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Uma equipe de virologistas dos Estados Unidos anunciou neste domingo o primeiro caso de cura funcional da Aids, envolvendo um menino que nasceu com o HIV transmitido pela mãe.

Não se trata de uma erradicação do vírus, mas sua presença é tão débil que o sistema imunitário do organismo está em condições de controlá-lo sem qualquer tratamento antirretroviral, explicaram os pesquisadores.

A única cura total da Aids oficialmente reconhecida ocorreu com o americano Timothy Brown, conhecido como o paciente de Berlim, declarado livre do HIV após realizar um transplante de médula óssea de um doador que apresentava uma mutação genética rara que impede o vírus de penetrar na células.

O transplante visava salvar Brown de uma leucemia.

O menino em questão, que mantém o HIV sob controle, recebeu antirretrovirais menos de 30 horas após seu nascimento. Durante a gestação, a mãe não foi tratada contra a Aids.

O tratamento precoce explica sua cura funcional, ao bloquear a formação de reservas de vírus dificilmente tratáveis, assinalaram os pesquisadores na 20ª Conferência Anual sobre Retrovírus e Infecções Oportunistas (CROI), realizada neste final de semana em Atlanta, Geórgia.

Estas células contaminadas "adormecidas" relançam a infecção na maior parte das pessoas soropostivas semanas após a suspensão do tratamento com anti-retrovirais.

"A realização de uma terapia antirretroviral muito cedo nos recém-nascidos pode permitir uma longa remissão sem antirretrovirais, ao impedir a formação destas reservas virais ocultas", destaca a doutora Deborah Persaud, do Centro de Crianças do Hospital Universitário Johns Hopkins de Baltimore (Maryland), principal autora do estudo.

Isto foi o que aconteceu com a criança, segundo a especialista.

As análises mostraram uma redução progressiva da presença viral no sangue dos recém-nascidos, até o vírus se fazer indetectável no 29º dia de tratamento.

O menino foi tratado com antirretrovirais até seus 18 meses de idade, quando o tratamento foi suspenso. Dez meses depois, os exames não detectaram qualquer presença do HIV no sangue.

Os exames realizados posteriormente não revelaram a presença do HIV no sangue do menino.

O desaparecimento do HIV sem tratamento permanente é algo extremamente raro, e observado apenas em 0,5% dos adultos infectados, cujo sistema imunológico impede a reprodução do vírus e o converte em clinicamente indetectável.

Os especialistas afirmam que o caso pode mudar a atual prática médica, ao revelar o potencial de um tratamento antirretroviral muito cedo, após o nascimento de crianças com altos riscos potenciais.

O primeiro objetivo é, destacam, impedir a transmissão do vírus da mãe para o filho.

Os tratamentos antirretrovirais em mães portadoras do HIV durante a gestação permitem atualmente alcançar este objetivo em 98% dos casos, destacam os especialistas.

O estudo foi financiado pelos institutos nacionais de saúde e pela Fundação Americana para a Pesquisa da Aids.

Os testes para detecção da aids e os índices de infecção por HIV não aumentam depois do carnaval, apesar do senso comum de que nesse período as pessoas fazem mais sexo desprotegido. O ginecologista e obstetra Christóvão Damião Júnior avaliou exames realizados no laboratório que é referência para a cidade de Niterói (RJ). Ele identificou que houve redução no número de testes e de resultados positivos nos meses de fevereiro.

O trabalho, tese de mestrado defendida nesta terça-feira na Faculdade de Medicina da Universidade Federal Fluminense (UFF), aponta para a importância de campanhas preventivas ao longo do ano, e não apenas sazonais, no período pré-carnaval e em dezembro, pelo Dia Mundial de Luta contra a Aids.

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Damião Júnior analisou 64,5 mil exames realizados no período de janeiro de 2005 a dezembro de 2006, no Laboratório Central de Saúde Pública Miguelote Viana, em Niterói. Nenhum padrão foi encontrado. A média de testes feitos em fevereiro (mês de carnaval, naqueles anos), ficou em 749,8 exames - a mais baixa, em comparação com os outros meses do ano.

A média de resultados positivos também foi aleatória: de 39,3 nos meses de janeiro; 29,3 para fevereiro; 40,8 para março; 31,8 para abril; 31,1 para maio; 34,6 para junho; 33,8 para julho; 38,6 para agosto; 35,0 para setembro; 34,8 para outubro; 31,5 para novembro e 33,6 para dezembro. "Queríamos saber se haveria repercussão das campanhas nos testes sorológicos após essas datas festivas e isso não ficou demonstrado", afirmou o médico. "É claro que não podemos extrapolar esse resultado para todo o País, mas espero que esse trabalho incentive outras pesquisas semelhantes", afirmou.

Nascimentos

Para o médico, não ficou evidenciado o comportamento de risco no período do carnaval. Ele analisou ainda o número de bebês nascidos em Niterói em novembro, 9 meses depois do período da festa nos anos estudados. "Não houve aumento da natalidade nem de abortos na cidade nesse período. Quem faz sexo sem proteção no carnaval, tem esse comportamento ao longo do ano. Daí a importância de campanhas de prevenção duradouras".

