Tópicos | Arrecadação de Impostos

Em debate no Senado e na Câmara dos Deputados, simultaneamente, propostas que têm como objetivo regulamentar a exploração de jogos de azar no país dividem opiniões. Para os que defendem a liberação de cassinos, bingos, jogo do bicho e videojogos, a atividade será uma nova fonte de arrecadação e criação de empregos, enquanto os contrários demonstram preocupação com a ligação desse mercado com atividades criminosas.

De acordo com o presidente do Conselho da Associação dos Bingos Cassinos e Similares (Abrabincs), Olavo Sales da Silveira, o Brasil é “uma exceção” ao proibir a exploração de jogos de azar. “O Brasil tem uma posição que é uma exceção absoluta. Excluído o mundo islâmico, 90% dos países do mundo preferem a legalização da atividade de jogos em vez de tolerá-lo de maneira informal”, disse.

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Segundo ele, a “indústria dos jogos” pode arrecadar cerca de R$ 20 bilhões por ano. “As estimativas são estabelecidas de maneira precisa em função da indústria do jogo ter uma participação no PIB muito parecida em quase todos os locais do mundo e as tributações também são muito parecidas. Isso nos permite projetar entre R$ 16 bilhões e R$ 20 bilhões, por ano, de tributos para o Estado.”

Já o presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República, José Robalinho Cavalcanti, a legalização do jogos representa um risco. “Liberar os jogos de azar sem qualquer preparo institucional de fiscalização é abrir as portas para o crime organizado. Historicamente, 15 anos atrás, quando os jogos eram legalizados, ficou demonstrado, claramente, o alto nível de envolvimento com lavagem de dinheiro, tráfico de drogas e corrupção”, argumentou Cavalcanti.

Silveira, contudo, contesta a liberação dos jogos de azar com atividades criminosas. “Esse discurso é absolutamente fora de sintonia para esse processo. A tributação média do jogo é de 30%. Ninguém que tenha um capital vai escolher um local para branquear o dinheiro a esse custo. Pode-se fazê-lo por muito menos”, disse.

O presidente Abrabincs lembrou que a tributação do setor de jogos após a eventual regulamentação deve ser em torno de 30%, enquanto a proposta de repatriação de recursos não declarados no exterior é de 20%. “A proposta do governo para quem tem dinheiro lá fora é de uma taxa de 20% para trazê-lo de volta ao país. Se o custo médio de aposta taxa o operador em 30%, acho que não fica difícil de escolher onde se vai lavar o dinheiro de forma mais barata. Efetivamente cassinos não são locais adequados para lavagem de dinheiro se ele for corretamente tributado”, acrescentou Silveira.

Mas Cavalcanti ressalta que o possível aumento de receitas não justifica a liberação dos jogos de azar no país. “A despeito da crise econômica que o Brasil enfrenta hoje, o argumento de que a liberação dos jogos de azar alavancaria a arrecadação tributária não se justifica, tendo em vista o estímulo a práticas delituosas que o Estado brasileiro está trabalhando tão fortemente para combater”.

Para ele, a medida seria um “retrocesso”. “No momento em que a população brasileira exige das instituições públicas um combate firme à corrupção, é um retrocesso absoluto aprovar um projeto de lei para legalizar os jogos de azar.”

A vedação absoluta da exploração dos bingos ocorreu em 2004, após a edição da Medida Provisória 168, que proibiu a exploração de todas as modalidades de jogos de bingo e os jogos em máquinas eletrônicas caça-níqueis. A partir da MP, o jogo de bingo deixou de ser considerado serviço público.

Os jogos de azar passaram a ser proibidos no país em 1946, após a edição do decreto presidencial 9.215. O decreto anulou todas as licenças, concessões ou autorizações de estabelecimentos que exploravam jogos de azar até então.

No Senado, o plenário pode votar esta semana o Projeto de Lei 186, de autoria do senador Ciro Nogueira (PP-PI), que traz a definição dos jogos que podem ser explorados, os critérios para autorização e as regras para distribuição de prêmios e arrecadação de tributos. A matéria estava na pauta de votações da última quarta-feira (6), mas não chegou a ser apreciado por falta de acordo.

Já na Câmara, as propostas que tratam do tema ainda estão em debate em uma comissão especial.

A arrecadação de impostos e contribuições federais chegou a R$ 105,884 bilhões no mês passado em termos nominais, valor recorde para meses de abril. Os números estão sendo divulgados nesta segunfa-feira (26) em Brasília e mostram que o crescimento ficou em 0,93%, em comparação ao mesmo período de 2013, com a correção pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, (IPCA).

No primeiro quadrimestre, a arrecadação foi, em termos nominais, R$ 399,310 bilhões e teve crescimento real (corrigido pela inflação) de 1,78%, na comparação com o mesmo período do ano passado.

