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Uma mulher, de cerca de 40 anos, que trabalha como guia de ônibus de turismo no Japão foi contaminada pelo novo coronavírus (COVID-19) pela segunda vez, informou o governo da província de Osaka, no oeste do país, nesta quinta-feira (27). A paciente realizou o teste nessa quarta (26) depois de ter novamente dores na garganta e no peito. Ela está internada em isolamento.

A primeira vez que foi diagnosticada com a doença foi no fim de janeiro. Na ocasião, a mulher recebeu alta no dia 1º de fevereiro. Em uma entrevista coletiva, a diretora do departamento de medicina da Prefeitura, Mutsuko Fujii, disse que seu escritório reportará o caso ao governo central de Tóquio e aguardará instruções sobre como proceder.

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De acordo com o governador da segunda mais populosa do Japão, Hirofumi Yoshimura, os exames médicos serão estendidos a mais pessoas "para evitar uma situação em que os sintomas do coronavírus possam envolver um número cada vez maior de indivíduos". O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, por sua vez, ordenou o fechamento temporário de todas as escolas públicas do país a partir do próximo dia 2 de março até ao menos por duas semanas, para tentar evitar a propagação do coronavírus. 

Até o momento, o número de casos confirmados aumentou de 170 para 186 no território japonês. A quantidade, no entanto, é contada separada dos 704 registrados no navio Diamond Princess, colocado em quarentena em Tóquio.

Da Ansa

Enquanto na China houve uma leve desacelaração na contaminação, o Brasil registrou o primeiro caso do novo coronavírus e Coreia do Sul teve mais diagnósticos positivos nas últimas 24 horas:

- Cerca de 2.800 mortos no mundo -

A China contabilizou 29 novas mortes nas últimas 24 horas, o menor número desde janeiro, chegando a um total de 2.744 óbitos.

Também houve uma queda no diagnóstico de novos portadores, 433 contra 508 da véspera, sendo a maioria ainda na província de Hubei. Mais de 78.500 pessoas estão infectadas na China continental.

Na Coreia do Sul, nenhuma morte foi comunicada nas últimas 24 horas, com o total de falecimentos permanecendo em 12. Mas o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (KCDC) da Coreia do Sul informou 334 novos casos confirmados de infecção, o que eleva a 1.595 o total de diagnósticos positivos no país.

O Brasil confirmou na quarta-feira o contágio em um homem de 61 anos em São Paulo, que havia retornado há cinco dias da região italiana da Lombardia. Este é o primeiro caso na América Latina.

Na Europa, o país mais afetado é a Itália (mais de 400 casos e 12 mortos), o que afetou países como Áustria, Suíça, Croácia, Grécia, Argélia ou Macedônia do Norte.

Já o Irã registra 19 mortes, num total de 139 casos, incluindo o vice-ministro da Saúde do país. Surgiram casos no Paquistão e na Geórgia.

Na França, uma segunda pessoa faleceu em decorrência do vírus. A primeira vítima fatal no país foi um turista chinês.

- O mundo não está preparado -

O mundo "simplesmente não está preparado" para lidar com a epidemia de coronavírus, disse o especialista que lidera a missão conjunta de especialistas da OMS / China, Bruce Aylward, na terça-feira.

Para conter a propagação da epidemia, vários países do Golfo anunciaram medidas para limitar o deslocamento para o Irã.

Na Arábia Saudita, o Ministério das Relações Exteriores decidiu suspender temporariamente a entrada de peregrinos em Meca, para "impedir a chegada" do COVID-19 e sua propagação.

Além disso, suspendeu a entrada em seu território de viajantes com visto de turista de países onde o novo coronavírus está presente, de acordo com os critérios estabelecidos pelas autoridades de saúde.

- Trump acusa imprensa de espalhar medo -

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, defendeu nesta quarta-feira (26) a resposta de seu governo ao novo coronavírus, acusando os meios de comunicação de semear pânico, inclusive nos mercados, que estão sendo afetados pela epidemia.

A bolsa de Nova York fechou pelo terceiro dia seguido em baixa, devido ao impacto da doença em vários países. As perdas aumentaram após funcionários do governo americano alertarem sobre os possíveis efeitos da epidemia na maior economia do mundo, cujo bom desempenho é a principal bandeira de Trump para obter a reeleição em novembro.

A propagação da epidemia levou o Comando das Forças Conjuntas da Coreia do Sul e dos Estados Unidos a adiar os exercícios militares conjuntos, que estavam previstos para os próximos meses.

Essa medida foi tomada após o governo sul-coreano elevar o alerta de saúde a um nível "grave" por causa da propagação da epidemia, o que motivou a suspensão dos exercícios militares "até novo aviso".

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, defendeu nesta quarta-feira (26) a resposta de seu governo ao novo coronavírus, acusando os meios de comunicação de semear pânico, inclusive nos mercados, e anunciou que vai falar à imprensa sobre a epidemia ainda hoje.

Trump falou um dia depois que uma autoridade da área da saúde pública alertou que, apesar dos esforços de contenção, é inevitável que a doença COVID-19 se espalhe nos Estados Unidos.

"Hoje terei uma conferência de imprensa na Casa Branca sobre esse assunto às 18H00" (20H00 de Brasília), escreveu Trump no Twitter, acrescentando que oficiais do serviço federal dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) estarão ao seu lado.