O diretor adjunto do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Eduardo Barbosa, ressalta que não haveria como financiar campanhas de televisão ao longo do ano. "Não fazemos relação entre o carnaval e o aumento ou diminuição do número de testes. A data serve de plataforma para ações de comunicação que acontecem ao longo do ano. A estratégia é de ampliação do diagnóstico", afirmou. Ele lembrou que o governo tem a ação Fique Sabendo, com a instalação de pontos para teste rápido de HIV em locais de movimento, como Festa do Caminhoneiro, Rock in Rio e outros eventos. No ano passado, 3,7 milhões de exames foram distribuídos no País.

Turistas e moradores da praia de Gaibu, no Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife (RMR), poderão realizar testes rápidos de AIDS nesta sexta-feira (1°). A ação faz parte da campanha “Fique Sabendo” e começa a partir das 17h. 

A medida é promovida pelo Ministério de Saúde e está sendo realizada pela Secretaria de Saúde do Cabo de Santo Agostinho, através da Coordenação de DST/Aids. O objetivo é conscientizar a população sobre a importância da realização do exame. 

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O teste é gratuito e o resultado demora cerca de 30 minutos para sair. Em caso de exame positivo, o paciente é encaminhado para o serviço especializado. A campanha segue durante os dias de carnaval, quando também serão distribuídos materiais informativos e preservativos. 

Testes clínicos de uma vacina contra a Aids começarão dentro de algumas semanas em Marselha, sul da França, com 48 voluntários soropositivos, dando uma nova esperança na luta contra o vírus, anunciou esta terça-feira o professor Erwann Loret, ressaltando a necessidade de se manter cautela.

"Não é o fim da Aids", ponderou o cientista no início da experiência, embora a esperança seja a de se conseguir substituir os coquetéis de antirretrovirais, cujos efeitos colaterais costumam ser bastante incômodos, por uma injeção.

"De 25 a 26 testes com vacinas" anti-HIV são realizados no mundo atualmente, estimou o professor Jean-François Delfraissy, diretor da francesa Agência Nacional de Pesquisas sobre a Aids (ANRS).

"É preciso ser prudente com as mensagens que transmitimos aos pacientes e ao grande público", declarou durante uma coletiva por telefone.

"O alvo é uma proteína denominada Tat" (transativador de transcrição viral), acrescentou o professor Erwann Loret, que apresentou em um hospital de Marselha o teste clínico autorizado em 24 de janeiro pela Agência Nacional de Segurança do Medicamento (ANSM).

Nos soropositivos, esta proteína desempenha o papel de "guarda-costas das células infectadas", explicou o professor. Logo, o organismo não consegue nem reconhecê-la, nem neutralizá-la, o que a vacina testada quer reverter.

Quarenta e oito pacientes soropositivos e em tratamento com coquetéis participaram do estudo. Os testes começarão em algumas semanas, prazo para selecionar os voluntários, explicar-lhes os riscos da experiência e obter seu consentimento.

Os primeiros esboços de resultados são aguardados para daqui a cinco meses.

Os pacientes serão vacinados três vezes, com um mês de intervalo entre cada dose. Em seguida, eles deverão suspender o tratamento com coquetéis durante dois meses.

"Se, após estes dois meses, a viremia (taxa de vírus no sangue) for indetectável", então o estudo terá cumprido os critérios estabelecidos pela OnuAids, explicou o professor Loret.

Em caso de sucesso, 80 pessoas participarão de testes, a metade delas tomando a vacina e a outra, um placebo.

Será preciso, então, vários anos para saber se a vacina constitui ou não um avanço.

Para Marie Suzan, presidente regional da AIDES, associação francesa de combate à Aids, é sábio "aguardar para ver no que vai dar" a pesquisa.

Em 2011, 34 milhões de pessoas viviam no mundo com HIV e 2,5 milhões foram contaminadas. Desde que foi descoberto, o vírus causou, até hoje, mais de 30 milhões de mortes e estima-se que a cada ano, 1,8 milhão de pessoas morra de HIV/Aids, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Por Juliana Gomes

BELÉM - A campanha "Eu visto o respeito” que existe desde 2009 tem o objetivo de acabar com o preconceito e aumentar os cuidados na prevenção da AIDS através de um hábito simples, que salva vidas: fazer uso do preservativo. A ação tem parceria com o Boulevard Shopping e exibirá em telas, fotos de pessoas públicas e anônimas, fazendo alusão ao ato de se prevenir no momento da relação sexual. “Eu visto o respeito” começou na última sexta-feira (01) e segue até o dia 09 de dezembro.

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No Pará, atualmente 4.690 pessoas soropositivas estão em tratamento, das quais 121 são crianças e 121 começaram a se tratar só em 2012. Segundo o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, em cada 100 mil habitantes do Pará a taxa de incidência de casos é de 20 homens e 14 mulheres.

