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A artrose no quadril que deve levar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva à mesa de cirurgia, provavelmente em outubro, é o segundo problema de saúde a afetar a agenda do chefe do Executivo em seus sete meses de terceiro mandato. Antes disso, em março, Lula havia adiado por alguns dias uma viagem à China por causa de uma pneumonia. Aos 77 anos, ele é o presidente mais velho que o País já teve, e sua saúde é motivo de preocupação.

Na manhã do último domingo (23), Lula foi submetido a uma infiltração na região do quadril. Isso significa que um anestésico foi aplicado diretamente na articulação, com o objetivo de amenizar as dores. A osteoartrose é caracterizada pelo desgaste das cartilagens articulares, que são os tecidos que revestem a extremidade dos ossos. No caso de Lula, o problema é na articulação do fêmur (o osso da coxa) com o quadril.

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Em sua live semanal, nesta terça (25), o presidente disse que vai esperar até outubro para fazer a cirurgia porque pretende cumprir compromissos internacionais, como a reunião dos Brics, na África do Sul, em agosto, e o encontro do G-20, na Índia, em setembro. No início deste mês, o desconforto o fez cancelar a participação na festa junina do PT.

Mau humor

O presidente afirmou que quer passar pelo procedimento para aliviar a dor. Ele disse que sente desconforto no osso há tempos, e que isso afeta seu humor. "Você fica uma pessoa chata", destacou. Em maio, durante evento em Salvador, Lula declarou que vinha tomando injeções diárias para a dor. "Já não resolve."

Em fevereiro deste ano, Lula chegou a realizar exames no Hospital Sírio-Libanês de Brasília, após se queixar de um incômodo na barriga e no quadril - que surgiu depois que o petista voltou para sua rotina de exercícios físicos. As atividades físicas variavam entre caminhadas na esteira, musculação e esportes, como boxe.

Histórico

O histórico de saúde do presidente inclui hipertensão - uma crise de pressão alta o levou ao hospital em 2010, quando exercia seu segundo mandato - e um tumor na laringe, diagnosticado em 2011. Em 2013, o serviço médico que o acompanhava anunciou a remissão total do câncer.

Na campanha do ano passado, o então candidato chegou a cancelar compromissos por uma leucoplasia na garganta, que prejudicava as pregas vocais. De acordo com boletim médico, foi verificada a ausência de neoplasia, ou seja, não se tratava de tumor maligno.

O papa Francisco expressou nesta segunda-feira (9) preocupação com os episódios de violência praticados por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em Brasília no último domingo (8).

"Penso nas várias crises políticas em diversos países do continente americano, com sua carga de tensão e formas de violência que agravam os conflitos sociais", disse o líder da Igreja Católica em um discurso para o corpo diplomático no Vaticano.

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"Penso especialmente no que aconteceu recentemente no Peru e, nas últimas horas, no Brasil, e na preocupante situação no Haiti", acrescentou.

No mesmo discurso, o pontífice expressou sua preocupação com o "enfraquecimento da democracia" em muitas partes do mundo. "Em várias áreas, um sinal de enfraquecimento da democracia é dado pelas crescentes polarizações políticas e sociais, que não ajudam a resolver os problemas urgentes dos cidadãos", afirmou.

Na noite anterior, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) já havia se dito "perplexa" com os "atos antidemocráticos" em Brasília, definindo como "vândalos" os bolsonaristas que invadiram o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Palácio do Planalto.

"A presidência da CNBB pede serenidade, paz e o imediato cessar dos ataques criminosos ao Estado Democrático de Direito", declarou a entidade episcopal, acrescentando que os organizadores da insurreição devem ser "responsabilizados com os rigores da lei". 

Da Ansa

A China vive um enorme surto de Covid-19, depois de encerrar as rígidas restrições sanitárias aplicadas durante anos.

Nesse contexto, cada vez mais países se preocupam com a falta de informação e de transparência sobre a situação real. A seguir, as razões para a preocupação global:

- Dados pouco confiáveis -

Pequim admitiu que a escala do surto é "impossível" de rastrear depois que os testes obrigatórios terminaram em dezembro.

A Comissão Nacional de Saúde parou de publicar diariamente o balanço nacional de infecções e mortes pelo vírus.

Essa responsabilidade foi transferida para o Centro Chinês de Controle e Prevenção de Doenças (CCPE), que fornece números uma vez por mês, depois que a China modificou seu protocolo em 8 de janeiro.

Oficialmente, a China registrou apenas 15 mortes por Covid-19 desde que começou a suspender as restrições, em 7 de dezembro, e que alterou os critérios para determinar se uma morte foi causada pelo coronavírus.

Isso levantou preocupações de que a onda pandêmica não esteja refletida adequadamente nas estatísticas oficiais.

Na semana passada, as autoridades admitiram que a quantidade de informação recolhida é "muito menor" do que quando os testes de PCR eram obrigatórios.

Yin Wenwu, do CCPE, disse que as autoridades coletam dados de hospitais e governos locais, bem como chamadas de emergência e vendas de remédios para febre.

Hospitais e crematórios enfrentam um aumento no número de pacientes e cadáveres, especialmente nas áreas rurais.

Vários países, como Estados Unidos, Austrália e Canadá, anunciaram a obrigatoriedade de teste para os visitantes que chegam da China, dada a falta de transparência.

- Cálculos incompletos -

Algumas autoridades locais e regionais começaram a compartilhar números diários de infecções em dezembro, mas a escala do surto ainda não está clara.

As autoridades de saúde da província costeira de Zhejiang indicaram que um milhão de pessoas eram infectadas por semana.

As cidades de Quzhou e Zhoushan disseram que pelo menos 30% da população contraiu o vírus.

A cidade de Qingdao, no leste, também estimou em cerca de 500.000 as infecções por dia, e o centro industrial de Dongguan, no sul, projeta até 300.000 por dia.

Mas Wu Zunyou assegurou na última quinta-feira (29) que o pico de infecções já passou nas cidades de Pequim, Chengdu e Tianjin, enquanto a província de Guangdong, a mais populosa do país, declarou o mesmo no domingo.

O principal especialista em doenças infecciosas de Xangai, Zhang Wenhong, declarou à imprensa estatal que a cidade teria entrado em seu período de pico em 22 de dezembro, com cerca de 10 milhões de pessoas infectadas.

Anotações vazadas de uma reunião de autoridades sanitárias em dezembro revelaram que elas acreditam que 250 milhões de pessoas foram infectadas na China nos primeiros 20 dias de dezembro.

Modelos independentes de infecções traçam um quadro preocupante.

