Tornar o Nordeste palco para apresentações artísticas internacionais. Essa é a proposta do Festival Cena Cumplicidades, evento organizado pelo diretor artístico, Arnaldo Siqueira e sua equipe. Com apresentações de dança, shows e performances de artistas locais e internacionais, o evento surpreendeu e cativou o público no Alto da Sé, em Olinda neste domingo (29).
"Existem apresentações desse gênero que costumam ir para outras cidades que estão no caminho de suas excursões e as nossas não costumam fazer parte disso. Nosso trabalho é justamente fazer com que os artistas também pensem nesses locais como palco. Sempre busquei muito, mas estamos atingindo um nível, no qual somos procurados. Isso é muito bom, o projeto está cada vez mais forte", destacou Arnaldo.
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Na sexta edição, o Cena Cumplicidades traz artistas de diferentes partes do globo para apresentar ao público nordestino e, especificamente, da cidade de Buenos Aires-ARG. Apresentações de dança, música e arte causaram curiosidade ao público olindense. "Não é normal, parei aqui para tentar entender o que eles estão fazendo na frente das cadeiras", disse a professora aposentada, Maria Helena, enquanto acompanhava a apresentação One One One, do suíço Ioannis Mandafounis.
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Enquanto, o dançarino despertava o interesse pela novidade, a cantora Aninha Martins colocou a plateia para dançar com músicas autorais que já estão na boca dos adeptos do Cena. As atenções ficavam divididas, enquanto o palco recebia as canções, uma roda admirava o Entre Nós Coletivo de Criação, apresentando a peça Caricat's. "É muito bom, a gente pode acompanhar apresentações aqui na Sé que normalmente não aconteceriam. Sempre é novidade", comentou um dos transeuntes que preferiu não se identificar.
A noite foi encerrada com os sons da banda espanhola Los Mambo Jambo, de Barcelona-ESP. Os integrantes apostaram no R&B, swing e rock americano para colocar as pessoas para dançar. O Cena CumpliCidades segue até 6 de novembro, com programações tanto em Recife, quanto em Olinda. Confira a programação do festival nos próximos dias:
Domingo (30/10)
*Palco petrobras - Alto da Sé
contacto sonoro (reprise)
colectivo mazdita
com leandro olivan e flávia pinheiro (buenos aires–argentina | recife-brasil)
15h30
+
one one one (reprise)
ioannis mandafounis (genebra-suíça)
16h
Segunda-feira (31/10)
*Espaço endança
oficina “pesquisa corporal com rosa primo”
rosa primo (fortaleza-brasil)
19h às 22h
*Aliança francesa
la conférence dansée
fabrice ramalingom (montpellier-frança)
19h30
Terça-feira (01/11)
*Teatro apolo
hyperterrestres
benoît lachambre & fabrice ramalingom (montreal-canada | montpellier-frança)
19h
Ramalingom e lachambre procuram o que está contido nos fundos terrestres. O processo espetacular é um movimento que oscila entre a resistência e a fusão. O relaxamento acalma o corpo que parece querer se entregar ao esgotamento do transe.
*Teatro hermilo borba filho
nije
federica folco (montevidéu-uruguai)
20h
Tudo está aí em cada instante, órgãos, pensamentos, medos, sangue, por que não espíritos e deuses. Federica folco convida o público para ver uma coreografia do pensamento, que também é corpo. Desorganiza limites e juízos, porque necessita que sejamos outros.
Quarta-feira (02/11)
*Espaço endança
oficina “dançar dói”
com clarice lima e aline bonamin ( fortaleza | são paulo -brasil)
10h às 14h
*Teatro Hermilo Borba Filho
19h
Fua
federica folco e assistência de sofia lans (montevidéu-uruguai)
Resultado da oficina ministrada no festival.
+
intérpretes em crise
clarice lima e aline bonamin ( fortaleza | são paulo -brasil)
O trabalho passeia pela memória de dança das bailarinas, resgatando e projetando tempos que viveram ou que gostariam de ter vivido para falar da crise do fazer da dança, da vontade louca de dançar, do amor à dança e também de outros clichês. Dançar dói.
+
encanta o meu jardim
rosa primo (fortaleza-brasil)
Este espetáculo é fruto do projeto de pesquisa da bailarina e professora rosa primo, denominado “dance, uma conversa” com três jovens coreógrafos do ceará: andréia pires, luiz otávio e marcio medeiros. Partes, pedaços, restos compõem uma vida, um tempo, um jardim que se reinventa continuamente e mantém o encanto e o estranhamento.
Quinta-feira (03/11)
*Edifício texas (espaço do grupo magiluth)
oficina “plongée – dança nas bibliotecas do brasil”
com ilana elkis e joana ferraz (são paulo-brasil)
9h às 13h
*Biblioteca pública de olinda
plongée
ilana elkis e joana ferraz (são paulo-brasil)
15h
Plongée é uma dança “site-specific” que toma a biblioteca como contexto para ser investigado e subvertido em suas relações, arquitetura, objetos e sons. Atravessando de forma poética o cotidiano deste espaço, as performers tecem um espaço onírico, um rasgo no tempo.
