Tópicos | Copa de 2018

Dunga não vê motivos para se sentir ameaçado no comando da seleção brasileira em caso de tropeço diante do Peru, nesta terça-feira (17), em Salvador, pela quarta rodada das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2018. O Brasil está na quarta colocação, com quatro pontos, e se não derrotar os peruanos na Arena Fonte Nova pode virar o ano fora da zona de classificação para o Mundial da Rússia.

"Ameaçado? Não sei por quê. É o futebol, é normal a cobrança que se tem em todas as profissões. É resultado. Ameaçado é uma palavra um pouco forte", disse o treinador em entrevista coletiva realizada no estádio de Pituaçu, onde a seleção brasileira fez o seu último treino antes de enfrentar o Peru.

##RECOMENDA##

A pressão em cima do treinador aumentou principalmente depois do fracasso na Copa América, quando o Brasil foi eliminado diante do Paraguai, nas quartas de final. Depois, o time estreou com derrota nas Eliminatórias para o Chile e o nome de Tite, técnico do Corinthians, passou a ser cogitado para assumir a seleção brasileira em 2016.

Apesar de Dunga não se sentir ameaçado no cargo, o treinador reconhece que só vitórias poderão lhe dar um pouco de tranquilidade para continuar na seleção. "Temos que somar pontos o mais rápido possível", afirmou.

O treinador manteve o mistério e não revelou o time que enfrentará o Peru. Quando os jornalistas tiveram acesso ao treino desta terça-feira, os atletas já disputavam um rachão. Até o ex-jogador Careca, auxiliar pontual da seleção, participou da brincadeira.

Tudo indica, no entanto, que Dunga vai abandonar o esquema com um centroavante que utilizou nas partidas contra Venezuela e Argentina para que Neymar jogue mais solto. Com a provável saída de Ricardo Oliveira e o retorno de Douglas Costa ao time titular, o treinador deve optar por uma formação mais leve e rápida para desarticular a defesa adversária. "Temos que jogar com as características de nossos jogadores e tentar surpreender o adversário", limitou-se a dizer Dunga quando questionado sobre o seu plano de jogo para superar o Peru.

O adiamento da partida contra a Argentina para esta sexta-feira, por causa do forte temporal que caiu em Buenos Aires no início da noite desta quinta, provou um dia pouco comum aos jogadores da seleção brasileira. Depois de toda a preparação durante a semana em São Paulo, a viagem para a capital argentina e o descanso durante o dia para o confronto, a delegação chegou ao Monumental de Nuñez e o máximo que pode fazer foi bater uma bola no vestiário do estádio do River Plate.

A forte chuva que castigou Buenos Aires provocou vários pontos de alagamento na cidade. O gramado do estádio ficou completamente encharcado e, em comum acordo, CBF, AFA (Associação de Futebol Argentino) e Conmebol chegaram à conclusão de seria impossível disputar uma partida de futebol naquelas condições.

##RECOMENDA##

O anúncio oficial do adiamento da partida ocorreu às 21h20 (no horário de Brasília), ou seja, 40 minutos antes do início previsto do jogo. Optou-se por nem esperar o horário da partida porque a previsão meteorológica indicava que a chuva iria ficar ainda mais intensa, com possibilidade até de queda de granizo, o que acabou não se confirmando.

Assim que a delegação brasileira chegou ao Monumental de Nuñez, às 20h45 (horário de Brasília), integrantes da comissão técnica foram ao gramado avaliar as condições do campo. As piores partes eram nas laterais e perto dos gols. "Tivemos uma reunião com toda a arbitragem e o presidente da AFA (Luis Miguel Segura). O árbitro (o paraguaio Antonio Arias) também foi até o campo e não conseguia nem andar. Ele disse que não tinha a mínima condição de jogo", disse o coordenador de seleções da CBF, Gilmar Rinaldi.

No momento em que os dirigentes decidiram adiar a partida, as arquibancadas do Monumental de Núñez estavam praticamente vazias. Milhares de torcedores não conseguiram chegar ao estádio porque as ruas do entorno ficaram alagadas. A expectativa era de público superior a 55 mil pessoas. "Além da segurança dos atletas, tivemos a preocupação com o público, as pessoas que compraram ingresso. Jogar um Brasil x Argentina nessas condições seria uma tremenda maldade", afirmou Gilmar Rinaldi.

Os jogadores fizeram o trabalho de aquecimento e bateram uma bola nos vestiários com o preparador Fábio Mahseredjian e depois voltaram para o hotel. A AFA chegou a propor à CBF que o jogo fosse realizado nesta sexta-feira às 20 horas (horário de Brasília), mas a delegação brasileira optou por manter a partida na mesma hora desta quinta. "Escolhemos o mesmo horário porque deve chover até 12 horas. À noite, teremos um campo mais seco e as condições de jogo serão melhorares", explicou Gilmar Rinaldi.

LOGÍSTICA - Apesar da mudança do jogo contra a Argentina para esta sexta-feira, a partida entre Brasil e Peru, agendada para terça, em Salvador, está mantida. "O jogo na Fonte Nova está mantido para o mesmo dia. Vamos apenas ter de adaptar a nossa programação. A logística é igual. Toda a programação de sexta-feira (hoje) passou para sábado (amanhã)", disse o coordenador de seleções da CBF.

A delegação brasileira permanecerá em Buenos Aires até a tarde deste sábado. Pela manhã, os jogadores ainda farão um treino regenerativo e depois viajam em voo fretado para a capital da Bahia.

