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O deputado estadual do Rio de Janeiro pelo PSOL, Paulo Ramos foi um dos parlamentares que votou, na quinta-feira (16) pela soltura do presidente Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj), deputado Jorge Picciani; o deputado Paulo Melo e o líder do governo, deputado Edson Albertassi. 

O voto de Paulo Ramos contraria a decisão tomada pelo partido em manter os peemedebistas na prisão e desagradou a legenda, que decidiu por desligar o psolista da bancada da Casa nesta sexta-feira (17). 

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Operação Cadeia Velha - Os parlamentares do PMDB carioca são acusados de fazerem parte de um esquema de corrupção operado a partir do Legislativo estadual e foram presos no âmbito da Operação Cadeia Velha. 

A votação para que os peemedebistas retornem as atividades na Alerj ocorreu por 39 votos a 19 e uma abstenção. 

Confira a nota do PSOL do Rio de Janeiro na íntegra:

Resolução conjunta da Executiva Estadual do Rio de Janeiro e Executiva Nacional do Partido Socialismo e Liberdade – PSOL

O deputado estadual Paulo Ramos que já vinha se apresentando como desligado da bancada do PSOL, tomou hoje uma atitude inaceitável: votou contra a decisão do partido e foi um daqueles que revogou a decisão unânime do TRF que determinava a prisão de Jorge Picciani, Paulo Melo e Edson Albertassi, todos do PMDB.

Desta forma, o deputado se colocou ao lado da máfia dos transportes, das empreiteiras e de todos aqueles que saquearam o estado do Rio de Janeiro nas últimas décadas. O PSOL sempre esteve na luta contra estes setores e na defesa dos interesses dos trabalhadores do Estado do Rio.

Ao se colocar ao lado destas máfias, Paulo Ramos perdeu completamente as condições de permanecer nas fileiras do nosso partido. Diante destes fatos, a Executiva Nacional do PSOL, em conjunto com a Executiva Estadual do PSOL-RJ, decidem pelo imediato afastamento do deputado estadual Paulo Ramos das fileiras do partido e inicia junto à Comissão de Ética seu processo de expulsão.

17 de novembro de 2017

Executiva Nacional do PSOL

Executiva Estadual do PSOL/RJ

Presos nesta quinta-feira, 16, o presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio, deputado Jorge Picciani, o deputado Paulo Melo e o líder do governo, deputado Edson Albertassi, todos do PMDB, devem ser soltos ainda nesta sexta-feira, 17.

A casa decidiu pela soltura deles por 39 votos a 19, e houve uma abstenção. Eles devem retomar suas funções parlamentares já na terça-feira que vem (segunda é feriado).

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O secretário da Mesa Diretora da Alerj se encaminha para entregar a decisão à cadeia pública de Benfica, onde estão os deputados e também o ex-governador Sergio Cabral (PMDB) - que nesta sexta-feira faz um ano preso.

A prisão foi determinada na quinta-feira pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2). Os três parlamentares teriam recebido propina de empresas do setor de transportes.

Por quatro 4 a 2, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) aprovou nesta sexta-feira, 17, o parecer que determina a suspensão da prisão do presidente da Casa, Jorge Picciani (PMDB), e dos deputados Paulo Melo (PMDB) e Edson Albertassi (PMDB), e pela retomada imediata dos cargos parlamentares.

O deputado Rafael Picciani (PMDB), filho de Jorge Picciani e integrante da CCJ, absteve-se. Os deputados Carlos Minc (sem partido) e Luiz Paulo Corrêa (PSDB) votaram pela manutenção das prisões. A votação do parecer da CCJ foi reservada. Antes de a análise começar, os jornalistas foram convidados a se retirar.

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"Não se trata de uma acusação qualquer; estamos falando de corrupção, desvio de verba e formação de quadrilha", enumerou o deputado Marcelo Freixo (PSOL), logo após a divulgação do resultado. "A Assembleia pode e deve fazer um debate, mas anular a decisão da Justiça é um equivoco muito grande."

A Polícia Militar está usando bombas de gás para dispersar cerca de mil manifestantes que se concentram em frente à Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), onde deputados estaduais votam pela manutenção ou não da prisão de três parlamentares, entre eles o atual presidente da Casa, Jorge Picciani (PMDB). O lançamento das bombas provoca correria pelas ruas do centro do Rio.

O ato começou por volta das 13h, e vinha transcorrendo sem maiores incidentes até às 16h. Segundo os manifestantes, uma liminar da Justiça autorizava o acesso do público às galerias da Alerj, mas com a demora da chegada da decisão um grupo tentou invadir a Assembleia. Foi aí que a PM passou a fazer uso das bombas.

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Os manifestantes ocupavam a Avenida Primeiro de Março. Um carro de som, bandeiras de partidos de esquerda e de grupos sindicais também são usados no ato. Os discursos são feitos por líderes de movimentos e pessoas que se apresentam como "cidadãos comuns". Todos pedem pela manutenção da prisão de Jorge Picciani, Paulo Melo e Edson Albertassi, todos do PMDB. Os três passaram a noite confinados na Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, na zona norte do Rio.

Na manifestação ao Tribunal Regional Federal da 2.ª Região (TRF2), que originou a Operação Cadeia Velha, desdobramento da Lava Jato, o Ministério Público Federal afirma que o ‘principal propósito’ da empresa Agrobilara, controlada pelo presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), Jorge Picciani (PMDB) e sua família, é a lavagem de dinheiro. A Agrobilara tem sede em Uberaba (MG), cidade onde a Polícia Federal prendeu Felipe Picciani, filho de Jorge, na manhã desta terça-feira, 14. O presidente da Assembleia fluminense foi levado para depor.

