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A humanidade terá consumido nesta quarta-feira, dia 2 de agosto, o total dos recursos que o planeta pode renovar em um ano, e viverá de crédito até 31 de dezembro, calcula a Global Footprint Network. A ONG destaca que esse momento chega cada vez mais cedo todos os anos.

Esta quarta-feira é o "Dia de Sobrecarga da Terra" ("overshoot day", em inglês): "A partir dessa data, a humanidade terá consumido o conjunto dos recursos que o planeta pode renovar em um ano", escreveram a Global Footprint e o WWF (World Wildlife Fund) em um comunicado conjunto.

Para seus cálculos, a Global Footprint leva em conta em particular a pegada de carbono, os recursos consumidos pela pesca, a pecuária, os cultivos, a construção e a utilização de água.

Em 2016, o "Dia de Sobrecarga da Terra" ocorreu em 3 de agosto. Embora o ritmo de progressão tenha reduzido um pouco nos últimos seis anos, esta data simbólica "continua avançando de maneira inexorável: este dia passou do final de setembro em 1997 a 2 de agosto neste ano", destacam as ONGs.

"Para satisfazer nossas necessidades, hoje deveríamos contar com o equivalente a 1,7 planeta", detalham.

"O custo deste consumo excessivo já é visível: escassez de água, desertificação, erosão dos solos, queda da produtividade agrícola e das reservas de peixes, desmatamento, desaparecimento de espécies. Viver de crédito só pode ser algo provisório porque a natureza não conta com uma jazida para nos prover indefinidamente", ressaltam o WWF e a Global Footprint.

As emissões de gases de efeito estufa "representam apenas 60% da nossa pegada ecológica mundial", lembram. Segundo as duas organizações, "sinais animadores" indicam, no entanto, que "é possível inverter esta tendência".

Apesar do crescimento da economia mundial, "as emissões de CO2 vinculadas à energia não aumentaram em 2016, pelo terceiro ano consecutivo", ressaltam. "Isto pode ser explicado pelo grande desenvolvimento das energias renováveis para produzir eletricidade".

A comunidade internacional se comprometeu na Conferência de Paris sobre o clima (COP21), em dezembro de 2015, a reduzir as emissões de gases de efeito estufa com o objetivo de limitar o aquecimento global.

Levando em conta os dados científicos mais recentes, a Global Footprint recalcula a cada ano a data do "Dia de Sobrecarga" para os anos passados, desde que este "déficit ecológico" começou a se aprofundar, no início dos anos 1970.

Há uma chance de 5% de limitar o aquecimento global médio abaixo de dois graus Celsius, o objetivo estabelecido no Acordo de Paris sobre o clima de 2015, disseram pesquisadores nesta segunda-feira.

E as chances de atingir a meta preferencial de 1,5º C, também prevista no pacto assinado por 196 países, é de apenas 1%, segundo um estudo publicado na revista Nature Climate Change. Uma equipe de especialistas baseada nos Estados Unidos usou projeções de crescimento populacional para estimar a produção futura e as emissões de carbono relacionadas com a queima de combustíveis fósseis.

Com base nesses dados, "a provável variação de aumento da temperatura global é de 2º C a 4,9º C, com uma média de 3,2º C e uma chance de 5% de que será inferior a 2º C", ​​escreveram. Seus cálculos não foram baseados em previsões do pior cenário de uso inalterado de energia, disse a equipe, e abrangiam os esforços para reduzir o uso de combustíveis fósseis.

No entanto, não preveem a possibilidade de uma mudança súbita e maciça para as energias renováveis. "Alcançar o objetivo de menos de 1,5º C de aquecimento exigirá que a intensidade do carbono decline muito mais rápido do que no passado recente", escreveu a equipe. As nações do mundo concluíram anos de complicadas negociações há dois anos ao assinarem o Acordo de Paris sobre as mudanças climáticas.

Elas se comprometeram a manter o aquecimento global "bem abaixo" de 2º C em relação aos níveis anteriores à Revolução Industrial e a lutar para limitar o aumento das temperaturas abaixo de 1,5º C, em uma tentativa de evitar a subida do nível dos mares, as secas, as tempestades e outros efeitos climáticos.

O painel de ciência climática da ONU recomenda um corte de 40-70% nas emissões de gases de efeito estufa dos combustíveis fósseis até 2050 em relação aos níveis de 2010. O Acordo de Paris é menos preciso, buscando apenas que as emissões atinjam seu auge "o mais rápido possível".

A ONU estima que a população mundial aumentará de cerca de 7,5 bilhões hoje para 11,2 bilhões até 2100, aumentando a pressão sobre os recursos energéticos.

Assim como a Ópera e a Ponte da Baía de Sydney, várias cidades e monumentos do mundo apagarão neste sábado (25) as luzes para a Hora do Planeta, evento que recorda a necessidade de atuar contra o aquecimento global.