No duelo entre as duas piores seleções deste início das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2018, que será na Rússia, Bolívia e Venezuela tinham tudo para fazer uma partida fraca, sem grandes emoções em campo. Mas o que se viu no estádio Hernando Siles, em La Paz, nesta quinta-feira, foi o contrário. Pela terceira rodada da competição, bolivianos e venezuelanos fizeram um jogo cheio de alternativas e gols, com placar favorável aos donos da casa por 4 a 2.

O resultado positivo fez com a Bolívia conseguisse os seus três primeiros pontos nas Eliminatórias - em outubro, havia sido derrotada em casa pelo Uruguai e como visitante pelo Equador. Já a Venezuela segue sem pontuar - perdeu antes para Paraguai, como mandante, e para o Brasil, em Fortaleza.

##RECOMENDA##

Nesta terça-feira, as duas seleções entram em campo pela quarta rodada. Às 21 horas (de Brasília), a Bolívia terá pela frente o Paraguai, no estádio Defensores del Chaco, em Assunção. Um pouco mais cedo, às 19 horas, a Venezuela joga em casa, na cidade de Guayana, contra o Equador.

Em campo, o que prevaleceu foram as jogadas de ataque dos dois times e, como consequência das falhas defensivas de ambos, muitos gols. Logo aos cinco minutos de jogo, a Bolívia quase abriu o placar com Chumacero. Aos 18, ele saiu quando a defesa da Venezuela saiu jogando errado, Cardozo roubou a bola e tocou para Ramallo, que deu uma cavadinha e colocou os donos da casa na frente.

Arrasadora, a Bolívia fez o segundo três minutos depois. Lizio foi derrubado por Angel dentro da área e o árbitro marcou pênalti. O atacante Juan Carlos Arce, ex-Corinthians, cobrou o pênalti com força, no meio do gol, e ampliou.

Sem se abalar com a força boliviana, a Venezuela foi ao ataque e conseguiu diminuir aos 31 minutos, quando Rondón aproveitou uma sobra dentro da área e marcou o gol. Só que pouco antes do intervalo, aos 45, a Bolívia fez 3 a 1 em uma cabeçada de Ramallo.

Na segunda etapa, a Bolívia manteve a sua postura ofensiva e logo marcou o quarto gol. Aos 3 minutos, Chumacero fez boa jogada pela direita do ataque e tocou para Ramallo. O atacante tentou marcar seu terceiro na partida, mas o goleiro Baroja impediu. No rebote, porém, Rudy Cardozo encheu o pé.

Pouco tempo depois, a Venezuela diminuiu novamente e marcou o segundo gol aos 10 minutos. Richard Blanco recebeu dentro da área, fez bela finta na marcação e bateu com força, sem chances para o goleiro Vaca. Daí até o final, os visitantes ainda tiveram um gol anulado por impedimento e não tiveram forças para evitar a derrota por 4 a 2.

Após cumprir quatro jogos de suspensão, o atacante Neymar volta nesta quinta-feira, às 22 horas (de Brasília) a vestir a camisa da seleção brasileira. Com o craque, que vive o melhor momento da carreira, volta também a esperança de dias melhores para a equipe do técnico Dunga. Na terceira rodada das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2018, o Brasil enfrenta a Argentina no estádio Monumental de Nuñez, em Buenos Aires.

Os números impressionam. Nos últimos oito jogos pelo Barcelona, ele marcou 10 gols. No Campeonato Espanhol, é o artilheiro isolado com 11 gols em 11 rodadas. Na Liga dos Campeões da Europa, foram mais dois gols. Mas não são apenas as estatísticas que chamam atenção. No último domingo, Neymar fez um gol antológico contra o Villarreal. De costas, deu um chapéu no seu marcador e, antes que a bola caísse no chão, bateu de primeira. O lance fez com que o atacante fosse comparado a Pelé pela imprensa europeia.

##RECOMENDA##

Desde a lesão de Messi, em setembro, Neymar assumiu o protagonismo do Barcelona. Para Dunga, inclusive, nesta temporada o brasileiro está à frente de Cristiano Ronaldo e Messi. "Se fizermos o ranking por número, estatística, o Neymar está mostrando um aproveitamento superior. O Messi está machucado e o Cristiano a gente tem expectativa de que repita o ano passado. Neymar tem crescimento constante desde que chegou ao Barcelona. Sem o Messi, tem correspondido à expectativa. Está num bom momento", disse o treinador.

Neymar volta nesta quinta-feira (12) à seleção após cumprir suspensão imposta pela Conmebol após a expulsão contra a Colômbia, na Copa América. Sem o craque em campo, o Brasil sofreu. Ainda na Copa América, a seleção venceu a Venezuela, mas empatou com o Paraguai e foi eliminada nos pênaltis. Depois, pelas Eliminatórias, começou com derrota para Chile por 2 a 0 e venceu, de novo, a Venezuela por 3 a 1.

Cientes de que o Brasil é hoje um time que depende dos gols de Neymar, os outros jogadores do grupo trabalham para que o craque possa ter liberdade em campo. "Todo jogador que vem para a seleção brasileira tenta desempenhar o mesmo papel que faz no seu clube. Nem sempre é possível, mas a gente tenta conversar para que ele tente resolver o jogo lá na frente", disse o volante Elias.

Dunga faz mistério sobre a escalação da equipe. Em relação ao time que jogou contra a Venezuela em Fortaleza, o treinador deve fazer apenas duas mudanças. Na zaga, David Luiz retorna após se recuperar de lesão e ficará com a vaga que foi ocupada por Marquinhos, seu companheiro de Paris Saint-Germain.