Pesquisadores da Universidade de Hong Kong calcularam que até um milhão de chineses poderia morrer neste inverno (verão no Brasil).

A empresa de análise de riscos sanitários Airfinity projetou 11.000 mortes e 1,8 milhão de infecções por dia, com um total de 1,7 milhão de óbitos até o final de abril.

- Novas variantes? -

Muitos países citaram preocupações sobre possíveis novas variantes como motivo para testar os que chegam da China. Mas ainda não há evidências de novas cepas que tenham surgido da atual onda de infecções.

Xu Wenbo, do CCPE, disse em dezembro que a China está criando um banco de dados genético com amostras obtidas de hospitais que permitiriam rastrear mutações.

Especialistas chineses apontaram as subvariantes BA.5.2 e BF.7 da ômicron como as mais comuns em Pequim, em meio a temores públicos de que a variante delta, mais letal, ainda esteja em circulação.

Em muitos países ocidentais, essas variantes foram superadas pelas subvariantes XBB e BQ, mais transmissíveis, que ainda não são dominantes na China.

Pequim enviou 384 amostras de ômicrons ao banco de dados global GISAID, de acordo com seu site. Mas o total de entradas chinesas nesse banco de dados, 1.308, é menor do que o de outros países, incluindo Estados Unidos, Reino Unido, Camboja e Senegal.

As amostras chinesas recentes "se assemelham a variantes conhecidas que circulam globalmente", informou o GISAID na sexta-feira (30).

O virologista Jin Dong-yan, da Universidade de Hong Kong, comentou em um podcast recente que as pessoas não precisam temer variantes mais mortais na China.

"Muitos lugares ao redor do mundo experimentaram (infecções em larga escala), mas nenhuma variante mais mortal, ou patogênica, surgiu", disse Jin.

"Não estou dizendo que o surgimento de uma variante (mais mortal) é impossível, mas sim que a possibilidade é muito baixa", acrescentou.

Rodolffo que faz dupla com Israel e teve em uma das edições passadas no Big Brother Brasil, anda chamando a atenção nas redes sociais ao compartilhar algumas fotos sem camisa. Mas não porque ele está absurdamente malhado e sim por esbanjar um físico mais magrinho.

Os fãs e seguidores do cantor começaram a demonstrar preocupação após ele postar um vídeo sem camisa. Com tantas mensagens de preocupação sobre a perda de peso, Rodolffo então decidiu se pronunciar sobre o assunto e explicar que está sim, muito bem.

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"Procuro fazer diariamente só a principais refeições, almoço e janta, até por conta da minha rotina louca. Eu tento treinar, nadar nas brechas que consigo e estou disposto. Sou muito abençoado com a genética!", explicou.

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A sustentabilidade é uma preocupação cada mais presente na indústria brasileira. Segundo levantamento divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), seis em cada dez empresas têm uma área ou departamento dedicado ao tema. O número quase dobrou em relação ao ano passado, quando 34% das indústrias no país afirmaram ter esse cuidado.

Feita com executivos de indústrias em todo o país, a pesquisa será divulgada pela CNI durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 27), que está sendo realizada no Egito até o próximo dia 18. Os dados, segundo a entidade, mostram os avanços da conscientização ambiental na indústria brasileira.

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A proporção de empresários que disseram exigir certificados ambientais de fornecedores e parceiros na hora de fechar um contrato subiu de 26%, em outubro do ano passado, para 45% neste ano. Mais da metade (52%) das indústrias tiveram de comprovar ações ambientalmente sustentáveis na hora de assinarem contratos, contra 40% em 2021.

Conforme o levantamento, a relação com os consumidores explica, em parte, o aumento da consciência ambiental. De 2021 para 2022, subiu de 20% para 35% o número de empresários que acreditam que os consumidores atribuem peso alto ou multo alto a critérios ambientais na hora da compra. No entanto, apenas uma em cada dez empresas deixou de vender algum produto por não ter certificação ou deixar de seguir requisitos ambientais.

De acordo com a CNI, o setor privado brasileiro tem interesse em se manter alinhado com os acordos internacionais e em atender às exigências do mercado externo. Para a entidade, o Brasil pode se tornar referência no uso sustentável dos recursos naturais e no aproveitamento das oportunidades associadas à economia de baixo carbono.

Investimento

A pesquisa também mediu as intenções dos empresários industriais. Segundo o levantamento, 69% das empresas pretendem aumentar os investimentos em ações de sustentabilidade nos próximos dois anos, contra 63% em 2021. Nos últimos 12 meses, 50% das indústrias aumentaram os recursos empregados na área.

Na opinião dos empresários, a perspectiva de economizar no futuro e de melhorar a posição perante os concorrentes são os principais fatores que levam ao investimento em sustentabilidade. Um total de 41% dos entrevistados citou a redução de custos como primeira e segunda principais razões.

O aumento da competitividade e o atendimento das exigências regulatórias foram citados por 30% das indústrias como primeiro e segundo motivo. Em seguida vêm o uso sustentável dos recursos naturais (28%) e a reputação entre a sociedade e os consumidores (26%).

Em relação aos obstáculos para a adoção de ações de sustentabilidade, 50% dos entrevistados citaram a falta de incentivos do governo como principal barreira. A falta de cultura de sustentabilidade no mercado consumidor foi citada por 37%. Para 34%, os custos adicionais são o principal desafio para a mudança no processo produtivo. Também nessa pergunta cada entrevistado escolheu duas opções e os percentuais representam a soma da primeira e segunda.

A maioria das empresas (55%) considerou difícil ou muito difícil o acesso ao crédito para a realização de investimentos em sustentabilidade. Do total das indústrias pesquisadas, 23% buscaram créditos privados nos últimos dois anos, sendo que apenas 15% obtiveram o financiamento. Entre os que recorreram a recursos públicos nos últimos dois anos, 16% tentaram crédito e 6% chegaram a receber o benefício.

Finalidades

Em relação às indústrias que adotam iniciativas sustentáveis, 91% afirmaram ter ações para reduzir resíduos sólidos e cerca de 80% disseram ter iniciativas para melhorar processos de produção e otimizar o consumo de energia e de água. Em último lugar, com 48%, aparece o uso de fontes renováveis de energia.

Justamente a preocupação com a energia é o principal foco dos investimentos em sustentabilidade nos próximos dois anos. Segundo o levantamento, 37% dos entrevistados disseram ser essa a primeira ou a segunda prioridade na alocação de recursos. Em seguida estão a modernização de máquinas (35%) e redução de resíduos sólidos (32%). Como cada entrevistado citou duas prioridades, os percentuais são a soma da primeira e da segunda resposta.