Nesta segunda-feira (3), na Câmara de Vereadores do Recife será realizada uma audiência pública para entrega do documento que solicita aos vereadores a implantação da Frente Parlamentar para o Enfrentamento à Epidemia da AIDS, Tuberculose e Hepatites do Recife. A audiência será realizada às 10h, no Plenarinho da Câmara, e marca o Dia Mundial de Luta contra AIDS celebrado no último sábado (1°). 

Segundo a Secretaria Estadual de Saúde/Coordenação estadual DST/AIDS, em Pernambuco, o total é de 17.459 casos de AIDS, sendo 5.736 mulheres e 11.219 homens. No Recife, são cerca de 7.244 pessoas vivendo com AIDS. A ideia é debater o fenômeno conhecido como “feminização da AIDS”.

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Participarão da Audiência organizações feministas, pessoas vivendo com AIDS, entidades de direitos humanos e militantes não institucionalizados que compõe a Articulação AIDS em Pernambuco.

Articulação AIDS em Pernambuco - Fundada em 1996, no Recife, é um fórum de articulação política do movimento de luta contra a AIDS que congrega Organizações da Sociedade Civil, Redes, Movimentos e Ativistas Independentes que atuam no campo da luta contra a AIDS no Estado, sem distinções religiosas, raciais, étnico-raciais, ideológicas, de gênero, de classe social, de orientação sexual, de faixa etária, partidárias ou sorológicas.

*Com informações da assessoria

Uma fita de 1,5 km com 6.000 camisas vermelhas foi formada neste sábado em Joanesburgo, com o objetivo de conscientizar a população da África do Sul para a luta contra a Aids, batendo assim o recorde anterior, de uma fita de 1km na Índia.

A fita foi montada nas ruas de Constitution Hill, onde se encontra o Tribunal Constitucional.

"Através deste evento, seremos mais conscientes" da necessidade de lutar contra o vírus da Aids na África do Sul que, com uma população de 51,8 milhões de habitantes, possui seis milhões de HIV soropositivos, declarou Amanda Blankfield, membro da Afrika Tikkun, uma ONG co-organizadora desta iniciativa.

A fita representa "um símbolo visual do compromisso do país para erradicar a Aids", segundo os organizadores.

Os organizadores optaram pelo Constitution Hill para receber a fita gigante porque este lugar está ligado aos "direitos humanos", disse Blankfield.

Os organizadores da iniciativa vão apresentar ao Livro Guinness de Recordes um registro com fotografias aéreas para que o recorde seja aprovado.

A África do Sul é o país com o maior número de portadores da Aidas e também de pacientes tratados graças aos tratamentos com antiretrovirais.

O Ministério da Saúde oficializou nesta sexta-feira (30) um convênio para a transferência de tecnologia de fabricação de medicamentos contra a aids no País. Nos próximos cinco anos, técnicos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Farmanguinhos, laboratório farmacêutico da fundação, desenvolverão o Sulfato de Atazanavir, um dos principais remédios do tratamento contra o HIV, utilizado por cerca de 45 mil pacientes - cerca de 20% do total de pessoas em tratamento.

Com a fabricação nacional, o governo espera economizar cerca de R$ 385 milhões ao fim da parceria com o laboratório americano que detém a patente do remédio. A parceria foi firmada na sede da Fiocruz, no Rio, na manhã desta sexta, véspera do Dia Mundial de Luta contra a Aids. O governo estima gastar, anualmente, cerca de R$ 87 milhões na compra dos medicamentos.

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Pelo acordo firmado, já em 2013 o medicamento será distribuído com rótulo brasileiro e os técnicos receberão treinamento no laboratório americano para o desenvolvimento do produto em Farmanguinhos. A produção 100% nacional só deve acontecer em 2017 - quando a patente do produto perderá a validade. Com o novo produto, já são 11 remédios produzidos no País entre os 20 medicamentos oferecidos pelo governo aos portadores de HIV.

Presente no anúncio, o ministro da saúde Alexandre Padilha afirmou que a garantia de acesso universal ao tratamento, que abrange 217 mil brasileiros, só é sustentável "se cada vez mais tivermos tecnologia brasileira, com parceria público-privada, gerando inovação tecnológica e conhecimento para o Brasil".

A Parceria de Desenvolvimento Produtivo, como foi chamado o acordo, determina que o laboratório americano detentor da patente do Atazanavir se encarregará de transmitir a tecnologia de todas as etapas de fabricação do remédio - inclusive da matéria prima. Já em 2015, ao menos 50% do medicamento distribuído pelo Ministério da Saúde será produzido no País. Farmanguinhos se comprometeu a oferecer o medicamento com economia de 5% ao ano no preço final.

A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, revelou nesta quinta-feira um ambicioso plano para alcançar uma geração livre da Aids, com a meta de acabar virtualmente com o nascimento de bebês com HIV em 2015.

"Os avanços científicos e sua implementação bem sucedida deixaram o mundo em um momento decisivo na luta contra a Aids", destacou o plano de 54 páginas.