No ataque, Ricardo Oliveira deve sair para a entrada de Neymar. Assim, a seleção deixaria de jogar com centroavante fixo e passaria a atuar com dois atacantes abertos pelas laterais do campo: Neymar pela esquerda e Douglas Costa na direita. É na velocidade da dupla e sobretudo no poder de fogo do craque do Barcelona que o treinador espera aproveitar as chances de contra-ataque. Dunga precisa da vitória para aliviar um pouco as críticas ao seu trabalho.

O Brasil caiu feio na estreia nas Eliminatórias Sul-Americanas da Copa do Mundo de 2018, que será na Rússia. Nesta quinta-feira (8), perdeu por 2 a 0 para o Chile, no estádio Nacional, em Santiago, em uma partida em que fez um primeiro tempo razoável, mas foi engolido no segundo. A derrota pôs fim a 15 anos e 14 jogos de invencibilidade da seleção em cima dos chilenos e é a primeira do País em estreia nas Eliminatórias.

O técnico Dunga perdeu também a sua invencibilidade pessoal contra os chilenos, após sete vitórias seguidas. Na terça-feira, a seleção tentará a reabilitação contra a Venezuela na Arena Castelão, em Fortaleza, pela segunda rodada.

##RECOMENDA##

A seleção brasileira teve o mérito de refrear o entusiasmo do Chile no primeiro tempo, impedindo os donos da casa de exercer grande pressão, como normalmente faz quando atua diante de sua torcida. Os chilenos buscavam o ataque, óbvio. Mas sem grande ímpeto.

A principal opção do Chile era pelo lado direito, na tentativa de explorar as costas de Marcelo, com investidas de Alexis Sanchez e as subidas em alta velocidade de Isla. Nos primeiros 10 minutos, foram três tentativas. Mas logo a marcação se acertou e a fonte secou.

O Brasil não se limitava apenas a não deixar o Chile jogar. Com a bola, procurava ir à frente, atacar, inclusive com Marcelo e Daniel Alves do outro lado. Em alguns momentos, ambos chegaram a participar da armação do jogo.

O comportamento dos brasileiros incomodou os chilenos, que talvez não esperassem uma marcação em seu campo quando tinham a bola, nem um adversário muito disposto a pressioná-los. Mas Dunga havia dito na véspera que a seleção não iria ficar apenas se defendendo. Nervosos, os chilenos erravam muitos passes na saída de bola.

O Brasil estava bem e até criou algumas chances. Nada, porém, muito empolgante. E a seleção também cometia erros bobos de passe. E, em um deles, quase ao fim do primeiro tempo, o Chile acertou a trave de Jefferson com Mark González, que acabara de entrar no lugar de Díaz. O lance animou o time da casa e o jogo, que estava morno. O primeiro tempo terminou com as duas seleções mais abertas, atacando.

No segundo tempo, o que já se previra nos minutos finais do primeiro, ficou claro: com González, o Chile ficou mais exposto. O Brasil continuou concentrado na marcação e, quando tomava a bola, contava com muito espaço para contra-atacar.

Marcelo conseguiu armar duas jogadas ofensivas seguidas. Oscar também teve boa participação nos lances. Mas o meia pecou por tentar o passe em vez de finalizar. Aliás, o vacilo no momento de concluir foi um defeito da seleção. O Chile se expunha, mas em compensação também atacava bastante. Colocou outra bola na trave de Jefferson, em um chute de Isla, e criou boas chances.

Os donos da casa acabaram chegando ao gol após falta cometida por Luiz Gustavo. Mathias Fernandez se antecipou à zaga e desviou. Jefferson ainda tocou na bola, mas não conseguiu evitar o gol.

Ao se ver em desvantagem, Dunga trocou Hulk por Ricardo Oliveira. A seleção foi para cima do Chile, mas aí encontrou um adversário que já se preocupava em se fechar. Lucas Lima no lugar de Luiz Gustavo foi outra tentativa de se chegar ao empate. Não deu certo. A seleção atacava desordenada e deixava espaços.

A consequência é que acabou sofrendo o segundo gol, marcado por Alexis Sanchez, e ainda levou olé no final. As Eliminatórias serão duras.

FICHA TÉCNICA

CHILE 2 x 0 BRASIL

CHILE - Cláudio Bravo; Medel, Francisco Silva (Mark González) e Jara; Isla, Marcelo Díaz (Vilches), Vidal, Beausejour e Valdivia (Matías Fernández); Alexis Sánchez e Vargas. Técnico: Jorge Sampaoli.

BRASIL - Jefferson; Daniel Alves, Miranda, David Luiz (Marquinhos) e Marcelo; Luiz Gustavo (Lucas Lima), Elias, Willian e Oscar; Hulk (Ricardo Oliveira) e Douglas Costa. Técnico: Dunga.

GOLS - Vargas, aos 26, e Alexis Sánchez, aos 44 minutos do primeiro tempo.

CARTÕES AMARELOS - Marcelo Díaz (Chile); Luiz Gustavo (Brasil).

ÁRBITRO - Roody Zambrano (Fifa/Equador).

RENDA E PÚBLICO - Não disponíveis.

LOCAL - Estádio Nacional, em Santiago (Chile).

Em um jogo morno nesta quinta-feira (8), sem grandes emoções durante quase 90 minutos, bastou um lance, aos 40 minutos do segundo tempo, para definir o confronto entre Venezuela e Paraguai. Em um erro fatal do zagueiro Viscarrondo, que pode ser considerado como uma "assistência", os paraguaios marcaram com Derlis González e venceram por 1 a 0, no estádio José Antonio Anzoátegui, em Puerto Ordaz, na Venezuela, na rodada de estreia das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2018, que será na Rússia.

