Com base no comportamento suicida das baleias, um jogo chamado Baleia Azul começou a se espalhar a partir da Rússia, em 2015. O ponto de partida se deu quando uma jovem de 15 anos se jogou de um prédio e a onda de suicídios foi se espalhando, de acordo com informações da Polícia Federal em Pernambuco. As vítimas participavam de um desafio com 50 missões, sendo a última atentar contra a própria vida. Ao todo, de 2015 a 2016 foram somados 130 suicídios.
A PF, diante disso, informou que irá dar dicas de segurança para os pais e orientações de como se proteger, bem como saber se seu filho está participando de tal jogo destrutivo. Além disso, esclareceu que as palestras de cibercrimes da Polícia Federal já estão incluindo orientações de como se proteger desta nova modalidade criminosa que os bandidos virtuais estão utilizando para atrair e vitimar os jovens e adolescentes. No Brasil o jogo já fez vítimas em Cuiabá (MT), Pará de Minas (MG) e João Pessoa (PB).
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Segundo a PF, os cibercriminosos possuem tática para coagirem os jovens a praticarem o jogo que consiste em jogo da asfixia, desafio do sal e gelo, e jogo da fada. Conforme as autoridades, esse jogo pode atrair não só aqueles em situação vulnerável, mas também outros, pela sedução da emoção que os desafios propõem, então, utilizando-se da inocência, da paranoia e da neurose de suas vítimas fazem elas acreditar que estão à mercê dos administradores.
A PF diz que normalmente os alvos dos criminosos são crianças e adolescentes, já que são facilmente impressionáveis e por isso são coagidos a participar do jogo no Facebook ou Whatsapp em virtude de terem acesso ao banco de dados do Serasa e Cadastro Nacional (com dados pessoais como nome completo, escola em que estuda, média de notas escolares, cidade, endereço, IP e nome de amigos próximos). Com essas informações eles passam a assustar as vítimas menores de idade ao mostrar dados pessoais e fazer ameaças. A criança se sente pressionada e amedrontada e passa a interagir com eles e responder ao desafio.
Conforme as informações já obtidas pelas investigações da Polícia Federal, as vítimas jogam através de links em grupos no Facebook, numa rede social russa chamada VK. Atualmente há mais de 33 milhões de usuários. Outro meio é através do WhatsApp em grupos criados para essa finalidade. Para os mentores desse jogo e os que o rege, a conduta é criminosa, segundo a PF sendo o crime de indução ou auxílio ao suicídio de outra pessoa (artigo 122 do Código Penal), com pena de dois a seis anos de prisão caso o suicídio se consuma ou de um a três anos de prisão caso a tentativa de suicídio resulte em lesão corporal grave. Caso tais pessoas sejam menores, as condutas criminosas que praticarem entram como ato infracional, estando sujeitos às penalidades instituídas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente. A indenização cível deverá ser paga pelos seus responsáveis legais.
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A Polícia Federal listou métodos para se proteger do jogo:
1 - Denuncie os grupos
Se você perceber algum amigo postando fotos e mensagens estranhas nas redes sociais, talvez ele esteja jogando o “Baleia Azul”, não ignore, denuncie o próprio Facebook possui ferramentas de denúncia.
2 - Você poderá lavrar um boletim de ocorrência em uma delegacia e caso você tenha acesso às conversas trocadas entre o mentor e o jogador, pode comparecer a um cartório de notas, onde será lavrada uma ata notarial, dando fé pública ao conteúdo das mensagens (essa ata será importante fonte de prova caso as mensagens sejam apagadas).
1 - Também as escolas devem colocar o assunto em pauta e incorporar no currículo, cada vez mais, a educação para a valorização da vida, o respeito pela vida dos outros e o uso consciente das mídias e tecnologias.
2 - E lembrar que o CVV (Centro de Valorização da Vida) presta um serviço incrível por meio do telefone 141 e você sempre pode buscar órgãos apropriados como a SaferNet e autoridades locais.
Alerta aos pais:
1 - Os pais devem atrair a confiança dos filhos através do diálogo franco e aberto sem qualquer tipo de repressão para que no primeiro sinal de perigo a criança possa sentir-se à vontade e procurar sua ajuda, confidenciando-lhes o que está acontecendo;
2 - Observe o comportamento estranhos dos filhos tais como isolamento, tristeza aguda, decepção amorosa, comportamentos depressivos, atitudes suicidas;
3 - Preste atenção no corpo de seu filho se não existe sinais de mutilação ou queimaduras e se ele de repente está usando camisas de mangas compridas para evitar a exposição de tais marcas;
4 - Há tempo para tudo. Evite que seus filhos fiquem expostos há altas horas na internet e assistindo filmes na televisão pela madrugada.
5 - Observe se ele não está saindo de casa escondido em horários pela madrugada com o objetivo de cumprir tarefas impostas pelo jogo;
6 - Os pais devem supervisionar os acessos dos filhos de uma forma discreta; A vida moderna exige que os pais tenham pelo menos conhecimento básico de internet – peça ao seu filho para ser adicionado nas redes sociais deles, fazendo isso você poderá saber o que está se passando com ele e com quem eles estão interagindo. Caso os pais não tenha idade para aprender a conviver com este mundo virtual eles devem delegar tal tarefa para um parente mais próximo (irmão, primo, sobrinho) a quem o adolescente seja próximo e confie;
7 - Quando possível deixe o computador num local comum e visível da casa;
8 - Se vetar alguma página explique as razões e os perigos da rede;
9 - Evitar expor informações particulares e de dados pessoais em demasia: telefones, endereços, CPF, horário que sai de casa e para onde está indo, localização acessível o tempo todo, etc;
10 - Evitar colocar fotos tais como: locais onde frequenta (clubes, teatros, igrejas), carros (a placa localiza o endereço), casa (mostra onde a pessoa mora);
11 - Nunca incluir desconhecidos nos contatos.