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Referindo-se à Aids como "uma das questões mais complexas de saúde global na história moderna", Hillary escreveu na apresentação do documento que o desafio ainda existe, apontando para 1,7 milhão de pessoas que morrem anualmente de doenças relacionadas com a Aids.

Mas ela reforçou que, ao contrário de uma década atrás, desenvolver Aids após se infectar com o HIV não é mais uma sentença de morte automática e que grandes avanços têm sido feitos no tratamento e na prevenção da doença.

Medicamentos antirretrovirais têm tido enorme êxito em reduzir a taxa de transmissão de HIV de mãe para filho, bem como em evitar que pacientes soropositivos desenvolvam Aids.

Em uma geração livre da Aids, quase nenhuma criança nascerá com o vírus e quando crescer, haverá riscos menores de se infectar. Caso venha a contrair o HIV, haverá acesso ao tratamento para impedir o desenvolvimento da doença.

O coordenador global da Aids nos Estados Unidos, Eric Goosby, declarou à AFP que as 390.000 crianças que atualmente nascem todo ano com HIV vivem, sobretudo, em cerca de 22 países, a maioria na África subsaariana.

A ingestão de três medicamentos antirretrovirais reduz o risco de uma mãe transmitir o HIV a seu bebê a menos de 2%, explicou. O coquetel também permitirá que ela amamente e se proteja em futuras gestações em países onde muitas mulheres têm entre cinco e sete filhos.

"A ideia é fortalecer nossa habilidade de identificar e preservar as mulheres soropositivas desde os primeiros estágios, iniciando a terapia com os três medicamentos antirretrovirais", acrescentou.

"Não vamos chegar a zero", alertou Goosby, lembrando que muitas mulheres de países em desenvolvimento nunca fazem acompanhamento pré-natal. Também há mulheres, como as profissionais do sexo ou usuárias de drogas, "cujos estilos de vida são tão caóticos que só buscam cuidados em momentos extremos".

Mas ele disse esperar que em 2015 o número de crianças nascidas com HIV cairia em todo mundo abaixo dos 40.000, acrescentando que alguns países fizeram mais avanços do que outros para alcançar a meta.

Em todo o mundo, novas infecções por HIV entre crianças e adultos caíram 19% na década passada e as mortes causadas pela Aids diminuíram 26% desde o pico alcançado em 2005.

"São tendências encorajadoras, porém mais precisa ser feito", ressaltou o relatório, concebido pelo Plano de Emergência do Presidente dos Estados Unidos para Assistência à Aids (PEPFAR).

Também "envia uma mensagem inequívoca de que o compromisso dos Estados Unidos com a resposta global contra a Aids continuará forte, compreensiva e orientada pela ciência".

Hillary Clinton admitiu, no entanto, que "os recursos de saúde e desenvolvimento globais têm diminuído devido ao momento de dificuldades econômicas. E que questões de estigma e discriminação existem em todo o mundo".

Segundo o 'mapa do caminho' para uma geração livre da Aids, os Estados Unidos irão:

-- trabalhar rumo à eliminação de novas infecções de HIV entre crianças até 2015, mantendo suas mães vivas;

-- aumentar sua cobertura de tratamento contra o HIV para reduzir o número de mortes causadas pela Aids e intensificar a prevenção, incluindo o uso de medicamentos antirretrovirais. O presidente Barack Obama estabeleceu a meta de tratar seis milhões de pessoas com este tipo de medicamentos ao final de 2013;

-- aumentar o número de homens circuncidados. Ao final do ano fiscal de 2013, o PEPFAR pretende ter apoiado a realização destas cirurgias em 4,7 milhões de homens no sul e no leste da África;

-- aumentar o acesso a testes e aconselhamento, bem como aos preservativos e outros métodos anticoncepcionais.

Aqueles países que conseguirem reduzir o número anual de novas infecções por HIV abaixo do número de pacientes iniciando o tratamento com medicamentos antirretrovirais estarão no chamado "ponto decisivo" da epidemia. Se esta proporção cair abaixo de 1%, então o país estará superando a epidemia.

O plano reforça, no entanto, que todos estes esforços devem se sustentar nos avanços científicos.

"Nós iremos aonde a ciência nos levar, traduzindo a ciência em programas de impacto", destacou, acrescentando que os Estados Unidos irão apoiar a pesquisa inovadora sobre prevenção e ajudará a reduzir à metade a progressão da doença.

O Ministério da Saúde da China proibiu os hospitais do país de rejeitarem pacientes infectados com o vírus HIV, causador da aids.

Uma circular emitida pelo ministério ordenou que as autoridades de saúde em todos os níveis governamentais garantam tratamento para quem sofre de aids. A ordem cobre tanto os que já sabem que foram infectados quanto os que têm a infecção descoberta durante um tratamento.