Com três pontos, o Paraguai começa bem a luta por uma vaga para voltar a um Mundial - não obteve a classificação para o torneio disputado no Brasil, em 2014 - e se recupera dos péssimos resultados nas fases finais da última Copa América, no Chile. Foi goleado pela Argentina por 6 a 1, nas semifinais, e perdeu do Peru na decisão do terceiro lugar. Os argentinos, por sinal, serão os próximos adversários nas Eliminatórias - na terça-feira, estádio Defensores del Chaco, em Assunção.

##RECOMENDA##

Já a Venezuela, que tenta ir a uma Copa do Mundo pela primeira vez na história, conta com um bom retrospecto em casa para obter a façanha. Mas teve um péssimo início e agora terá de encarar o Brasil, na terça-feira, na Arena Castelão, em Fortaleza.

Em campo, prejudicado pela chuva que caiu na região, venezuelanos e paraguaios fizeram uma partida morna. Foram muitas faltas e erros de passe, especialmente no meio de campo. Os donos da casa tentaram fazer uma pressão, empolgados com a festa de seus torcedores, mas pouco assustaram o goleiro Silva.

A vitória do Paraguai veio, então, em um erro do zagueiro Vizcarrondo, que foi ajeitar de peito um lançamento adversário, acabou tirando a bola do goleiro Baroja e deixou a bola limpa para Derlis González sozinho tocar para o gol.

Sem Neymar, sua principal estrela e a rigor seu único craque, e sob desconfiança da torcida depois de fracassos recentes tanto no Mundial como na Copa América, a seleção brasileira dá início nesta quinta-feira à longa caminhada para a Copa do Mundo de 2018, na Rússia. E o primeiro desafio já será muito duro: o adversário é o Chile, atual campeão continental, às 20h30 (de Brasília), no estádio Nacional de Santiago, que deverá ter todos os 46.500 lugares tomados.

Preocupação, ansiedade, mas também uma boa dose de otimismo marcaram a preparação do Brasil para a estreia. O técnico Dunga optou por montar um grupo experiente para esta largada - aproveitou cortes que foi forçado a fazer para convocar jogadores mais rodados - e garantiu que o time, mesmo com a pressão esperada por parte do Chile, não vai limitar-se a se defender.

##RECOMENDA##

"O futebol moderno mostra que só se defender não dá certo, com a qualidade que têm os atacantes, com os contra-ataques rápidos... Tem de atacar o adversário também", disse Dunga. "Se ficar só se defendendo, uma hora o adversário te acerta", completou, comparando o futebol ao boxe.

Dunga pretende que o Brasil, hoje, seja uma equipe compacta, que vai procurar tirar os espaços do adversário e atacar em velocidade. Ele assumiu a seleção logo depois da Copa do Mundo e até aqui a dirigiu em 16 partidas - 14 vitórias, 1 empate e 1 derrota. Mas foi mal na Copa América e estreia nas Eliminatórias com uma escalação bastante semelhante à que, nas mãos de Felipão, fracassou no Mundial.

Do time que Dunga deverá mandar a campo, apenas o goleiro Jefferson, o zagueiro Miranda, o lateral-esquerdo Filipe Luís e o atacante Douglas Costa não jogaram na Copa do Mundo (Jefferson foi reserva). Todos os outros atuaram, a maioria deles como titular. E Neymar só não joga nesta quinta-feira por estar suspenso.

O treinador tenta encarar com naturalidade a desconfiança geral com o time e com seu próprio trabalho. Mas sabe que só existe uma maneira de mudar o quadro e conseguir credibilidade: "Só com vitórias, só ganhando. Sempre foi assim, com todos os treinadores, todas as seleções", afirmou. No entanto, pediu paciência e apoio da torcida. "O jogador precisa de apoio, carinho, principalmente no momento que o jogo não estiver encaixando. Peço ao torcedor que entenda e tenha paciência para empurrar o time".

PRAGMATISMO - Apesar de as vitórias serem o melhor caminho para "ganhar a torcida" e da promessa de que o time também buscará atacar, o empate na estreia não será desprezado pela seleção. "O principal é vencer, mas é importante somar o máximo de pontos possível. Considerando a força e a qualidade do adversário, se não der para vencer, o empate já é um bom começo", admitiu o capitão Miranda, deixando claro o pragmatismo da atual seleção brasileira.

O discurso de que essas serão as Eliminatórias mais difíceis da história é unânime entre atletas e a comissão técnica. "Existem oito ou nove seleções em condições de brigar pelas vagas na Copa", exagerou Miranda. Por isso, ele defende ser importante, nesta disputa que vai até 2017, utilizar a clássica fórmula de vencer jogos em casa e pontuar o máximo possível fora.

O lateral-direito Daniel Alves, no entanto, é um pouco mais ambicioso. Ele não despreza o empate, mas entende ser importante estrear com vitória por vários motivos - que passam por obter credibilidade diante da torcida e por aumentar a confiança da própria seleção. Por isso, ele considera bom negócio ter uma espécie de teste de fogo nesta estreia contra o Chile. "É um grande teste porque o Chile está em seu melhor momento e enfrentar um time assim vai ser bom para a gente ver em que nível estamos", entendeu o jogador do Barcelona.

A possível ausência de Arturo Vidal na equipe chilena hoje é tratada sem muita empolgação pelos brasileiros. "Para nós não fará diferença, pois estamos preparados para enfrentar uma equipe e não um jogador", disse Miranda.

Na batalha das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2018, equilíbrio emocional vai ser fundamental. Esse é um aspecto que o técnico Dunga e os demais integrantes da comissão técnica da seleção brasileira procuram enfatizar com os jogadores. As provocações, a catimba e mesmo possível complacência da arbitragem com o antijogo e a violência preocupam o treinador.

