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Em visita ao Brasil, nessa segunda (11), o ex-prefeito de Nova York Bill de Blasio rasgou elogios ao deputado Guilherme Boulos (PSOL). O democrata chegou a chamar o pré-candidato à Prefeitura de São Paulo de "ursinho de pelúcia progressista".

Blasio antecipou a intenção de manter contato durante a campanha no próximo ano para ajudar na eleição de Boulos. Os dois se aproximaram nos últimos meses a partir do movimento do deputado de buscar experiências no Chile, Colômbia, França, México, Espanha e Estados Unidos.

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Em sua participação no seminário sobre os desafios das cidades globais, em Pinheiros, na Zona Oeste, de Blasio observou que enxerga Boulos como um humanista ao ressaltar seu "senso de empatia, sensibilidade e afinidade com as pessoas" e que acredita na capacidade intelectual e de trabalho do amigo para comandar São Paulo.

Boulos aprovou a alcunha de "ursinho de pelúcia progressista" e comentou que a definição lhe afasta do rótulo de violento. "Eu disse para ele que tinha algumas pessoas, aqui em São Paulo e no Brasil, que achavam que eu era muito extremista, radical, violento. Aí vocês viram a resposta dele, né? Quase um ursinho carinhoso", brincou.

Após o evento, a agenda do americano em São Paulo seguiu com visitas a uma unidade das Cozinhas Solidárias do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) e um apartamento construído pelo grupo. 

 

 

 

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticou nesta quinta-feira (25) o prefeito de Nova York, o democrata Bill de Blasio, por seu projeto de pintar um mural do movimento antirracismo Black Lives Matter na Quinta Avenida, em frente à Trump Tower, propriedade do líder.

"Me disseram que o prefeito de Nova York Bill de Blasio quer pintar a mítica e bela Quinta Avenida, justo em frente à Trump / Tiffany Tower, com um enorme anúncio amarelo para o Black Lives Matter", tuitou o presidente republicano.

O gabinete do prefeito de Nova York anunciou na quarta-feira (24) que o mural ficaria em frente ao arranha-céu de Manhattan, onde Trump reside quando visita sua cidade natal.

O presidente também tuitou que os policiais de Nova York estão "furiosos" com supostos cânticos de manifestantes que lotaram as ruas da cidade nas últimas semanas, como no resto do país, para protestar contra a violência policial e o racismo.

Trump afirmou que alguns manifestantes gritaram "Pigs in a Blanket, Fry 'Em Like Bacon" (Porcos cobertos, frite-os como bacon"), que segundo ele, é uma maneira de pedir para "matar a polícia".

Esse canto não foi um dos habituais nas marchas em Nova York após a morte do afro-americano George Floyd, asfixiado por um policial branco no final de maio em Minneapolis.

Vários murais, como o planejado em Nova York, foram pintados em outras cidades dos Estados Unidos em apoio ao Black Lives Matter, que lidera as reflexões provocadas por semanas de protestos antirracistas.

Trump também atacou em um tuíte nesta quinta-feira um líder desse movimento, a quem acusou de "traição, sedição, insurreição".

O presidente estaria se referindo a declarações de Hawk Newsome, membro da organização em Nova York, à Fox News: "Se este país não nos der o que queremos, queimaremos esse sistema e o substituiremos".

"Eu posso falar de forma figurada, posso falar de forma literal, é uma questão de interpretação", acrescentou.

"Sejamos claros", disse Newsome. "Observe a história dos anos 1960, quando cidadãos negros causaram tumultos. Tivemos o maior aumento de riqueza, de propriedades em nosso nome. Pense nas últimas semanas desde que começamos a protestar. Houve oito policiais demitidos no país".

O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, anunciou neste sábado (11) que as escolas da cidade permanecerão fechadas até o início do próximo ano letivo, em setembro.

O sistema de ensino público nova-yorkino é o maior dos Estados Unidos e conta com 1,1 milhão de estudantes distribuídos por 1,8 mil escolas, que estão fechadas desde 16 de março por causa da pandemia do novo coronavírus.

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Inicialmente, De Blasio relutou em suspender as aulas, mas depois acabou cedendo perante o rápido avanço da pandemia. "Não é uma decisão fácil, mas é a decisão certa", disse o prefeito neste sábado. Ele prometeu a distribuição de 240 mil dispositivos com internet até o fim de abril para garantir que todos possam ter aulas a distância.

