O magnata e pré-candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump, apresentou nesta segunda-feira seu primeiro spot de campanha, centrado no terrorismo, no Islã e na imigração ilegal e que será lançado em Iowa e New Hampshire.
Com 30 segundos de duração, o anúncio irá ao ar na terça-feira na televisão desses estados. As primárias republicana começam em 1º de fevereiro em Iowa (centro-norte) e continuam uma semana depois, no dia 9, em New Hampshire (nordeste).
Desafiando as convenções, Trump tem baseado sua campanha em um estilo frontal e direto, sem economizar em golpes baixos contra os oponentes e propostas de conteúdo racista. Trump gastará pelo menos dois bilhões de dólares por semana para difundir esses spots, um montante dividido igualmente entre Iowa e New Hampshire.
"Os políticos podem fingir que é outra coisa, mas Donald Trump o chama de terrorismo radical islâmico e é por isso que defende uma proibição temporária da entrada dos muçulmanos nos Estados Unidos", diz o spot. Na propaganda também aparecem imagens do presidente democrata Barack Obama e da principal candidata desse partido, Hillary Clinton, além do casal muçulmano radicalizado responsável pelo ataque em San Bernardino (Califórnia) em dezembro, que deixou 14 mortos.
"Ele rapidamente cortará a cabeça do EI e tomará o seu petróleo", diz a voz masculina, referindo-se ao grupo Estado Islâmico, que controla parte do Iraque e da Síria e que teria inspirado o casal. "E vai deter a imigração ilegal, construindo um muro em nossa fronteira sul que o México pagará", conclui, deflagrando uma nova polêmica.
O vídeo em questão corresponde a um incidente ocorrido em maio de 2014, na fronteira entre Marrocos e Melilla, território espanhol na África, e foi divulgado na época pelo Ministério do Interior da Espanha.
Depois da reação deflagrada nas redes sociais por essa analogia, a equipe de campanha de Trump indicou que o uso das imagens foi "intencional e escolhido para demonstrar o grave impacto de uma fronteira aberta e a ameaça muito real que os americanos enfrentam, se não construirmos um muro de imediato e contivermos a imigração clandestina".
"Os principais veículos tendenciosos on-line não entendem, mas os americanos que querem proteger seus trabalhos e suas famílias, sim", acrescentou uma porta-voz da equipe de Trump, em e-mail à AFP.
"Estou muito orgulhoso desse spot. Não sei se preciso dele, mas não quero correr qualquer risco, porque, se eu ganhar, vamos voltar a fazer os Estados Unidos grandes outra vez", afirmou Trump, em uma nota.
Na última pesquisa em nível nacional entre os republicanos, Donald Trump aparece com 39% das intenções de voto, mais do que o dobro de seu rival mais imediato, o senador Ted Cruz, que lidera em Iowa.