De Nova York a Paris, milhões de pessoas em 170 países e territórios devem participar no evento anual para alertar sobre o aquecimento global provocado pelo uso do carvão, petróleo pelas emissões dos automóveis e usinas de energia.

Na capital australiana, muitos edifícios apagaram as luzes às 20h30 e marcaram o início do evento. Depois da Austrália, as luzes apagaram em vários locais simbólicos da Ásia, de Hong Kong a Mianmar. A ação vai acontecer nas próximas horas na África, Europa e no continente americano.

O evento, que tem sua origem em Sydney, cresceu e virou uma campanha mundial. A primeira edição, há dez anos, ocorreu apenas em Sydney, recordou a WWF, ONG que organiza o evento.

"Lançamos a Hora do Planeta em 2007 para mostrar aos dirigentes que os cidadãos se preocupam com a mudança climática. Este momento simbólico é agora um movimento mundial", declarou Siddarth Das, diretor da iniciativa. "Este momento simbólico é agora um movimento mundial. É realmente humilde e diz muito sobre o papel poderoso das pessoas nos temas que afetam suas vidas", completou.

Nesta edição, às 20h30 hora local, ocorrerão diversas atividades: um concerto com velas em Lisboa, uma corrida "sustentável" de 5 km em Cingapura e o plantio de árvores na Tanzânia, entre outras. Como é tradicional, muitos monumentos apagarão suas luzes, a exemplo do Empire State Building, das Pirâmides do Egito, Kremlin, Acrópole de Atenas, Alhambra de Granada e a sede da TV chinesa, em Pequim.

A iniciativa poderá ser apoiada na página do movimento no Facebook ou no site www.earthhour.org/climateaction. A WWF deseja utilizar a Hora do Planeta este ano para ressaltar as questões climáticas mais relevantes em cada país.

A mudança climática está se acelerando sob o impacto dos gases do efeito estufa, gerados - principalmente - pela queima de combustíveis fósseis, como gás, carvão e petróleo.

A Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou um estudo hoje (17) alertando sobre o impacto social das mudanças climáticas globais. Intitulado "O Estado da Alimentação e da Agricultura", o estudo chama a atenção para a intervenção humana no clima, que pode levar 122 milhões de pessoas à pobreza. Segundo o estudo, se nada for feito, no mínimo 35 milhões de pessoas devem atingir esse patamar.

“A menos que sejam tomadas medidas agora para tornar a agricultura mais sustentável, produtiva e resiliente, os impactos das alterações climáticas vão comprometer gravemente a produção alimentar em países e regiões que já enfrentam uma alta insegurança alimentar”, escreveu o diretor-geral da organização, José Graziano da Silva, no relatório publicado hoje. As pessoas mais afetadas serão os habitantes da África e do Sudeste Asiático, dependentes da agricultura.

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Os setores agrícolas são os maiores responsáveis pela emissão de gases que contribuem para o aumento da temperatura global, e com o aumento da população, enfrentam um duplo desafio: diminuir em 70% as emissões desses gases até o ano de 2050 e, ao mesmo tempo, aumentar sua produção para conseguir atender a demanda. A estimativa do relatório é de que a procura por alimentos no mundo aumente 60% nas próximas três décadas, e o crescimento populacional se concentre nos locais mais afetados pelo aquecimento global.

Brasil

No relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) divulgado em maio deste ano, os índices de pobreza caíram de 20% para 9%, entre os anos de 2004 e 2013 no Brasil. No caso da pobreza extrema, o índice anterior a 2004 era de 7%, caindo para 4% em 2013. Também foi traçado o perfil das pessoas que vivem na pobreza no Brasil, o relatório indica que elas se concentram nos mesmos locais de antes: domicílios agrícolas das regiões norte e nordeste. Alguns municípios dessas regiões apresentam taxas de pobreza entre 60% e 90%.

“As diferenças são muito acentuadas entre os domicílios agrícolas. A Amazônia ocidental e o estado do Maranhão são áreas que apresentam níveis muito elevados de pobreza agrícola. Embora o Norte seja menos pobre do que o Nordeste, o progresso tem sido mais lento lá em comparação às demais regiões do país”, afirmou o estudo.

Quase 200 países chegaram a um acordo para limitar o uso de hidrofluorcarbonetos (HFCs), gases que estão entre os principais causadores do efeito estufa. As informações sobre o acerto firmado hoje (15) são da agência Ansa.

O pacto foi assinado em Kigali, capital de Ruanda, e representa o primeiro sinal da comunidade internacional de que tentará cumprir os objetivos do Acordo de Paris. Segundo o que foi acertado, será definido um teto para as emissões de HFCs, que serão reduzidas gradualmente pelos países desenvolvidos, incluindo os Estados Unidos, a partir de 2019.