A Procuradoria cita, no documento, o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB) e a empreiteira Carioca Engenharia. Em delação, uma executiva da empresa disse que ‘comprou vacas superfaturadas’ da Agrobilara.

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"Os negócios no ramo de gado de Jorge Picciani servem para lavagem do produto de crimes antecedentes de corrupção praticados por ele, mas também, em demonstração de grande sofisticação, praticados por terceiros (Carioca Engenharia), para pagamento de propina em espécie a Cabral e para lavagem do produto do crime de corrupção de outros funcionários públicos", afirma o Ministério Público Federal.

Controlam a Agrobilara os peemedebistas Leonardo Picciani, ministro dos Esportes (Governo Michel Temer), Jorge Picciani, presidente da Assembleia Legislativa do Rio, e Rafael Picciani, deputado estadual.

"Sem dúvida o deputado Jorge Picciani conta com a colaboração indispensável de seu filho Felipe Picciani, que no site do Grupo Monte Verde (Agrobilara) é apresentado como zootecnista que se dedica integralmente à Monte Verde. Aliás, a dedicação à Agrobilara, além da submissão às diretrizes de seu pai na condução dos negócios fica patente nos e-mails trocados entre eles, o que significa dizer que Felipe age em consonância com o principal propósito da empresa, ou seja, lavagem de ativos dos crimes praticados por seu pai e por outras pessoas da esfera de conhecimento do seu pai (empresários e funcionários públicos)", diz a Procuradoria.

Jorge e Felipe Picciani foram citados também na delação premiada do ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro Jonas Lopes de Carvalho Júnior. O delator relatou que ajustou com Picciani pai ‘o subfaturamento da operação de compra do gado’.

"Procurou, então, Felipe Picciani para lhe auxiliar; que chegou a ir a Fazenda de uma agropecuária da família Picciani em Uberaba/MG (Agrobilara), por meio de avião particular, jato, que saiu do aeroporto Santos Dummont", narrou. "Nessa oportunidade, estava acompanhado do deputado estadual Jorge Picciani e seu filho Felipe Picciani, ambos sócios da referida agropecuária."

Segundo o delator, na ocasião, ele ‘comprou 100 novilhas Girolando, ao custo de R$ 600 mil’. Jonas Lopes Júnior declarou ter ajustado com pai e filho ‘a emissão de notas fiscais referentes ao gado em valores inferiores da quantia real do preço ajustado’.

"O valor correspondente às notas fiscais foi quitado mediante pagamento em 24 parcelas de R$ 50 mil cada; que Felipe comparecia ao Gabinete da Presidência do TCE/RJ para recolher o dinheiro ou na residência do colaborador (Jonas Lopes Júnior); que os recursos utilizados no pagamento em espécie do gado eram provenientes dos ativos auferidos ilicitamente em razão do cargo de Conselheiro do TCE/RJ", relatou.

Jonas Lopes Júnior disse na delação premiada que o velho cacique Jorge tinha conhecimento ‘da origem ilícita dos recursos porque sabia especificamente que o colaborador ajustava o recebimento de vantagens indevidas’ para o Tribunal de Contas.

O ex-conselheiro narrou ainda uma segunda compra junto a família Picciani. Desta vez, afirmou, Felipe o procurou e disse que ‘outra empresa de sua propriedade, de nome Agrocopa, iria vender seu plantel’.

Notas

De acordo com Jonas Lopes Júnior, foi usado o mesmo modus operandi da primeira compra. O ex-presidente da Corte de Contas fluminense relatou que os recursos usados ‘para aquisição do gado da Agrocopa também tinham origem ilícita’.

"Não sabe afirmar se foram pagos pelo gado R$ 450 mil ou R$ 500 mil", afirmou. "As notas fiscais eram emitidas em valor inferior ao de fato devido; que registra que alguns animais foram adquiridos de forma correta, com registro na nota fiscal do valor efetivamente pago; que a diferença paga em espécie foi entregue a Felipe Picciani e André Monteiro, sócios da Agrocopa; que os pagamentos se deram no Gabinete da Presidência do TCE/RJ e também na residência do colaborador."

Para os investigadores da Cadeia Velha, ‘a segunda compra é marcada pela iniciativa de Felipe, evidenciando que esse tipo de negócio faz parte da sua rotina, tanto é que sem qualquer pudor recolhia o dinheiro no próprio Tribunal de Contas do Estado do Rio’.

"As circunstâncias não dão margens a dúvidas acerca da vontade de Felipe e Jorge Picciani colaborarem em operação de lavagem de recursos procedentes de corrupção por parte do conselheiro do TCE/RJ. Afinal, ambos concordaram em emitir nota fiscal abaixo do preço devido das mercadorias, bem como receber a diferença em espécie, além de Jorge Picciani estar a par do caráter venal do funcionário público com quem negociou, até porque participou de negociatas com ele em mais de uma oportunidade", afirma a Procuradoria da República na 2ª Região.

Os procuradores destacam que o ‘sucesso’ de Jorge Picciani nos negócios está ligado à sua posição política. "O poder político aparece como o caminho para o enriquecimento pessoal, na medida em que quanto mais poder mais negócios", anota o Ministério Público Federal.

"Não por acaso foi escolhido pelo político um ramo de negócio propício a manipulações e acertos entre as partes, que se beneficia da tributação favorável dada ao setor agropecuário e, sobretudo, com pouco controle e fiscalização do Estado, tudo a dificultar o controle de lavagem de ativos por esse setor da economia, apesar das normas implementadas em 2012, para coibir tal prática em negócios com gado."

Uma ação do Ministério Público Federal (MPF) e da Polícia Federal (PF) atingiu na terça-feira (14) a cúpula da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Batizada de Cadeia Velha, a operação investiga a suspeita de que empresários de transporte pagaram propinas a deputados estaduais e outros crimes. A lista de investigados inclui o último dos grandes caciques do PMDB fluminense, Jorge Picciani, presidente da Casa e do partido no Estado, além dos deputados Paulo Melo e Edson Albertassi, ambos também do PMDB.