Realizada pela FSB, a Pesquisa Sustentabilidade e Liderança Industrial da CNI entrevistou, por telefone, executivos de 1.004 empresas industriais de pequeno, médio e grande porte de todos os estados brasileiros, entre 6 e 21 de outubro. Dentro de cada região, a amostra foi controlada pelo porte das empresas e pelo ramo de atividade, respeitando as proporções em relação à importância de cada setor nos estados.

O frágil estado de saúde do papa Francisco, que adiou uma viagem ao continente africano, alimenta os boatos sobre uma possível renúncia, mas os analistas alertam que tal cenário não deve ser considerado algo certo.

A visita à República Democrática do Congo e ao Sudão do Sul, prevista para o início de julho, foi adiada por tempo indeterminado. Muitos se perguntam se ele conseguirá cumprir a agenda da viagem ao Canadá, prevista para o final do mesmo mês, depois de ter sido observado com expressões de dor durante algumas aparições públicas.

O Vaticano afirma que a viagem ao Canadá está mantida "até novo aviso".

Desde o início de maio, o pontífice de 85 anos utiliza uma cadeira de rodas ou uma bengala, debilitado por fortes dores no joelho direito.

Francisco recebe regularmente injeções e passa por sessões de fisioterapia, segundo o Vaticano, que mantém a discrição sobre a saúde do líder da Igreja Católica.

O tratamento "segue seu curso e está dando resultados", afirmou uma fonte do Vaticano. As mudanças de última hora na agenda da Santa Sé, no entanto, reacenderam as preocupações sobre a capacidade de Jorge Bergoglio para governar e despertaram boatos sobre uma possível renúncia.

"Esta teoria retorna de maneira cíclica", afirma o vaticanista italiano Marco Politi, autor do livro "Francisco, a peste e o Renascimento".

"Os rumores são alimentados pelos adversários do papa, que desejam apenas ver a saída de Francisco", disse.

Em 2014, o pontífice ajudou a alimentar a hipótese, ao considerar que Bento XVI "abriu uma porta" ao renunciar ao cargo.

- "Frenesi da mídia" -

Alguns analistas reduzem as chances de uma renúncia. "No entorno do papa, a maioria não acredita muito na possibilidade de uma renúncia", disse uma fonte do Vaticano à AFP.

"A partir do momento que começam a falar que o papa está muito doente podem passar muitos anos: a doença de João Paulo II começou em 1993 e terminou em 2005", recorda Alberto Melloni, historiador do cristianismo e secretário da Fundação de Ciências Religiosas.

"São coisas em que há vontade de entender, de especular, mas há pouco a dizer", acrescentou, antes de lamentar um "frenesi excessivo da mídia a respeito do papa e da Igreja”.

O estado de saúde de Francisco já havia alimentado especulações quando ele passou por uma cirurgia no cólon em julho de 2021. O pontífice sofre de uma ciática crônica e teve que remover parte de um pulmão em sua juventude.

"Com João Paulo II, o progresso da doença era muito visível, perguntas foram feitas durante anos e também havia notícias falsas", recorda o padre Federico Lombardi, ex-diretor de imprensa da Santa Sé.

"Com Bento XVI foi mais a fragilidade da idade que progrediu e o levou à renúncia, de forma gradual", acrescenta, em referência ao papa emérito, que tem 95 anos e vive em um mosteiro do Vaticano.

- Consistório em agosto -

Em setembro de 2021, Francisco - que continua recebendo líderes políticos e religiosos a cada manhã - ironizou os boatos. "Ainda estou vivo, embora alguns desejem minha morte", disse.

Mas três eventos servem para aumentar os boatos, incluindo o consistório de 27 de agosto que designará novos cardeais, incluindo os futuros eleitores em caso de conclave, um momento muito incomum para esta reunião.

Em seguida, o papa reunirá os cardeais do mundo em Roma e visitará o túmulo de Celestino V, o primeiro pontífice a renunciar no século XIII, em L'Aquila.

A conjunção de fatores sem precedentes intriga a imprensa italiana e internacional e alguns consideram uma oportunidade para o pontífice anunciar sua decisão.

"Mas no momento temos que ser realistas e não alarmistas", disse Marco Politi. Para ele, o encontro pode ser apenas um "momento de discussão geral sobre a reforma da Cúria", o governo do Vaticano, oficializada pela entrada em vigor de uma nova "Constituição" no início de junho.

Outro tema central para Francisco é o Sínodo Mundial de Bispos, uma amplia consulta sobre a organização da Igreja que terminará em 2023.

Este evento "é quase um miniconcílio: então parece difícil imaginar que o papa queira deixar este grande projeto que ele mesmo decidiu pela metade", opina Politi, que também aponta a dificuldade de ter três papas no Vaticano.

Uma sauna em Madri, capital espanhola, foi obrigada a fechar as portas por ser um possível foco de transmissão da varíola do macaco, uma doença rara que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), poderia se espalhar rapidamente pela Europa.

"Com a chegada da temporada do verão (...), com reuniões maciças, festivais e festas, me preocupa que a transmissão possa se acelerar", disse o diretor regional para a Europa da OMS, Hans Kluge.

O vírus, que provoca erupções cutâneas em várias partes do corpo e que geralmente é curada espontaneamente, foi identificado pela primeira vez em humanos na República Democrática do Congo em 1970.

Estes últimos dias foram detectados casos em vários países da Europa, em Estados Unidos, Canadá e Austrália, segundo Kluge, que descreve a propagação como "atípica".

Seus sintomas se assemelham, em menor grau, aos observados no passado em indivíduos com varíola: febre, dor de cabeça, dores musculares e nas costas nos primeiros cinco dias.

Em seguida surgem as erupções (no rosto, nas costas das mãos, nas solas dos pés), lesões, pústulas e finalmente crostas.

O Reino Unido deu o alerta em 7 de maio e, segundo o ministro de Saúde britânico nesta sexta-feira já havia 20 pessoas infectadas no país.

Com exceção do primeiro caso - o de uma pessoa infectada que tinha viajado recentemente para a Nigéria -, os pacientes se contagiaram no Reino Unido.

"Todos os casos recentes, exceto um, não têm antecedentes de viagens relevantes a regiões onde a varíola do macaco é endêmica", informou Kluge.

- Primeiros casos em vários países europeus -

Segundo a autoridade sanitária, a transmissão poderia ser impulsionada pelo fato de que "os casos que estão sendo detectados atualmente ocorrem entre pessoas que mantêm relações sexuais" e muitas não reconhecem os sintomas.