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O comunicado também requer que as autoridades garantam medidas de proteção para profissionais da saúde. Dois dias antes, o vice-primeiro-ministro chinês Li Keqiang interveio para exigir que um hospital na cidade de Tianjin oferecesse tratamento para um paciente de 25 anos com câncer de pulmão, após o homem ser recusado no hospital por ser soropositivo. As informações são da Associated Press.

O Dia Mundial de Luta Contra a AIDS é celebrado do dia 1° de dezembro e a Secretaria de Saúde de Olinda participa da campanha “Dez dias de Mobilização Nacional de Prevenção”, com exames oferecidos à população.

Dentro da programaçao, a Coordenação de DST/AIDS de Olinda realiza testes de HIV, sífilis e hepatites B e C a partir desta quinta-feira (22), das  8h30 às 12h, na Unidade de Saúde da Família (USF) de Base Rural. 

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A ação também contará com a unidade móvel do Amigo do Peito realizando exames gratuitos de mamografia, e também, distribução de preservativos e apresentação teatral.

Confira o calendário:

Horário: das 8h30 às 12h

Data e local:

Sexta (23) - Mercado de Peixinhos 

Segunda (26) – USF Ilha de Santana

Terça (27) - USF Amaro Branco

Quarta (28) – USF Alto Sol Nascente

Quinta (29) – Mercado de Sítio Novo

Sexta (30) - Terminal da Caixa D’água - Caenga

Segunda (01/12) - Mercado de Rio Doce 

O Brasil registrou um caso novo por dia de transmissão de aids da mãe para o bebê em 2011. Apesar de ser possível reduzir para zero esse contágio, foram 469 confirmações em crianças de várias faixas etárias - algumas convivendo por anos com a doença, sem diagnóstico nem tratamento.

O Brasil ainda contabiliza 5,4 novas infecções entre menores de cinco anos a cada 100 mil habitantes - proporção idêntica à registrada em 2006. Os dados constam do Boletim Epidemiológico de DST-Aids, divulgado ontem.

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"Essas infecções são inaceitáveis, vamos melhorar", disse o secretário de Vigilância do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa. A transmissão da mãe para o bebê - chamada de vertical - pode ser evitada quando a mulher passa a usar remédios antiaids na gravidez ou, quando isso não é possível, durante o parto.

O pesquisador da Universidade de São Paulo (USP) Alexandre Grangeiro avalia que os altos indicadores refletem falhas graves nas estratégias de prevenção e de atendimento. "No Brasil, 90% dos partos são hospitalares, as mulheres fazem pelo menos uma consulta de pré-natal. Esse número já deveria ter sido zerado", afirma.

Barbosa disse acreditar que as taxas de infecção vertical devam cair com Rede Cegonha e com a ampliação do teste rápido para HIV. "O uso desse exame ainda é limitado, há muita resistência nas cidades, muita pressão corporativa para que mantenhamos os exames tradicionais", disse.

Falta de diagnóstico

O teste rápido também é considerado ferramenta essencial para reduzir o alto número de pessoas que desconhecem ser portadoras do vírus. Estima-se que existam no País 530 mil pessoas com HIV - 130 mil, ou o equivalente a 24%, não sabem que estão infectadas. Ontem, o Ministério da Saúde iniciou uma mobilização para testagem de HIV em todo o País.

"Por preconceito, pessoas ainda resistem em fazer o teste", disse Barbosa. Uma das ações que serão realizadas para romper essa barreira serão unidades móveis com kits de diagnóstico que devem circular em áreas frequentadas por grupos considerados mais vulneráveis: homens que fazem sexo com homens, travestis e profissionais do sexo.

Cinco unidades estão em funcionamento. A ideia é que em 2013 todas as capitais estejam com veículos nas ruas. "Pretendemos que todas as cidades-sede da Copa das Confederações disponham do serviço."

Aumento

De acordo com o boletim, 38.776 novos casos de aids no Brasil foram registrados no País em 2011. O número é ligeiramente maior do que o de 2010, quando 37.358 pessoas tiveram a infecção confirmada.

A tendência de aumento foi registrada em todas as regiões. No Nordeste, a incidência passou de 13,7 casos a cada 100 mil habitantes para 13,9 entre 2010 e 2011. No Sudeste, a taxa passou de 20,6 para 21; no Sul, de 29,1 para 30,9 e no Centro-Oeste, de 16,4 para 17,5.

Apenas o Norte apresentou variação para menos: de 20,9 para 20,8. Apesar disso, a incidência atual é três vezes maior do que a apresentada em 2000, quando 6,9 casos por 100 mil habitantes eram identificados.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse ser essencial a adoção de medidas para reduzir o avanço da doença entre jovens. "A população jovem de homens que fazem sexo com homens é responsável por mais da metade dos casos novos", disse. Ele avalia ser necessário "despertar novas atitudes" entre esses grupos. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

O número de mortes provocadas pelo vírus da Aids no mundo caiu pelo quinto ano consecutivo em 2011, estabelecendo-se em 1,7 milhão (-5,6%), anunciou nesta terça-feira o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre o HIV/Aids (ONUAids) em seu relatório anual de 2012.

