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A quantidade de profissionais é mantida em sigilo; o rosto não pode ser fotografado; a sede é isolada, dentro da mata do Campo do Jiquiá, na Zona Oeste do Recife. Manter a discrição é de extrema importância para 1ª Companhia Independente de Operações Especiais (CIOE), a SWAT pernambucana.
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“Não é preciso fazer propaganda do que você faz”, explica o comandante da tropa, major Antônio Meneses (foto). Na função desde abril de 2014, mas já aspirante da companhia em 1995, o comandante acredita que é muito mais importante que seus homens preservem suas funções e que não há necessidade de se expor como um herói, inclusive para contribuir com as próprias atribuições do grupo.
As funções da CIOE são as de maior complexidade, sendo assim considerada o último recurso estratégico da Polícia Militar de Pernambuco (PMPE). A companhia é convocada para situações de contraterrorismo, resgate de reféns, captura de indivíduos fortemente armados e entrincheirados e escolta de presos de alta complexidade. Entretanto, em Pernambuco, situações como essas não ocorrem com tanta frequência.
Em 2014, a CIOE registrou apenas 16 ocorrências de crise. A força especial estima que mais de 90% desses casos são com pessoas com transtornos mentais que fazem um parente de refém ou se mutilam.
Mas o major Meneses ressalta que não há uma carência de atividades. A companhia também é referencia em cursos e instruções. “Nós mandamos nosso pessoal para estudar fora de Pernambuco e criamos uma identidade própria, um formato nosso. Hoje tropas do Norte e Nordeste estão fazendo curso aqui”, ele destaca.
A 1ª CIOE foi fundada em 1989 com o nome de Companhia de Policiamento Especializado (CPEsp) e tinha como função o combate a roubo e furto de veículos. Hoje, ministra cursos de Ações Táticas Especiais, Tiro Policial, Técnicas de Abordagem, Polícia Comunitária, Formação de Sargentos, Cabos, Soldados e Agentes/Delegados.
Além disso, a CIOE também atua no patrulhamento ostensivo em áreas de difícil acesso e/ou de alto índice de criminalidade. Com os resultados negativos do Pacto Pela Vida em 2014, a companhia foi convocada para reforçar a área do 6° Batalhão da Polícia Militar (Jaboatão dos Guararapes, Moreno), que possui os piores índices. O major Menezes se orgulha: “Completamos 30 dias lá e nenhum homicídio”.
Para servir na 1ª CIOE é preciso realizar o Curso de Operações Policiais Especiais (COPE). O comando da corporação também alega que quando as vagas são abertas lotam de interessados. Os policiais militares querem participar da tropa.
O major Meneses tem certeza que um evento em especial foi muito importante para as condições atuais da companhia. “A melhor coisa que aconteceu para a CIOE foi a Copa do Mundo. As pessoas falam em legado. Teve legado. Chegaram equipamentos para a companhia. Temos roupas e robôs antibombas de alto nível, que se você chegar a alguma polícia de qualquer outro país vão ser esses aí também que vocês vão encontrar. Mandamos nossos oficiais fazerem cursos fora do país”, cita. “Se houvesse outra Copa aqui eu apoiaria. Foi a melhor coisa que podia ter ocorrido ao Brasil”.
Mesmo com os aprimoramentos, a companhia admite que está correndo atrás de mais. Atualmente, pretende ampliar a área de treinamento. Os exercícios são diários. Agora eles estão treinando com um mestre da técnica do Kyusho, ou arte dos pontos vitais, para imobilizar um alvo com um simples golpe na cabeça.
Questionado sobre o preparo do efetivo para uma eventual ameaça terrorista em Pernambuco, Meneses foi cauteloso: “Isso é sempre um caso atípico, difícil de prever. Também deve-se ressaltar o papel da Polícia Federal, de antiterrorismo, de inteligência, de evitar um atentado. O que dá para garantir é que a companhia está muito mais preparada para situações como essa do que cinco anos atrás”. Para o esquema de segurança da Copa do Mundo, a 1ª CIOE recebeu roupa antifragmentação, que protege o agente em caso de explosão, e o robô antibomba, capaz de, com um esguicho de água, detonar uma bomba sem que o policial precise estar na área de risco.
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