Na terça-feira, o CDC pediu aos americanos que se preparem para cancelar eventos e pediu às instituições de ensino e empresas a desenvolver planos de acesso à distância, em meio a alertas da Organização Mundial de Saúde (OMS) de que os países não estão prontos para conter um surto que já infectou 80.000 pessoas no mundo, principalmente na China.

Na quarta-feira, foram 60 casos relatados nos Estados Unidos, incluindo 45 pessoas repatriadas de um navio de cruzeiro na costa do Japão ou de Wuhan, cidade chinesa onde surgiu a epidemia em dezembro.

O Congresso acusou o governo de subestimar a crise e não alocar recursos para enfrentá-la.

Através do Twitter, Trump insistiu que seu governo está "fazendo um ótimo trabalho" e culpou a imprensa por tentar gerar medo em torno do vírus. Além disso, chamou os democratas de "incompetentes" por apenas falar e não fazerem nada.

A bolsa de Wall Street registrou nesta quarta-feira a terceira queda consecutiva, e as perdas aumentaram após funcionários do governo americano alertaram sobre os possíveis efeitos da epidemia na maior economia do mundo. Trump utiliza o desempenho econômico dos Estados Unidos como principal bandeira para obter a reeleição em novembro.

Convidado para falar no Congresso, o secretário da Saúde, Alex Azar, defendeu a proposta do governo dizendo que oferece um sistema que "funciona melhor, em vez de gastar mais".

A Casa Branca pediu ao Congresso na segunda-feira para disponibilizar pelo menos 2,5 bilhões dólares para resolver uma eventual crise, entre outras coisas para o desenvolvimento de tratamentos e vacinas e a compra de equipamentos para uma reserva nacional.

A oposição democrata disse que era insuficiente e era tarde demais.

As autoridades americanas também estão preocupadas com o fato da epidemia ameaçar a cadeia de suprimentos de produtos médicos, muitos dos quais com compostos da China.

A Administração de Alimentos e Medicamentos (Food and Drug Administration, FDA) observou um risco de escassez de máscaras faciais, respiradores e aventais.

O Brasil tem confirmado o primeiro caso de coronavírus. O exame de contraprova feito em um brasileiro residente em São Paulo, vindo da Itália, deu positivo para o COVID-19. A informação foi pulicada pela VEJA. O Ministério da Saúde fará uma coletiva às 11h30 para falar sobre o caso.

O exame de contraprova foi realizado pelo Instituto Adolfo Lutz e o resultado saiu nesta quarta-feira (26), confirmando a suspeita. Na terça (25), um primeiro teste feito no homem de 61 anos já havia dado positivo.

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Segundo o Ministério de Saúde, o paciente tem histórico de viagem para a Itália, na região da Lombardia (norte do país), a trabalho, sozinho, no período de 9 a 21 de fevereiro.

Na Itália, a epidemia de novo coronavírus segue em propagação. Conforme o balanço atualizado divulgado nesta quarta-feira (26) pelo Serviço de Proteção Civil, foram registrados 374 casos e 12 mortes.

Um tratamento com cloroquina, geralmente utilizado para combater a malária, mostrou sinais de eficácia contra o coronavírus, afirmou à AFP Didier Raoult, diretor do Instituto Mediterrâneo de Infecções em Marselha (sul da França), com base nos resultados de um estudo clínico chinês.

“Sabíamos que a cloroquina era eficaz in vitro contra o novo coronavírus e a avaliação clínica realizada na China confirmou”, explica o professor Raoult, um renomado especialista em doenças infecciosas, ao comentar a primeira publicação deste estudo clínico de três pesquisadores chineses na revista BioScience Trends.

“Finalmente, esta infecção é talvez a mais simples e mais barata para curar todas as infecções virais”, afirmou o diretor do instituto hospitalar universitário muito envolvido na detecção do novo coronavírus na França.

O artigo publicado na internet em 19 de fevereiro tira suas conclusões de um ensaio clínico realizado em mais de dez hospitais chineses (em Wuhan – foco da epidemia – Pequim e Xangai) para avaliar “a eficácia da cloroquina em tratamentos associados ao COVID-19”.

“Os resultados obtidos até agora com mais de 100 pacientes demonstraram que o fosfato de cloroquina é mais eficaz do que o tratamento recebido pelo grupo comparativo para conter a evolução da pneumonia, melhorar a condição dos pulmões, para que o paciente volte a dar negativo para o vírus e diminua a duração da doença”, afirmaram os pesquisadores chineses. O estudo não quantifica a diferença de eficácia.

“A capacidade antiviral e anti-inflamatória da cloroquina pode ter uma eficácia potencial no tratamento de pacientes afetados com pneumonias provocadas pelo COVID-19”, continua o artigo sobre o estudo realizado pelos professores Jianjun Gao, Zhenxue Tian e Xu Yang da universidade de Qingdao e do hospital de Qingdao.

Além de sua eficácia, a “cloroquina é um medicamento barato e seguro, usado há mais de 70 anos”, diz o artigo.

Segundo os pesquisadores chineses, um tratamento diário de 500 mg de cloroquina por dez dias seria suficiente.

As autoridades israelenses confirmaram, nesta sexta-feira (21), um primeiro caso de coronavírus, referente a um passageiro que foi posto em quarentena no cruzeiro "Diamond Princess", antes de ser repatriado esta semana para Israel.