Para buscar esse controle emocional, o treinador acabou por acrescentar jogadores experientes ao grupo que dará a largada nas Eliminatórias contra o Chile, nesta quinta-feira, em Santiago - como os "trintões" Miranda, Daniel Alves, Kaká, Luiz Gustavo, Ricardo Oliveira, Filipe Luís, Elias e Fernandinho. E espera uma "resposta positiva". "Vai ser uma competição muito difícil e precisa ter cuidado para não perder a cabeça", disse David Luiz, parecendo ter assimilado os ensinamentos e o conselho da comissão técnica.

##RECOMENDA##

Ricardo Oliveira, de 35 anos e o mais velho do grupo, acredita que o equilíbrio não será problema "É um tipo de competição diferente de todas as outras", disse sobre as Eliminatórias, que disputou para a Copa do Mundo de 2006. "Mas sabemos disso e ninguém vai ser surpreendido com atmosfera, ambiente. Está todo mundo consciente disso".

Dunga, aliás, tem no controle emocional critério forte no momento de decidir as convocações - prefere o mais "centrado" ao talentoso. Ao falar da não inclusão de Alexandre Pato no grupo que enfrentará chilenos e venezuelanos, acabou por admitir que o aspecto emocional jogou contra o são-paulino. Dunga lembrou que o colombiano Juan Carlos Osorio, então técnico do São Paulo, revelou que Pato se abateu e chegou a chorar por não ter sido convocado. "Nós falamos que na seleção precisamos de jogadores preparados psicologicamente".

Essa preparação emocional dos jogadores é algo que Dunga persegue desde que reassumiu a seleção, logo depois de uma Copa em que o desequilíbrio de vários atletas contribuiu de maneira importante para o fracasso brasileiro. Em sua primeira entrevista, ele deixou claro isso. "O Brasil sempre vai ter grandes jogadores, mas temos que aprender a ter o equilíbrio emocional", disse.

Pelo menos na Copa América do Chile, em junho, o controle esteve longe da seleção. Os jogadores demonstraram nervosismo. Contra a Colômbia, a situação extrapolou: Neymar se descontrolou ao ponto de brigar com adversários e se desentender com o árbitro chileno Enrique Osses, confusão que lhe valeu as quatro partidas de suspensão que o tiraram dos jogos iniciais das Eliminatórias.

As Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2018, na Rússia, começam nesta quinta-feira e a seleção brasileira terá talvez o seu maior desafio para chegar a um Mundial - esteve presente em todas as 20 edições já realizadas. O nível de dificuldade já poderá ser "testado" na estreia contra a seleção do Chile, campeã da Copa América, em Santiago. E o Brasil não terá Neymar, que a rigor desde 2013, ainda sob o comando de Felipão, carrega o time nas costas.

A CBF não conseguiu sucesso na apelação feita na Tribunal Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês) e o craque terá de cumprir suspensão contra o Chile e contra a Venezuela, no próximo dia 13, em Fortaleza - os dois jogos restantes da punição pela expulsão na Copa América.

##RECOMENDA##

A briga pelas quatro vagas diretas do continente - o quinto colocado disputará repescagem com representante da Oceania e também poderá ir à Rússia - se estenderá até outubro de 2017. Como nas Eliminatórias anteriores, serão jogos em dia e volta, em 18 rodadas.

Dunga, o técnico que terá a missão de levar o Brasil à Copa, tem pregado desde que reassumiu a seleção que a competição vai ser dificílima. Repetidas vezes já lembrou que o Brasil é um time ainda em formação, com vários jogadores jovens e sem experiência em Eliminatórias.

Ele também destacou o crescimento de vários adversários, a competitividade de praticamente todas as seleções e a dificuldade de se jogar fora de casa, quando muitas vezes as partidas ganham conotação semelhante à de uma batalha. "A gente tem de passar ao torcedor que nada é fácil", disse na semana passada em Fortaleza, onde foi vistoriar a Arena Castelão para o jogo contra os venezuelanos. "Desde quando eu comecei a entender de futebol, as Eliminatórias sempre foram difíceis. Que eu me lembre, uma das vezes que o Brasil classificou antecipadamente foi em 2010. Em 1990 e 94, por exemplo, foi na última rodada".

Detalhe: nas Eliminatórias para a Copa da África do Sul, em 2010, era Dunga o treinador. E o Brasil garantiu lugar no Mundial com uma grande vitória sobre a Argentina por 3 a 1, em território inimigo - a partida foi na cidade de Rosário. Era a 15.ª rodada. O treinador, porém, diz que admitir a dificuldade não significa falta de confiança. "Confio sempre na seleção. Sou altamente positivo".

DESFALQUES - Não é apenas o Brasil que estará desfalcado de sua estrela neste início de Eliminatórias. Vários titulares absolutos de suas seleções, e que deverão ser fundamentais ao longo da disputa, ficarão de fora. A Argentina, por exemplo, não terá Messi nos jogos contra Equador e Paraguai. A contusão no joelho esquerdo, aliás, poderá tirar o meia do clássico de novembro contra o Brasil. Nessa partida, Neymar terá condições legais defender a seleção.

O Uruguai, além de Luis Suárez, que ainda tem quatro partidas de suspensão a cumprir pela mordida que deu em Chiellini na Copa de 2014, não terá o centroavante Cavani - ele foi suspenso pelo incidente com o chileno Jara na Copa América.

