSB), vai integrar a equipe do governador Paulo Câmara (PSB). Albanez, apesar de aliado de Labanca, afirmou que vai “reorganizar” a cidade e imprimir sua marca de gestão.  

Uma nova rodada da do projeto Pernambuco de Verdade da bancada de oposição ao governo na Assembleia Legislativa (Alepe) também aconteceu esta semana. Na última quarta-feira (29), eles visitaram as cidades de Caruaru, Gravatá e Vitória, no Agreste. As principais falhas encontradas pela bancada foram na área da saúde. Eles apontaram precariedade no serviço em alguns hospitais e a paralisação em obras. O governo rebateu todas as denúncias.  

Lava Jato

A Polícia Federal deflagrou na última terça-feira (28) a 16ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Radioatividade. O foco das investigações foram contratos firmados por empresas como a Eletronuclear, uma subsidiária da Eletrobras. O presidente licenciado da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva, e o empresário Flávio Barra, presidente da AG Energia, foram presos na nova fase

No mesmo dia, o deputado federal Eduardo da Fonte apresentou à sua defesa nas investigações da Lava Jato. Foram enviados à imprensa comprovantes de depósitos bancários feitos pelo cliente Prime Refeições e Lanches LTDA na conta da empresa da família do deputado que motivaram a realização da investigação.

Além disso, nesta semana também foram negados os rumores de que o ex-deputado federal Pedro Corrêa apresentaria um pedido de delação premiada à Justiça Federal sobre as investigações. Segundo a defesa, não existem intenções para que seu cliente dê depoimento sobre o caso. 

Eleições 2016

Apesar de estarmos a pouco mais de uma ano e dois meses das eleições de 2016, muito partidos têm se articulado para o pleito. Esta semana, o PSB de Pernambuco anunciou que iniciaria um giro pelo estado com as Agendas 40 para filiar novos socialistas e articular candidaturas. Além disso, a legenda também alterou o comando da legenda em Petrolina, o que gerou imbróglios. 

O PSB não foi o único partido a anunciar posicionamentos nesta semana. O PTB pontuou o desejo de disputar o comando da Prefeitura do Recife, o PSC disse que não faria coligações para as chapas proporcionais e rodaria o estado para a realização de seminários e o PPS lançou pré-candidatura para a Prefeitura de Olinda. 

Ao mandar prender o presidente licenciado da Eletronuclear, almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, e o presidente global da Andrade Gutierrez Energia, Flávio David Barra, na Operação Radioatividade, nesta terça-feira (28), o juiz federal Sérgio Moro se valeu de relatório da força-tarefa da Lava Jato, segundo a qual os "investigados se associaram para praticar em série crimes de gravidade". "A prisão temporária é, nesse período, imprescindível para evitar concertação fraudulenta de versões entre os investigados, garantindo que sejam ouvidos pela autoridade policial separadamente e sem que recebam influências indevidas uns dos outros."

Moro mandou prender o almirante e o executivo em regime temporário, por cinco dias - prazo que pode ser prorrogado. Em sua decisão, o juiz destaca que o crime de corrupção atribuído ao almirante pela Operação Lava Jato "não tem qualquer relação com atividade militar". Moro assinala que os fatos sob investigação não são crimes militares, submetidos a processo na Justiça Militar, de acordo com o artigo 9.º do Código Penal Militar.

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"Não passa sem atenção o fato de Othon Luiz ser militar da reserva", escreveu o juiz da Lava Jato. "Apesar do prestígio das Forças Armadas, o fato é que as provas indicam possíveis crimes de corrupção em tempo muito posterior à passagem dele (Othon) para reserva e no exercício de atividade meramente civil. Então, a investigação não tem qualquer relação com atividade militar."

Othon Luiz foi preso na manhã desta terça-feira, no Rio. O executivo da Andrade Gutierrez também foi preso no Rio. A Radioatividade, 16.ª etapa da Lava Jato, concentra suas forças exclusivamente em contratos das obras da Usina Nuclear de Angra 3.

O presidente licenciado da Eletronuclear teria recebido R$ 4,5 milhões em propinas de um grupo de empreiteiras. As negociações para discutir o valor da corrupção teriam sido conduzidas pelo executivo Flávio Barra, presidente global da Andrade Gutrierrez Energia, que também foi preso pela Polícia Federal nesta terça, 28.

Othon Luiz virou alvo da Radioatividade depois que seu nome foi denunciado pelo ex-presidente da Camargo Corrêa, Dalton dos Santos Avancini. Delator da Lava Jato, Avancini revelou a propina para o almirante.

"Dalton dos Santos Avancini, ex-presidente da Camargo Correa, relatou, em acordo de colaboração premiada, acertos para pagamento de propina em licitações e contratos de obras em Angra 3, após a tomada de medidas pela Eletronuclear para restringir a concorrência do certame", assinalou o juiz Moro.