A maioria dos casos registrados nos últimos dias ocorreram em homens que mantêm relações sexuais com outros homens e buscaram tratamento em clínicas de saúde sexual, disse Kluge.

"Isto sugere que a transmissão pode ter começado há algum tempo", acrescentou.

Na terça, a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que queria esclarecer, com a ajuda do Reino Unido, os casos detectados desde o começo de maio, especialmente na comunidade homossexual.

A declaração de Kluge ocorreu depois de França, Bélgica e Alemanha anunciarem seus primeiros casos.

A Itália também registrou três casos de pessoas infectadas até o momento, segundo disseram autoridades sanitárias nesta sexta.

A doença foi identificada na quinta-feira pela primeira vez em um jovem que tinha voltado recentemente das ilhas Canárias (Espanha) e em outras duas pessoas nesta sexta, informou o Instituto de Doenças Infecciosas do Hospital Spallanzani de Roma.

- Espanha na mira -

Na Espanha, as autoridades fecharam uma sauna na capital. O estabelecimento - um local gay chamado "El Paraíso" - é suspeito de ter sido a origem de muitos contágios na Comunidade de Madri.

Segundo as autoridades locais, há 21 casos confirmados e 19 suspeitos na região.

Na Espanha, a Saúde é uma competência regional, e por isso a contagem geral não é imediata.

Em nível nacional, o Ministério da Saúde confirma até o momento sete casos, enquanto outros 23 testaram positivo para "varíola não humana" e ainda precisam ser sequenciados "para determinar que tipo de varíola é".

Se confirmado, o balanço nacional alcançaria 30 casos, o que faria da Espanha o país com mais contágios identificados da Europa.

Segundo a assessora médica em chefe da agência britânica de segurança sanitária no Reino Unido, Susan Hopkins, "este aumento continuará nos próximos dias e serão identificados mais casos na comunidade em geral".

Em particular, pediu aos homens homossexuais e bissexuais a estarem atentos aos sintomas, afirmando que uma "proporção notável" dos casos no Reino Unido e na Europa procedem deste grupo.

A infecção dos casos iniciais se deve ao contato direto com sangue, fluidos corporais, lesões cutâneas ou mucosas de animais infectados. Segundo a OMS, os sintomas duram entre 14 e 21 dias.

burs-har/ah/sag/mvv

O papa Francisco esteve na embaixada russa na Santa Sé para manifestar "sua preocupação pela guerra" na Ucrânia, informou o gabinete de imprensa do Vaticano nesta sexta-feira (25).

O pontífice argentino se deslocou à sede da embaixada russa na Santa Sé, a poucos metros do Vaticano, para manifestar ao embaixador Alexander Avdeev sua "preocupação pela guerra" após a invasão da Ucrânia na madrugada de quinta-feira por parte de tropas russas, informou o porta-voz papal.

Em um gesto inusitado, o Papa Francisco, que cancelou no domingo sua viagem a Florença, no centro da Itália, devido a uma dor aguda no joelho (gonalgia), apareceu de carro na sede diplomática, a poucos metros da Praça de São Pedro, onde permaneceu por mais de meia hora, afirma a página de notícias do Vaticano, Vatican News.

A notícia não foi confirmada pela embaixada russa e o Vaticano não deu mais detalhes sobre o encontro.

Por sua vez, o correspondente da agência de notícias argentina Telam, que estava presente, assegurou que Francisco se encontrou com o embaixador Avdeev, o que muitos interpretaram como uma oferta de mediação do papa.

O pontífice, que pediu na quarta-feira para "preservar o mundo da loucura da guerra", fez inúmeros apelos pela paz e contra a guerra.

Na quinta-feira, poucas horas após o ataque à Ucrânia pelas tropas russas, o Vaticano considerou que "ainda havia espaço para negociações", "para encontrar uma solução pacífica para o conflito russo-ucraniano".

"Os cenários trágicos que todos temiam infelizmente estão se tornando realidade. Mas ainda há tempo para boa vontade, ainda há espaço para negociação", disse o cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado e número dois do Vaticano, em comunicado.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) expediu, neste domingo (19), um ofício em que solicita proteção policial a seus servidores, bem como a apuração por parte da Polícia Federal, Procuradoria-Geral da República e governo federal a respeito das ameaças virtuais que vem recebendo, sobretudo nas últimas 24 horas. Os ataques teriam aumentado após a autorização da vacina contra Covid-19 para crianças de cinco a 11 anos.

No documento, a direção da Anvisa explica que após o comunicado público feito informando sobre a liberação e subsequente  aviso do presidente à imprensa sobre o pedido extraoficial com o nome das pessoas responsáveis por tal aprovação, diretores e servidores do órgão foram “surpreendidos” por ameaças em suas redes sociais. Os fatos foram encaminhados ao ministro-Chefe do Gabinete de Segurança Institucional, ministro da Justiça, procurador-Geral da República, diretor- Geral da Polícia Federal e superintendente Regional da Polícia Federal no Distrito Federal.

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A agência diz temer que os servidores sejam "alvo de ações covardes e criminosas" e afirma que mesmo diante de "eventual e futuro acolhimento dos pleitos" manifesta uma grande preocupação". A solicitação expedida neste domingo (19) seria um reforço a uma anterior emitida no último mês de novembro, quando o órgão recebeu os primeiros ataques. 

Crescem as preocupações nas prisões da Inglaterra e do País de Gales sobre as possíveis repercussões a longo prazo da pandemia do coronavírus sobre os presidiários, apesar de as previsões mais catastróficas de contágio entre prisioneiros terem sido evitadas.

O número de casos positivos e mortes por Covid-19 conseguiu ficar abaixo das previsões feitas no início da pandemia, graças à imposição de restrições.

Os presidiários recém-chegados são colocados em quarentena, aqueles com sintomas e com saúde mais frágil são isolados, mas ao custo de permanecerem em suas celas quase o tempo todo.

Alguns presos estão sendo mantidos "em condições que efetivamente equivalem a confinamento solitário", disseram quatro inspetores do sistema judiciário inglês na semana passada. E alertaram para as consequências da "falta de interação humana".

Há um "mal-estar profundo" entre os prisioneiros, "cronicamente entediados e frustrados", disse o inspetor-chefe das prisões, Charlie Taylor, a um comitê parlamentar.

Os presos relataram que sua saúde mental está sofrendo, e alguns estão recorrendo às drogas para lidar com a situação. "Eles se sentem desamparados e sem esperança" e "muitas vezes se descrevem como animais enjaulados", enfatizou.

