Tópicos | CPI das Próteses

Três comissões parlamentares de inquérito (CPIs) que estão em andamento no Senado e deveriam encerrar os trabalhos nos próximos meses ganharam mais prazo nesta semana. Foram prorrogadas as CPIs do HSBC, das Próteses e do Carf.

Criada para apurar as denúncias sobre a existência de contas de brasileiros no HSBC da Suíça, cujos recursos têm origem desconhecida e possivelmente são fruto de sonegação fiscal e evasão de divisas, a CPI do HSBC deveria se encerrar neste mês, mas foi prorrogada por 180 dias. Com isso, a comissão funcionará até março do ano que vem.

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Também foi adiado para o próximo ano o prazo para o relatório final da CPI do Carf, que poderá funcionar até janeiro. A comissão foi criada para investigar denúncias de que integrantes do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais recebiam propina para beneficiar empresas que recorriam de multas aplicadas pela Receita Federal. As denúncias surgiram com a Operação Zelotes, da Polícia Federal.

Por fim, foi adiada também a CPI das Próteses, que vai funcionar até o fim deste ano. Nessa comissão, são investigadas denúncias sobre um esquema de fraude e corrupção envolvendo médicos e representantes de fábricas de próteses e órteses, relacionado a cirurgias para implantação de próteses pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

A CPI do Senado que investiga denúncias de fraudes de implantes de próteses, órteses e outros materiais especiais deve ouvir na terça-feira (14) representantes do Ministério da Saúde, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

Os depoimentos foram solicitados pelo senador Humberto Costa (PT- PE), relator da comissão. Para ela, as reportagens divulgadas na imprensa revelaram que os delitos contavam com a participação de médicos, empresas e distribuidores. O colegiado também busca apurar uma suposta “fábrica de liminares”, que adulterava documentos e os submetiam ao Poder Judiciário para forçar sistemas de saúde a implantarem os materiais nos pacientes com o objetivo de auferir indevidamente ganhos financeiros.

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Humberto Costa destacou que “são de alarmar os casos que envolvem desde implantes desnecessários, bem como inserção de materiais vencidos ou mesmo a danificação proposital de materiais já insertos em pacientes”. Apenas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), estima-se que no Brasil são realizadas 7 milhões de cirurgias por ano que utilizam esses artefatos médicos.

Com informações da Agência Senado.

 

O plano de trabalho da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigará as acusações e os crimes relacionados aos procedimentos de colocação de órteses e próteses no país foi aprovado. O documento, apresentado pelo relator do colegiado e líder do PT no Senado, Humberto Costa, prevê, em sua primeira fase, o deslocamento ao Rio Grande do Sul, estado onde as primeiras denúncias surgiram, com integrantes do Ministério Público Estadual, de conselhos de medicina e de secretarias governamentais locais.

Na segunda fase, membros do Governo Federal, de agências reguladoras e da sociedade civil serão ouvidos. Os senadores terão 180 dias para apurar as denúncias veiculadas na imprensa - e investigadas pela Justiça - que apontam a existência de uma “máfia das próteses”, em que profissionais de saúde obtinham comissões de até 30% sobre os produtos médico-hospitalares adquiridos com preços superfaturados.

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Já na terceira fase, a CPI vai convocar o ortopedista Fernando Sanchis, citado na denúncia e suposto integrante do esquema criminoso, além de representantes das empresas distribuidoras e fabricantes de materiais hospitalares para prestarem esclarecimentos a respeito das irregularidades divulgadas.

A CPI, que é composta por sete titulares e cinco suplentes, tem como presidente o senador Magno Malta (PR-ES) e como vice o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP).

Humberto ressaltou que os integrantes do esquema criminoso atuavam com produtos em quantidades inadequadas e de qualidade duvidosa; faziam registro de dano proposital às próteses para obrigar a sua reposição e gerar mais gastos e comissões; indicavam desnecessariamente a colocação de “stents” (pequenos tubos inseridos no interior de artérias coronarianas para livrá-las da obstrução); além de usarem material com prazo vencido.

De acordo com o parlamentar, os envolvidos poderão responder pelos crimes de falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produtos destinados a fins terapêuticos ou medicinais. Os membros do esquema obrigavam pacientes em pelo menos cinco Estados brasileiros a comprar próteses vendidas por empresas que pagavam propina a médicos.

“Os médicos, por seu turno, indicavam desnecessariamente a colocação desses produtos em pacientes. E, por fim, havia o incentivo a pacientes para que recorressem à Justiça com o intuito de obrigar o Sistema Único de Saúde ou planos de saúde a arcar com o alto custo dos produtos superfaturados. Isso contava com o auxílio de advogados, que produziam documentos falsos”, explicou Humberto.

Para o líder do PT, a prática antiética de uma minoria de profissionais da área de saúde, e de outras a ela vinculadas, tem colocado em risco pacientes e resultado em prejuízo bilionário ao orçamento do Ministério da Saúde e de planos de saúde.

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