Os três foram alvo de conduções coercitivas para depoimento e tiveram suas prisões preventivas pedidas à Justiça. As acusações são corrupção, associação criminosa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

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Procuradores da República afirmam que Picciani e Melo, que também comandou a Alerj, receberam, juntos, mais de R$ 112 milhões em propinas da Fetranspor, entidade do setor de transporte urbano de passageiros, num período de cinco anos. Os pagamentos eram mensais.

"No período de 15 de julho de 2010 a 14 de julho de 2015, foi pago da conta da Fetranspor para Picciani R$ 58,58 milhões, e para Paulo Melo R$ 54,3 milhões", disse a procuradora Andréa Freire. Segundo ela, parte do dinheiro teria sido paga a mando do ex-governador peemedebista Sérgio Cabral. "Havia um projeto de poder de enriquecimento ilícito por muitos integrantes do PMDB do Rio."

Foi a primeira operação da PF ligada às investigações da Lava Jato que teve como alvo o comando de um Legislativo estadual. Também foi a primeira ação do gênero que precisou de autorização de um Tribunal Regional Federal - o da 2.ª Região - no caso. Isso era necessário por causa das prerrogativas de foro dos parlamentares sob investigação. Ao todo, foram expedidos pela corte seis mandados de prisão preventiva, quatro de prisão temporária e 35 de busca e apreensão no Rio, Saquarema, Volta Redonda e Uberaba (MG). A operação foi batizada de Cadeia Velha em alusão à prisão que existia no local onde foi construída a sede da Alerj.

Filho. Um dos presos temporariamente foi Felipe Picciani, um dos filhos do presidente do PMDB. Ele dirige a Agrobilara, empresa pecuária da família, em Uberaba, citada em diversas investigações como centro de lavagem de dinheiro. Os pedidos de prisão dos parlamentares terão de ser julgados pelo TRF-2.

A investigação durou seis meses e tem como base quebras de sigilo bancário, telefônico e telemático, acordos de leniência e de colaboração premiada, além de provas obtidas a partir das operações da Lava Jato do Rio - Calicute, Eficiência, Descontrole, O Quinto do Ouro e Ponto Final.

De acordo com o MPF, a organização criminosa age desde 1990 e tem entre seus integrantes o ex-governador Sérgio Cabral, preso desde novembro de 2016. O esquema incluiu, afirmam os procuradores, a ocultação de recursos públicos. Também teria envolvido doações da construtora Odebrecht a políticos, declaradas em acordos de colaboração já homologados.

O superintendente da Polícia Federal no Rio, Jairo Souza da Silva, relacionou a crise financeira do Estado com o esquema. "Esta organização foi mantida por membros do Executivo, do Legislativo e empresários, principalmente da construção civil e da Fetranspor. O Rio vem sendo saqueado por esse grupo há mais de uma década, resultando na falência moral e financeira do Rio, nos salários atrasados do funcionalismo público, na polícia sucateada e na violência que nos agonia todos os dias."

‘Empapuçam’. O procurador Carlos Alberto Gomes de Aguiar declarou que "enquanto o Rio definha", os alvos da Cadeia Velha "se empapuçam com dinheiro da corrupção". Ele afirmou ainda que "a organização criminosa está em franca atividade" e que, por isso, foram pedidas as prisões preventivas de empresários de ônibus. Desses, foram presos Lélis Teixeira, Marcos Teixeira e Jacob Barata Filho.

Lélis e Jacob Barata chegaram a ser presos em outra fase da operação, mas respondiam em liberdade após habeas corpus concedido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes. José Carlos Lavouras também teve a prisão decretada, mas está em Portugal, onde já está detido. "Isso foi feito porque eles seguiram repassando propina", disse Aguiar. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, minimizou hoje (14) o impacto da Operação Cadeia Velha na base de seu governo na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), e disse ter certeza de os deputados que são alvos da operação "saberão se explicar".

"Nossa base é muito forte. Tenho certeza que os deputados vão saber se explicar. Já ocorreu outras vezes e eles se explicaram. Tem que se dar o direito de defesa a essas pessoas", disse o governador.

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Na manhã de hoje, a Polícia Federal cumpriu mandados de condução coercitiva contra três parlamentares do PMDB na Alerj e prendeu donos de empresas de ônibus do Rio de Janeiro. Foram conduzidos à superintendência da PF o presidente da assembleia, Jorge Picciani, o ex-presidente da Alerj e ex-secretário de Pezão Paulo Melo, e Edson Albertassi, que foi indicado pelo governador para uma vaga no Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro. Felipe Picciani, filho do presidente da Alerj, foi preso preventivamente.

As investigações apuram o uso da presidência e outros postos da Alerj para a prática de corrupção, associação criminosa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. A organização criminosa descrita nas investigações teria começado no governo de Sérgio Cabral.

Ao falar sobre a operação deflagrada hoje, Pezão disse ainda que é preciso ter calma e esperar o julgamento sobre Albertassi para dizer se retira sua indicação ao tribunal de contas.

"Eu indiquei o deputado Albertassi e não tinha nada que o desabonasse. Vamos esperar. Investigação não quer dizer que ele esteja condenado", disse.

A Polícia Militar usou bombas de gás para dispersar manifestantes que protestavam do lado de fora da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Houve correria, o comércio fechou as portas e o VLT ficou com sua circulação interrompida.

As primeiras bombas foram lançadas pouco depois das 15h30 somente em ruas laterais da assembleia, para onde um grupo de manifestantes havia se deslocado na tentativa de entrar na Alerj. Lá, alguns mascarados depredaram um veículo oficial usado por deputados.