Além disso, os novos contágios diminuíram, passando para 2,5 milhões, contra os 2,6 milhões de 2010, uma queda de 20% desde 2001.

A quantidade de pessoas infectadas registrou, no entanto, um leve aumento, com 34 milhões de pessoas em 2011, contra 33,5 milhões em 2010, afirmou o UNAIDS.

"No ano de 2011, 1,7 milhão de pessoas faleceram por causas relacionadas à Aids em todo o mundo, 24% a menos de mortes que em 2005", indicou a ONU.

"O número de mortes relacionadas à Aids começou a cair em meados do ano 2000 (...), em 2011 esta redução prosseguiu e há indícios de que a queda do número de pessoas falecidas por causas relacionadas à Aids está se acelerando em vários países", considerou a organização.

Para ela, a extensão do tratamento com antirretrovirais em países de baixa e média renda foi muito benéfica.

"Desde 1995, as terapias antirretrovirais salvaram 15 milhões de vidas por ano em países de renda média, incluindo nove milhões na África subsaariana", considerou, indicando que oito milhões de pessoas recebiam tratamento com antirretrovirais no fim de 2011.

A ONUAids estima que o número de mortes relacionadas à Aids na África subsaariana caiu praticamente um terço entre os anos de 2005 e 2011. As mortes relacionadas à Aids no Caribe diminuíram 48% entre 2005 e 2011.

"No entanto, o progresso é irregular. Desde 2001, o número de pessoas que contraíram o HIV no Oriente Médio e na África setentrional aumentou mais de 35%. Na Europa Oriental e na Ásia central também foi registrado um aumento das infecções pelo vírus nos últimos anos", afirmou a ONUAids.

A organização também considera que, na América Latina, a epidemia está estável.

"Em 2011, cerca de 1,4 milhão de pessoas viviam com o HIV na América Latina, em comparação com o 1,2 milhão de 2001", ressaltou.

"O número de pessoas que morreram por causas relacionadas à Aids caiu 10% entre os anos de 2005 e 2011, de 60.000 a 54.000", acrescentou.

Por sua vez, "depois da África subsaariana, o Caribe é uma das regiões mais atingidas pela epidemia do HIV. A prevalência do HIV em adultos foi em 2011 de cerca de 1%, um número superior a qualquer outra região do mundo, com exceção da África subsaariana", ressaltou.

Para a ONUAids, "as relações sexuais sem proteção e entre homens desempenham um papel fundamental na transmissão do HIV".

"Considera-se que as relações sexuais entre homens e mulheres, sobretudo as remuneradas, são a principal via de transmissão do HIV no Caribe", ressalta.

Segundo as últimas pesquisas, a prevalência do HIV em profissionais do sexo é muito superior à população geral, acrescenta, indicando como exemplo a República Dominicana, onde "a prevalência de HIV em profissionais do sexo alcança 4,7% em comparação com a prevalência nacional de 0,7%, e o Brasil, onde essa média é de 4,9%, muito acima "dos 0,3% de prevalência nacional".

Além disso, "a prevalência de HIV em homens que têm relações sexuais com homens (HSH) na Jamaica, no Chile e no Panamá foi 38%, 20% e 23%, respectivamente, muito superior aos números registrados na população geral destes países".

Por último, "na maioria dos países, o uso do preservativo entre HSH alcançou 50-74%".

Luciane Aparecida Conceição, de 24 anos, considerada símbolo de luta contra a aids por ter sido a primeira criança a receber o coquetel contra a doença, morreu na madrugada desta sexta-feira, em Sorocaba, interior paulista. Lu, como era conhecida, havia deixado de tomar os remédios e morreu das complicações decorrentes da ação do vírus HIV. Ela deixou a filha Vitória, de 4 anos, que nasceu isenta do vírus. O caso da mãe e filha teve repercussão internacional.

Luciane, que faria 25 anos no próximo dia 23, estava internada havia três dias em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). De acordo com a presidente do Grupo de Educação à Prevenção da Aids de Sorocaba (Gepaso), Lucila Magno, ela tomou uma decisão pessoal de não se tratar mais. Segundo familiares, desde o ano passado Lu não se medicava mais. "Ela não foi vencida pela doença, ela simplesmente desistiu de viver", disse Lucila. "Foi uma decisão dela não se medicar mais. A razão, nós não sabemos."

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Luciane morreu sem receber a indenização equivalente a mil salários mínimos que ganhou da Justiça, em ação movida contra o Estado em nome de sua mãe. O poder público recorreu da decisão ao Supremo Tribunal Federal (STF) e a decisão final ainda não foi dada. Luciane adquiriu a aids no parto: sua mãe foi infectada no oitavo mês de gravidez ao receber sangue contaminado durante uma transfusão realizada no Conjunto Hospitalar de Sorocaba, mantido pelo Estado.

O corpo da jovem está sendo velado em Sorocaba e será sepultado na manhã do sábado no cemitério Santo Antonio.