No contexto da nova variante mais contagiosa do coronavírus descoberta na Inglaterra em dezembro, a taxa de novos casos na prisão quase quadruplicou. Foram registradas 24 mortes desde meados de dezembro, e o número de centros com surtos aumentou de 53 para 70.

Todas as visitas foram canceladas, e as prisões estão tentando aumentar o uso de videochamadas.

O sistema judicial também sofre as consequências: há um enorme acúmulo de processos aguardando julgamento e, portanto, mais presos provisórios.

Helen Dyson, da organização de defesa da justiça social Nacro, observa que os isolamentos não geraram motins e distúrbios como os vistos em algumas prisões do Reino Unido nos últimos anos. E acredita que isso se deva a "um consenso entre os presidiários de que isso está sendo feito pelos motivos certos".

Ela também alerta para o risco de um efeito indireto. "Não se pode negar que o fato de ficar trancado em uma cela 23 horas por dia tem impacto no seu bem-estar", explicou à AFP. É "muito tempo para se sentar com seus próprios pensamentos, preocupações e ansiedades".

- "Escassez de pessoal" -

O Reino Unido é o país da Europa mais duramente atingido pela pandemia, e suas prisões não estão muito melhor.

Mais de 100 prisioneiros morreram na Inglaterra e no País de Gales de covid-19, e quase 8.000 foram infectados, de acordo com estatísticas do Ministério da Justiça. Entre os servidores penitenciários, empregados de forma direta ou indireta, ocorreram 21 mortes e quase 3.200 casos positivos até o final de outubro.

No entanto, no início da pandemia, as autoridades temiam surtos explosivos em todas as 117 prisões inglesas, e algumas previsões alertavam para a possível morte de 2.700 presidiários.

Hoje, após semanas de infecções crescentes, "a escassez de pessoal está sendo sentida nos centros", alertam os sindicatos.

"Nunca enfrentamos nada parecido antes", explica Mick Pimblett, do sindicato POA, que representa 30.000 funcionários penitenciários. A organização pressiona para que seus membros sejam priorizados na vacinação.

"Acontece conosco o mesmo que com agentes de saúde e policiais, que trabalham com um elevado número de pessoas positivas ao covid, por vezes em espaços confinados e em ambiente mal ventilado", defende.

Uma das duas vacinas contra a Covid-19 que serão administradas a partir de sábado (16) na Índia, a Covaxin, desenvolvida por uma empresa local e aprovada em caráter de "urgência", levanta dúvidas no setor médico pela falta de dados de seus ensaios clínicos.

A gigantesca campanha de vacinação na Índia, que começa no sábado, conta com os fármacos Covaxin e Covishield. Ambos estão sendo produzidos pelo Serum Institute of India. Cerca de 300 milhões de pessoas receberão uma das duas vacinas até julho.

Desenvolvida pelo Bharat Biotech com o Conselho Indiano de Pesquisa Médica, a Covaxin obteve uma "aprovação urgente" no início de janeiro, junto com a Covishield, da AstraZeneca/Universidade de Oxford.

"100% seguras", garantiu então o responsável pela agência de medicamentos da Índia, V.G. Somani, acrescentando que o regulador "nunca aprovaria se houvesse a menor dúvida em questão de segurança".

A autorização da Covaxin - que Bharat planeja exportar, principalmente para o Brasil - chegou até mesmo antes que a conclusão de seus ensaios de fase 3.

O governo afirmou que a vacina foi aprovada em "modo ensaio clínico", o que significa que a campanha de vacinação representará a fase 3. A iniciativa gerou "preocupação" da organização independente de controle do setor farmacêutico, a All India Drug Action Network (AIDAN).

Segundo Prabir Chatterjee, médico e especialista em programa de imunização, "isso deixa inúmeros médicos e cientistas de muito alto nível indignados".

"Suponho que a vacina do Bharat Biotech, depois de avaliada, poderia ser a melhor, a mais barata e a mais prática para os países em desenvolvimento", declarou à AFP. "Mas (...) não acredito que se deve iniciar o processo de vacinação e usá-la antes que seja aprovada".

- Poucos voluntários -

O laboratório indiano, uma referência internacional no setor, já forneceu em todo mundo mais de 3 bilhões de vacinas contra doenças como a encefalite japonesa e a hepatite B.

No entanto, para a vacina contra a covid-19, os ensaios não contaram com suficientes voluntários e teve apenas metade dos 26.000 "voluntários" necessários, no final de dezembro.

Segundo seus críticos, o laboratório não seguiu os protocolos nos testes. Na cidade de Bhopal (centro), seu sócio local contratou 1.700 pessoas de entornos desfavorecidos, por 750 rúpias (8 dólares) cada uma.

Um dos responsáveis, Rajesh Kapur, afirmou que todos os procedimentos foram respeitados, e as práticas foram éticas. Ele afirmou ainda que as pessoas foram devidamente informadas sobre os testes antes de darem seu consentimento.

Dez participantes contatados pela AFP declararam, porém, que não foram informados sobre o objetivo concreto dessas vacinas, nem sobre seus riscos.

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, afirmou nesta quarta-feira, 13, que o governo britânico está "preocupado" com uma nova variante do coronavírus encontrada no Brasil. O premiê participou de uma audiência na Câmara dos Comuns sobre a pandemia de covid-19.

De acordo com informações do portal UOL, cientistas da Fundação Oswaldo Cruz Amazônia (Fiocruz Amazônia) identificaram uma nova variante do coronavírus no Amazonas.

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A mutação do vírus é compatível com as amostras coletadas em turistas brasileiros infectados com a variante que desembarcaram no Japão no começo do mês.

As autoridades de saúde francesas vão estender em breve o abate preventivo de patos no sudoeste do país para tentar conter um "aumento galopante" de surtos de gripe aviária, informou nesta quinta-feira (7) o comitê interprofissional de foie gras Cifog.

"Há um vírus mais forte do que nós. Novas fontes estão surgindo", lamentou a diretora do Cifog, Marie-Pierre Pé.

Já foram identificados 124 surtos de gripe aviária, informou o Ministério da Agricultura na quinta-feira (7), acrescentando que cerca de 350 mil patos foram abatidos desde 24 de dezembro.

Na terça-feira, a mesma instituição indicou que mais de 200.000 patos foram abatidos em fazendas em todo o país e que mais 400.000 deveriam ser abatidos.

Os surtos foram identificados principalmente na região de Landes, no sudoeste, onde existe um grande número de fazendas de ganso e pato utilizadas para a produção de 'foie gras'.