"Um dos passageiros de volta do cruzeiro no Japão testou positivo ao fim dos testes feitos no laboratório central do Ministério da Saúde", afirmou o governo israelense em um breve comunicado, acrescentando que os outros cerca de dez israelenses que voltaram para casa desta mesma viagem não foram infectados.

Os passageiros do cruzeiro "Diamond Princess" começaram a desembarcar no Japão ao fim do período de quarentena decretado pelas autoridades, depois que 542 casos de contágio foram registrados no navio pelo novo coronavírus, doença que já provocou mais de 2.000 mortes na China.

Quase 500 passageiros sem sintomas, com resultados negativos nos exames e que não tiveram contatos com pessoas portadoras do vírus, devem desembarcar ao longo do dia, após o isolamento de 14 dias, informou o ministério japonês da Saúde.

"Estou aliviado. Quero descansar", declarou um japonês de 77 anos, que pretendia usar o transporte público para voltar para sua casa. "A vida a bordo era cômoda, estou bem", respondeu ao ser questionado sobre a quarentena.

Vários ônibus da cidade de Yokohama e alguns táxis aguardavam os passageiros. Alguns acenaram para as pessoas obrigadas a permanecer no navio.

O número de infecções a bordo do navio de cruzeiro, atracado no porto de Yokohama, alcançou pelo menos 542 na terça-feira, o que provocou muitas críticas sobre a gestão da quarentena por parte das autoridades nipônicas.

Na China, berço da epidemia do novo coronavírus, o balanço da doença supera 2.000 mortos e 74.000 infectados.

As 3.711 pessoas de 56 países a bordo faziam um cruzeiro pela Ásia que virou um pesadelo, entre o medo de contrair uma pneumonia viral que pode ser fatal e o tédio do confinamento em suas cabines, algumas delas sem janela, e com uma caminhada curta no convés como única distração.

"Mais uma vez nosso reconhecimento para a tripulação e o capitão por sua incrível atenção durante esta crise épica", tuitou Yardley Wong, confinado com seu filho de seis anos.

"Se você e sua companhia de cabine apresentam resultados negativos e não apresentam sintomas respiratórios ou febre podem se preparar para desembarcar", anunciaram as autoridades na terça-feira aos passageiros em uma carta.

A operação deve demorar três dias.

- "Preocupação" -

David Abel, um passageiro britânico que ganhou fama com os vídeos publicados no início da quarentena, descreveu o estado de ânimo dos passageiros confinados.

"O mais duro é não saber o que vai acontecer. Começa a nos afetar mentalmente. É muito difícil se concentrar em algo", disse Abel. Algumas horas depois, o britânico anunciou que o exame de sua esposa Sally deu positivo.

Fora da província chinesa de Hubei, "a epidemia afeta uma proporção muito pequena da população", afirmou na segunda-feira Michael Ryan, diretor de emergências da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Fora da China continental foram registrados 900 casos e apenas cinco mortes (na França, Japão, Filipinas, Taiwan e Hong Kong).

O "Diamond Princess" é, ao contrário, o principal foco de portadores do vírus depois da China, com mais infectados que o restante do planeta.

A cada dia são detectados dezenas de novos casos a bordo, o que provocou críticas à eficácia da quarentena, durante a qual os passageiros eram autorizados a caminhar em pequenos grupos pelo convés, de máscaras. Os tripulantes distribuíam comida pelas cabines.

Kentaro Iwata, professor do departamento de doenças infecciosas da Universidade de Kobe, entrou no "Diamond Princess" e chamou de "totalmente caótica" a gestão da quarentena por parte do governo.

O professor disse que teve medo como nunca havia sentido em sua carreira, uma crítica pública pouco habitual no país.

Depois de batalhar por uma autorização das autoridades, Iwata subiu no cruzeiro na terça-feira.

"Este navio é totalmente inapropriado para o controle da propagação de infecções. Não há distinção entre zonas verdes (saudáveis) e vermelhas (potencialmente infectadas) e os funcionários podem circular de um lugar para outro, comer, usar o telefone", relatou.

"Eu estive na África para trabalhar durante a epidemia de ebola. Estive em outros países afetados pelo cólera, na China em 2003 para tratar a Sars (...) Nunca tive medo de contágio", afirma em um vídeo em inglês.

"Mas dentro do Diamond Princess tive medo, porque não há nenhuma forma de dizer onde está o vírus". Ele ficou tão preocupado que decidiu permanecer em quarentena por 14 dias pelo medo de contagiar sua família.

Iwata lamenta que a gestão da crise tenha ficado inicialmente nas mãos de burocratas, sem a presença de um especialista em gestão de infecções.

Das quase 2.400 pessoas submetidas a exames no navio, 542 deram resultado positivo para o coronavírus COVID-19. Alguns resultados ainda não foram divulgados.

O ministro japonês da Saúde, Katsunobu Kato, rebateu as críticas. "Médicos especialistas que integram uma equipe de prevenção de infecções monitoram o navio", afirmou.

Ele disse ainda que os especialistas que assessoram o governo consideram a situação "sob controle". Vários países decidiram enviar aviões para repatriar seus cidadãos.

A tripulação será submetida a um período de quarentena depois que o último passageiro deixar o navio.

As autoridades do Camboja e a companhia Holland America, dona do cruzeiro "Westerdam", estão procurando mais de 1200 passageiros que desembarcaram na semana passada no porto de Sihanukville, depois que uma mulher americana foi diagnosticada com o novo coronavírus.

