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No que depender do senador Flávio Bolsonaro (Patriota), a vaga deixada pelo ministro Marco Aurélio, no Supremo Tribunal Federal (STF), não será do advogado-geral da União, André Mendonça, principal cotado para assumir a cadeira. Segundo 'O Globo', senadores e interlocutores próximos ao presidente Bolsonaro afirmam que Flávio não tem confiança em Mendonça e acredita que ele poderá ser duro contra a classe política caso assuma o cargo de ministro do STF.

O jornal aponta ainda que o '01' ainda se reuniu com o advogado-geral, mas não se comprometeu em ajudar. Além de Flávio, outros senadores próximos do governo também estão receosos na indicação de Mendonça.

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O nome de quem vai ocupar a vaga de Marco Aurélio só pode ser definido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que costumeiramente vinha afirmando que André Mendonça seria o seu indicado. Após a indicação do escolhido pelo presidente, o Senado precisa aprovar.

O ex-advogado-geral da União Fábio Medina Osório disse em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo que sofreu uma "tentativa de desconstrução pública" depois do ajuizamento de ação de improbidade contra empreiteiras envolvidas na Lava Jato. Demitido pelo presidente Michel Temer, Medina disse que não foi "subserviente" à Casa Civil e lançou dúvidas se a sua sucessora, Grace Mendonça, terá "autonomia" à frente da pasta.

"Ninguém que está no Poder tem cheque em branco para governar", afirmou Medina.

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O ex-advogado-geral da União também disse também que o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, concentra tantos poderes a ponto de se tornar um superministro. "Um governo com superministro acaba mal", disse Medina, em entrevista por e-mail.

O sr. credita à atuação da AGU na Lava Jato o seu desgaste com o governo. Os problemas começaram após o pedido de compartilhamento dos inquéritos sobre a Lava Jato que tramitam no STF?

Não pude aceitar uma tentativa de ingerência, especialmente do ministro Padilha, na minha atuação. Ele tem um ponto de vista distinto do meu e a divergência se tornou inconciliável. Reconheço que para ele também meu estilo se tornou perturbador. Não fui um AGU subserviente.

Mas o que efetivamente aconteceu?

Houve um processo de tentativa de desconstrução pública da imagem do AGU. A AGU ajuizou esta ação (de improbidade contra empreiteiras na Lava Jato) sem consultar a Casa Civil, e tal circunstância criou enorme desgaste interno no governo. Houve uma brutal investida da máquina governamental contra o AGU. Não tive acesso ao presidente Temer nesse período de gestão.

O sr. avisou o governo que pediria ao STF acesso aos inquéritos contra políticos para viabilizar ações de improbidade?

Não avisei o governo, pois entendi que era atribuição inserida na autonomia técnica do advogado-geral da União. Minha dúvida é se a nova AGU terá autonomia para acessar esse material ou protocolará uma petição de reconsideração.

O sr. fala que o governo quer abafar a Lava Jato. Quem no governo quer abafar a Lava Jato e por quê?

O ministro Padilha não quer a AGU atuando nessa área, pois entende que o Ministério Público já cumpre este papel. É uma visão política sobre o tema. Ele entende, certamente, que a AGU deve atuar mais ao lado do governo e menos na área de ataque àqueles que lesam o patrimônio público federal, pois existem outras instituições que já estariam a cumprir essa missão. No entanto, como expliquei ao ministro Padilha, a lei atribui à AGU esse papel.

Como analisa o empenho do atual governo no que diz respeito ao combate à corrupção e apoio à Lava Jato?

Não posso avaliar outra esfera senão a da AGU. O governo não quer, aparentemente, a atuação da AGU ajuizando ações de improbidade administrativa na Lava Jato.

O sr. encaminhou relatórios defendendo a regularidade das chamadas "pedaladas fiscais" em 2015, base do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. No entanto, em maio, deu testemunho a favor do impeachment. Qual seu posicionamento com relação ao impeachment de Dilma?

Encaminhei esses relatórios produzidos por outros órgãos por força de um protocolo que assinamos com a ex-presidente Dilma para lhe garantir os direitos de defesa junto ao TCU. Meu posicionamento sobre impeachment é claro: teve base legal e constitucional, e no mérito foi o melhor caminho para o Brasil. Não houve golpe algum. E o STF não deverá modificar o julgamento do Senado, pois o próprio fatiamento envolve o mérito do julgamento. Porém, ninguém que está no Poder tem cheque em branco para governar. Se alguém - e qualquer um que seja - cometer um ilícito funcional, deverá responder por seus atos. Essa regra deve valer também para o atual governo.

Recebeu alguma manifestação por parte do governo após as declarações à revista Veja?

Nenhuma manifestação. O presidente Temer não deve se pautar por fofocas nem alimentar intrigas palacianas. O fato de Padilha concentrar tantos poderes, como superministro, é certamente um equívoco. Um governo com superministro acaba mal. O cargo de AGU não é um 'carguito' e não pode ficar em posição subalterna no governo.

Pretende tomar alguma atitude em relação a essa demissão?

Esse assunto é página virada do ponto de vista pessoal. Espero sinceramente que o governo Temer tire o Brasil da crise que se encontra e que a nova AGU consiga exercer na plenitude suas atribuições legais e constitucionais. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, minimizou a derrota sofrida pelo governo no Supremo Tribunal Federal (STF) na noite desta quinta-feira, 14, e afirmou que a presidente Dilma Rousseff pode voltar a recorrer à Corte para tentar barrar o avanço do processo de impeachment no Congresso.

"Uma das questões que em tese poderá ser discutida é a questão da existência ou não de justa causa para a abertura do processo de impeachment", disse Cardozo.

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Questionado se poderia haver ações antes de domingo, 17, quando está marcada a votação no plenário da Câmara, Cardozo afirmou que o governo vai avaliar o "momento certo" para voltar a recorrer à Corte.

Para o ministro da AGU, a decisão do Supremo teve um aspecto positivo porque definiu que o plenário da Câmara só poderá se referir aos dois pontos incluídos na denúncia inicial - a acusação sobre os decretos orçamentários e as pedaladas fiscais. "Se por um lado não conseguimos a liminar, por outro conseguimos a delimitação clara do objeto do impeachment", disse.

A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados vai debater, nesta quarta-feira (25), com o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, a proposta de acordo de leniência entre o governo e as empresas envolvidas nas irregularidades da Petrobras investigadas na Operação Lava Jato, da Polícia Federal. A reunião estava marcada para a última quarta-feira (18), mas foi adiada porque Adams não pôde comparecer.

O advogado-geral defende a proposta como uma maneira de punir as empreiteiras e demais contratadas pela Petrobras sem que isso signifique o fim das atividades das empresas, como quer o Ministério Público Federal. Se optar pelo acordo de leniência, a empresa evita vir a ser considerada inidônea, o que provocaria a paralisação de todas as obras contratadas pelo poder público. Ela passa a colaborar com a investigação e se compromete a pagar os prejuízos que causou. É uma espécie de delação premiada voltada para as pessoas jurídicas. Esse tipo de acordo está previsto na lei de regulamentação do Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência (12.529/11) e na Lei de Combate à Corrupção (12.846/13).

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Além do chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), foram convidados para a audiência pública o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Aroldo Cedraz, e o procurador-geral junto ao TCU, Paulo Bugarin.

*Com informações da Agência Câmara

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