"Estamos enfrentando um episódio excepcional com um vírus altamente contagioso", que "afeta fazendas a céu aberto, mas não só", disse Loïc Evain, chefe dos serviços veterinários do ministério, à AFP no início desta semana.

Em nota divulgada no início desta semana, a Confederação Geral de Avicultura (CFA), filiada ao poderoso sindicato agrícola FNSEA, considerou "urgente que o Estado reforce seus meios de ação no terreno, em colaboração com a indústria, para atuar da melhor maneira e o mais rápido possível" para conter o vírus H5N8.

Por sua vez, os sindicatos agrícolas Confédération paysanne e Modef denunciaram o abate preventivo de animais saudáveis, considerando-o "ineficaz do ponto de vista sanitário como moralmente inaceitável".

Com a chegada do verão no Brasil e da chuva em diversas regiões, uma preocupação de saúde pública aumenta: o crescimento da circulação do mosquito Aedes aegypti e das doenças associadas a ele (chamadas de arboviroses urbanas), como dengue, zika e chikungunya.

Conforme o último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde sobre o tema, lançado em dezembro, entre janeiro e novembro foram registrados 971.136 casos prováveis de dengue no Brasil, com 528 mortes. As maiores incidências se deram nas regiões Centro-Oeste (1.187,4 por 100 mil habitantes), Sul (931,3/100 mil) e Nordeste (258,6/100 mil).

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No mesmo período, as autoridades de saúde notificaram 78.808 mil casos de chikungunya, com 25 óbitos e 19 casos em investigação. As maiores incidências ocorreram no Nordeste (99,4 por 100 mil habitantes) e Sudeste (22,7/100 mil). Já os casos de zika, até o início de novembro, totalizaram 7.006, com incidência mais forte no Nordeste (9/100 mil) e Centro-Oeste (3,6/100 mil).

Na avaliação do professor de epidemiologia da Universidade de Brasília Walter Ramalho, este é o momento de discutir o problema do Aedes aegypti e as medidas necessárias para impedir sua proliferação. O maior desafio é diminuir os focos de criação dele.

O Aedes está no Brasil há mais de 100 anos. Em alguns momentos, já chegou a ser erradicado. Mas nos últimos 30 anos o inseto vem permanecendo e, segundo o professor Ramalho, se adaptando muito bem ao cenário de urbanização do país e do uso crescente de materiais de plástico, que facilitam o acúmulo de água propício à reprodução do mosquito.

“Todos esses materiais, que podem durar muito tempo na natureza, podem ser criadouros do mosquito. A gente tem que olhar constantemente o domicílio, não somente na terra como nas calhas. Este é um momento do começo da chuva. Se não fizermos esse trabalho e se a densidade do mosquito for elevada, não temos o que fazer”, alerta o professor.

Ele lembra que não se trata apenas de um cuidado com a própria pessoa e sua casa, mas com o conjunto da localidade, uma vez que domicílios com foco de criação acabam trazendo risco para toda a vizinhança.

O professor da UnB acrescenta que o cuidado no combate aos focos não pode ser uma tarefa somente do Poder Público. Uma vez que qualquer residência, terreno ou imóvel pode concentrar focos, é muito difícil que as equipes responsáveis pela fiscalização deem conta de cobrir todo o território.

Ramalho destaca que as doenças cujos vírus são transmitidos pelo mosquito são graves. A dengue hemorrágica pode trazer consequências sérias para os pacientes.

“A zika causou microcefalia no Nordeste e em algumas cidades de outras regiões. E precisamos nos preocupar com a chikungunya. Ela causa sintomatologia de muitas dores articulares. Muitas pessoas passam dois, três anos sentindo muitas dores. Isso causa desconforto na vida durante todo esse período”, afirma.

Campanha

No mês passado, o governo federal lançou uma campanha contra a proliferação do Aedes com o lema “Combater o mosquito é com você, comigo, com todo mundo”.  O desafio é conscientizar os cidadãos sobre a importância de limpar frequentemente estruturas onde possa haver focos e evitar a água parada todos os dias.

A campanha conta com a difusão de peças publicitárias em meios de comunicação, alertando sobre esses cuidados e sobre os riscos da disseminação do mosquito e as consequências das doenças associadas a ele. 

A evolução da pandemia de Covid-19 na Europa é "muito preocupante", mas a situação não é tão grave como a registrada há alguns meses, advertiu nesta quinta-feira a Organização Mundial da Saúde (OMS).

"A evolução da situação epidemiológica na Europa provoca grande preocupação. O número de casos diários aumenta, as internações nos hospitais aumentam. A Covid é atualmente a quinta causa de mortes e a marca de 1.000 mortes por dia foi alcançada", afirmou o diretor regional da OMS para a Europa, Hans Kluge.

"Apesar de registrarmos duas ou três vezes mais casos por dia na comparação com o pico da curva de abril, vemos que o número de mortes representa um quinto das contabilizadas no pior momento da pandemia", reconheceu Kluge, antes de destacar a importância das medidas que estão sendo adotadas em vários países europeus para frear a transmissão.

"São respostas apropriadas e necessárias diante do que nos dizem os números: a transmissão e a origem das infecções acontece em casas e em locais públicos fechados e entre as pessoas que não respeitam as medidas de autoproteção", disse.

A divisão Europa da OMS tem 53 países, incluindo a Rússia. O continente registra mais de 7,25 milhões de casos de coronavírus e quase 250.000 mortes provocadas pela Covid-19, segundo a organização.

O infectologista Anthony Fauci, conselheiro de saúde americano, mostrou preocupação com a segurança das vacinas contra a Covid-19 que estão em desenvolvimento pela China e Rússia.

Uma série de empresas chinesas participam da corrida pela criação e aprovação de uma vacina, enquanto a Rússia informou esperar ser o primeiro país a produzir uma vacina para o público, com expectativa de disponibilizá-la em setembro.

Mas estas vacinas provavelmente enfrentarão um padrão para a aprovação mais elevado, já que os sistemas regulatórios para a validação da vacina são muito mais simples nos dois países do que no Ocidente.

Fauci, questionado durante audiência no Congresso se os EUA poderiam usar vacinas chinesas ou russas caso elas fossem desenvolvidas primeiro, indicou que esta possibilidade é improvável. "Espero que os chineses e os russos estejam realmente testando a vacina antes de aplicá-la de fato em alguém", ressaltou o infectologista.

"As alegações sobre ter uma vacina pronta para ser distribuída antes de que os testes sejam feitos é algo que, na melhor das hipóteses, é problemático. Estamos trabalhando muito rapidamente. Não acredito que existirão vacinas tão à nossa frente a ponto de termos que depender de outros países para conseguir vacinas", assinalou.