Após sair do navio no Camboja, a passageira, de 83 anos, foi para Kuala Lampur, na Malásia, onde foi submetida a testes que deram positivos para o COVID-19. A embarcação atracou depois que outros cinco portos asiáticos recusaram o desembarque por medo da doença. Na ocasião, a imprensa havia informado que nenhuma pessoa havia apresentado sintomas da epidemia.

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De acordo com as autoridades locais, pelo menos 145 pessoas do navio passaram pela Malásia para seguir viagem para seus países de origem. Já outros turistas estão em Phnom Penh e serão submetidos a testes antes de serem repatriados. No total, 233 passageiros e 747 tripulantes ainda estão no navio.

A Holland America afirmou que está trabalhando "em estreita coordenação" com vários governos, com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e com os centros de detecção do vírus nos Estados Unidos "para investigar e seguir as pessoas que possam ter estado em contato" com a americana.

Da Ansa

O número de mortos na China continental na nova epidemia de coronavírus chegou nesta terça-feira (18) (noite de segunda, 17, no Brasil) a 1.886, quando mais de 300 turistas americanos que estavam em um navio de cruzeiro em quarentena em um porto no Japão foram levados de volta aos Estados Unidos onde ficarão em observação.

Na China continental foram registradas 98 novas mortes na província de Hubei, epicentro da epidemia. As autoridades sanitárias de Hubei registraram 1.807 novos casos de contágio, número inferior ao da véspera.

A epidemia de COVID-19 na China contaminou mais de 72.300 pessoas e cerca de 900 em outros países.

Pequim, que tenta conter a epidemia de qualquer maneira, pediu às pessoas que foram curadas pelo coronavírus que doem sangue para extrair seu plasma para tratar os doentes.

Fora da China, o maior foco de infecções é navio de cruzeiro "Diamond Princess", ancorado no porto de Yokohama, no Japão, onde foram diagnosticados 99 novos casos na segunda-feira, elevando o total para 454 pessoas, apesar dos passageiros estarem confinados em suas cabines há 14 dias.

À medida que crescem as críticas à gestão dessa crise pelas autoridades japonesas, outros governos, como os da Austrália e da Itália, anunciaram sua intenção de retirar seus cidadãos da embarcação. Mesmo desejo manifestado por Hong Kong (que conta com cerca de 330 cidadãos a bordo). O Canadá tomou a mesma decisão para repatriar cerca de 250 canadenses.

Os cerca de 300 americanos que estavam no "Diamond Princess" embarcaram ao lado de suas famílias em dois aviões: o primeiro pousou na Califórnia no fim da noite de domingo, enquanto o segundo aterrissou no Texas nesta segunda-feira. Os repatriados serão submetidos a uma quarentena de 14 dias, período de incubação do novo coronavírus.

Entre os que retornaram aos Estados Unidos 14 testaram positivo - pessoas cujos resultados dos exames chegaram apenas no decorrer da operação de retirada -, anunciou o Departamento de Estado americano. Os infectados foram isolados dos demais passageiros no avião.

Na chegada, 13 deles, considerados casos de "alto risco", foram enviados para um hospital universitário em Omaha, Nebraska, onde foram colocados em quarentena.

Antes de embarcar no avião, uma das repatriadas, Sarah Arana, disse à AFP que estava "pronta" para partir. "Precisamos de uma quarentena real. Esta não foi boa".

- "Estou bem de saúde" -

Alguns dos mais de 350 americanos que estavam a bordo deste cruzeiro não aceitaram ser repatriados.

"Estou de boa saúde. E minha quarentena de duas semanas está quase no fim", postou no Twitter Matt Smith.

Outros 40 passageiros americanos que contraíram o coronavírus foram levados para hospitais no Japão, disse Washington.

- Celebrações canceladas -

Fora da China, depois de Singapura (75 casos), o Japão é o país mais afetado do mundo pela epidemia. Além dos casos no cruzeiro "Diamond Princess", as autoridades nipônicas informaram sobre 60 portadores do coronavírus em diferentes regiões do país.

O ministro da Saúde, Katrsunobu Kato, advertiu no domingo (16) que o Japão entrava em uma "nova fase" da infecção viral, depois que o país passou a constatar a cada dia casos adicionais entre pessoas que não viajaram para a China e que não estiveram em contato com visitantes procedentes deste país.

O ministro pediu aos japoneses que evitem reuniões e locais movimentados. O receio provocado pelo coronavírus provocou o cancelamento da cerimônia pública de aniversário do imperador Naruhito, assim como da maratona de Tóquio para atletas amadores.

Em outros países, a preocupação aumenta, depois que uma americana que viajava no cruzeiro "Westerdam" apresentou resultado positivo para o novo coronavírus. O navio atracou na semana passada no Camboja com 2.200 passageiros e membros de tripulação, após a recusa de cinco portos asiáticos.

Mais de 1.200 dos 1.455 passageiros desembarcaram. Alguns permaneceram em Phnom Penh e serão submetidos a exames antes da repatriação, enquanto outros deixaram o Camboja em voos comerciais com destino a seus países. Muitos deles seguiram via Malásia, onde a americana foi diagnosticada.

Em Pequim, especialistas enviados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) iniciaram reuniões com os colegas chineses.

- Parlamento chinês -

O número diário de novas mortes cresce na China, mas a um ritmo menor nas últimas 72 horas (105 na segunda-feira, contra 142 no domingo e 143 no sábado). O balanço diário de infectados aumenta moderadamente.