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Já as nações em desenvolvimento, como a China, maior poluidora do planeta, começarão a diminuir suas emissões a partir de 2024. Além disso, um pequeno grupo de países, entre eles Índia e Paquistão, pressionou para iniciar as reduções em 2028, alegando que suas economias precisam de mais tempo para crescer.

Os hidrofluorcarbonetos são gases usados em aparelhos de ar condicionado e refrigeradores e presentes em aerossóis.

Parece notícia velha. Mas aconteceu de novo. E vai continuar acontecendo enquanto o mundo não conseguir conter suas emissões de gases de efeito estufa. Pelo 11º mês consecutivo, a Terra bateu recordes históricos de calor no mês de agosto, conforme divulgou na quarta-feira (14) a agência espacial americana (Nasa).

É o agosto mais quente dos últimos 136 anos, seguindo uma tendência que vem se repetindo mês a mês, ano a ano, como um sinal inequívoco do aquecimento global provocado por ações dos seres humanos. Em relação ao período de base (valor da temperatura média entre 1951 e 1980) para agosto, a temperatura média da Terra no mês passado foi 0,98°C mais quente. Foi ainda 0,16°C mais alta que o agosto mais quente registrado até então, o de 2014.

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Desde outubro de 2015 que a temperatura vem quebrando recordes sucessivos no monitoramento que começou a ser feito em 1880. Mantendo o ritmo pelos próximos meses, 2016 deverá ser o novo ano mais quente da história, superando 2015, que, por sua vez, bateu 2014. "Ressaltamos que as tendências de longo prazo são as mais importantes para a compreensão das mudanças em curso que estão afetando nosso planeta", afirmou Gavin Schmidt, diretor do Instituto Goddard para Estudos Espaciais da Nasa.

São Paulo

E o calorão parece ter continuado pelo mês de setembro, ao menos se forem tomadas como exemplo as temperaturas registradas na capital paulista. Apesar de para esta quinta-feira, 15, a previsão ser de clima ameno, a cidade vem passando por dias anormalmente quentes e secos.

A madrugada de quarta-feira, 14, foi a mais quente em São Paulo desde 20 de abril, com temperatura mínima de 21,9°C. O valor, apesar de não ser um recorde, supera em muito a média histórica de temperaturas mínimas na madrugada para o mês, que é de 14,8°C. A terça à tarde também já havia registrado as mais altas temperaturas desde o dia 18 de abril, com 32,4°C.

O calor vem acompanhado de secura. Na tarde de terça, a umidade relativa do ar foi muito baixa, em torno de 19% no começo da tarde. Valores nessa faixa vêm sendo registrados desde o fim de agosto.

A relações-públicas Solange Branco, de 47 anos, que sofre com rinite, conjuntivite e outras alergias, até de pele, conta que vem sofrendo muito nos últimos dias. Tanto que resolveu fugir para Rio na terça-feira. "Minha vida vira o caos no inverno. Tenho umidificador em casa e costumo controlar as alergias com homeopatia. Mas nesses dias secos, quando vem a crise, aí tenho de tomar anti-histamínico todos os dias."

De acordo com previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), nesta quinta-feira a temperatura cai (fica entre 14°C e 23°C) e a umidade sobe para até 95%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Uma análise inédita do plano climático submetido pelo Brasil ao Acordo de Paris mostrou que as emissões nacionais de gases do efeito estufa podem ser menores do que as calculadas pelo governo se a INDC (Contribuição Nacionalmente Determinada Pretendida) seja cumprida. Segundo as contas feitas pela equipe do Sistema de Estimativa de Emissão de Gases do Efeito Estufa (SEEG), o país poderia chegar a 2025 emitindo 1,369 bilhão de toneladas e em 2030 as emissões cairiam para 1,047 bilhão de toneladas.

Nos documentos da INDC submetidos à Organização das Nações Unidas (ONU) em setembro de 2015, o governo colocou como estimativa que as emissões do Brasil atinjam 1,3 bilhão de toneladas em 2025 e 1,2 bilhão de toneladas em 2030. No INDC, o país se compromete a cortar 37% de suas emissões até 2025 e 43% até 2030 em relação aos níveis de 2005.

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Os números utilizados para essa estimativa foram obtidos usando como referência o segundo inventário nacional de emissões, publicado em 2010, que calcula em 2,133 bilhões de toneladas de co2 o equivalente às nossas emissões em 2005. Para o cálculo feito pelo SEEG, a referência foi o terceiro inventário nacional, publicado em 2016, que indica que em 2005 as emissões brasileiras chegaram a 2,8 bilhões de toneladas.

Se o Brasil não ajustar a INDC, o país chegará a 2025 podendo ter uma emissão de 1,7 bilhão de toneladas e a 2030 podendo emitir 1,6 bilhão. Ainda dessa maneira, a meta estabelecida seria cumprida. De acordo com o SEEG, com esses dados, em vez de cortar as emissões, o país poderia aumentá-las em 21% na comparação com 2014.