Para o juiz da Lava Jato, "a adoção da medidas de restrição à concorrência foram confirmadas documentalmente, o que levou ao êxito no certame das empreiteiras Camargo Correa, UTC Engenharia, Odebrecht, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão, Techin e EBE, que formaram o Consórcio Angramon".

Sérgio Moro avalia existência de "prova relevante de crimes de fraude a licitações, corrupção e lavagem de dinheiro". Ao mandar prender o presidente licenciado da Eletronuclear e o alto executivo da Andrade Gutierrez, o juiz destacou que "investigados teriam se associado para praticar em série crimes de gravidade".

"A prisão temporária é, nesse período, imprescindível para evitar concertação fraudulenta de versões entre os investigados, garantindo que sejam ouvidos pela autoridade policial separadamente e sem que recebam influências indevidas uns dos outros."

A força-tarefa da Operação Lava Jato identificou um metódico padrão no pagamento de propinas ao presidente licenciado da Eletronuclear, almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva. O dinheiro era repassado por grandes empreiteiras a intermediárias, que faziam o pagamento, em seguida, à Aratec Engenharia Consultoria e Representações Ltda, controlada por Othon Luiz. Ele foi preso temporariamente nesta terça-feira, 28, na 16ª fase da Lava Jato, denominada Operação Radioatividade.

"Até o momento, os indícios apontam que o presidente licenciado da Eletronuclear recebeu pelo menos R$ 4,5 milhões de propina. Há indicativos de que parte deste montante foi recebida em 12 de dezembro de 2014, mesmo após a prisão de executivos de grandes empreiteiras do país", aponta a Procuradoria da República.

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Em novembro do ano passado, a Lava Jato deflagrou a Juízo Final, 7ª fase da grande investigação sobre corrupção na Petrobrás. Na ocasião, foram presos dirigentes da Camargo Corrêa, Mendes Júnior, OAS, Galvão Engenharia, Engevix e UTC.

O rastreamento da propina do almirante mostra o fluxo no caixa de empreiteiras, de intermediárias e de empresas de fachada. A empresa Deustchebras recebeu, em novembro de 2014, R$ 330 mil da Andrade Gutierrez e, em dezembro de 2014, repassou R$ 252.300 para a Aratec, segundo a Polícia Federal e a Procuradoria da República. Nesta terça, além de Othon Luiz Pinheiro da Silva foi preso o presidente da Unidade Negócios Energia da Andrade Gutierrez, Flavio David Barra.

Segundo o Ministério Público Federal, a Andrade Gutierrez repassou à CG Consultoria R$ 2,93 milhões entre 2009 e 2012. A CG Consultoria, por sua vez, transferiu à Aratec Engenharia R$ 2.699.730. entre 2009 e 2014.

A CG Consultoria recebeu da Andrade Gutierrez, em março de 2012 e junho de 2012, R$ 300 mil em cada um desses meses, e repassou R$ 220 mil em casa um desses mesmos meses à Aratec Engenharia. Em agosto de 2011, a CG recebeu também R$ 300 mil da Andrade Gutierrez e repassou em setembro de 2011 R$ 220 mil a Aratec.

"A CG Consultoria não tem qualquer empregado e na prática, descontados os custos tributários, repassou o recebido pela Andrade Gutierrez à Aratec, empresa controlada por Othon Luiz", anotou o juiz federal Sérgio Moro, que conduz a Lava Jato.

A JNobre Engenharia e Consultoria Ltda., que tem o mesmo endereço que a CG Consultoria, foi outra empresa intermediária usada para transferir o dinheiro à Aratec Engenharia, segundo a PF e a Procuradoria. A JNobre depositou R$ 792.500 entre 2012 e 2013 na conta da Aratec Engenharia. Nestes mesmos anos, recebeu R$ 1.400 milhão da Andrade Gutierrez.

"A aparente utilização dessas empresas como intermediárias de repasses também é evidenciado pela análise dos pagamentos individualizados", apontou Moro.

A Eletronuclear informou que desde 30 de abril tem um presidente interino, Pedro Figueiredo.

Andrade Gutierrez

A Andrade Gutierrez está acompanhando a 16ª fase da Operação Lava Jato e destaca que sempre esteve à disposição da Justiça. Seus advogados estão analisando os termos desta ação da Polícia Federal para se pronunciar.

O procurador da República Athayde Ribeiro Costa afirmou nesta terça-feira, 28, que o presidente licenciado da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva, recebeu R$ 4,5 milhões de empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato. Ele foi preso temporariamente nesta terça-feira, 28, na 16ª fase da operação, batizada de Radioatividade.

A empresa de Othon da Silva, a Aratec Engenharia, "recebeu pagamentos vultuosos" também de empresas que compõem o Consórcio Angramon. A Aratec recebeu no mesmo período pagamento das empreiteiras Andrade Gutierrez e Engevix, ambas com contratos com a Eletronuclear, por meio de empresas intermediárias CG Consultoria, JNobre Engenharia, Link Projetos e Participações Ltda. e a Deutschebras Comercial e Engenharia Ltda., "algumas com características de serem de fachada".