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Segundo a Receita Federal, o resultado, entre outras coisas, foi influenciado pela queda na arrecadação do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica e da Contribuição Social sobre Lucro Líquido em janeiro e em fevereiro. Houve, porém, reversão do quadro em março - principalmente em razão dos crescimentos observados nos recolhimentos de estimativas mensais que, no mês de abril, apresentou crescimento de 21,76% em comparação ao mesmo mês do ano passado.

Outro fator considerado foi o desempenho dos principais indicadores macroeconômicos que influenciam a arrecadação de tributos, como a produção industrial (-0,9%), vendas de bens e serviços (-5,63%), massa salarial (10,71%) e o valor em dólar das importações. Fatos esses ocorridos em março, mas que influenciaram o resultado de abril.

JOÃO PESSOA (PB) – O Mutirão Fiscal que pretende dar até 100% de desconto nos juros de dívidas em impostos, em João Pessoa, começa nesta segunda-feira (14). O abatimento pode representar até 20% do valor total para as pessoas inadimplentes com a Prefeitura Municipal de João Pessoa.

Podem ser quitados os débitos com Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU), Imposto sobre Serviços (ISS), Taxa de Coleta de Resíduos (TCR), Multas com o Procon e Secretaria do Meio Ambiente (Semam).

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O atendimento será feito no Centro Administrativo Municipal (CAM), no bairro de Água Fria até o dia 8 de novembro, de acordo com cronograma de atendimento com as letras iniciais do nome do contribuinte.

“Essa é uma oportunidade única para o contribuinte pagar seus débitos com descontos. Além de ser uma chance única de ficar com o nome limpo”, afirmou procurador geral do Município, Rodrigo Farias.

Para as negociações de IPTU e TCR será solicitado documento de identidade do proprietário do imóvel, do cônjuge e a certidão de casamento, além do RG do inquilino. Para as negociações de débito de ISS ou Multa do Procon é necessário a comprovação de representante legal (procuração).

Segundo a Procuradoria Geral do Município (Progem), existe mais de 28 mil processos fiscais com pendências jurídicas parados, somando cerca de R$ 300 milhões. O Progem este ano pretende atender mais de 15 mil pessoas.

JOÃO PESSOA (PB) - A Paraíba teve o maior crescimento em cobrança de Imposto Sobre Serviços (ISS), em 2013, segundo informou o governador Ricardo Coutinho (PSB), em seu programa de rádio, transmitido nesta segunda-feira (7). Coutinho afirmou que o Estado ficou no topo do ranking mesmo sem aumentar os valores dos impostos cobrados.

Em relação ao mesmo período de 2012, foi arrecadado 19,4% a mais de ISS até setembro deste ano. Já entre julho de 2012 e julho de 2013, o número foi de 15.1%. Essa foi a quinta maior arrecadação, ficando atrás de Mato Grosso (23%), Ceará (17%), Tocantins (17%) e Bahia (16%).

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"Nós temos uma estratégia que é fazer com que as empresas se instalem, multipliquem por cinco o número de produção atual e, ao mesmo tempo, desenvolvam as cadeias produtivas”, explicou o governador.

Coutinho ainda citou a fábrica de aeronaves, com geração de 200 empregos diretos, e a ampliação da fábrica da Alpargatas, que será responsável por outros três mil empregos diretos, ambos em Campina Grande. O governador adiantou também a vinda de uma multinacional, que deverá chegar à cidade de Alhandra, localizada na região metropolitana de João Pessoa, mas não informou qual será, já que o contrato ainda não foi assinado.

Durante a reunião da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE), nesta terça-feira (3), o senador Humberto Costa (PT) pediu mais agilidade no debate sobre o Pacto Federativo no Congresso Nacional e propôs a elaboração de um projeto conjunto que trate do refinanciamento da dívida dos Estados e da divisão do ICMS.

“Nós temos duas questões que precisam ser resolvidas com urgência: a questão do ICMS e a questão da renegociação das dívidas dos entes da Federação. Será que não é o momento de tentar discutir com o Congresso Nacional esses dois temas de forma conjunta? Porque quem ganha aqui pode perder ali e, ao final das contas, pode-se fazer uma situação de encontro de contas que não saiam aqui perdedores e vencedores”, defendeu o petista.

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Humberto também defendeu uma redefinição da política de desonerações que vem sendo feita no País. Segundo o senador, é necessário dar prioridade para os setores que empregam uma grande mão de obra. “Temos que identificar o efeito direto que essas desonerações que vêm sendo feitas e saber qual o impacto que elas têm especificamente sobre segmentos da economia e que tem um peso considerável no PIB ”, ressaltou o senador.

Pacto Federativo - Diz respeito a forma como são administrados os impostos arrecadados pela União. De acordo com a  constituição o Pacto aborda temas como a competência tributária da união, dos estados e municípios, além disso também discorre sobre encargos ou serviços públicos. 

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