Para que esses novos números possam passar a valer como compromisso, eles precisam ser alterados até 12 de setembro quando o acordo será ratificado para então passarem de INDC para NDC contribuição nacionalmente determinada.

Entre os compromissos a serem cumpridos em vários setores para atingir a meta estabelecida para 2030 estão: restaurar e reflorestar 12 milhões de hectares de matas, recuperar 15 milhões de hectares e pastos degradados, atingir de 28% a 33% de energias renováveis não-hidrelétricas na matriz e zerar o desmatamento ilegal na Amazônia.
“Nós concluímos que é possível não só chegar ao nível de compromisso absoluto de 1,2 milhão de toneladas como chegar abaixo dessa meta. Se o Brasil ampliar seu compromisso zerando o desmatamento, não só na Amazônia como em todos os biomas, ampliar a substituição de áreas degradadas e de pastagem por áreas de agricultura e algumas ações em biodiesel e energia renovável, somos capazes de chegar a emissão de 623 milhões de toneladas”, disse o coordenador do SEEG, Tasso Azevedo.

O aquecimento global piorou no ano passado, quebrando dezenas de recordes climáticos, de acordo com um relatório conhecido por cientistas como o exame anual do planeta.

Logo após o fim de 2015, o ano foi proclamado como o mais quente já registrado. O novo relatório mostra a extensão de outros recordes da saúde climática da Terra. Isso inclui um recorde de energia absorvida pelos oceanos e a diminuição do volume de aquíferos em todo o planeta, de acordo com o relatório da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA, na sigla em inglês).

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"Eu acho que o momento de chamar o médico foi anos atrás", disse o chefe de monitoramento do clima da NOAA, Deke Arndt. "Estamos com sintomas múltiplos", completou.

O relatório de Estado do Clima de 2015 examinou 50 aspectos diferentes do clima, incluindo um derretimento dramático do gelo do Oceano Ártico e de glaciares em todo o mundo. Dezenas de países tiveram o ano mais quente da história, incluindo a Rússia e a China. A África do Sul observou a maior temperatura já registrada em outubro (48,4 graus Celsius).

Cientistas também disseram que a mudança climática afetou as populações de morsas e pinguins e tiveram um papel importante na multiplicação de algas perigosas. Houve poderosas ondas de calor no mundo todo, como as que mataram milhares de pessoas na Índia e no Paquistão.

O cenário sombrio se deve em parte à combinação do fenômeno natural El Niño e o crescente impacto das atividades humanas, dizem os envolvidos na pesquisa. Fonte: Associated Press.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que o aquecimento do planeta deve levar a uma ampliação das zonas do planeta com a presença do mosquito Aedes aegypti, responsável por ser o vetor de doenças como zika e dengue. A análise foi apresentada nesta quinta-feira (3) pela diretora-geral da entidade, Margaret Chan, em um debate na ONU.

"Mais da metade da população mundial vive em áreas onde os mosquitos Aedes aegypti, o principal vetor de zika, dengue e chikungunya, estão presentes", disse. "A elevação de temperaturas ameaça expandir esse espaço geográfico ainda mais." Nesta quinta-feira (2) um grupo de pesquisadores brasileiros apresentou em Brasília o estudo Riscos de Mudanças Climáticas no Brasil e Limites à Adaptação, em que também abordam a situação do Aedes.

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Para ela, em termos de saúde pública, as mudanças climáticas podem ser "a questão decisiva" no século 21. "Os humanos são, sem dúvida, a espécie mais ameaçada pelas mudanças climáticas", insistiu Margaret.

Segundo ela, a OMS estima que 7 milhões de mortes acontecem a cada ano por conta da poluição do ar. A elevação das temperaturas só deve incrementar esse problema. "2015 já foi o ano mais quente da história e, em 2016, devemos bater o recorde de novo", disse. "Surtos de cólera explodiram."

Para a diretor-geral, "mudanças climáticas deram para a dengue uma expansão de sua área geográfica". "E agora pode acontecer o mesmo com a malária. Especialistas apontam que, até 2050, as mudanças climáticas podem causar 250 mil mortes adicionais por ano, além de malária, diarreia, ondas de calor e má nutrição", apontou.

Em seus debates internos, a OMS tem aproveitado a onda de surto de vírus zika pelos países latino-americanos para reforçar as pesquisas sobre o Aedes. Para os departamentos que se ocupam há anos da dengue dentro da OMS, porém, o reconhecimento do problema é "tardio".

A OMS tem sugerido que governos latino-americanos reforcem o controle sobre o mosquito, insistindo em planos detalhados e na necessidade de que as iniciativas sejam mantidas por um longo período.

O aquecimento climático pode causar mais de meio milhão de mortos suplementares no mundo em 2050 como consequência das mudanças na alimentação e do peso das populações, pela redução da produtividade agrícola - aponta um estudo publicado nesta quinta-feira.