A Conmebol decidiu mudar a tabela das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2018, que será na Rússia. Em vez de manter a ordem fixa dos jogos, sistema que adotou nas últimas três disputas, vai fazer um sorteio para definir a composição das rodadas. Ele vai ocorrer no mês de junho deste ano, na sede da entidade, no Paraguai.

Com a adoção do sorteio, a seleção brasileira poderá não estrear fora de casa contra a Colômbia nem encerrar a sua participação jogando diante da torcida contra a Venezuela, como ocorreu nas Eliminatórias para os Mundiais de 2002, realizado no Japão e na Coreia do Sul; de 2006, na Alemanha; e de 2010, na África do Sul. O Brasil não precisou jogar o torneio de qualificação para 2014 por ter sido sede da Copa.

##RECOMENDA##

A sugestão da mudança foi feita ainda em 2013 pela Federação Peruana de Futebol. Os peruanos queriam também que as Eliminatórias fossem disputadas apenas em 2016 e 2017, mas a Conmebol rejeitou. "Em 2015 serão disputadas quatro partidas; em 2016, seis partidas; e em 2017, oito partidas’’, informou a entidade por meio de sua conta no Twitter.

Os governos de Brasil e Rússia têm um protocolo de cooperação para a Copa do Mundo de 2018 segundo o qual os brasileiros vão compartilhar a experiência adquirida na organização do torneio realizado no ano passado a fim de evitar a repetição de problemas. A principal instrução é que os estádios sejam entregues com antecedência para que cada um deles receba no mínimo cinco eventos-teste.

Nesta quarta-feira, a reportagem revelou que a Fifa entrou em estado de atenção devido à crise econômica vivida pela Rússia, que desvalorizou o rublo (moeda do país) em quase 40% em relação ao dólar durante 2014. A entidade admitiu estar preocupada com a situação do país e diz monitorar as obras dos 12 estádios do Mundial - o temor da Fifa é que o aumento do preço dos materiais importados prejudique os prazos estabelecidos para a inauguração das arenas.

##RECOMENDA##

Além da transferência de experiência, foi criado um programa específico para receber russos no Brasil. Eles vieram ao País para acompanhar o sorteio dos grupos do Mundial, em dezembro de 2013, na Costa do Sauipe, na Bahia, e depois voltaram durante a Copa.

O diretor executivo do Comitê Organizador Local da Copa do Brasil, Ricardo Trade, passou a atuar como consultor do Mundial de 2018 e comanda a transição entre as duas competições. "Vamos fazer com que coisas como a entrega tardia (dos estádios), que aconteceu aqui, não se repita lá. É um processo de transferência de conhecimento que a Fifa está implementando. Pegar o que podemos passar de positivo e o que tiver de ser melhorado. É algo normal nas competições. Essa transferência de conhecimento também ocorre nas Olimpíadas", lembrou Trade.

Uma das semelhanças entre a Copa do Brasil e o Mundial da Rússia que estão sendo tratadas no termo de cooperação é o tamanho dos dois países, com estádios separados por mais de quatro mil quilômetros, por exemplo. O principal desafio é montar um padrão e oferecer o mesmo tipo de serviço, independentemente da distância e das diferenças climáticas.

O governo brasileiro também possui um intercâmbio com os organizadores da Copa de 2022, no Catar. Representantes do país, inclusive, acompanharam a gestão dos estádios durante o Mundial. O ex-ministro do Esporte, Aldo Rebelo, chegou a viajar ao Catar para se reunir com dirigentes.

O juiz de ética da Fifa, Joachim Eckert, revelou surpresa nesta sexta-feira com as críticas feitas pelo próprio presidente da Câmara de Investigação do Comitê de Ética da entidade, Michael Garcia, ao relatório no qual o organismo que controla o futebol mundial isentou Rússia e Catar de corrupção no processo que levou os dois países a serem eleitos as respectivas sedes das Copas do Mundo de 2018 e 2022.

O investigador norte-americano disse, na última quinta, horas após a divulgação do documento, que o mesmo "contém numerosas interpretações incompletas e errôneas dos fatos", assim como revelou que deverá apelar contra a decisão da Fifa.

##RECOMENDA##

Surpreso com a reação de Garcia, o juiz alemão criticou o fato de o norte-americano não ter primeiro o procurado, antes de soltar o comunicado reprovando o relatório de 42 páginas que foi fruto de uma investigação de dois anos. "Eu devo e quero falar primeiro com Garcia", disse Eckert à agência Associated Press.

O juiz evitou criticar Garcia, mas disse que "normalmente você deve discutir internamente se não gosta de uma decisão". Desta forma, ele também evitou discutir publicamente o conflito que passará a travar com o investigador em relação ao relatório que ratificou a realização dos Mundiais da Rússia e do Catar.

Ao divulgar o documento na última quinta-feira, Eckert disse não ter encontrado motivos para abrir novos processos de votação para determinar possíveis novas sedes para as duas próximas Copas, apesar das denúncias de corrupção que abalaram a credibilidade das candidaturas que venceram a disputa para abrigar o evento, em dezembro de 2010. Ele apenas citou a necessidade de punir alguns dirigentes e de fortalecer o processo de seleção das sedes a partir da Copa de 2026.

Depois de meses de acusações e das promessas da Fifa de que a corrupção seria atacada, a entidade conclui que a Copa de 2022 ocorrerá no Catar e que o torneio mais polêmico em décadas vai ser mantido no Oriente Médio. A Rússia, que literalmente destruiu suas provas e não colaborou com as investigações, também foi inocentada no processo para a Copa de 2018.

Mas um amistoso entre Brasil e Argentina no Catar, em 2010, foi destacado como tendo sido organizado para fazer parte de um esquema para transferir dinheiro para a Associação de Futebol da Argentina por parte de um "conglomerado" catariano.