O Parlamento chinês avalia a possibilidade de adiar a sessão plenária de dez dias, o grande evento anual do regime comunista, prevista para começar em 5 de março.

Nesta segunda-feira, o Banco Central da China reduziu a taxa de juros para os empréstimos de um ano aos estabelecimentos financeiros, com o objetivo de estimular a recuperação da economia, paralisada pelo coronavírus.

O salão do automóvel de Pequim, que aconteceria de 21 a 30 de abril, será adiado devido à epidemia, anunciaram os organizadores.

A epidemia pode ter um efeito negativo no crescimento mundial em 2020, segundo a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, que mencionou uma perda de entre 0,1 e 0,2 ponto percentual.

O banco central da China reduziu ainda mais os juros dos bancos comerciais na segunda-feira para apoiar a economia paralisada pela epidemia.

As grandes empresas mundiais temem uma queda na demanda. A Apple anunciou que sua previsão de faturamento para o segundo trimestre provavelmente não será alcançada devido à epidemia na China, um país crucial para a empresa americana.

E a gigante australiana BHP prevê uma queda acentuada na demanda global por petróleo, cobre e aço se a epidemia não estiver sob controle em março.

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Os passageiros do navio de cruzeiro americano "Westerdam", que foi proibido de atracar em cinco portos asiáticos por temor de contágio do novo coronavírus, finalmente desembarcaram nesta sexta-feira (14) no Camboja.

O primeiro-ministro cambojano, Hun Sen, recebeu pessoalmente cerca de 100 turistas, que ganharam buquês assim que desceram da embarcação, após duas semanas vagando pelo mar em busca de um porto.

Esse primeiro grupo que desembarcou tinha voos de retorno para seus países de origem oferecidos pela empresa operadora do cruzeiro.

A viagem do "Westerdam", com 2.257 passageiros, começou em Hong Kong em 1º de fevereiro e seu destino final era o porto de Yokohama, no Japão.

Mas as pessoas a bordo do navio foram proibidas de desembarcar no Japão, Taiwan, Filipinas, a ilha americana de Guam e Tailândia, por conta de temores de contaminação pela doença COVID-19, que já fez mais de 1.400 mortos na China continental.

O Camboja, um firme aliado da China e de quem recebe um enorme volume de ajuda anual, concordou com o desembarque no porto de Sihanoukville.

Hun Sen declarou que todos os passageiros serão autorizados a desembarcar assim que for verificado que não há nenhum caso do COVID-19 a bordo.

Uma cidade de quase 10.000 habitantes nas proximidades de Hanói foi colocada em quarentena durante 20 dias, depois de registrar seis casos do novo coronavírus, anunciou nesta quinta-feira (13) o governo do Vietnã, país que tem fronteira com a China.

A localidade de Son Loi, a 30 km da capital vietnamita, permanecerá totalmente isolada por ordem do ministério da Saúde.

Um novo caso de COVID-19 foi registrado nas últimas horas na área, o que elevou o número de infectados a seis. No total, o Vietnã registra 16 casos positivos até o momento.

O novo coronavírus foi 'importado' por uma mulher que fez um curso profissionalizante na cidade chinesa de Wuhan, berço da epidemia. Ao retornar para o Vietnã, ela transmitiu a doença para integrantes de sua família e vizinhos, incluindo um bebê três meses.

As autoridades instalaram vários postos de controle ao redor de Son Loi. Agentes com trajes de proteção pulverizavam um produto desinfetante sobre os poucos veículos que receberam autorização para entrar na cidade,

"Você pode entrar, mas não poderá sair. Pense bem", explicou um policial a um motorista de caminhão, que decidiu retornar.

As autoridades locais também pediram aos moradores que evitem concentrações e eventos esportivos.

Na vizinha China, quase 60 milhões de habitantes estão em quarentena para tentar conter o avanço da epidemia, que já matou mais de 1.300 pessoas e contaminou mais de 60.000, segundo o balanço mais recente.

O aumento considerável do número de infectados nas últimas 24 horas foi provocado pela adoção de um sistema de cálculo diferente, que amplia a noção de casos positivos.

A partir de agora serão incluídos todos os pacientes com radiografias pulmonares que mostrem sinais de pneumonia, sem esperar o resultado de testes padrão de ácido nucleico, que eram considerados indispensáveis para confirmar o diagnóstico. O teste é mais lento e trabalhoso, o que atrasava o tratamento do paciente.

O aumento do número de casos e a modificação dos critérios médicos aumentam o medo de que a dimensão da epidemia teria sido subestimada.

Vietnã e China compartilham uma fronteira de centenas de quilômetros. As autoridades de Hanói adotaram várias medidas para frear o avanço do novo coronavírus, coincidindo com o retorno da China de centenas de seus cidadãos que viajaram ao país vizinho para o Ano Novo Lunar.

Nos últimos dias, vários pontos de Hanói e de outras cidades foram transformados em hospitais ou centros de quarentena.

As autoridades vietnamitas proibiram todos os voos procedentes e com destino à China continental, assim como as viagens de trens comerciais.

Hanói também suspendeu a concessão de vistos de turismo para as pessoas que passaram pela China nas últimas duas semanas.

Até o momento, no entanto, o país não havia adotado uma medida tão drástica como a de impor quarentena a uma cidade inteira.