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Cerca de 15 minutos mais tarde, PMs começaram a se deslocar em direção à Avenida Rio Branco, distante três quadras do legislativo estadual, fecharam os acessos e dispararam bombas em direção ao grupo que se concentrava também na frente da Alerj.

Pessoas que circulavam pelo Centro, mesmo distantes do protesto, correram para se abrigar em estabelecimentos comerciais, que pouco a pouco fecharam as portas.

Com as bombas, o ato em protesto contra o aumento da contribuição previdenciária dos servidores de 11% para 14% terminou.

Em 2014, o PMDB nacional apoiou a reeleição da presidente Dilma Rousseff, mas sua seção fluminense, que lançara Luiz Fernando Pezão ao governo, sustentou a candidatura de Aécio Neves (PSDB). Nenhum cacique da legenda questionou publicamente esse movimento. O motivo era seu líder: o presidente do PMDB do Rio, Jorge Picciani.

Veterano da política fluminense, ele era um aliado que, mesmo temporariamente sem mandato, dominava a legenda no Estado e se mantinha forte na Assembleia Legislativa. Foi uma trajetória iniciada nos anos 1990, quando soldou uma aliança com Sérgio Cabral (PMDB), atualmente preso em Bangu, e viu sua carreira decolar. Com ele, dividiu e depois assumiu o controle da Casa, que mantém até hoje, em sintonia com o Executivo.

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Com infância modesta no subúrbio, nascido em Mariópolis e ex-aluno do Colégio Pedro II, Picciani tem 62 anos. Formou-se em contabilidade pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e em estatística pela Escola Nacional de Ciências Estatísticas. Entrou para a política em 1985, quando se filiou ao PSB e fez campanha para Marcelo Cerqueira para a prefeitura do Rio.

Cerqueira não foi eleito, mas o novato gostou da coisa. Tanto que se elegeu seis vezes deputado estadual, a partir de 1990, e se tornou um dos principais chefes da elite política do Rio. Sem nitidez ideológica, passou pelo PDT no segundo governo Leonel Brizola (1991-1994). Depois foi para o PMDB. Hoje, é uma espécie de primeiro-ministro do Estado.

Cabral

A construção dessa trajetória foi trabalho paciente. Na Alerj desde 1991, Picciani se uniu a Cabral que, de 1995 a 2002, presidiu a Casa. O hoje presidente era primeiro-secretário, uma espécie de administrador político do Legislativo.

A dupla tocou a Assembleia até que Cabral se elegeu senador, em 2002. Picciani então virou presidente, de 2003 a 2010. Foi quando, ao tentar ele mesmo o Senado, perdeu a eleição. Voltou à Casa em 2014, destronou o ex-aliado Paulo Melo da Presidência da Alerj e ficou até hoje.

Nos quase 30 anos após sua primeira eleição, Picciani construiu, além da carreira, um clã com pelo menos dois sucessores políticos. Seu filho mais velho, Leonardo, é ministro do Esporte. Outro, Rafael, é deputado estadual. Um terceiro, Felipe, cuida dos negócios.

Curiosamente, o patriarca alinhou-se com a gestão petista. Ele criticou o processo por abuso de poder econômico movido pelo PSDB contra a chapa Dilma-Temer na Justiça Eleitoral, quando foi iniciado. "Quando a eleição acaba, o resultado tem de ser respeitado", disse.

Riqueza

Picciani também construiu um vistoso patrimônio. Transformou uma pequena fazenda em Rio das Flores (RJ) em um conglomerado pecuário. De 2011 em diante, ampliou seus negócios para a mineração. Os três políticos da família somavam, em 2014, patrimônio de R$ 27,4 milhões, segundo a Justiça Eleitoral. A maior parte refere-se à holding Agrobilara, conhecida como Grupo Monte Verde, do qual Jorge Picciani é presidente.

Em 2003, enfrentou acusações de explorar trabalho escravo na fazenda Agrovas, em Mato Grosso. Negou irregularidades.

A força do presidente da Alerj o transformou em interlocutor dos governos Lula, Dilma e Temer. Durante a gestão Lula, era comum que o então ministro da Casa Civil, José Dirceu, se deslocasse secretamente ao Rio para conversar com ele. No governo Rosinha Garotinho (2003-2006) e no primeiro governo Cabral (2007-2010), Picciani foi um aliado fundamental no Legislativo.

Tem mostrado claramente, no entanto, que sua fidelidade tem um limite: a sobrevivência dele e de seus aliados na política, agora ameaçada pela ação em que foi levado coercitivamente para depor pela Polícia Federal. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Com a prisão temporária de cinco conselheiros do Tribunal de Contas do Estado do Rio (TCE-RJ), nessa quarta-feira (29) a Associação Nacional dos Ministros e Conselheiros-Substitutos dos Tribunais de Contas (Audicon) avalia adotar medidas judiciais para garantir a atuação dos conselheiros substitutos na corte de contas fluminense.

Cada tribunal de contas estadual tem uma regra sobre o número de conselheiros substitutos. No caso do Rio, são três substitutos. Atualmente, a corte de contas tem uma regra que permite apenas um conselheiro substituto assumir o cargo de conselheiro.

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A entidade aguarda definição da presidência do TCE-RJ na sessão da próxima terça-feira, dia 4 de abril, para decidir se serão ocupados os cargos vagos. Com isso, na prática, enquanto os cinco conselheiros permanecerem presos, a corte de contas ficará travada. As prisões temporárias têm prazo de cinco dias, podendo ser prorrogadas por mais cinco dias ou até mesmo convertidas em prisão preventiva.

A sessão prevista para esta quarta-feira, no TCE-RJ, por exemplo, foi suspensa por falta de quórum - lei complementar prevê número mínimo de quatro conselheiros para a realização da sessão.