Segundo a revista The Lancet, a pesquisa é a primeira a avaliar o impacto do aquecimento global no regime alimentar e o peso das pessoas, e que estima o número de mortes geradas em 2050 em 155 países.

Até agora, "várias pesquisas foram centradas na segurança alimentar, mas poucas tiveram como foco os efeitos mais amplos da produção agrícola em matéria de saúde", apontou Marco Springmann, da Universidade de Oxford (Reino Unido), que dirigiu o estudo, em comunicado.

O aquecimento global se traduz sobretudo por fenômenos meteorológicos extremos como chuvas torrenciais ou secas, com efeitos devastadores nas produções agrícolas.

Se não forem tomadas medidas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, o aquecimento global pode reduzir "cerca de um terço" a melhoria prevista da quantidade de alimentos disponíveis de hoje a 2050, dizem os cientistas.

Individualmente, isso acarretaria uma diminuição média de 3,2% da quantidade de alimentos disponíveis, de 4% do consumo de frutas e verduras e de 0,7% de carne vermelha com relação a 2010, estimam os especialistas.

"Estas mudanças poderiam causar cerca de 529.000 mortos suplementares em 2050", estimam.

Sem mudança climática, o aumento do volume de alimentos disponíveis e do consumo pode impedir 1,9 milhões de mortes.

"Nosso estudo mostra que inclusive reduções modestas da quantidade de comida disponível por pessoa poderiam conduzir a mudanças no conteúdo energético e na composição dos regimes alimentares, e mostra também que estas mudanças terão consequências importantes para a saúde", ressaltou Springmann.

Os países mais afetados seriam aqueles de baixa e média renda, principalmente na região do Pacífico ocidental (264.000 mortos) e do Sudeste da Ásia (164.000).

Cerca de três quartos das mortes ocorreria na China (248.000) e Índia (136.000).

A quantidade de aumento do nível do mar que vem do aquecimento dos oceanos tem sido subestimada, e é provável que seja cerca de duas vezes maior do que o calculado anteriormente - disseram pesquisadores alemães nessa segunda-feira (25).

A descoberta publicada nos Anais da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, sugere que tempestades cada vez mais graves podem ser esperadas como resultado deste erro de cálculo. O nível do mar pode aumentar devido a dois fatores: o derretimento do gelo e a expansão térmica da água quando aquecida.

Até agora, os pesquisadores acreditavam que os oceanos subiram entre 0,7 a um milímetro por ano devido à expansão térmica. Mas um novo olhar para os dados mais recentes de satélite de 2002 a 2014 mostram os mares se expandindo cerca de 1,4 milímetros por ano, disse o estudo. "Até o momento, subestimamos o quanto a expansão relacionada com o calor da massa de água nos oceanos contribui para um aumento global do nível do mar", disse o co-autor Jurgen Kusche, professor na Universidade de Bonn.

A taxa global de aumento do nível do mar é de cerca de 2,74 milímetro por ano, combinando tanto a expansão térmica e quanto o derretimento do gelo.

Autoridades mundiais utilizaram suas contas na rede social Twitter para exaltar a importância do Acordo de Paris, como ficou conhecido o compromisso assinado na COP 21 neste sábado (12). "Isto é enorme: quase todos os países do mundo acabam de assinar o acordo de Paris sobre alterações climáticas - graças à liderança norte-americana", escreveu o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.

"O acordo é um marco para o planeta. É raro na vida ter a oportunidade de mudar o mundo", comentou François Hollande, presidente da França, país sede da conferência. "O acordo climático de hoje garante que nossos netos verão que fizemos nosso dever para garantir o futuro de nosso planeta", disse o primeiro ministro britânico David Cameron.

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Ex-vice-presidente dos EUA, o ecologista Al Gore também comemorou. "Hoje, as nações do mundo concluíram um acordo ousado e histórico", escreveu ele. O ministro do Meio Ambiente do Peru, Manuel Pulgar Vidal, lembrou que as bases do acordo haviam sido traçadas no evento anterior, a COP 20, realizada no país latino-americano. "Peru orgulha-se de ter feito parte deste histórico acordo climático", afirmou.

Os representantes dos 195 países adotaram neste sábado (13) em Paris, sob aplausos e gritos de comemoração, um acordo mundial inédito para combater o aquecimento global, fonte de perturbações e ameaças crescentes para os seres humanos e a natureza. "Estou olhando a sala, vejo que a reação é positiva, não ouço objeções, o acordo de Paris para o clima foi adotado", disse o presidente da COP21, Laurent Fabius, provocando uma salva de palmas de vários minutos, abraços e gritos de alegria em toda a sala.

Em seguida, o presidente francês, François Hollande, subiu à tribuna e cumprimentou Ban Ki-moon e Laurent Fabius, enquanto a responsável pelo clima da ONU, Christiana Figueres, e a negociadora-chefe da França, Laurence Tubiana, se abraçaram. "Este é um martelo pequeno, mas pode fazer grandes coisas", declarou Fabius, batendo pela segunda vez o martelo em forma de folha verde, o símbolo da COP21.

