O mexicano Ovidio Guzmán López, filho do narcotraficante Joaquín "El Chapo" Guzmán, declarou-se inocente de tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e uso de armas de fogo, ao comparecer nesta segunda-feira (18) perante uma corte dos Estados Unidos, informou o Departamento de Justiça.
Um tribunal do distrito norte de Illinois (centro-oeste) acusa Guzmán López, apelidado "El Ratón", de ter feito parte de "uma empresa criminosa contínua" de tráfico de drogas desde aproximadamente maio de 2008 até pelo menos 21 de outubro de 2021, diz um comunicado.
Também acrescenta contra ele acusações de narcotráfico, lavagem de dinheiro, uso de armas de fogo e distribuição de cocaína, heroína, metanfetamina e maconha.
No distrito sul de Nova York, também é acusado de distribuição de fentanil, um opiáceo sintético 50 vezes mais potente que a heroína e que provoca estragos na sociedade americana.
"El Ratón", extraditado do México na última sexta-feira, é o mais conhecido dos "Chapitos", um clã também formado por seus irmãos Joaquín, Iván Archivaldo e Jesús Alfredo Guzmán.
Os Estados Unidos os acusam de assumirem o comando do Cartel de Sinaloa, junto com Zambada García e Dámaso López Núñez, conhecido como "Licenciado", depois da prisão de "El Chapo" Guzmán, que cumpre prisão perpétua nos Estados Unidos.
Com o tempo, os 'Chapitos' se tornaram os senhores absolutos do Cartel de Sinaloa, "supostamente ameaçando e violentando López Núñez, sua família e seus sócios", acrescenta o documento.
Ovidio Guzmán López foi detido em janeiro passado no México e estava recluso na prisão de segurança máxima Altiplano, no centro do país.
Ele já havia sido preso em 2019, mas foi libertado por ordem do presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador para evitar um derramamento de sangue quando efetivos militares acabaram cercados por indivíduos armados.
Na sexta-feira, Washington agradeceu às autoridades mexicanas a extradição e voltou a fazê-lo hoje, durante um telefonema do secretário de Justiça Merrick Garland ao procurador-geral do México, Alejandro Gertz Manero, diz a nota.
Sua extradição ocorreu poucos dias depois que a esposa de seu pai, Emma Coronel Aispuro, foi libertada de um centro de reinserção social na Califórnia após cumprir quase dois anos de uma condenação de três anos de prisão por narcotráfico e lavagem de dinheiro.
Emma Coronel, de 34 anos, que não é a mãe de Guzmán López, tem dupla nacionalidade americana e mexicana.