O Ministério da Saúde vai ampliar a recomendação do uso de antirretrovirais para pessoas com HIV no País. A prescrição do remédio começará a ser feita em estágios menos avançados da doença. Além disso, soropositivos com parceiros sem HIV poderão começar a tomar o remédio em qualquer estágio, independentemente da contagem de células de defesa no organismo (CD4).

A estratégia para casais sorodiscordantes - quando somente um dos parceiros é portador do vírus - já vinha sendo adotada informalmente por um número pequeno de médicos. Agora, ela é recomendada de forma expressa no documento, preparado na semana passada por especialistas.

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Pelo novo protocolo, pacientes com HIV com exame de CD4 igual ou inferior a 500 passarão a ter indicação para uso de remédios. A mudança deverá ampliar em 35 mil o número de pessoas no País usando antirretrovirais. Hoje, são 217 mil em tratamento.

Desde 2008, o País vem antecipando a indicação do uso de antiaids. Naquela época, o remédio era indicado quando a contagem de células CD4 era igual ou inferior a 200. "A mudança foi tomada após estudos mostrarem a queda do risco de transmissão quando o paciente inicia precocemente o uso de antirretrovirais", afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. De acordo com ele, o Brasil será o terceiro país com distribuição gratuita de remédios a adotar essa estratégia. No momento, Argentina e Bolívia seguem protocolo semelhante.

Padilha não acredita que haverá abusos na indicação. "Os médicos saberão o momento certo de indicar. Antirretrovirais trazem efeitos colaterais." Ele enfatizou ainda que o uso do preservativo deve ser mantido. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

Nesta quarta-feira (15), mulheres irão discutir a elaboração do I Plano Municipal de Feminilização da Aids, numa iniciativa da Secretaria Especial da Mulher do Recife e a sociedade civil organizada. O encontro acontecerá às 10h na sala de reuniões do Orçamento Participativo (OP), localizado no 8º andar da sede da Prefeitura do Recife.

O objetivo do Plano é retomar as discussões já estabelecidas ao longo do ano sobre o enfrentamento à feminilização do HIV na vida das mulheres do Município do Recife. A reunião contará com as participações da titular da Secretaria Especial da Mulher, Rejane Pereira, do coordenador municipal do programa de DST/AIDS, Accioly Neto, de integrantes do Fórum LGBT, da coordenação da Articulação AIDS/PE e de ONG’s que trabalham esta temática.

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Neste sábado (28) é comemorado o Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais. Além de ser causada por vírus, a doença se dá pelo uso de certos remédios, álcool e outras drogas, além de doenças autoimunes, metabólicas e genéticas. 

No Brasil, as mais comuns são as causadas pelos vírus A, B e C. Existem, ainda, os vírus D e E, mais frequente na África e Ásia. A hepatite é uma doença silenciosa que nem sempre apresenta sintomas, mas quando aparecem podem ser cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.

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No Recife, até esta sexta-feira (27), a Secretaria Estadual de Saúde (SES) realiza testagem rápida na Estação Central de Metrô, no bairro de São José, das 7h às 19h. A mobilização continua na segunda (30) e terça-feira (31), no mesmo horário. Por dia, mil testes serão disponibilizados para o público adultos entre 30 e 70 anos.

A Prefeitura do Recife, também realiza o serviço para detectar a doença, a partir da próxima segunda-feira (30). O serviço será oferecido no Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), que fica nas instalações da Policlínica Gouveia de Barros, no Pátio de Santa Cruz, s/n, Boa Vista e poderá atender 150 pessoas por dia. A implantação será anunciada nesta sexta-feira (27), durante uma mobilização das 9h às 15h.

Dois novos medicamentos contra hepatite C, o Telaprevir e o Boceprevir, vão ser distribuídos pelo Ministério da Saúde. A medida deve beneficiar 5,5 mil pacientes, todos portadores de cirrose e fibrose avançada, que fazem parte do grupo de maior risco de progressão da doença e de morte. 

Mobilização para manicures e tatuadores

Um concurso envolvendo tatuadores e manicures vai ser realizado pelo Ministério da Saúde com o objetivo de disseminar informações sobre a doença. Uma vez que salões de beleza e estúdios de tatuagem são ambientes propícios para transmissão da hepatite B e C, pois os materiais utilizados pelos profissionais devem estar higienizados pra impedir o contágio. 

Através do concurso “Arte, prevenção e hepatites para tatuadores e manicures”, os profissionais devem enviar trabalhos criativos de pintura de unhas ou desenho de tatuagens relacionados à prevenção da doença. O concurso irá premiar relatos de experiências de prevenção das doenças nos ambientes de trabalho.

Serão concedidos prêmios aos 15 primeiros colocados. Para os três primeiros lugares, os prêmios variam entre R$ 2 mil e 5 mil, mais um aparelho autoclave. As inscrições são gratuitas e vão até 20 de setembro.