Concurso

Diferentemente dos conselheiros, que são nomeados por indicação política, os substitutos são concursados. Eles têm suas atribuições previstas na Constituição, que inclui não apenas substituir os conselheiros como também julgar os processos nas cortes estaduais, tal qual seus pares indicados politicamente.

Na prática, porém, a situação dos "conselheiros concursados" nos tribunais estaduais é considerada mais precária do que a dos conselheiros, e a categoria reivindica há anos uma distribuição igualitária de processos e uma melhor infraestrutura para atuar.

Em nota divulgada nesta quarta, o presidente da Audicon, Marcos Bemquerer, afirmou que a entidade defende as apurações envolvendo os integrantes do TCE-RJ e reitera a importância dos substitutos.

Apesar de a carreira ser prevista desde 1988, o próprio TCE-RJ só fez concurso público para os cargos de conselheiros substitutos no ano passado.

Antes disso, em 2012, a Audicon entrou com duas ações no Tribunal de Justiça do Rio para que fosse nomeado um conselheiro substituto em vez de Domingos Brazão, atual vice-presidente do TCE-RJ e que foi detido temporariamente nesta quarta.

Na ocasião, o pedido foi negado e Domingos Brazão, que não tem curso superior, assumiu o cargo. Para fazer o concurso para conselheiro substituto é preciso ter formação em um dos seguintes cursos: Direito, Economia, Ciências Contábeis ou Ciências Sociais.

Conselho Nacional

Enquanto os "conselheiros concursados" reivindicam suas demandas, o presidente da Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil (Atricon), Valdecir Pascoal, defendeu ontem a criação de um Conselho Nacional para os Tribunais de Contas.

A entidade defende a criação do órgão por meio de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC). "Esse conselho teria a responsabilidade de zelar pela Constituição. Hoje, é difícil para a Corregedoria dos Tribunais de Contas fazer esse trabalho, em função da proximidade dos membros com o Poder Executivo", afirmou.

Pascoal classificou de "gravíssima" a situação do Tribunal de Contas do Rio e afirmou que é preciso aprimorar a seleção de conselheiros desses tribunais nos Estados. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Procuradores da República e agentes da Polícia Federal revistaram nesta quarta-feira (29) as salas ocupadas pelo presidente da Assembleia Legislativa do Rio, Jorge Picciani (PMDB). Eles chegaram por volta das 6h ao Palácio Tiradentes, com ordem judicial de busca e apreensão, e se dirigiram ao gabinete da presidência. O andar foi interditado enquanto os agentes reviraram o local.

Depois, foram para o prédio anexo, onde funciona o gabinete parlamentar de Picciani, assim como os dos outros 69 deputados. Dali, levaram um malote preto com material apreendido.

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Conduzido coercitivamente, Picciani depôs por três horas na Superintendência da Polícia Federal. Ele chegou ao local ao meio-dia, em um carro descaracterizado da Polícia Federal, de cabeça baixa. Chegou a sorrir para os agentes. Usava um terno azul e uma gravata da mesma cor. Saiu da PF às 15h, em seu carro, um Corolla prata, mas cancelou sua participação na sessão da Alerj - que manteve os trabalhos -, marcada para o mesmo horário. Os conselheiros presos, depois de depor, seriam levados para exame de corpo de delito no Instituto Médico-Legal. De lá, iriam para a prisão.

Durante a movimentação na Alerj, parlamentares da base e da oposição se reuniam no local, em diferentes salas, para avaliar a situação. "Vim aqui prestar solidariedade. A condução coercitiva, que era exceção, virou regra", afirmou o secretário de Cultura, André Lazaroni.

Bolo

Um pequeno grupo de servidores públicos estaduais comemorou nesta quarta-feira, na frente da Alerj, a prisão dos cinco conselheiros do TCE e a condução coercitiva de Jorge Picciani. Eles estouraram fogos de artifício e levaram um bolo.

O Tribunal de Contas do Estado (TCE) funcionou normalmente nesta quarta. Segundo funcionários, os policiais agiram discretamente. Chegaram em carros descaracterizados, usavam roupas civis e não exibiram armas. Muitos servidores só souberam do que acontecia depois. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Policiais federais cumprem nesta quarta-feira (29) um mandado de condução coercitiva contra o presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Jorge Picciani (PMDB). Também estão sendo cumpridos cinco mandados de prisão contra integrantes do Tribunal de Contas do Estado do Rio (TCE-RJ), além de bloqueios de bens e valores, em uma operação que recebeu o nome de Quinto da Coroa. No total são mais de 43 mandados, a maioria deles na cidade do Rio de Janeiro, mas também em Duque de Caxias e São João do Meriti.

De acordo com nota da Polícia Federal (PF), os alvos da operação são investigados por fazerem parte de um esquema de pagamentos de vantagens indevidas que pode ter regularmente desviado valores de contratos com órgãos públicos para agentes do Estado, em especial membros do TCE-RJ e da Alerj.

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As investigações da PF indicam que agentes públicos teriam recebido valores indevidos para viabilizar a utilização do fundo especial do TCE-RJ para pagamentos de contratos do ramo alimentício atrasados junto ao Poder Executivo do estado. Esses agentes receberiam uma porcentagem desse valor por contrato faturado.

A Polícia Federal esclareceu que, por se tratar de uma investigação que tem como alvos membros de um Tribunal de Contas Estadual, os trabalhos correm sob a Presidência de um Ministro do Superior Tribunal de Justiça em um Inquérito Judicial.

As informações que embasaram a decisão do Superior Tribunal de Justiça tiveram origem em uma colaboração premiada realizada entre dois investigados na Operação Lava Jato e a Procuradoria Geral da República. Apesar disso, a operação Quinto não é uma nova fase da Lava Jato.