Segundo a Universidade John Hopkins, os EUA já somam mais de 500 mil casos do novo coronavírus e 18,8 mil mortes. Apenas a cidade de Nova York contabiliza mais de 94 mil contágios e 5,8 mil óbitos.

Da Ansa

Neste sábado (11), o prefeito de Nova York Bill de Blasio antecipou o fim do ano letivo nas escolas públicas da cidade. Em uma escalada do novo coronavírus nos Estados Unidos, meio milhão de pessoas já foram infectadas e mais de 18 mil morreram no país.

"Ter que dizer que não podemos trazer nossas escolas de volta para o restante deste ano letivo é doloroso, mas também posso dizer que é a coisa certa a se fazer", afirmou de Blasio durante uma entrevista coletiva.

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Diferente do Brasil, o ano letivo americano termina entre os meses de meio e junho. Desde o dia 16 de março com as unidades fechadas, a intenção era retomar as atividades da rede de ensino no dia 20 de abril. Contudo, Nova York tornou-se o epicentro da pandemia nos EUA e concentra seus esforços para conter a disseminação e tentar recuperar os contaminados.

O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, apresentou nesta terça-feira (17) um plano para fornecer, até 2024, abrigo para todos os que vivem na rua, com camas temporárias e moradias permanentes.

A cidade calcula que quase 4.000 nova-iorquinos vivem nas ruas. Cerca de 60.000 pessoas, incluindo 21.640 crianças, ficam diariamente em um dos abrigos da maior cidade dos Estados Unidos, 10.000 a mais do que em 2013.

O Departamento de Habitação dos EUA (HUD) estimou o número de pessoas sem-teto em Nova York em 78.676, em um relatório publicado em 2018. O plano anunciado hoje faz parte do programa Municipal Home-Stat, lançado em 2016 para melhorar o atendimento aos sem-teto em Nova York.

O democrata De Blasio disse que as autoridades religiosas da cidade podem colocar cinco locais adicionais a serviço do programa, oferecendo mais 1.000 camas.

Esses são abrigos temporários, que devem ser instalados durante o próximo ano e serão adicionados aos 1.800 leitos já disponíveis no programa. O plano também prevê o fornecimento de 1.000 casas permanentes.

A prefeitura também reforçou as equipes responsáveis para contactar as pessoas em situação de rua. É um "plano para acabar com a vida nas ruas em Nova York de uma vez por todas", disse De Blasio em uma coletiva de imprensa.

Espera-se que o plano custe aproximadamente 100 milhões de dólares por ano, segundo o prefeito. De acordo com a prefeitura, 2.450 pessoas saíram das ruas, graças ao programa Home-Stat.

O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, anunciou nesta sexta-feira sua renúncia à pré-candidatura democrata para as eleições presidenciais dos Estados Unidos.

"Claramente não é minha hora, vou encerrar minha campanha presidencial", disse de Blasio ao programa MSNBC.

O anúncio ocorre depois que De Blasio não se qualificou para o debate televisivo mais recente entre os candidatos, enquanto lutava para obter mais de um por cento nas pesquisas.

Sua ausência prolongada do gabinete do prefeito enquanto ele estava na campanha eleitoral também gerou críticas generalizadas, incluindo as do presidente Donald Trump, que reagiram ao anúncio ridicularizando o nova-iorquino.

"Ah, não, ótimas notícias políticas, talvez a maior história em anos! O prefeito em tempo parcial da cidade de Nova York, Bill de Blasio, que obteve um zero sólido nas pesquisas, mas tinha um espaço enorme para crescer, se aposentou da corrida presidencial ", disse Trump no Twitter.

De Blasio é a segunda pré-candidatura democrata de Nova York a largar a corrida depois que a senadora Kirsten Gillibrand encerrou sua campanha no final do mês passado, também por fracassar nas pesquisas.

O ex-vice-presidente Joe Biden lidera as pesquisas, seguido pelos senadores de esquerda Elizabeth Warren e Bernie Sanders.

O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, anunciou nesta quinta-feira (16) sua candidatura à eleição presidencial dos Estados Unidos em 2020, tornando-se o vigésimo terceiro democrata que espera suceder Donald Trump.