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Os representantes dos 195 países que participam da conferência do clima de Paris aprovaram neste sábado um rascunho que servirá de base para negociar um acordo global contra as mudanças climáticas a partir de segunda-feira.

Reduzido a 48 páginas, o texto constitui "uma nova base de negociações que foi aceita por todos", disse a representante francesa Laurence Tubiana diante das delegações reduzidas em Le Bourget (norte de Paris). O objetivo é limitar a um máximo de 2ºC o aquecimento do planeta em relação à era pré-industrial, através de uma redução das emissões de gases de efeito estufa resultantes da atividade humana.

O principal obstáculo continua sendo o financiamento da ajuda climática aos países do Sul e a diferenciação dos esforços que cada um deve fazer para lutar contra as mudanças climáticas.

As crianças são as primeiras vítimas do aquecimento global, e 690 milhões vivem nas regiões mais expostas às consequências da mudança climática, advertiu nesta segunda-feira (23) a Unicef.

Aos menos 530 milhões de crianças vivem em países submetidos regularmente a inundações catastróficas, em sua maioria na Ásia, e outras 160 milhões em zonas de grande seca, principalmente na África, revela um estudo do Fundo das Nações Unidas para a Infância, dias antes da conferência sobre o clima em Paris.

"São as crianças que vão sofrer mais com a mudança climática, eles já sentem pesadamente as consequências", explicou Nicholas Rees, um dos autores do estudo.

Os fenômenos climáticos extremos amplificados pela elevação da temperatura mundial - furacões, inundações, secas e ondas de calor - também aceleram a propagação das principais doenças infantis, como malária, desnutrição, diarreia e pneumonia. A Unicef recomenda "dar prioridade na adaptação da mudança climática às necessidades dos mais vulneráveis, entre eles as crianças".

O estudo é publicado dias antes da abertura da conferência climática de Paris (COP21), que busca obter o compromisso da comunidade internacional para limitar o aquecimento global a 2 graus em relação à era pré-industrial.

O pré-candidato republicano à Casa Branca Donald Trump disse nesta quinta-feira que acha que o papa Francisco está errado sobre o aquecimento global.

O pontífice, que está no meio de uma visita histórica aos Estados Unidos, expressou solidariedade na quarta-feira com o presidente Barack Obama sobre a necessidade de agir para evitar o aquecimento global, e disse que a mudança climática é "um problema que não pode mais ser deixado para as futuras gerações".

Perguntado pela rede de televisão CNN se concordava com Francisco que o assunto do clima é urgente, o republicano disse que "não". "Não acredito no aquecimento global", afirmou o bilionário.

"Eu acho que o ar limpo é um problema atual. Você quer ter ar puro, você quer ter água limpa. Isso é muito importante para mim, e eu ganhei muitos prêmios ambientais", disse Trump.

Mas ele disse que a mudança climática à qual as pessoas estão se referindo como 'clima extremo' - "é uma novidade, já que a tendência do clima a ser um pouco mais extremo é um fenômeno natural".

"E, francamente, tem sido assim há tanto tempo. Sabemos que o clima muda", acrescentou Trump. "Tem dias de tempestade, dias de chuva e dias bonitos", continuou.

"Mas eu não acredito que devemos pôr em perigo as empresas do nosso país", impondo regulamentos excessivos que impõem um encargo significativo para as empresas.

Ele disse ainda que a China é "não está fazendo nada" para reduzir a emissão de gases de efeito estufa. E também advertiu que o grande desastre do aquecimento global seria "na área nuclear, porque nós temos políticos incompetentes cuidando de nós quando se trata de armas nucleares. Esse é o grande problema".

Na semana passada, a Associação Nacional Oceânica e Atmosférica anunciou que 2015 estava a caminho de ultrapassar o ano passado como o ano mais quente já registrado.

O papa Francisco pediu nesta terça-feira (21) aos mais de 60 prefeitos de todo o mundo reunidos no Vaticano que se chegue a um acordo em dezembro, em Paris, para conter o aquecimento global, um dos maiores desafios do mundo moderno.

"Tenho a esperança de que a cúpula de Paris produzirá um acordo fundamental", afirmou o papa argentino, ao referir-se à cúpula da ONU sobre mudança climática se realizará de 30 de novembro a 11 de dezembro na capital francesa.

Cerca de 60 prefeitos de grandes cidades de todo o mundo estão reunidos no Vaticano, a convite do papa Francisco, para afirmar seu compromisso com a luta contra a escravidão moderna e o aquecimento global.

Dois dramas que o papa Francisco condena claramente na sua encíclica "Laudato si" e que considera fenômenos entrelaçados com a pobreza.