Segundo a Polícia Federal, os agentes estão nas ruas para cumprir os mandados desde às 6h de hoje (29). O nome da operação – Quinto da Coroa – é uma referência a um imposto cobrado por Portugal dos mineradores de ouro no período do Brasil colônia. 

A Agência Brasil tenta contato com a assessoria de Jorge Picciani, mas até a publicação do texto não obteve resposta.

A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) não aprovou o Projeto de Lei (PL) que reajusta os salários de jornalistas em 8%. O aumento tem impacto sobre 170 categorias de trabalhadores, já que o Rio de Janeiro não adota o mínimo nacional. A emenda que pretendia nivelar os salários dos jornalistas com categorias como contadores, psicólogos, fisioterapeutas, sociólogos, assistentes sociais, biólogos, nutricionistas, bibliotecários e enfermeiros, foi rejeitada pelos parlamentares, por estar prevista no reajuste do governo federal.

“O piso regional só deve ser criado para categorias que não fazem parte de acordos coletivos”, declarou o deputado Paulo Melo (PMDB). Paulo Ramos (PSOL), deputado que criou a emenda, defendeu sua posição dizendo que os profissionais de imprensa precisam dessa “liberdade” para exercer sua profissão. De acordo com o sindicato da categoria, a “decisão de rejeitar a emenda mostra que os jornalistas estão sendo submetidos aos interesses das empresas jornalísticas”.

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As centrais sindicais estão negociando aumento para a categoria desde novembro do ano passado, com a realização de assembleias e reuniões para definir o piso da categoria. O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) foi o único que conseguiu reajuste para profissionais de algumas empresas da capital e do interior do estado.

Já dura duas horas o confronto entre policiais militares e servidores do Estado do Rio em frente à Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), no centro da capital fluminense. Entre os manifestantes, há mascarados que aparentemente não têm relação com o movimento. A polícia usa gás lacrimogêneo e balas de borracha para dispersá-los.

Os servidores estão desde as 10h na porta da Alerj para protestar contra a venda da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae), que está sendo debatida por deputados nesta quinta-feira, 9. A venda da Cedae faz parte do termo de compromisso assinado com o governo federal para recuperar as finanças do Estado.

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Até as 15h30, o ato transcorria pacificamente, mas a partir desse horário começou o embate que se estende pelas ruas próximas à Alerj, como a São José e Assembleia. O trânsito em algumas vias do centro está paralisado por causa do confronto.

É grande a quantidade de jovens com camisetas escondendo o rosto e até com escudos improvisados, alguns usando tapumes arrancados da fachada de agências bancárias. Os mascarados soltam morteiros e a polícia revida imediatamente. 

Mais cedo, uma agência bancária foi incendiada. Os manifestantes utilizaram o material instalado pelo banco para proteger a agência, como estacas, para quebrar o vidro e ter acesso ao seu interior. Em seguida, utilizaram os tapumes como escudo contra as bombas de gás lacrimogêneo lançadas pela Polícia Militar.

Servidores públicos que protestam em frente à Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) e policiais militares responsáveis pela segurança do prédio acabam de entrar em confronto, após mais de cinco horas de manifestação pacífica.

Os manifestantes soltaram fogos de artifício, ao que os policiais responderam com bombas de gás lacrimogêneo imediatamente, dando início a uma correria que já se estende pelas ruas próximas à Alerj, como a São José e Assembleia, vias de grande circulação de pessoas e veículos no centro da cidade.

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Os servidores têm como principal bandeira o afastamento do governo Luiz Fernando Pezão (PMDB), que ontem teve o mandato cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ). O governador, no entanto, ainda poderá recorrer da decisão no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Os manifestantes ainda são contrários à venda da Companhia Estadual de Águas e Esgoto (Cedae), como previsto no termo de compromisso firmado pelos governos do Estado e federal. A privatização está sendo analisada hoje pelos deputados fluminenses.

O ônibus depredado na esquina da Avenida Rio Branco com Rua da Assembleia explodiu no período da tarde desta quarta-feira, 1º de fevereiro, no Rio de Janeiro. Os manifestantes mascarados atearam fogo ao banco do motorista.

Uma homem que trabalha em prédio vizinho tentou usar um extintor para apagar as chamas, mas não conseguiu. As labaredas se espalharam para o resto do ônibus, que explodiu. Bombeiros estão no local para apagar as chamas.

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No início da tarde desta quarta, pelo menos 500 manifestantes realizaram ato no primeiro dia do ano legislativo para protestar contra propostas de ajuste fiscal que serão analisadas pela Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) nos próximos dias.

Enquanto o Rio de Janeiro tenta fechar os detalhes do acordo com a União que viabilizará um regime especial de recuperação fiscal para o Estado, o governador Luiz Fernando Pezão trabalha para apaziguar o clima com sua base aliada na Assembleia Legislativa (Alerj) e garantir apoio às medidas de ajuste que devem ser aprovadas como contrapartida.

Na terça-feira (10), o governador fez um gesto de interlocução com o Legislativo e recebeu o presidente da Alerj, Jorge Picciani, no Palácio Guanabara, para demonstrar a importância das iniciativas. Depois de adotar uma postura crítica e devolver alguns projetos encaminhados pelo Executivo, Picciani sinalizou que tentará reconstruir a base e ter o apoio necessário.

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"Para melhorar o ambiente na Assembleia, eu disse ao governador que é preciso voltar a pagar os salários em dia e (que) os serviços voltem a funcionar. Se for isso, eu estaria dentro de um esforço máximo para ajudar", disse Picciani.