As autoridades locais decidiram compensar os trabalhadores da cidade com o pagamento do equivalente a dois dólares por pessoa, por dia, enquanto durar o confinamento.

Exames laboratoriais confirmaram 44 novos casos de contaminação com COVID-19 entre pessoas em quarentena a bordo de um cruzeiro de luxo na costa do Japão, anunciou nesta quinta-feira (13) o ministro da Saúde japonês, Katsunobu Kato.

Kato informou que foram realizados 221 novos exames de laboratório entre os passageiros do Diamond Princess, sendo que 44 foram diagnosticados com o vírus, elevando a 218 o número de casos de contaminação nessa embarcação que está ancorada perto de Tóquio.

Dos 44 casos novos, 43 são passageiros e um é membro da tripulação do navio. O Diamond Princess está em quarentena desde que chegou à costa japonesa na segunda-feira da semana passada, após o vírus ser detectado em um passageiro que desceu do navio no mês passado em Hong Kong.

Quando o barco chegou ao Japão, as autoridades examinaram inicialmente cerca de 300 das 3.711 pessoas a bordo, levando em seguida para hospitais da região aquelas portadoras do vírus.

Nos últimos dias, os exames passaram a ser realizados naqueles com novos sintomas ou que tiveram contato próximo com outros passageiros ou tripulantes infectados.

Os que permanecem no navio foram orientados a permanecer dentro de suas cabines, com permissão apenas para circular brevemente nas áreas abertas, utilizando máscaras de proteção e mantendo distância de outras pessoas.

Além disso, passageiros e tripulantes receberam termômetros para monitorar a temperatura do corpo. A previsão é que a embarcação siga em quarentena até o dia 19 de fevereiro, 14 dias após o início do período de isolamento.

O número de mortes e pessoas contaminadas com o vírus COVID-19 aumentou drasticamente nesta quinta-feira (13), depois que as autoridades chinesas mudaram a maneira como registraram os casos, um gesto que deve alimentar especulações sobre a gravidade da epidemia.

A província chinesa de Hubei, epicentro da epidemia, registrou 242 novas vítimas fatais em apenas um dia e com isso elevou a mais de 1.355 o número mortos no país, informaram as autoridades locais.

As autoridades sanitárias chinesas também confirmaram 14.840 novos casos de contágio em Hubei, onde a epidemia foi identificada em dezembro, elevando a cerca de 60.000 o total de portadores da doença.

O salto enorme no número de contaminados ocorre depois que as autoridades locais anunciaram que estavam mudando a forma de diagnosticar os casos do COVID-19.

Em um comunicado, a comissão de saúde de Hubei, que agora inclui na contagem de casos oficiais que foram "diagnosticados clinicamente".

Isso significa que as imagens de pulmão em casos suspeitos podem ser considerados suficientes para diagnosticar o vírus, em vez de testes padrão de ácido nucleico.

Segundo a Comissão de Saúde de Hubei, a mudança significa que os pacientes podem receber tratamento "o mais rápido possível" e ser "consistentes" com a classificação usada em outras províncias.

A entidade acrescentou que havia feito a mudança "à medida que nossa compreensão da pneumonia causada pelo novo coronavírus se aprofunda e à medida que acumulamos experiência em diagnóstico e tratamento".

- Milhões em quarentena -

O governo chinês colocou praticamente 56 milhões de pessoas em uma quarentena gigantesca na província de Hubei, e especialmente na capital, Wuhan, além de restringir os movimentos de vários milhões a mais em várias cidades.

Trata-se de um grande esforço tentar conter a propagação da epidemia.

O presidente da China, Xi Jinping, presidiu na quarta-feira uma reunião com as lideranças do Partido Comunista depois da divulgação de números que indicavam uma redução nos casos confirmados pelo segundo dia consecutivo.

O país não deve, no entanto, "baixar" a guarda nesta "grande guerra", disse Xi, durante a reunião do Partido Comunista, informou a televisão pública da CCTV.

A China recebeu elogios da Organização Mundial da Saúde (OMS) pela transparência na gestão da crise da saúde, mas, no entanto, as autoridades ainda enfrentam um ceticismo por parte da população.

Autoridades sanitárias de Hubei foram severamente questionadas sobre o atraso na resposta aos alertas iniciais sobre a epidemia, e os dois maiores responsáveis foram sumariamente demitidos de seus cargos.

Nesse contexto, a nova metodologia adotada pelas autoridades para definir os casos confirmados alimentaria as suspeitas de que o total de diagnósticos positivos estaria subestimado.

Ainda nesta quinta-feira, a agência de notícias chinesa Xinhua anunciou que o secretário do Partido Comunista em Hubei, Jiang Chaoliang, foi sumariamente afastado do cargo e substituído pelo prefeito de Xangai, Ying Yong.

Zhong Nanshan, um renomado cientista da Comissão de Saúde, estima que a epidemia deve atingir o pico "em meados ou no final de fevereiro".

Em Genebra, Michael Ryan, chefe do departamento de emergência da Organização Mundial da Saúde (OMS), declarou horas depois que acreditava "que é cedo demais para tentar prever o (...) fim dessa epidemia".

Já o diretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que "o número de novos casos relatados na China se estabilizou durante a última semana", mas o dado "deve ser interpretado com extrema cautela". "Essa epidemia pode ir em qualquer direção", alertou Tedros.