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"No caso mais claro, foi constatado que a empresa CG Consultoria, Construções e Representação Comercial Eireli recebeu entre 2009 e 2012 R$ 2.930.000,00 da Construtora Andrade Gutierrez e transferiu, entre 2009 a 2014, R$ 2.699.730,00 para a Aratec. A CG Consultoria não tem qualquer empregado e na prática, descontados os custos tributários, repassou o recebido pela Andrade Gutierrez à Aratec, empresa controlada por Othon Luiz", apontou o juiz federal Sérgio Moro, que determinou a prisão temporária do presidente licenciado da Eletronuclear.

"A JNobre Engenharia e Consultoria Ltda., que tem o mesmo endereço que a CG Consultoria, depositou R$ 792.500,00 nos anos de 2012 a 2013 na conta da Aratec Engenharia. Nestes mesmos anos, recebeu R$ 1.400.000,00 da Andrade Gutierrez. A aparente utilização dessas empresas como intermediárias de repasses também é evidenciada pela análise dos pagamentos individualizados. A título de exemplo, a CG Consultoria recebeu da Andrade Gutierrez, em 03/2012 e 06/2012, R$ 300.000,00 em cada um desses meses e repassou R$ 220.000,00 em cada um desses mesmos meses à Aratec Engenharia (evento 25, out12 e out13). Em 08/2011, a CG recebeu também R$ 300.000,00 da Andrade Gutierrez e repassou em 09/2011 R$ 220.000,00 à Aratec."

Segundo despacho do magistrado, em abril de 2009, tendo recebido da Andrade R$ 300 mil e repassado R$ 250 mil à Aratec em maio de 2009. A Deutschebras recebeu, em novembro de 2014, R$ 330 mil da Andrade Gutierrez e, em dezembro de 2014, repassou R$ 252.300 para a Aratec.

Alvos dos mandados de condução coercitiva são os executivos Renato Ribeiro Abreu, da MPE Participações, Fábio Adriani Gandolfo, da Odebrecht, Petrônio Braz Júnior, da Queiroz Galvão, Ricardo Ouriques Marques, da Techint Engenharia, Clóvis Renato Peixoto Primoi, da Andrade Gutierrez.

Defesa

A Andrade Gutierrez está acompanhando a 16ª fase da Operação Lava Jato e destaca que sempre esteve à disposição da Justiça. Seus advogados estão analisando os termos desta ação da Polícia Federal para se pronunciar.

O presidente Global da Andrade Gutierrez Energia, Flávio Barra, foi alvo da 16ª fase da Operação Lava Jato na manhã desta terça-feira, 28, e teve prisão temporária decretada. Ele será levado para a superintendência da Polícia Federal em Curitiba.

A 16ª fase da Lava Jato, batizada de Radioatividade, mira contratos da Eletronuclear, estatal ligada à Eletrobras, e tem como base delação premiada feita por executivos da Camargo Corrêa. O principal ponto da ação indica suposta corrupção em contratos da Usina Nuclear de Angra 3.

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No início deste ano, em delação premiada, o empreiteiro Dalton Avancini, diretor-presidente da Camargo Corrêa Construções e Participações, revelou a existência de cartel nas contratações e pagamentos relativos às obras da usina.

A Andrade Gutierrez integra o consórcio UNA 3, um dos vencedores para montagem da usina. Os contratos para execução da montagem eletromecânica da usina foram Angra 3 (Queiroz Galvão; Empresa Brasileira de Engenharia - EBE; e Techint Engenharia) e UNA 3 (Andrade Gutierrez; Norberto Odebrecht; Camargo Correa; e UTC Engenharia).

Avancini também citou em delação o nome do almirante Otthon Luiz Pereira da Silva, licenciado desde abril do cargo de diretor-presidente da Eletronuclear. O empreiteiro disse ter "ouvido dizer" que havia uma promessa de propina para o militar.

Barra, da Andrade Gutierrez, será levado para Curitiba. A prisão temporária tem prazo de cinco dias, podendo ser convertida pelo juiz responsável pelo caso, Sérgio Moro, em prisão preventiva. Desde o início da Operação, a Andrade Gutierrez tem reiterado que seus executivos não têm relação com a prática de atos ilícitos.

A Polícia Federal deflagrou, nesta terça-feira, 28, a 16ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Radioatividade. Cerca de 180 agentes cumprem 30 mandados judiciais em Brasília, Rio de Janeiro, Niterói, São Paulo e Barueri. O foco das investigações são contratos firmados por empresas como a Eletronuclear, uma subsidiária da Eletrobras.

A operação investiga formações de cartel e ajuste prévio de licitações nas obras da usina de Angra 3, além de pagamento de propinas a funcionários da estatal. Dos 30 mandados judiciais, 23 são de busca e apreensão, 2 de prisão temporária e 5 de condução coercitiva. Os presos serão levados para a superintendência da Polícia Federal em Curitiba.

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