Os prefeitos do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, de São Paulo, Fernando Haddad, e seus colegas de Roma, Paris, Nova Iorque e Madri, entre outros, participaram do encontro para denunciar a persistência da escravidão nas sociedades modernas. "A escravidão ainda existe em nossas cidades, incluindo aqui em Roma", disse o prefeito da capital italiana Ignazio Marino.

Ex-cirurgião, Marino denunciou o tráfico de órgãos, que ele garante que deve crescer, dada a demanda crescente. Cerca de 10.000 operações são realizadas a cada ano para extrair órgãos para o benefício de pacientes ricos em todo o mundo. Estas operações ilegais são realizadas principalmente na China, Índia e Paquistão, assegurou.

Mas, advertiu, "a África é a nova fronteira" deste tráfico internacional. O prefeito de Roma também advertiu contra a tentação de legalizar esse tráfico, permitindo a doação de órgãos em troca de remuneração, como, segundo ele, estuda os Estados Unidos.

A conferência, organizada no Vaticano, também ouviu o testemunho de duas jovens mexicanas, Karla Jacinto e Ana Laura Perez Jaimes, ambas feitas "escravas" durante anos em seu país. Karla foi forçada a se prostituir a partir dos 12 anos, presa em um bordel mexicano onde fez as contas de seus "clientes" até sua libertação aos 16 anos: mais de 42.000.

Ana Laura relatou, por sua vez, como viveu por cinco anos presa em celas e, por vezes, forçada a trabalhar 20 horas por dia, até que conseguiu escapar aos 23 anos. "Não é possível que isso continue a existis, não é possível que nós permanecemos cegos" para lidar com esta situação, declarou.

"Temos que mudar nosso estilo de vida", defendeu Anne Hidalgo, prefeita de Paris, pedindo a implementação de uma "economia de menor impacto", privilegiando, por exemplo, a reciclagem. Hidalgo agradeceu o convite do Papa, que permitiu comparar as experiências de dezenas de prefeitos em todo o mundo sobre temas chave.

Outras autoridades, como o prefeito de Nova York Bill de Blasio, apelaram à mobilização antes da conferência de Paris sobre o clima. "O Papa não nos convidou a ratificar o status quo, mas para acabar com ele", declarou o prefeito de Nova York.

O governador da Califórnia, Jerry Brown, denunciou por sua vez, em um discurso muito aplaudido, os lobbies nos Estados Unidos de "bilhões de dólares para eleger 'trogloditas' e outros negacionistas" do aquecimento global.

Falando ao final desta conferência, o papa Francisco declarou sobre este assunto ter "grande esperança" que a conferência de Paris levará a um "acordo fundamental".

Denunciar novamente a "idolatria da tecnocracia", como tem feito com frequência neste texto, o papa argentino chamou para o combate e a denúncia para evitar que crie mais desemprego, especialmente entre os jovens.

Os seis primeiros meses de 2015 foram os mais quentes já registrados no planeta. A informação foi publicada na manhã desta terça-feira (21), pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), com sede em Genebra, e que compara as temperaturas desde 1880.

Entre janeiro e junho, a temperatura da superfície da Terra e dos oceanos ficou 0,85ºC acima da média do século XX, de 15,5ºC. O novo registro supera o recorde anterior, de 2010. Considerando apenas a média das temperaturas na superfície da Terra, a alta é de 1,4ºC acima dos níveis do século passado.

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Se os dados mais antigos datam de 1880, a tese dos cientistas é de que o século XX foi o mais quente da história. Registrar um recorde neste período, portanto, teria grandes chances de representar também as temperaturas mais elevadas já registradas.

Segundo a OMM, diversas regiões do planeta registraram temperaturas superiores às taxas regulares. Isso inclui a Europa, a América do Sul, a África e a América do Norte. O mês de junho também foi o mais quente já registrado, com uma média acima do padrão em 0,88ºC. Junho foi o terceiro mês no ano a bater recordes. Os outros foram março e maio.

O impacto do calor na Europa, neste período, tem sido importante. Na França, as autoridades apontam para uma mortalidade superior às taxas médias para esses meses do ano e empresas em diversas partes autorizaram seus funcionários a abandonar gravatas e ternos. Em algumas partes do continente, os governos já começa a temer pela falta de água.

Na Suíça, o exército foi convocado a ajudar os criadores de gado a distribuir água aos animais. Pela primeira vez, o país registrou nove dias seguidos com temperaturas acima de 33ºC. Alertas vermelhos ainda foram emitidos na Bósnia, na Sérvia, na Hungria e na Croácia. Nos Estados Unidos, a onda de calor também atinge diversas regiões.

As elevadas temperaturas também foram sentidas nos polos. O gelo ártico ficou 7% abaixo da média registrada entre 1981 e 2010 e perto dos níveis mínimos, registrados em 2010. Em junho, a extensão do gelo foi a terceira menor desde 1979.