- "Repercussão negativa" --

Também nesta quinta, o ministro da Saúde do Japão, Katsunobu Kato, informou que exames laboratoriais confirmaram 44 novos casos de contaminação com COVID-19 entre pessoas em quarentena a bordo de um cruzeiro de luxo que está atracado na costa japonesa.

Kato indicou que foram realizados 221 novos exames de laboratório entre os passageiros do Diamond Princess, sendo que 44 foram diagnosticados com o vírus, elevando a 218 o número de casos de contaminação nessa embarcação que está ancorada perto de Tóquio.

A epidemia ou o temor internacional de contágio levou os organizadores do World Mobile Congress (WMC), salão mundial da telefonia móvel de Barcelona, a cancelar nesta quarta este grande evento do setor, que estava previsto para entre 24 e 27 de fevereiro na cidade espanhola.

"O WMC Barcelona 2020 foi cancelado porque a preocupação mundial com a epidemia do coronavírus, a preocupação sobre as viagens e outras circunstâncias tornam impossível a organização" do congresso, afirmou em nota a GSMA (órgão comercial que representa os interesses das operadoras de redes móveis em todo o mundo), responsável pelo evento.

O cancelamento foi um duro golpe para Barcelona, que contava com receber mais de 110.000 visitantes, faturar 492 milhões de euros e gerar mais de 14.000 empregos.

Mais cedo, a Federação Internacional do Automóvel (FIA) anunciou o adiamento do Grande Prêmio da China de Fórmula 1, previsto inicialmente para ser realizado em 19 de abril, em Xangai.

Em Paris, o estilista chinês Jarel Zhang anunciou o cancelamento de seu desfile em março na Semana de Moda de Paris "para garantir a boa saúde e segurança dos dois países e reduzir o número de contatos".

Dado o peso econômico e a posição da China nas redes de suprimento globais, o vírus está afetando empresas em vários setores ao redor do mundo.

Diversos países proibiram o desembarque de passageiros da China, enquanto as principais companhias aéreas suspenderam voos para esse país.

A Administração de Aviação Civil da China (CAAC) pediu nesta quarta-feira que essas restrições sejam levantadas, apontando seu "impacto negativo" no setor aéreo e na economia mundial, segundo a agência chinesa Xinhua.

A companhia aérea Air China anunciou nesta quarta-feira (12) que cancelará vários voos entre Atenas e Pequim devido à epidemia do novo coronavírus, informou a agência de notícias grega Ana.

As conexões aéreas realizadas três vezes por semana entre as duas capitais serão suspensas durante o mês de fevereiro por razões de "saúde pública", destacou a fonte, acrescentando que serão mantidos apenas dois voos, de 15 e 29 de fevereiro.

Para o mês de março, a empresa informou que realizaria apenas quatro voos.

Além de isolar Hubei, as autoridades chinesas restringiram movimentos em outras cidades distantes do epicentro em seus esforços sem precedentes para conter o vírus.

A economia nacional permanece em grande parte paralisada, apesar do tímido retorno ao trabalho nesta semana. Muitos alunos acompanham as aulas através da internet e muitos funcionários foram orientados a trabalhar de casa.

O número de mortes e pessoas contaminadas com o vírus COVID-19 aumentou drasticamente nesta quinta-feira (13), na China, onde o governo destituiu os líderes políticos da província de Hubei e da cidade de Wuhan, berço da doença, alimentando as especulações sobre a gravidade da epidemia que mantém o mundo em suspense.

As autoridades chinesas registraram 242 novas vítimas fatais em apenas um dia na província de Hubei, o que eleva a 1.355 o número mortos pela epidemia na China continental.

Além disso, também confirmaram 14.840 novos casos de contágio, o que eleva a quase 60.000 o total de portadores da doença, um aumento enorme provocado pela adoção de uma nova metodologia na definição dos casos relativos à epidemia do COVID-19.

O governo do Vietnã anunciou um período de 20 dias de quarentena em Son Loi, uma cidade de quase 10.000 habitantes próxima a Hanói, e se tornou o primeiro país além da China a adotar uma medida tão drástica.

Em um comunicado, a Comissão de Saúde de Hubei, que agora inclui na contagem de casos oficiais que foram "diagnosticados clinicamente".

Isso significa que as imagens de pulmão em casos suspeitos podem ser consideradas suficientes para diagnosticar o vírus, ao invés de testes padrão de ácido nucleico.

De acordo com a Comissão de Saúde, a mudança significa que os pacientes podem receber tratamento "o mais rápido possível" e ser "consistentes" com a classificação usada em outras províncias.

A entidade acrescentou que havia feito a mudança "à medida que nossa compreensão da pneumonia causada pelo novo coronavírus se aprofunda e à medida que acumulamos experiência em diagnóstico e tratamento".

"Neste tipo de epidemia há dois métodos: vasculhar de forma ampla para que nenhum enfermo fique de fora ou fazer uma detecção precisa, que leva mais tempo", declarou à AFP Kentaro Iwata, professor da Universidade de Kobe (Japão) e especialista em doenças infecciosas.

"O dilema sempre existe", completou Iwata, que considerou "compreensível" que as autoridades de Hubei optem pela primeira solução ante a urgência.

- Líderes políticos afastados -

O anúncio do novo enfoque coincidiu com a destituição do principal nome do Partido Comunista da China na província de Hubei, Jiang Chaoliang, que foi substituído pelo prefeito de Xangai, Ying Yong, que é próximo ao presidente Xi Jinping.