O Estado da Bahia foi condenado pelo Tribunal de Justiça a indenizar uma adolescente de 15 anos que contraiu o vírus HIV durante uma transfusão de sangue no Hospital Roberto Santos, em Salvador, em 1998. Ela contraiu o vírus durante um tratamento para anemia, quando tinha 2 anos e 8 meses, e hoje faz tratamento contra a aids.

A sentença, do desembargador Salomão Resedá, obriga o Estado a pagar indenização de R$ 100 mil, além de uma pensão vitalícia de quatro salários mínimos (cerca de R$ 2,5 mil) à adolescente. O processo corre na Justiça desde 2005 e a família já havia obtido ganho de causa em primeira instância, em 2010, mas o governo recorreu. A Procuradoria Geral do Estado informou que vai recorrer novamente da decisão, desta vez ao Superior Tribunal de Justiça, em Brasília.

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A virologista francesa Françoise Barre-Sinoussi, que ganhou o Prêmio Nobel de Medicina em 2008 como parte de uma equipe que descobriu o vírus da imunodeficiência humana (HIV), diz que a cura para a aids está à vista, após o anúncio das últimas descobertas.

Ela citou o caso de paciente de Berlim que parece ter sido curada por um transplante de medula óssea, "o que prova que encontrar uma maneira de eliminar o vírus do corpo é realista".

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Outras fontes de otimismo, segundo Barre-Sinoussi, são a pequena minoria de pacientes, menos de 0,3%, que não apresentam sintomas da doenças mesmo sem nunca receber tratamento, e um pequeno grupo na França, que recebeu medicamentos antirretrovirais e agora vive sem tratamento ou sintomas da doença. "Há esperança ... mas não me pergunte para uma data porque não sabemos."

A virologista também disse que seria possível "em princípio" eliminar a pandemia da aids até 2050, se as barreiras ao acesso a medicamentos forem eliminadas.

Aproximadamente 25 mil pessoas devem participar de uma manifestação no domingo, em Washington, para exigir uma ação global mais firme contra a epidemia.

O número de mortes pela infecção está em queda em várias partes do mundo, enquanto o número de pessoas em tratamento subiu 20% entre 2010 e 2011, alcançando 8 milhões de pessoas, a maioria nos países mais pobres.

Mais que 34 milhões de pessoas no mundo todo estão vivendo com o vírus HIV, e 30 milhões morreram de doenças relacionadas à aids desde a década de 80, quando a doença foi descoberta, de acordo com a Agência das Nações Unidas de Luta contra a Aids (Unaids). As informações são da Dow Jones.

O governo brasileiro vai inaugurar neste sábado uma fábrica de medicamentos para tratamento de aids em Moçambique, na África, por meio de um acordo de cooperação entre os dois países assinado em 2003 pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A fábrica terá a expertise da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), via Farmanguinhos, mas será totalmente administrada pelo governo moçambicano.

O Brasil investiu ao menos US$ 23 milhões nessa parceria. Ao governo de Moçambique coube a missão de adquirir um prédio para a instalação da fábrica, além de fazer toda a contratação de pessoal. A unidade vai funcionar em uma área adaptada de uma fábrica de soro já existente.

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Segundo Hayne Felipe da Silva, diretor do Instituto de Tecnologia em Fármacos da Fiocruz/Farmanguinhos, a fábrica terá capacidade de produzir 21 tipos de medicamentos: 8 antirretrovirais e 13 para diferentes doenças, como hipertensão e diabete.

A unidade foi projetada para atender a demanda de toda a população de Moçambique e produzir 400 milhões de unidades de medicamentos por ano. Mas, segundo Silva, é possível que a unidade seja ampliada para atender também os países vizinhos.

Por enquanto, porém, a fábrica vai apenas rotular as embalagens de um tipo de antirretroviral produzido no Brasil - a nevirapina - para dentro de um ano, em média, começar a produzir os remédios. Nessa primeira fase, serão rotulados 3.255 frascos de nevirapina (195 mil comprimidos).

Atraso

O início das operações da fábrica em Moçambique está atrasado ao menos três anos e meio. Em outubro de 2008, Lula visitou a unidade e anunciou que a fábrica iniciaria a rotulagem de medicamentos em março de 2009 e até o final daquele ano a unidade produziria os comprimidos por conta própria.

Naquela época, já havia atraso no início do funcionamento da unidade.

Silva, da Fiocruz, atribui o atraso ao governo moçambicano, que teria demorado para adquirir o espaço onde a fábrica vai funcionar e não teria recursos suficientes para a compra dos equipamentos - foi daí que surgiu a parceria com a Vale.

"Quando recebemos a área da fábrica de soro, em 2009, tínhamos de cumprir todo o trâmite de compra de equipamentos importados, adaptar todo o local, fazer a capacitação de pessoal. Esse processo não é simples nem rápido", afirmou.

Moçambique tem cerca de 20 milhões de habitantes e é considerado um dos 50 países menos desenvolvidos, que disputa com vizinhos africanos doações estrangeiras para conter o avanço da aids. Estima-se que 2,7 milhões de moçambicanos estejam infectados pelo HIV, o que corresponde a 12% da população. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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