*Teatro apolo
accidens
groupe entorse (caen -frança)
19h
A simplicidade do conjunto enfatiza os dois elementos fundamentais desta peça: a música, magneticamente onipresente, emergindo ao vivo a partir das plataformas sonoras de raphaëlle latini e o atormentado corpo contorcido de samuel lefeuvre. Industriais, metálicos, repetitivos sons perfuram um espaço banhado em luz minguante ou em momentos de escuridão total.
*Teatro Hermilo Borba Filho
20h
Intérpretes em crise
clarice lima e aline bonamin ( fortaleza | são paulo -brasil)
+
encanta o meu jardim
rosa primo (fortaleza-brasil)
Sexta-feira (04/11)
*Edifício texas (espaço do grupo magiluth)
oficina “plongée – dança nas bibliotecas do brasil”
com ilana elkis e joana ferraz (são paulo-brasil)
9h às 13h
*Biblioteca pública de Olinda
plongée (reprise)
ilana elkis e joana ferraz (são paulo-brasil)
15h e 17h
*Teatro apolo
turbio
carla di grazia (buenos aires-argentina)
19h
turbio nasce dentro de um processo de trabalho de carla di grazia que derivou em um ciclo de solos chamado “manifesto”, na cidade de buenos aires, argentina, junto aos seus colegas de dança sebastião soares, pablo castronovo e alina folini. Para a realização dos solos, os artistas se perguntaram: como manifestar o que está latente? Que forças movem-se sós?
*Teatro Hermilo Borba Filho
homem torto
eduardo fukushima (são paulo-brasil)
20h
Homem torto é uma dança não simétrica que sugere um corpo frágil, mas com o vigor dos fortes. É uma dança que une opostos como a dureza e a leveza, a fragilidade e a força, o estar perto e longe do público, o equilíbrio e o desequilíbrio, movimentos fluidos e cortados, o dentro e o fora do corpo.
Sábado (05/11)
*Teatro apolo
moralamoralinmoral
agustina fitzsimons, brenda lucía carlini, marta salinas y milva leonardi
(buenos aires-argentina)
19h
Moralamoralinmoral propõe um ensaio de prova e erro na busca de respostas a inquietudes sobre a moral e as formas contemporâneas de composição cênica. A obra se constrói até chegar a uma inevitável destruição de suas cenas na tentativa de esvaziar e ressignificar a moral.
*Teatro Hermilo Borba Filho
de cómo estar con otros
celia argüello (buenos aires-argentina)
20h
Ao estar frente ao outro tivemos que nos deter. Pensamos que era possível nos desligar do contexto, abstrair-nos. Acontece então de novo, o corpo como experiência finita nos esbarra com o hábito, o social, os laços, o gesto. Um interrogante sobre a relação com o outro, um plano de execução, um transformar de ações ou uma miscelânea de significantes.
Domingo (06/11)
*Teatro apolo
caminos
cia puckllay (lima-peru)
16h
Proposta cênica multidisciplinar e testemunhal de criação coletiva. Inspirada nas histórias reais das famílias de “lomas de carabayllo”, um enorme assentamento humano, habitado por gente emergente e trabalhadora, localizado na periferia de lima em situação de risco devido a múltiplos fatores. “caminos” explora o tema da migração desde as províncias à cidade de lima. O argumento conta a história, sonhos, ilusões e dificuldades de oito migrantes que, impulsionados por diversas necessidades, decidem deixar suas terras e partir para a capital, com o objetivo de buscar um futuro melhor.
*Teatro Hermilo Borba Filho
moeraki
cia soares-castronovo-di grazia (buenos aires-argentina)
17h
Moeraki questiona a existência de corpos pré-programados que respondem a estímulos das seguranças garantidas, propondo-lhes um lugar entre. Os criadores repensam a condição do ser humano como algo dual definido pelos gêneros, e suas características e performances culturais/sociais. O espetáculo parte do princípio que formamos um universo de imagens e afetividades a partir dos nossos hábitos culturais e, na maioria das vezes, a partir da nossa condição biológica ou de gênero.
Serviço
Cena cumplicidades 2016
Recife - 27 de outubro a 06 de novembro
Olinda - 29 de outubro a 04 de novembro
Recife
Locais: Teatro Apolo e Teatro Hermilo Borba Filho
Ingressos: R$ 10 e R$ 5 (meia)
Locais: Paço da Alfândega, Aliança Francesa (Derby)
Gratuito
Oficinas: Espaço Endança, Edifício Texas e Museu de Artes Afro-Brasil Rolando Toro
Inscrições antecipadas
Olinda
Locais: Terminal de Xambá, Alto da Sé e Biblioteca Pública de Olinda
Gratuito
Oficinas: Centro Cultural Xambá
Inscrições para membros do centro cultural
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