As abelhas não estão se adaptando bem às mudanças climáticas. Ao invés de migrarem para o norte para buscarem temperaturas mais clementes, estes insetos cruciais para a polinização estão morrendo, de acordo com um estudo divulgado nesta quinta-feira (9).

A pesquisa publicada na revista Science é o primeiro estudo que explica a responsabilidade da mudança climática para o declínio das populações de abelhas e mamangabas a nível mundial. Até agora, os principais suspeitos desta diminuição eram a utilização de pesticidas, doenças e parasitas.

"Imagine um parafuso. Agora imagine que o habitat das abelhas é no centro do parafuso", disse o principal autor do estudo, Jeremy Kerr, professor de macroecologia e conservação na Universidade de Ottawa.

"Conforme o clima esquenta, as espécies de abelhas e mamangabas são esmagadas por este 'parafuso climático' que comprime as zonas geográficas onde o inseto consegue viver", explicou. "O resultado é o declínio rápido e generalizado dos polinizadores em todos os continentes, que não é devido ao uso de pesticidas ou à perda de habitat", acrescentou.

Para o estudo, os pesquisadores analisaram quase meio milhão de registros - anotados por museus e cientistas voluntários - de 67 espécies de abelhas e mamangabas na América do Norte e Europa desde o início dos anos 1900.

"O território abrangido pelas abelhas no sul da Europa e da América do Norte caiu cerca de 300 quilômetros. O escopo e o ritmo destas perdas são sem precedentes", disse Kerr. Esses insetos "geralmente não conseguem" migrar para o norte. Ao contrário das borboletas, que se mudam mas não desaparecerem, acrescentou o estudo.

As abelhas são muito importantes para a agricultura e para a vida silvestre porque polinizam plantas, flores e frutos. Caso as emissões de efeito estufa não sejam reduzidas, a redução da polinização poderia fazer que algumas plantas, frutos ou legumes se tornem mais escassos e mais caros, alertou o estudo.

A Casa Branca quer colocar o combate à mudança climática no centro da visita que a presidente Dilma Rousseff fará a Washington no dia 30 de junho, com uma declaração que evidencie o compromisso dos dois países com o sucesso da Conferência do Clima (a COP-21), em Paris. O eventual acordo seria uma maneira de alinhar o encontro com as prioridades de Barack Obama e o legado que busca construir antes de deixar a presidência, em 2017.

A questão ambiental ocupa peso crescente na agenda do líder americano, que em novembro fechou um pacto de redução de emissões com a China. Os dois países são os maiores poluidores do mundo.

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Os Estados Unidos prometeram reduzir as emissões entre 26% e 28% até 2025, sobre os patamares de 2005. A China assumiu o compromisso de aumentar para 20% a participação de fontes não fósseis em sua matriz energética e começar a diminuir as emissões em 2030.

O objetivo de Washington agora é buscar um anúncio de impacto com o Brasil. Com a credencial de ter uma matriz energética relativamente "limpa" e ser visto como um líder nessa área, o Brasil seria um parceiro natural para uma forte declaração que dê impulso às negociações de Paris.

Disposição

Ainda não está claro se os dois lados chegarão a um acordo, mas há disposição de ambas as partes. Uma pessoa que acompanha as negociações do lado brasileiro observou que as emissões do País estão em queda.

Mesmo que não haja anúncio de cortes, essa fonte observou que há uma série de medidas que podem integrar um memorando sobre clima.

Além do compromisso com redução de emissões e ampliação de fontes não fósseis, o documento assinado com a China prevê a cooperação tecnológica no desenvolvimento de energias limpas e aumento da eficiência energética. Entre as iniciativas concretas, está a construção de um grande centro de estocagem de carbono na China e um projeto-piloto de produção de água por meio da injeção de CO2 em aquíferos salinos de grande profundidade.

O Brasil tem interesse em tecnologia e em financiamento. O País ainda não definiu as chamadas Contribuições Nacionais Determinadas, que são as metas que apresentará para Paris, e não está claro se isso ocorrerá antes da visita de Dilma.

O secretário de Energia de Obama, Ernest Moniz, disse ontem ter recebido indicações de que a presidente Dilma está "bastante comprometida" com as negociações internacionais sobre mudança climática. Moniz ressaltou que um dos problemas causados pelo aquecimento global é a ameaça às fontes de água. Com sua dependência de hidrelétricas, o Brasil estaria especialmente vulnerável a esse risco, que levaria à necessidade de desenvolvimento de outras formas pouco poluentes de eletricidade. Moniz afirmou que os dois países já colaboram na produção de biocombustíveis de nova geração e podem ampliar a cooperação em relação a outras fontes limpas.

Divergências

Apesar disso, Brasil e Estados Unidos têm divergências na negociação de Paris. Entre elas, está o caráter da COP. O Brasil defende que a convenção tenha caráter vinculante, o que não é aceito pelos americanos. Isso exigiria a aprovação da convenção pelo Congresso americano, que costuma se opor a tratados de jurisdição internacional.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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