No último mês, a imprensa chinesa anunciou que uma vacina contra o novo coronavírus desenvolvida pela CanSino Biologics estava sendo usada para imunizar as Forças Armadas chinesas - tornando-se a primeira aprovada em uso em pessoas, embora numa população limitada. Muitos cientistas, no entanto, levantaram preocupações éticas, já que a vacina ainda não entrou nas etapas finais de teste.

- 'Momento Sputnik'? -

Duas outras empresas chinesas, a Sinovac e Sinopharm, lançaram a fase final dos três testes no Brasil e nos Emirados Árabes, respectivamente. A China, onde o vírus se originou, controlou a pandemia e teve que recorrer a outros países para testar suas vacinas.

Os testes no Brasil e nos Emirados serão analisados de perto, dada a história da China envolvendo vacinas e outros escândalos de saúde. Em 2018, mais de 200.000 crianças receberam uma vacina defeituosa para difteria, tétano e tosse convulsa (DPT), que causou paralisia em alguns casos.

A Rússia, que já foi líder global de vacinas no período soviético, pretende trazer duas para o mercado nos meses de setembro e outubro, respectivamente. A primeira está sendo desenvolvida pelo instituto Gamaleya, com sede em Moscou, e pelo Ministério da Defesa, e a segunda pelo laboratório estatal Vektor.

A Rússia não divulgou dados científicos que comprovem a segurança ou eficácia dessas vacinas. No entanto, Kirill Dmitriev, chefe do fundo soberano da Rússia que financia os testes realizados pelo Gamaleya, disse à CNN: "É o momento Sputnik."

Três vacinas contra o novo coronavírus ocidental estão na fase final dos três testes. Uma é produzida pela empresa americana de biotecnologia Moderna em parceria com o National Institutes for Health; outra está em desenvolvimento pela Universidade de Oxford e a britânica AstraZeneca; e a última é da alemã BioNTech com a farmacêutica americana Pfizer.

China e Rússia são acusadas de tentar roubar pesquisas ocidentais sobre o novo coronavírus, acusação negada pelos dois países.

A cautela nos mercados por causa da tensão diplomática entre EUA e China pesa no Ibovespa, que já iniciou o pregão aquém dos 102 mil pontos (102.293,31 pontos no fechamento da véspera), e voltando a operar na faixa dos 100 mil pontos. Às 10h55, cedia 1,30%, aos 100.983,41 pontos, acentuando as perdas da semana a 1,85%.

"Não deveria perder os 100 mil pontos, sob pena de acelerar as quedas nas próximas sessões", alerta o economista-chefe do ModalMais, Álvaro Bandeira.

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Apesar de o clima desfavorável instaurado entre as duas políticas envolver assuntos diplomáticos, Ilan Arbetman, analista do Research da Ativa Investimentos, observa que a preocupação vai além desse problema.

"Envolve muito mais fatores, e pode continuar tensão dadas as diferenças pesquisas eleitorais entre Donald Trump que tenta reeleição e Biden democrata Joe Biden", observa.

Conforme o analista, mesmo sendo otimista, o mercado local acaba sofrendo, já que tem operado colado ao exterior. "Difícil não sentir, para o bem e para o mal", diz.

A despeito da taxa menor do IPCA-15 em julho, em relação ao piso das expectativas de mercado na pesquisa do Projeções Broadcast, e do aumento da confiança do consumidor este mês, conforme a FGV, os dados só reforçam a fraqueza da economia. "Falta muito para que o País volte ao período pré-crise coronavírus", afirma, completando que, embora os PMIs europeus tenham vindo com resultados bons, a recuperação na Europa ainda está aquém da vista na China e EUA.

O índice da confiança do consumidor da Fundação Getulio Vargas (FGV) subiu 7,7 pontos em julho ante junho, a 78,8 pontos, mas ainda está 9 pontos abaixo do dado de fevereiro. Já o IPCA-5, do IBGE, avançou a 0,30% este mês, ante 0,02% em junho, ficando abaixo do piso das expectativas na pesquisa do Projeções Broadcast (0,35% a 0,58%, mediana de 0,51%).

"O IPCA-15 ficou abaixo, e em 12 meses 2,13% está bem distante do limite inferior da meta. Provavelmente, caminhamos para um corte residual 0,25 ponto na taxa Selic este mês", afirma Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, acrescentando ainda os bons resultados de PMIs na Europa como outros fatores positivos, mostrando que o Velho Continente está em recuperação após o choque da pandemia de coronavírus, ainda que as bolsas por lá estejam caindo, também poderiam servir de contraponto às tensões EUA-China.

A situação desfavorável entre as duas potências mundiais é agravada no momento em que o número de casos de pessoas infectadas pelo novo coronavírus está crescendo em algumas partes do globo, especialmente nos EUA. Esse avanço traz dúvidas sobre uma segunda onda de covid-19, o que retardaria a retomada da economia no mundo. "Nesses PMIs europeus, serviços vieram bons, que são os mais afetados pandemia. Porém, as tensões entre EUA e China pesam, e a tendência é que o presidente Donald Trump EUA continue agindo a fim de recuperar terreno já que as pesquisas eleitorais estão mostrando sua queda", avalia.

Além de ordenar o fechamento do consulado no Texas esta semana, ontem Trump Trump minimizou a importância do pacto comercial selado entre os dois países no dia 15 de janeiro deste ano. Já Pompeo disse que a China está cada vez mais autoritária e agressiva e que Trump havia decidido dar "um basta". Pompeo também pediu mudanças nas práticas do Partido Comunista da China e acusou o presidente do país, Xi Jinping, de acreditar em uma "ideologia totalitária falida".

Nesta segunda-feira (25), o cientista político Adriano Oliveira fala em seu podcast sobre a grande repercussão após a divulgação, pelo STF, do vídeo da reunião entre Jair Bolsonaro (sem partido) e seus ministros. Segundo ele analisa, o material apresentado não compromete o presidente, visto que nada de objetivamente comprometedor fica provado, pois as falas dão margem para outras interpretações. Ao contrário, Oliveira aponta que as conversas do mandatário brasileiro com seus subordinados podem influir de forma positiva em uma parcela significativa dentro do universo de eleitores que o apoiam. Adriano faz uma leitura de que ele apenas alimenta a imagem que sempre cultivou, cria um apelo eleitoral e mantém a figura de ser um homem simples, com linguagem, gostos e escolhas sem maiores elaborações. 