Segundo o presidente da Alerj, até agora a União tem mantido o prazo de 120 dias para que as medidas de ajuste sejam aprovadas e o Estado tenha o direito de usufruir dos benefícios do acordo por até três anos - embora Pezão desejasse um prazo maior, de seis meses.

Uma das contrapartidas previstas ao acordo emergencial é a elevação da alíquota de contribuição previdenciária dos servidores de 11% para 14% e do Estado para 28%. Hoje, a contribuição patronal é de 22% no caso do Executivo e de 21% para os demais Poderes.

Segundo Picciani, este é o único ponto do acordo que já tem projeto tramitando na Assembleia. No entanto, o texto apresentado no ano passado enfrentou forte resistência de deputados e servidores, que organizaram uma série de protestos, e a discussão acabou sendo adiada para 2017.

Agora, Picciani admite trabalhar pela medida, colocando o Rio no mesmo caminho de outros Estados que já aprovaram o aumento da alíquota, como Goiás e Santa Catarina. "Eu disse ao governador que, se esse acordo permitir colocar os salários em dia, aumenta muito a possibilidade de ele recuperar a maioria para aprovar a medida. Os deputados vão entender, os próprios servidores vão entender, que é melhor pagar 3% a mais e ter seu salário em dia do que continuar com o salário atrasado", afirmou. Desde novembro de 2015, servidores do Rio estão tendo seus salários parcelados.

Interlocutores de Pezão dizem que o governador fez uma boa avaliação da reunião com Picciani, reconhecendo a disposição do presidente da Assembleia em atuar a favor das medidas. "É tudo ou nada", disse uma fonte do governo do Rio. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em mais uma derrota para o governo do Rio, a Assembleia Legislativa (Alerj) adiou para 2017 a votação prevista para esta terça-feira (20) de medidas anticrise e, com isso, confirmou o reajuste dos servidores da Segurança Pública para o próximo mês. O governo de Luiz Fernando Pezão (PMDB) queria adiar o aumento para 2020. Com o reajuste, o impacto nas contas públicas será de R$ 1,5 bilhão no ano que vem.

A decisão foi anunciada nesta segunda-feira (19) pelo presidente da Alerj, Jorge Picciani (PMDB), que mandou o projeto de volta para o Executivo. O motivo, segundo disse, teria sido a demora do governador em enviar o projeto à assembleia, o que inviabilizou acordo entre os parlamentares.

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"Vamos votar somente o orçamento (previsto para que ocorra nesta terça e quarta-feira) e devolver a questão do aumento do pessoal da Segurança para que o governo possa fazer a folha de pagamento até o dia 10 de janeiro", afirmou Picciani. "Vai impactar a partir de janeiro R$ 120 milhões ao mês, R$ 1,5 bilhão no ano de 2017."

O presidente da Alerj criticou Pezão pela demora no encaminhamento das questões para a assembleia, como o projeto que adia o reajuste dos servidores da Segurança. "O governo está fragilizado. Falta transparência. Levou um ano e meio para encaminhar a questão dos incentivos fiscais, e só o fez por causa da ameaça de CPI."

O presidente da Casa afirmou esperar que haja consenso em fevereiro para votação do projeto e aproveitou para defender outra reforma. "A questão previdenciária, para mim, é a mais importante. É exigência da lei de recuperação fiscal, que já foi votada no Senado, está sendo votada na Câmara Federal e ajuda muito o estado do Rio de Janeiro", ponderou.

Picciani entrou nesta segunda-feira com recurso junto ao Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) para derrubar a liminar que suspendeu o projeto que eleva a cobrança de Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) no Estado do Rio para produtos como cerveja, cigarro, energia elétrica e combustível.

A decisão foi tomada na sexta-feira pelo desembargador Otávio Rodrigues, da 11.ª Câmara Civil do TJ-RJ. A liminar atendeu solicitação do deputado Flávio Bolsonaro (PSC).

"O ICMS nós estamos recorrendo. Existe uma expectativa que o desembargador revise isso aí ainda hoje (segunda-feira). Ele não tinha as informações, foi rigorosamente dentro do regimento, dentro do acordo do colégio de líderes, e isso seria um prejuízo, mantendo a liminar, de R$ 1 bilhão aos cofres do Estado", comentou Picciani.

Impedimento

O presidente da Alerj ainda negou rumores de que haja qualquer movimentação visando o impeachment do governador do Rio. "Não há nenhum procedimento de impeachment, e acho que está longe de isso acontecer", declarou.

Picciani disse que, "na hipótese" de ocorrer um processo de impeachment, ele não pretende assumir o Estado. "A possibilidade de eu assumir é zero. Na pior das hipóteses, de cassar governador e vice, eu convoco eleição indireta no dia seguinte."

Apesar disso, o presidente da Alerj não poupou críticas ao governador. "O governo é fraco. É preciso alguém para tocar a máquina, e este não é o perfil de Pezão", afirmou, e citou o nome do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), como um exemplo de gestor. Segundo Picciani, desde 2014 ele alerta sobre a crise, mas "nada foi feito". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Apesar do adiamento das votações do pacote anticrise do governo pela Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), servidores do Estado seguem em vigília na frente do prédio - e na chuva. Um grupo de 12 pessoas está se revezando em barracas e afirma que só vai embora na semana que vem, quando devem terminar as votações. Diante do atraso salarial, servidores do sistema penitenciário estudam greve a partir do fim de semana.

Hoje seria o "dia D" para o funcionalismo estadual. Para esta tarde estava marcada a apreciação do projeto que aumenta a contribuição previdenciária dos ativos, inativos e pensionistas de 11% para 14%, e do que congela salários até 2020. Mas o presidente da casa, Jorge Picciani (PMDB), transferiu ambos para a próxima terça-feira, 20, alegando necessidade de negociação por mais tempo.