##RECOMENDA##

Sem credibilidade e escondendo cerca de 200 mil páginas do processo, a Fifa espera que a decisão desta quinta-feira encerre de uma vez por todas a crise na entidade. Mas, ao contrário do que tinha anunciado de que o texto era sigiloso, o organismo confirmou à reportagem que enviou para "alguns meios de comunicação" o informe na noite de quarta. Da totalidade do processo, apenas 42 páginas sem os nomes dos envolvidos foi divulgado.

Em uma declaração emitida na manhã desta quinta-feira e depois de dois anos de investigações, o juiz supostamente independente da Fifa, Hans Eckert, apenas cita a necessidade de punir alguns cartolas e fortalecer o processo de seleção a partir da Copa de 2026. Mas não haverá um novo voto para escolher uma nova sede e nem os organizadores do Catar ou Rússia serão punidos.

A Fifa confirma que empresários e cartolas do Catar de fato pagaram cerca de R$ 12 milhões para conseguir apoio. Mas o juiz não recomenda que haja um novo processo de seleção e a entidade não acredita que os incidentes são graves o suficiente para justificar tirar a Copa do país do Golfo Pérsico.

"Assumir que envelopes cheios de dinheiro são dados em troca de votos é ingenuidade", escreveu o juiz. Segundo ele, as quebras nas regras do processo de seleção foram "muito limitadas em sua abrangência".

"A avaliação do processo de escolha das sedes está encerrada para o Comitê de Ética da Fifa", declarou. Segundo ele, as violações que ocorreram não foram suficientes para justificar um retorno ao voto "e muito menos reabrir os processos". Para Eckert, o processo foi "robusto e profissional".

A Fifa, obviamente, comemorou e deixou claro que as especulações de que o presidente da entidade, Joseph Blatter, queria tirar a Copa do Catar não passavam de manipulações na imprensa para tentar limpar seu nome.

"As investigações não encontraram nenhuma violação das regras", declarou a entidade em um comunicado. "Portanto, a Fifa espera continuar o trabalho para a Copa de 2018 e 2022, que estão em bom caminho", declarou.

O investigador que passou dois anos apurando o caso, Michael Garcia, teria ficado profundamente irritado com as conclusões do juiz alemão. Se não bastasse, o anúncio ocorre justamente quando Catar e Rússia estão organizando nesta quinta, em Moscou, um evento conjunto para mostrar a importância de seus países no futebol. A Fifa também chancelou o evento.

No documento, a Fifa apenas acusa cartolas que já não têm relações com o futebol, como Jack Warner, Mohammed bin Hammam, Chuck Blazer e Reynald Temarii. Todos esses já foram punidos no passado. Os atuais dirigentes e outros como Ricardo Teixeira, porém, não têm seus nomes revelados e processos poderão começar a partir de agora.

Um dos pontos centrais da investigação era o papel de Bin Hammam, do Catar. Ex-vice-presidente da Fifa, ele atuava tanto como membro da entidade como também fazendo parte dos planos do país para sediar a Copa.

No informe, a Fifa constata que de fato Bin Hammam distribuiu dinheiro a outros cartolas. Mas a investigação não conseguiu provas suficientes para ligar os pagamentos à compra de votos para o Catar.

No caso da Rússia, a entidade também dá sinal verde. Mas deixa claro que houve uma falha na cooperação. Moscou alegou que seu sistema informático "limpou" todos os e-mails entre os cartolas e dirigentes.

Com a decisão desta quinta, a Fifa fica livre para processar cartolas individuais. Mas encerra o debate sobre onde serão as duas próximas Copas do Mundo.

No caso da investigação sobre a Rússia, os documentos revelam que os organizadores simplesmente destruíram os computadores onde estavam os arquivos e alegaram que não poderiam passar os e-mails enviados porque o Google não havia autorizado.

BRASIL - O ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira, foi um dos investigados. Mas, no resumo de 42 páginas do processo, nenhum nome é citado. A Fifa, porém, deixa claro que o amistoso entre o Brasil e Argentina em novembro de 2010 no Catar foi realizado com o objetivo de transferir recursos para cartolas.

Segundo a investigação, uma empresa que pertencia a um conglomerado do Catar "financiou o evento". "Um rico sócio da entidade do Catar organizou o apoio, supostamente para fazer lobby por um investimento no setor do esporte", indicou o informe.

Segundo os organizadores da Copa de 2002, a entidade que pagou pelo evento não tem relação com o torneio da Fifa e nem com a Associação de Futebol do Catar. De acordo com esses dirigentes, "o fundo para organizar o jogo não veio do Catar/2022 e nem da Associação e o total pago para financiar o jogo era comparável às taxas que se pagam por outros jogos envolvendo times de elite".

Apesar da versão dos dirigentes, a investigação indicou que os contratos para o jogo podem ser violações do Código de Ética da Fifa. "O financiamento do evento e sua estrutura contratual levantam, em parte, preocupações em particular em relação a certos arranjos relacionados com pagamentos para a Associação de Futebol da Argentina". Para os investigadores, entretanto, os acordos "não estão conectados com a campanha do Catar para a Copa de 2022".

Naqueles mesmos dias de novembro de 2010, Teixeira assinaria uma extensão do contrato com uma empresa árabe, a ISE, prolongando os direitos da companhia até 2022 para organizar os amistosos da seleção brasileira. Teixeira declarou ainda que votou pelo Catar e era um aliado de Bin Hammam.