O principal dirigente comunista da cidade de Wuhan, capital da província de Hubei, Ma Guoqiang, também perdeu o cargo.

As destituições são uma resposta à revolta da opinião pública, que considera que as autoridades demoraram a reagir quando surgiram os primeiros casos da doença.

Os dois principais funcionários do Departamento de Saúde da província de Hubei já haviam perdido os cargos.

O governo chinês colocou praticamente 56 milhões de pessoas em uma quarentena gigantesca na província de Hubei, e especialmente na capital Wuhan, além de restringir os movimentos de vários milhões a mais em diversas várias cidades.

O presidente Xi Jinping comandou na quarta-feira uma reunião com as lideranças do Partido Comunista depois da divulgação de números que indicavam uma redução nos casos confirmados pelo segundo dia consecutivo.

A China recebeu elogios da Organização Mundial da Saúde (OMS) pela transparência na gestão da crise da saúde, mas a população não esconde o ceticismo.

Neste contexto, a nova metodologia adotada pelas autoridades para definir os casos confirmados alimentaria as suspeitas de que o total de diagnósticos positivos estaria subestimado.

Zhong Nanshan, um renomado cientista da Comissão de Saúde, havia afirmado que a epidemia deveria atingir o pico "em meados ou no final de fevereiro".

Em Genebra, Michael Ryan, chefe do departamento de emergência da OMS, declarou "que é cedo demais para tentar prever o fim da epidemia".

- "Repercussão negativa" --

Também nesta quinta-feira, o ministro da Saúde do Japão, Katsunobu Kato, informou que exames laboratoriais confirmaram 44 novos casos de contaminação com COVID-19 entre pessoas em quarentena a bordo do cruzeiro de luxo "Diamond Princess" que está atracado na costa japonesa.

O número de casos confirmados no navio subiu para 218. A epidemia ou o temor internacional de contágio provocou o cancelamento do World Mobile Congress (WMC), salão mundial da telefonia móvel de Barcelona, que estava previsto para acontecer entre 24 e 27 de fevereiro.

"O WMC Barcelona 2020 foi cancelado porque a preocupação mundial com a epidemia do coronavírus, a preocupação sobre as viagens e outras circunstâncias tornam impossível a organização do congresso", afirmou em nota a GSMA (órgão comercial que representa os interesses das operadoras de redes móveis em todo o mundo), responsável pelo evento.

A Federação Internacional de Automobilismo (FIA) também anunciou o adiamento do Grande Prêmio da China de Fórmula 1, previsto inicialmente para ser realizado em 19 de abril, em Xangai.

Dado o peso econômico e a posição da China nas redes de suprimento globais, o vírus está afetando empresas em vários setores ao redor do mundo. Vários países proibiram o desembarque de passageiros procedentes da China, enquanto as principais companhias aéreas suspenderam voos para esse país.

A Administração de Aviação Civil da China (CAAC) pediu na quarta-feira o fim das restrições, apontando seu "impacto negativo" no setor aéreo e na economia mundial, segundo a agência chinesa Xinhua.

A economia nacional permanece em grande parte paralisada, apesar do tímido retorno ao trabalho nesta semana. Muitos alunos acompanham as aulas através da internet e muitos funcionários foram orientados a trabalhar de casa.

O governador da Califórnia (EUA ocidental), Gavin Newsom, ordenou nesta quinta-feira (30) o "fechamento total" das praias de um município que ainda estava aberto, que no último final de semana estava lotado de pessoas apesar da ordem de confinamento.

"Vamos fazer o fechamento total dessa parte do estado, apenas em Orange County", disse Newsom a repórteres.

Esse condado decidiu manter suas praias abertas mesmo em meio à pandemia, apenas solicitando aos usuários que respeitassem o distanciamento social.

Mas como estão localizadas entre Los Angeles e San Diego, que fecharam suas praias para evitar grandes multidões, dezenas de milhares de pessoas foram até elas no último fim de semana, em meio a altas temperaturas.

E "os alarmes dispararam", disse o governador. "Pessoas que não estavam praticando distanciamento físico, puderam retornar aos seus locais fora de Orange County sem nem mesmo saber se pegaram ou não a doença e colocaram outras pessoas em perigo".

"Vamos fazer uma pausa temporária nessas praias, estaduais e locais", reiterou.

"Poderemos reabrir rápido em seguida, mas temos que garantir que estamos indo bem. Por que arriscar o grande progresso alcançado?", ressaltou.

Um dos supervisores do condado, Don Wagner, disse que a medida foi uma "reação exagerada", que "colocará em risco as atitudes de cooperação e os esforços coletivos no combate à doença".

"Os médicos nos alertam sobre a importância do ar fresco e da luz solar na luta contra doenças infecciosas, incluindo benefícios para a saúde mental", escreveu.

Ao contrário de outros estados dos Estados Unidos, a Califórnia rapidamente implementou medidas de contenção generalizadas, que ajudaram a impedir a disseminação do coronavírus e do superlotação hospitalar, pontos essenciais para evitar muitas mortes, segundo especialistas.

Até o momento, o estado registra quase 49.000 casos de COVID-19 e 1.982 mortes, 95 somente nas últimas 24 horas, disse Newsom.

No entanto, o número é relativamente pequeno para o estado, o mais populoso dos Estados Unidos e um dos primeiros a ser atingido pela crise na saúde causada pelo coronavírus.

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