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"Para nós, é armação, o jogo sujo deles. Eles sabem que a Alerj está dividida. Essas mudanças causam esvaziamento no movimento, desmobilização", disse Paulo Ferreira, diretor do Sindicato do Sistema Penitenciário. Na sexta-feira, haverá assembleia da categoria para decidir se haverá greve. Neste caso, os profissionais irão permanecer nos presídios. Proverão alimentação aos presos e providenciarão atendimentos médicos de emergência; ficarão canceladas visitas, banhos de sol e consultas com advogados.

Hoje é o décimo dia útil do mês, prazo que o governo havia dado para o depósito do pagamento de novembro, daí a ideia da greve. O governo ofereceu tratamento diferenciado à área de segurança (policiais, bombeiros, agentes penitenciários), com previsão do pagamento do 13º até 20 de janeiro, mas a proposta não está sendo aceita. "É uma proposta indecente, imoral. Eles oferecem aquilo que já nos devem. E não dá para acreditar que terão o dinheiro em janeiro se não têm agora", argumentou Paulo Ferreira.

No acampamento na porta na Alerj desde a tarde de segunda-feira, 12, o inspetor de alunos Marcos Antônio de Jesus disse não ter pressa para ir embora. "Eles querem nos ganhar no cansaço, mas não vão conseguir." Estão se revezando servidores da educação, saúde, segurança, entre outras áreas. Desde que as barracas foram montadas começou a chover na cidade. O revés não desanima os servidores. "Somos de luta", resumiu o inspetor de alunos.

Após apresentar o orçamento de 2017 com uma previsão de déficit de R$ 17,1 bilhões, o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), entra nesta semana com a expectativa de salvar parte do pacote de austeridade anunciado no início de novembro. As medidas mais controversas seriam votadas nesta segunda-feira, 12, na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), mas a sessão foi adiada para a quarta-feira. O presidente do Legislativo, Jorge Picciani (PMDB), marcou reunião para terça-feira para tentar um acordo em torno de ajustes nos gastos com a folha de pagamento da área de segurança.

O pacote tinha 22 projetos no formato original. O objetivo era gerar economia de R$ 27,8 bilhões nas contas de 2017 e 2018, com cortes de gastos, elevação de receita (com tributos e contribuição previdenciária) e extinção de programas sociais. Nas primeiras sessões na Alerj, a rejeição dos deputados a vários projetos apresentados reduziu a economia em pelo menos R$ 12 bilhões.

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A sessão desta segunda votaria os dois mais importantes projetos que sobraram no pacote. Um deles aumenta a contribuição previdenciária de servidores públicos ativos e inativos, de 11% para 14% do salário bruto. A contribuição do governo seria elevada de 22% para 28%. O saldo positivo seria de R$ 1,2 bilhão ao ano. O outro projeto adia, em três anos, os aumentos salariais concedidos em 2014, sobretudo para os servidores da área de segurança. A economia seria de R$ 835 milhões já no ano de 2017, R$ 1,5 bilhão em 2018 e R$ 2,3 bilhões em 2019, pelos cálculos do governo fluminense.

O presidente da Alerj acha possível chegar a um acordo. Para a reunião de amanhã estão convocados o secretário estadual de Segurança Pública, Roberto Sá, o secretário estadual de Administração Penitenciária, Erir Ribeiro Costa Filho, o chefe da Polícia Civil, os comandantes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros, além dos sindicatos dessas categorias.

Negociação

O plano é negociar diretamente com os servidores e os comandos das forças. Um acordo passaria por um compromisso do governo com o pagamento em dia de salários e do 13º - a secretaria estadual de Fazenda já anunciou que parcelará os vencimentos de novembro, assim como ocorreu com o vencimento do mês de outubro. Os sindicatos poderiam aceitar porque é melhor receber os salários do que lutar por um aumento que não será pago.

"Se a gente conseguir uma proposta mínima, seja lá qual for, e o governo assumir compromissos, aí eu intermediarei com o governador", disse Picciani ao à reportagem neste domingo, 11.

Seria uma reedição da primeira vitória de Pezão, na última quinta-feira, quando um dos projetos rejeitados, a restrição aos subsídios do Bilhete Único Intermunicipal, voltou à pauta, remodelado, após reunião dos líderes dos partidos na Alerj, e foi aprovado. A economia para os cofres do Estado ficou até maior: na proposta inicial, a economia seria de R$ 258 milhões ao ano, mas acabou sendo calculada em R$ 400 milhões ao ano.

Antes disso, o pacote proposto pelo governo só encolhia na Alerj. A prisão do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), no último dia 17, e os protestos do lado de fora da sede do Legislativo impulsionaram a perda de controle sobre a base aliada. Pelo menos dois deputados com trânsito no governo relataram à reportagem, sob condição de anonimato, que a tramitação do pacote enfrentava dificuldades. Um deles disse que faltava diálogo com o governo.

Para Picciani, é preciso chegar a um consenso mínimo para parte do pacote ser aprovada. Na terça, 13, será votada também a proposta de elevação de taxas do ICMS. A demonstração de que está avançando na austeridade seria condição para o governo fluminense negociar com o governo federal uma ajuda para o Estado. "Se essa crise se agrava no Rio, vai arrastar o restante do País", disse o presidente da Alerj.

Os sindicatos de servidores parecem pouco dispostos a conversar. Um protesto contra os ajustes, organizado pelo Movimento Unificado dos Servidores Públicos Estaduais (Muspe), segue marcado para as 10 horas desta segunda, mesmo após o adiamento das votações. O último protesto terminou de forma violenta, com um confronto de 5 horas entre manifestantes e policiais que se alastrou pelas ruas do Centro do Rio. Neste domingo, algumas lojas e agências bancárias do Centro estavam com as fachadas cobertas por tapumes de madeira, para evitar danos nas vidraças. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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