"É preciso deter Donald Trump. Eu sou Bill de Blasio e estou concorrendo à presidência porque é hora de colocar os trabalhadores em primeiro lugar", disse o prefeito de 58 anos em um vídeo de três minutos postado no YouTube.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), chamou de "erro" e "exagero" as críticas do prefeito de Nova York, Bill de Blasio, ao presidente Jair Bolsonaro. "Não cabe a um prefeito de Nova York fazer avaliações sobre esta ou aquela tendência de um presidente da República. Ele cometeu um erro, exagerou na sua condição política e não fez jus a um regime de liberdade do qual Nova York é seu maior símbolo, a partir da própria estátua da liberdade", afirmou o governador nesta segunda-feira, 13. O tucano cumpre agenda oficial na cidade americana.

Bolsonaro cancelou a viagem que faria nesta semana a NY após protestos contra a homenagem que receberia da Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos. De Blasio liderou o movimento, afirmando que o brasileiro é um ser humano "perigoso" por causa de "seu racismo e homofobia evidentes". A premiação ainda foi alvo de boicote de ativistas ligados à causa ambiental e aos direitos LGBTQ. Primeiro, a Câmara teve dificuldade em achar um lugar que aceitasse sediar o jantar de gala. Depois, pelo menos três empresas decidiram deixar de patrocinar o evento.

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Para Doria, o prefeito novaiorquino "exacerbou na sua condição ao condenar e fazer manifestações nas redes sociais e na imprensa". O governador paulista disse que a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, que acontece anualmente em Nova York no mês de setembro, recebe "gente de todas as matizes de países do mundo", em um sinal de que a cidade é "aberta" e símbolo de liberdade de expressão.

Em Nova York, Doria participa de reuniões com investidores e eventos organizados pelo mercado financeiro. Participam de parte dos encontros também os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli. Os encontros são parte de uma agenda paralela sobre Brasil ao evento organizado anualmente pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos. Até o início do mês, antes de Bolsonaro cancelar a viagem a Nova York, organizadores dos eventos previam a participação do presidente nos encontros e de ministros do alto escalão, como Paulo Guedes (Economia).

Sem a ida a NY, o Itamaraty organizou, às pressas, uma viagem de Bolsonaro a Dallas, no Texas. O presidente chegará à cidade americana na quarta-feira para uma agenda de dois dias que inclui reunião com empresários e lideranças políticas.

O presidente Jair Bolsonaro respondeu há pouco, em entrevista à Rádio Bandeirantes, a declarações do prefeito de Nova York, Bill de Blasio, do Partido Democrata, que voltou a atacá-lo nas redes sociais.

Bolsonaro disse que não pode ir a Nova York, onde seria homenageado como "Pessoa do Ano" pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, porque poderia levar "ovo na cara" e enfrentar balbúrdia e "essa imagem ficaria para o mundo todo". "Fica complicado com um prefeito trabalhando contra mim."

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Blasio compartilhou uma reportagem em que Bolsonaro o chama de "radical" e afirmou: "Se você quiser desembarcar em nossa cidade e se gabar de destruir o Meio Ambiente ou de ser um orgulhoso homofóbico, então os nova-iorquinos irão te criticar por sua porcaria".

Para Bolsonaro, Blasio é um "bobalhão", "paspalhão" e "fanfarrão". "Se tivesse PSOL lá, o partido adequado dele seria o PSOL", afirmou. O presidente acusou o prefeito de Nova York de "ir para cima" da comissão do prêmio e do hotel que sediaria o evento. "Ele (Blasio) se organizou abertamente para o pessoal jogar ovo, jogar estrume", disse. "Não é esse o comportamento de um prefeito, ele quer disputar as prévias do Partido Democrata para disputar contra o Trump, mas ele é um fanfarrão e não vai conseguir nada", disse.

O presidente afirmou ainda que a organização do evento "não fez nada para acalmar a situação". "A imagem para o mundo é que eu estaria sendo pessimamente recebido nos Estados Unidos, mas fui muito bem recebido pelo Trump", comparou.

O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, criticou novamente Jair Bolsonaro nas redes sociais, neste sábado (11). Em seu Twitter, Blasio fez uma postagem em tom de resposta após ser chamado de radical pelo presidente brasileiro.

"Se você quer invadir nossa cidade e se gabar de destruir o meio ambiente, ou sobre como você é um 'homofóbico orgulhoso', então os novaiorquinos te criticarão por sua porcaria", diz postagem do prefeito.

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Após afirmar que Bolsonaro não seria bem-vindo na cidade, o prefeito respondeu: "Se é 'radical' se levantar contra sua ideologia destrutiva, então somos radicais ORGULHOSOS".

A inimizade entre os dois gestores teve início em abril, quando se iniciou a discussão sobre o local que seria palco do recebimento de uma homenagem da Câmara de Comércio Brasil-EUA a Bolsonaro.

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Porém, os locais escolhidos pela organização para a cerimônia se recusaram a receber o evento. Após dias da polêmica, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência divulgou uma nota na qual informou que o presidente Jair Bolsonaro decidiu cancelar uma viagem que faria a Nova York (EUA).

Segundo Bolsonaro, ele não poderia comparecer "a uma cidade onde o chefe do Executivo, o prefeito, no caso, se comportava como um radical, promovendo e se preparando para fazer manifestações, as piores possíveis, contra a minha presença." Agora, a homenagem será entregue em Dallas, no Texas.

Blasio havia acusado o presidente brasileiro de ser "racista, homofóbico e destrutivo" e afirmou que ele não era bem-vindo na cidade. Na semana passada, o prefeito comemorou com ironia o cancelamento da viagem do presidente à cidade.

"Nós expusemos sua intolerância. Ele correu. Não fiquei surpreso - 'valentões' geralmente não aguentam um tranco. Seu ódio não é bem-vindo aqui", afirmou nas redes sociais.

O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, comemorou pelo Twitter o cancelamento da viagem do presidente Jair Bolsonaro à cidade, onde ele receberia o prêmio Pessoa do Ano, organizado pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos.

"Jair Bolsonaro aprendeu do jeito difícil que nova-iorquinos não fecham os olhos para a opressão. Nós expusemos sua intolerância. Ele correu. Não fiquei surpreso - valentões geralmente não aguentam um soco", escreveu ele, que completou o tweet da seguinte maneira: "Seu ódio não é bem-vindo aqui". Em um segundo tweet, de Blasio continuou a crítica: "O ataque de Jair Bolsonaro a direitos LGBTQ e seus planos destrutivos para o nosso planeta se refletem em líderes demais - incluindo no nosso país. TODOS devem se levantar, falar e lutar contra esse ódio temerário".

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Na última sexta-feira, o porta-voz da Presidência, Otávio do Rêgo Barros, disse em nota que Bolsonaro cancelou a ida aos EUA por causa de protestos: "Em face da resistência e dos ataques deliberados do prefeito de Nova York e da pressão de grupos de interesses sobre as instituições que organizam, patrocinam e acolhem em suas instalações o evento anualmente, ficou caracterizada a ideologização da atividade", disse.

O Museu de História Natural de Nova York havia se recusado a sediar o evento. Além disso, ao longo da semana, algumas empresas retiraram o patrocínio à premiação após pressão de ativistas.

O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, afirmou na noite de ontem que está atuando para que o Museu Americano de História Natural, situado em Manhattan, cancele o evento de premiação da Câmara Brasileira de Comércio nos Estados Unidos em que o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, será homenageado como 'pessoa do ano'. O evento está marcado para ocorrer no dia 14 de maio.

Em entrevista na sexta-feira à noite a uma rádio local, de Blasio ainda afirmou que Bolsonaro é uma figura perigosa. "Ele é um ser humano muito perigoso. Eu certamente faço um apelo ao Museu para que ele não seja recebido lá", disse à rádio WNYC. "Se estamos falando de uma instituição financiada com dinheiro público e de alguém que está fazendo algo destrutivo, fico desconfortável com a situação", afirmou.

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O prefeito novaiorquino citou como exemplo do "perigo" a intenção de Bolsonaro em "desenvolver" a floresta amazônica, o que poderia, conforme de Blasio, colocar todo o planeta em risco. De Blasio ainda afirmou que Bolsonaro pratica "homofobia" e "racismo evidente".

Após uma onda de comentários negativos, o perfil oficial do Museu afirmou na quinta-feira que estava "profundamente preocupados e que está explorando alternativas". Na sexta-feira, contudo, um porta-voz mudou o tom. "Este é um evento privado que, de maneira nenhuma, reflete a posição do Museu de que é urgente conservar a floresta Amazônica", disse, sem deixar claro o que acontecerá com a cerimônia.

Centenas de policiais de Nova York voltaram as costas ao prefeito da cidade, Bill de Blasio, quando ele discursava durante o funeral de um policial assassinado. O vice-presidente dos EUA, Joe Biden, e o governador do estado de Nova York, Andrew Cuomo, também participaram da cerimônia neste sábado na Igreja do Tabernáculo de Cristo, no bairro do Queens.

A reação dos policiais que acompanhavam a cerimônia em um telão instalado do lado de fora da igreja seguiu-se a declarações de líderes do sindicato da polícia, segundo as quais De Blasio contribuiu para o clima de desconfiança entre a população e a polícia, o que teria levado ao assassinato de Rafael Ramos, sepultado neste sábado, e seu colega Wenjian Liu, mortos a tiros no dia 20 quando sentados dentro de um carro de patrulha (a data do funeral de Liu ainda não foi marcada, porque depende da vinda de seus familiares da China).

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A morte dos dois policiais aconteceu depois de semanas de protestos contra a violência policial em dezenas de cidades norte-americanas. As manifestações aconteceram depois de a Justiça dos EUA não indiciar os policiais envolvidos nas mortes de dois homens negros desarmados, Michael Brown, morto a tiros em Ferguson (Missouri) e Eric Garner, asfixiado em Staten Island, em Nova York. De Blasio é criticado pelos policiais por ter condenado a violência excessiva da polícia contra minorias étnicas. O presidente do sindicato dos policiais de Nova York, Patrick Lynch, chegou a dizer que De Blasio tem "sangue em suas mãos".

Dentro da igreja, os participantes da cerimônia aplaudiram o prefeito. Discursando durante a cerimônia, o prefeito disse que "toda esta cidade está de luto, e por muitas razões. Mas a mais pessoal é que perdemos um homem tão bom, e a família está sofrendo".

O vice-presidente Biden disse que a polícia de Nova York é "provavelmente a melhor do mundo". "Quando as balas de um assassino atingiram dois policiais, elas atingiram esta cidade e isso tocou a alma de todo um país", acrescentou. O governador Cuomo disse que as mortes dos dois policiais "foi um ataque contra todos nós".

As muitas manifestações oficiais em favor da polícia, que incluíram uma missa na Catedral de St. Patrick celebrada pelo arcebispo de Nova York, cardeal Timothy Dolan, no dia 21, contribuíram para que os protestos contra a violência policial diminuíssem de intensidade na última semana. Fonte: Associated Press.

O prefeito democrata de Nova York, Bill de Blasio, afirmou, neste domingo, que os recentes erros policiais que resultaram na morte de cidadãos negros nos Estados Unidos têm suas raízes em "séculos de racismo" no país.

"O problema é sistêmico e devemos falar com franqueza das dinâmicas raciais da nossa história", disse Bill de Blasio à emissora ABC. "Nossa polícia nos protege e, embora constatemos problemas há décadas, há uma história de séculos de racismo que explica esta realidade".

"Podemos deixar isso para trás. Em Nova York, uma nova formação para o conjunto das polícias fará diferença", destacou.

O prefeito, que é branco e cuja esposa e filho são negros, foi criticado por um sindicato de policiais de Nova York após ter explicado que instruiu seu filho, Dante, sobre os "perigos" potenciais em caso de interação com a polícia.

"Nós dissemos a ele: 'Olha, se um policial detém você, faça tudo o que ele pedir, não faça gestos bruscos, não tente pegar seu celular'. Porque sabíamos, infelizmente, que estes gestos têm mais riscos de ser mal-interpretados quando feitos por um jovem negro", afirmou o prefeito.

"É diferente com um jovem branco, é a realidade deste país", insistiu.

Nova York e outras grandes cidades americanas têm sido palco de manifestações desde a quarta-feira, em reação à decisão de um júri popular de não levar a julgamento um policial branco, acusado de matar um afro-americano em Staten Island, ao sul de Manhattan, por asfixia. O fato, ocorrido em julho, foi filmado.

O ex-presidente americano, George W. Bush, qualificou este vídeo de "muito preocupante": "avançamos muito sobre as questões raciais, mas estes incidentes mostram que é preciso fazer mais", declarou à emissora CNN.

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