INGLATERRA - Se o Catar e a Rússia foram absolvidos, a Fifa não economizou críticas contra a Inglaterra, acusando de não colaborar nas investigações e tendo distribuído presentes, como bolsas, aos cartolas e suas esposas. A candidatura de Portugal e Espanha para a Copa de 2018 também não colaborou com o processo.

Enquanto o Brasil sofre para dar conta de todos os aspectos que envolvem a Copa do Mundo no País, a Rússia já corre para fazer tudo que a Fifa exige até antes do prazo para o torneio que será apenas em 2018. Uma comitiva russa está no Brasil e nesta quinta visitou as obras do Itaquerão.

Para Alexander Vasyukov, diretor geral do ministério dos esportes da Rússia, a preparação para a Copa já começou após a definição das 11 cidades - e 12 estádios - que receberão o torneio. "O custo estimado foi calculado em 15 bilhões de euros, sendo que 50% disso será de verba governamental. O restante virá da iniciativa privada", diz.

##RECOMENDA##

Vasyukov espera que a competição na Rússia deixe um importante legado social com o desenvolvimento de estruturas esportivas, principalmente em escolas. "Teremos de construir estádios, centros de treinamentos, estradas, hotéis e vamos reformar totalmente todos os aeroportos", conta o executivo, lembrando que, no caso russo, um problema já está afligindo o governo. "Temos preocupação com o setor de comunicação em algumas cidades", revela.

A vinda ao Brasil foi para trocar experiência e fazer contato com pessoas que estão participando diretamente na organização da Copa, principalmente os arquitetos que fizeram os projetos dos estádios. "A gente sabe que o Brasil é o país do futebol. Fizemos essa viagem para encontrar parceiros honestos dispostos a nos ajudar. Queremos ver os erros que o Brasil cometeu para não repeti-los", comenta Vasyukov.

Outra grande preocupação dos russos é evitar que os estádios se tornem elefantes brancos. Eles querem pensar em uma forma de utilização das arenas para depois da Copa de 2018. "No início, a gente queria estádios em algumas cidades com capacidade para somente 25 mil pessoas. Mas a Fifa exige um número maior de assentos e então estamos vendo como proceder", afirma. Além do Brasil, no qual ele veio pela primeira vez, o dirigente e sua comitiva estiveram também em alguns países da Europa e na África do Sul para ouvir outros especialistas.

A Fifa anunciou neste sábado que a Copa do Mundo de 2018 será disputada em 11 cidades e 12 estádios da Rússia, que irá sediar a principal competição do futebol mundial quatro anos após o Brasil abrigar o Mundial de 2014. A oficialização das sedes da competição aconteceu em cerimônia realizada em Moscou, sendo que as mesmas foram definidas em reunião do Comitê Executivo da entidade que controla o futebol do planeta, na última sexta-feira, em Zurique (SUI).

Divididas em quatro áreas geográficas, as cidades russas do Mundial serão as seguintes: Moscou, nos estádios Lujniki e Spartak, na região Central; São Petersburgo e Kaliningrado, no Norte; Níjni Novgorod, Kazan, Samara, Saransk e Volgogrado, na região de Volga; Rostov do Don e Sóchi, no Sul do país, além de Ecaterimburgo.

##RECOMENDA##

A definição das 11 cidades foi anunciada em uma cerimônia que contou com a presença do ministro do Esporte da Rússia e presidente do Comitê Organizador Local (COL) do torneio, Vitaly Mutko, e do presidente da Fifa, Joseph Blatter. O técnico da seleção da Rússia, Fabio Capello, e o ex-jogador brasileiro Roberto Carlos, hoje dirigente no futebol russo no clube Anzhi, também marcaram presença no importante evento na capital russa.

"O anúncio das cidades-sede é o primeiro passo concreto da realização da Copa do Mundo de 2018", afirmou Joseph Blatter, neste sábado, destacando em seguida que o Mundial ocorrerá em uma região inédita da Europa na história das Copas. "Elas dão uma contribuição decisiva para o sucesso do maior evento esportivo do mundo. Esperamos contar com uma parceria produtiva no caminho rumo à primeira Copa do Mundo no Leste Europeu", completou.

O dirigente ainda elogiou os preparativos da Rússia para a Copa que ocorrerá daqui a seis anos. "Estamos muito satisfeitos com o ritmo do COL 2018 desde o primeiro dia, quando, em dezembro de 2010, ele recebeu o direito de sediar o evento. As realizações do COL demonstram o seu interesse e empenho", enfatizou.

O presidente do COL, Vitaly Mutko, também enalteceu a importância de a Rússia já ter definido com boa antecedência o número de sedes do Mundial, para assim poder se organizar de forma eficiente para abrigar o torneio. "A definição das cidades-sede da Copa do Mundo é um importante marco rumo à organização do torneio em 2018. Esta decisão inicia a preparação integral para a Copa do Mundo da FIFA nas 11 cidades-sede em todo o país", destacou.

Em seguida, o dirigente enfatizou que a Copa trará um importante legado para o futebol da Rússia, que pela primeira vez receberá um Mundial em sua história. "Acredito que todas as cidades-sede representam amplamente a diversidade cultural e histórica da nossa nação. Ao mesmo tempo, a natureza energética e a conexão com a tradição do futebol russo de cada uma delas farão com que se beneficiem de um importante e sustentável legado da Copa do Mundo", finalizou.

A Fifa informou também neste sábado que o calendário de partidas da competição será divulgado posteriormente. O certo é que o Mundial de 2018 terá o mesmo número de estádios da Copa de 2014, no Brasil, mas uma cidade a menos. Candidatas a sediar jogos do torneio de 2018, as cidades de Krasnodar e Yaroslavl acabaram descartadas.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando