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O Partido Democrático (PD), principal força de centro-esquerda na Itália, divulgou nesta sexta-feira (30) uma nota em defesa da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições presidenciais de 2 de outubro.

O comunicado é assinado por Giuseppe Provenzano, vice-secretário do PD, e Lia Quartapelle, responsável pela área de relações internacionais do partido, e diz que o Brasil se encontrará diante de um momento "decisivo" em sua história.

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De acordo com o PD, Bolsonaro é o "presidente da inflação nas estrelas, da pobreza para 33 milhões de brasileiros, da devastação selvagem da Amazônia, da gestão maluca da pandemia, que levou a 730 mil vítimas conhecidas [o número oficial de mortos é de 686 mil] e a valas comuns", e representa "aquela perigosa internacional soberanista que ameaça a democracia mundial".

Já Lula, para o Partido Democrático, "demonstrou como se resgata um país e um povo, emancipando da miséria milhões de brasileiros, dando uma escola aos pobres, conjugando desenvolvimento, progresso e justiça social".

"Lula foi e ainda é fonte de inspiração para uma geração inteira de progressistas e para muitos chefes de Estado estrangeiros, colocando o Brasil entre as nações protagonistas no cenário geopolítico global", afirma o PD.

A legenda ainda diz estar "convicta" de que "apenas Lula, alçando a bandeira dos direitos humanos, civis, sociais e ambientais, da defesa do Estado de direito, da democracia, da igualdade e do resgate social, pode restituir aos brasileiros todo o bem-estar de que precisam e ao Brasil o prestígio internacional que merece".

    O partido encerra o comunicado pedindo para os ítalo-brasileiros votarem no candidato petista em 2 de outubro.

O PD nunca escondeu sua admiração por Lula e mandou até representantes para visitá-lo na cadeia enquanto o ex-presidente cumpria pena por corrupção, sentença depois anulada pela Justiça.

O partido obteve apenas 19% dos votos nas eleições parlamentares de 25 de setembro, pior resultado de sua história, e será a principal força de oposição ao futuro governo da líder de extrema direita Giorgia Meloni. 

Da Ansa

Até recentemente eles eram considerados moribundos, mas a vitória dos social-democratas nas eleições legislativas na Alemanha mostra o renascimento de um partido que soube silenciar as divergências internas e aproveitar o fim da era Angela Merkel.

De acordo com os resultado oficiais divulgados nesta segunda-feira (27), o SPD venceu por pequena margem as eleições, com 25,7% dos votos contra 24,1% da centro-direita da chanceler.

O partido mais antigo da Alemanha também conseguiu conservar a prestigiosa prefeitura da capital, Berlim, e conquistou quase 40% dos votos nas eleições regionais em Mecklemburgo, leste do país.

"O SPD celebra sua ressurreição", destaca a revista Der Spiegel.

Os social-democratas têm a intenção de retornar à chanelaria, depois de participar em três governos como sócio dos conservadores de Angela Merkel.

- Sem rumo -

O SPD percorreu um longo trajeto. Há 12 meses, as pesquisas indicavam que o partido tinha menos de 15% das intenções de voto.

"Muitos analistas o consideravam mais ou menos acabado e que passaria à oposição para curar suas feridas", afirma Sudha David-Wilp, cientista política do centro de pesquisas German Marshall Fund, de Berlim.

Durante duas décadas, o partido mais antigo da Alemanha, criado em 1863, parecia desorientado.

A formação carregava o peso do legado da política de inspiração liberal aplicada no início do século pelo chanceler Gerhard Schröder, algo difícil de digerir para o "partido dos trabalhadores" digerir. Principalmente a impopular reforma do mercado de trabalho, que reduziu o desemprego, mas precarizou o setor.

Além disso, o partido parecia condenado a afundar por disputas internas entre a ala mais à esquerda e a centrista, assim como à perda de sua identidade, após a participação em coalizões com os conservadores.

A crise existencial se agravou após a esmagadora derrota nas eleições legislativas de 2017 (20% dos votos) e do declínio nas europeias em 2019.

Por falta de opções, há três anos e meio o partido se resignou a renovar a associação com Angela Merkel, mas acabou muito dividido e enfraquecido.

O partido trocou em um tempo recorde dois presidentes, antes de nomear em 2019 um grupo de desconhecidos da ala esquerdista para bloquear as ambições do centrista Olaf Scholz.

O movimento parecia buscar a salvação do SPD com uma guinada à esquerda, como fizeram durante algum tempo os trabalhistas no Reino Unido ou os socialistas na França, mas finalmente escolheram como líder o ministro das Finanças e vice-chanceler Olaf Scholz.

Porque as história demonstra que o centro é o que permite vencer as eleições na Alemanha. E o partido ganhou a aposta. O cálculo foi um sucesso, como demonstra o retrocesso da esquerda radical alemã no domingo.

A vitória do SPD é um bálsamo para a social-democracia europeia em crise. O movimento está perto de governar a Alemanha, já está no poder na Suécia, Dinamarca e Finlândia, e talvez em breve na Noruega.

- Teste para a unidade -

Apesar da falta de carisma, Olaf Scholz provavelmente aumentará a lista de chanceleres do SPD do pós-guerra, integrada por Willy Brandt (1969-1974), o pai da abertura diplomática com o Leste, Helmut Schmidt (1974-1982) e Gerhard Schröder (1998-2005).

Mas resta uma grande pergunta: a unidade do partido resistirá?

É possível que ala esquerdista não aprecie os compromissos inevitáveis que Scholz terá que aceitar com o partido liberal FDP se desejar formar uma coalizão majoritária, que também somaria o Partido Verde.

O FDP, um partido mais à direita que o de Angela Merkel, se opõe, por exemplo, a qualquer aumento dos impostos e à tributação das rendas mais elevada. E o SPD fez campanha a favor de um imposto sobre grandes fortunas.

Já pensando em 2022, o PDT está se movimentando para conseguir montar uma base sólida que possa fortalecer a campanha do ex-governador do Ceará, Ciro Gomes, à presidência da República. 

O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, disse que o partido trabalha para que Ciro seja o candidato de uma frente ampla de centro-esquerda em 2022. Segundo O Dia, Lupi se reuniu com o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), nesta quinta-feira (12). 

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“Temos tido boas conversas com o PSB, com a Rede e com o PV. Tenho um diálogo permanente com o Kassab que é o presidente nacional do PSD, partido que o Kalil pertence, e o nosso desejo e nossa vontade é formar uma grande aliança de centro esquerda que representa o projeto de Brasil e na nossa opinião quem encarnar melhor essa capacidade é o Ciro Gomes”, salientou o pedetista.

O PT de São Paulo discute internamente abrir negociação com os demais partidos de centro-esquerda (PSB, PDT, PSOL e PCdoB) a indicação de um candidato único à Prefeitura de São Paulo. A ideia é reunir os partidos em torno de um programa comum e, a partir disso, escolher o candidato por meio de prévias que envolveriam todos as legendas.

A sugestão foi apresentada pelo vereador Eduardo Suplicy em uma reunião dos diretórios zonais do PT de São Paulo, cerca de duas semanas atrás, e ganhou o apoio de outras lideranças petistas como o deputado Carlos Zarattini (PT-SP), um dos pré-candidatos do partido à sucessão de Bruno Covas (PSDB).

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"Primeiro os partidos discutem um programa para a cidade. Depois chegam a um acordo para a escolha do nome permitindo que todos partidos apresentem nomes. Pode ser uma prévia ou uma consulta", disse Zarattini. "É claro que o PT teria mais vantagem por causa do tamanho e da força, mas não podemos fechar a porta".

Além dele, outros dois nomes se colocam como pré-candidatos no PT: o deputado Paulo Teixeira e o ex-deputado Jilmar Tatto. Em reunião realizada na semana passada, o Grupo de Trabalho Eleitoral (GTE) do PT nacional avaliou que nenhum dos três tem chances reais de vencer a eleição.

Outros nomes como o do ex-ministro Aloizio Mercadante e da professora Ana Estela Haddad, mulher do ex-prefeito Fernando Haddad, foram sondados mas se recusaram. O próprio Haddad foi citado pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann, como possível candidato, mas tem dito que não vai concorrer.

A falta de nomes competitivos fez com que dirigentes do PT cogitassem a possibilidade de o partido pela primeira vez em sua história não lançar candidato próprio à prefeitura da maior cidade do Brasil, governada três vezes pela legenda.

Lideranças próximas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendem que o PT apoie o ex-governador Marcio França (PSB). Forças ligadas à Gleisi preferem Guilherme Boulos (PSOL).

Zarattini negou que o PT não tenha nomes competitivos para disputar a prefeitura. "O PT tem nome. Queremos a unidade e queremos um programa comum", disse ele.

A proposta de prévias entre os cinco partidos é vista com ceticismo entre os aliados. Todos eles já têm estratégias avançadas para a disputa municipal do ano que vem. O PCdoB deve lançar candidato próprio (a ex-vice-prefeita Nadia Campeão ou o deputado Orlando Silva) como parte da tática para vencer a cláusula de barreira. O PSOL deve lançar Boulos e o PSB, França, que teve grande votação na capital paulista na disputa pelo governo. E o PDT tenta convencer a deputada Tábata Amaral, um dos destaques da nova legislatura, a concorrer pelo partido.

Nos últimos 25 anos o Partido Socialista Brasileiro (PSB) foi marcado por mudanças de lideranças e ideologias. Este ano, a agremiação está prestes a protagonizar mais uma modificação estrutural e pragmática com a fusão (ou incorporação) ao Partido Popular Socialista (PPS). O “novo PSB”, como vem sendo denominado por alguns líderes, deve estar oficializado em setembro, no entanto, até lá muitas águas devem rolar sob a ponte PSB-PPS. Entre elas, as marcas históricas da legenda socialista que integram uma “metamorfose ambulante” de ideologias, aliados, ascensão e queda.

Criado para seguir uma linha política à esquerda e com uma carga mais acadêmica, a primeira grande mudança da legenda desde a redemocratização veio a partir de 1990, com o ingresso do ex-governador de Pernambuco, Miguel Arraes. Ele atraiu consigo uma carga de ideais políticos mais populares, quebrando o retrato elitizado da sigla. “Com a chegada dele que o partido começou a escrever a formação da sua base, Arraes foi o encontro do PSB diretamente com o povo. Foi nessa época que o partido criou os segmentos sociais e populares”, lembrou o presidente do PSB estadual de Pernambuco, Sileno Guedes, em entrevista ao Portal LeiaJá

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Sob a presidência nacional de Arraes (1993 a 2005) o PSB, apesar de pequeno, tinha uma identidade mais definida e no hall de aliados estavam apenas legendas como o PT, PCdoB e PDT. O quadro começou a mudar em 2005, quando o ex-governador Eduardo Campos passou a comandar a agremiação. Naquele ano foi autorizada a adesão dos socialistas aos palanques do PSDB e PMDB, principais aliados da legenda atualmente. 

De acordo com uma fonte socialista com influência durante o comando de Arraes e Campos, o PSB registrou nos últimos anos um crescimento mais amplo e uniformizado em todo o país, entretanto ficou descaracterizado. “O partido se tornou o quarto maior do Brasil, mas ficou com uma menor identidade de esquerda e passou a ser mais centro-esquerda. Esse foi o preço do crescimento”, observou em reserva, à reportagem do Portal.

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Com a abertura, a legenda passou a se portar com mais flexibilidade, abandonando algumas teses de esquerda. “Com a liderança de Arraes, por exemplo, dificilmente a bancada do PSB votaria a favor do Projeto de Lei 4330, que regulamenta a terceirização no Brasil”, contextualizou a fonte. 

Para conquistar a colocação de quarta maior sigla, o PSB precisou alçar voos mais ousados. O primeiro aconteceu com o lançamento da candidatura de Antony Garotinho à presidência da República em 2002. Já o segundo, foi justamente protagonizado por Campos ao desembarcar da base aliada do PT, em 2013, e se lançar na disputa pelo Palácio do Planalto contra a afilhada política do ex-presidente Lula (PT), a presidente Dilma Rousseff (PT). 

A alternativa foi sem sucesso, com a morte do pernambucano em agosto do ano passado. Episódio que também acarretou o início de uma queda do partido e uma nova reorganização interna. A presidência da legenda, por exemplo, passou a ser ocupada pelo também pernambucano Carlos Siqueira. A escolha, segundo Sileno Guedes, foi na expectativa de que sejam forjados, sob a liderança de Siqueira, novos protagonistas nacionais como Campos. "A escolha de Siqueira foi para o amadurecimento de outros quadros, para que se possam inaugurar novas lideranças. Eles (Paulo Câmara, Rodrigo Rollemberg, Geraldo Julio e Beto Albuquerque) podem se firmar como lideranças, apesar das incertezas, e colocar o partido para frente", observou. 

Carlos Siqueira é quem tem conduzido o processo de fusão junto ao PPS. A mudança é vista, por alguns, como uma forma de recuperar forças e o protagonismo. “Nosso compromisso é com o Brasil, que está numa situação grave. A fusão vai agregar força política capaz de oferecer uma alternativa diferente, de esquerda e democrática. Talvez os grandes partidos não tenham tantos bons nomes para lançar candidatos como nós temos”, salientou o dirigente.

O posicionamento, no entanto, não é unanime já que o processo não é tão positivo para muitos diretórios, inclusive, o de Pernambuco. “É uma posição que pode avançar e vá recebendo argumentos ou até mesmo ser modificada, mas agora o nosso sentimento é de muita preocupação em garantir a identidade do partido e a capilaridade que o partido tem hoje no país inteiro”, destrinchou Sileno Guedes. 

Ao que se aparenta, o posicionamento do dirigente pernambucano seria possivelmente acompanhado por Miguel Arraes, caso tivesse vivo. “Não creio que Arraes fosse discutir uma fusão com o PPS, este assunto já foi tratado e ele esteve contra. Isto porque na visão dele, o PPS havia nascido para ser um braço do PSDB e de lá para cá ele continua com o mesmo perfil”, afirmou reservadamente uma fonte pessebista.

A decisão concreta sobre a fusão entre o PPS e o PSB só será consolidada em junho, durante o Congresso Nacional das duas legendas. Até lá estão agendadas diversas reuniões para definirem o espaço de cada agremiação no novo contexto político. 

 

 

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