O comentarista demonstra que a mensagem trocada em um aplicativo de comunicação entre o ex-ministro Sérgio Moro com Bolsonaro é bem mais contundente na acusação de interferência na Polícia Federal (PF), do que todos os trechos pinçados do supracitado vídeo. Oliveira porém sustenta que não há uma prova concreta objetiva que possa de fato abalar os planos do governante da nação em permanecer até o fim do mandato no cargo. Ainda não há um ponto final no assunto, pois o STF e o procurador-geral da república ainda irão se pronunciar sobre a abertura ou não de um inquérito investigativo. O presidente segue criando rupturas e sinalizando o aumento da crise política, diminuindo cada vez mais o seu capital de negociação perante congresso, STF e os governadores, apesar da reunião da última quinta-feira (21) com os chefes estaduais. 

O cientista político comenta também sobre a guerra de narrativas entre as esferas do poder executivo. Enquanto os militares que compõem o governo federal, dão declarações receando de que o Brasil esteja seguindo rumo a uma grande convulsão social, por conta da crise econômica, os governadores dos estados mantém os decretos de endurecimento do isolamento social. Adriano conclui sua fala afirmando que o país se encontra em uma grande crise, e que o momento é muito preocupante pois coloca em jogo a estabilidade democrática da nação. Oliveira discorre sobre dois caminhos que o Brasil pode tomar com a crise econômica e a pressão popular e das instituições sobre Bolsonaro. Ou ele arquiteta um possível golpe militar, e aí Adriano aponta o conflito entre o STF e o General Heleno como exemplo ilustrativo para sua argumentação, ou tudo isso que foi posto pode forçar os militares a deixarem de apoiar Bolsonaro, com uma possível ascensão de Mourão ao comando máximo do país.            

O podcast de Adriano Oliveira tem duas edições, nas segundas e nas sextas-feiras. Além disso, também é apresentado em formato de vídeo, toda terça-feira, a partir das 15h, na fanpage do LeiaJá.

Confira esta análise a seguir:

Dados atualizados do Ministério da Saúde, divulgados na última sexta-feira (3), mostram uma situação preocupante no Ceará. O estado soma 627 casos confirmados da doença e 22 óbitos, segundo dados oficiais da pasta. O número é o maior entre as regiões do Nordeste até agora. Na semana passada, cerca de 54 testes positivos da doença foram registrados por dia. 

Há 20 dias, a infecção causada pelo novo coronavírus Sars-Cov-2, contava apenas com três registros no Ceará. De lá para cá o número de infectados mais que dobrou e já são confirmados, em média, dois casos da COVID-19 por hora. Das confirmações, 600 encontram-se na cidade de Fortaleza. 

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Na última coletiva de imprensa realizada pelo Ministério da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou que Fortaleza é uma das cinco cidades que causam preocupação, junto com São Paulo, Rio de Janeiro, Manaus e o Distrito Federal.

Os cinco estados têm os maiores números de casos em relação ao total da população. O Ceará ocupa o terceiro lugar do Brasil, com 6,8 pessoas com Covid-19 a cada 100 mil habitantes. Acima só estão Distrito Federal (13,2) e São Paulo (8,7).

Exames

O secretário da Saúde do Estado cearense, Carlos Roberto Martins Rodrigues Sobrinho, também conhecido como Dr. Cabeto, afirmou que a razão para o número de notificações ser maior do que em estados como Paraíba, Rio Grande do Norte e Piauí é a quantidade de testes realizados na população. 

De acordo com o secretário, o Ceará tem realizado, em média, 400 exames de investigação da presença do novo coronavírus a cada dia. De acordo com o último informe epidemiológico da Secretaria, até o dia 1º de abril tinham sido realizados mais de 5.420 exames de diagnóstico da Covid-19.

Os casos confirmados se estendem por 22 cidades, além de Fortaleza. No Brasil, o número de casos confirmados subiu para 9.056. O número de óbitos também aumentou para 359. As mortes estão localizadas nos estados do Amazonas (1), Pará (1), Rondônia (1), Alagoas (2), Bahia (5), Ceará (22), Maranhão (1), Paraíba (1), Pernambuco (10), Piauí (4), Rio Grande do Norte (4), Sergipe (2), Espírito Santo (4), Minas Gerais (6), Rio de Janeiro (47), São Paulo (219), Distrito Federal (5), Goiás (2), Mato Grosso do Sul (1), Mato Grosso (1), Paraná (4), Rio Grande do Sul (5) e Santa Catarina (5). Todos os estados brasileiros já têm casos confirmados da doença.

O governo americano observa o crescimento no número de casos de coronavírus no Brasil e não descarta a possibilidade de restringir os voos do País que chegam aos EUA. Um funcionário do alto escalão do Departamento de Segurança Interna disse nesta segunda-feira (23) que a força-tarefa contra a pandemia reavalia diariamente a necessidade de novas restrições e, ao falar sobre a América Latina, mencionou especificamente o Brasil como o país que mais preocupa.

Segundo o funcionário, há uma preocupação com a "rápida aceleração" da contaminação em países como Brasil, que tem hoje mais de 1,5 mil casos confirmados. Todos os dias, a força-tarefa liderada pelo vice-presidente americano, Mike Pence, revê os dados globais e analisa novas medidas para conter a pandemia.

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Os EUA têm mais de 40 mil casos confirmados de coronavírus em todos os Estados. No fim de janeiro, os americanos restringiram os voos da China. Depois, impuseram limitações a voos de Irã, União Europeia, Reino Unido e Irlanda. As medidas restringem a entrada de estrangeiros. Apenas americanos ou moradores com status de residentes permanentes são admitidos no país.

No sábado, 21, o Centro de Controle de Doenças dos EUA (CDC) aumentou para o nível três o alerta para viagens ao Brasil. Esse é considerado um dos indicativos de que os americanos observam atentamente a situação no País.

Até agora, os EUA não restringiram a chegada de brasileiros, mas recomendaram que viagens não essenciais ao País sejam evitadas e os que voltarem do Brasil para os EUA fiquem em casa por 14 dias.

O funcionário afirmou ontem que as restrições já impostas são por tempo limitado, mas disse que é "difícil vislumbrar o fim das restrições". Elas só ocorrerão quando houver sinais de desaceleração do número de infectados.

Agradecimento

Ontem, em coletiva de imprensa, o presidente Donald Trump agradeceu o Brasil por ter cooperado para que os EUA trouxessem 103 americanos que estavam em território brasileiro, após realizarem um cruzeiro. Segundo ele, maioria era de idosos e os americanos foram recebidos pelo governo do Texas.

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