Tópicos | Eleições 2012

Líderes do PSDB favoráveis à candidatura do ex-governador José Serra à Prefeitura de São Paulo fizeram chegar a integrantes do DEM que a chapa puro-sangue é uma das condições para o tucano entrar na disputa eleitoral deste ano.

A cúpula do DEM queria a vaga de vice para apoiar o PSDB na eleição, num cenário em que o candidato não é o ex-governador. Mas, com Serra na disputa, a tendência é que o aliado também abra mão da indicação. Anteontem, o prefeito Gilberto Kassab (PSD) disse que seu partido não pleiteará a candidatura de vice-prefeito, caso Serra concorra.

##RECOMENDA##

Serra, que analisa o cenário para decidir, teria predileção pela chapa com um vice do PSDB. Em 2006, quando disputou o governo de São Paulo, lançou como vice o tucano Alberto Goldman. A indicação lhe deu segurança para renunciar e disputar a Presidência da República em 2010.

A formação de uma chapa puro-sangue também daria condições para costurar um acordo com o vencedor da prévia do PSDB, marcada para o dia 4 de março. Apesar de três dos quatro pré-candidatos serem secretários estaduais - Andrea Matarazzo, Bruno Covas e José Aníbal -, a avaliação hoje no Palácio dos Bandeirantes é a de que a disputa interna está muito avançada e que implicaria um risco político ao governador Geraldo Alckmin desmarcá-la sem a garantia de que Serra vai mesmo disputar.

No domingo, Matarazzo esteve com Serra em Buenos Aires. Para os defensores da candidatura do ex-governador, se ele não se posicionar até antes da prévia, e a disputa se tornar inevitável, a saída será apostar as fichas em Matarazzo e, depois, costurar um acordo com ele para vice.

Nos últimos dias, Alckmin esteve com dois dos quatro pré-candidatos e afirmou que, se Serra decidir entrar na disputa antes da prévia, terá que convencê-los a abrir mão do processo.

Ontem, o governador voltou a dizer que a prévia está mantida e que os quatro pré-candidatos da legenda devem continuar em campanha. O tucano afirmou que Serra ainda não se decidiu, mas indicou que a definição deve ser feita depois da disputa.

"O Serra, se quiser ser candidato, será um grande candidato, como foi um bom prefeito, um bom governador e um bom ministro da Saúde", declarou. Ele ainda repetiu três vezes que "não há nenhum fato novo" sobre a disputa tucana e disse aguardar a decisão de Serra. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Dos atuais 47 deputados federais do recém-criado PSD, 46 tiveram votos insuficientes para se eleger por conta própria. Eles só chegaram ao Congresso graças à votação de seus antigos partidos - que, além de ter as bancadas reduzidas, ainda correm o risco de perder pelo menos R$ 13 milhões por ano para a legenda capitaneada pelo prefeito Gilberto Kassab.

O fato de não ter uma bancada eleita com votos próprios fragiliza o argumento do PSD de que, como terceiro maior partido na Câmara, teria direito a fatias maiores dos recursos do Fundo Partidário e do horário de propaganda eleitoral.

##RECOMENDA##

Atualmente, a legenda de Kassab é tratada como "nanica" pela Justiça Eleitoral: recebe menos de 0,2% do Fundo Partidário. Isso porque 95% dos recursos públicos destinados ao financiamento dos partidos são divididos de acordo com o número de votos para a Câmara dos Deputados - e o PSD não participou da última eleição.

Pelo mesmo motivo, a bancada do partido não é contabilizada no rateio da propaganda eleitoral gratuita, proporcional ao número de deputados eleitos por cada legenda.

A situação pode mudar se o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) acolher uma ação que pede a redivisão do Fundo Partidário. Kassab e seus aliados alegam que os parlamentares, ao trocar de legenda, levam consigo os direitos relacionados à sua votação.

Um parecer da assessoria jurídica da presidência do TSE considerou que o pedido do PSD não é descabido. Mas nada garante que o parecer seja levado em conta pelos ministros que decidirão a questão, em data a ser definida.

O parecer da assessoria do TSE se baseia mais na Constituição do que na legislação específica sobre o assunto - que, se levada ao pé da letra, não deixa margem para a concessão de mais recursos para o PSD.

Para o advogado Eduardo Alckmin, que costuma defender o PSDB em processos no TSE, "é muito questionável" o direito de um parlamentar, ao trocar de partido, "carregar" com ele uma cota proporcional do Fundo Partidário, prejudicando sua antiga legenda. "Quem pode assegurar que os eleitores que contribuíram para a eleição daquele deputado estão de acordo com sua saída do partido?"

O especialista em legislação eleitoral destaca que, no passado, partidos obtinham e perdiam vantagens conforme suas bancadas cresciam ou se reduziam. "Esse era um dos motivos da farra da infidelidade partidária", afirma Alckmin.

Segundo cálculos feitos pela reportagem, com base em dados da Justiça Eleitoral, o maior prejudicado por uma eventual decisão do TSE a favor do PSD, em termos absolutos, seria o DEM, que perderia quase R$ 4,8 milhões por ano para o partido de Kassab. Seria uma redução de 23% na cota do DEM no Fundo Partidário. Em termos proporcionais, o PMN perderia ainda mais: quase 27%.

A bancada do PSD não se elegeu por conta própria por não ter "puxadores de votos", ou seja, parlamentares que, graças a votação expressiva, acabam "emprestando" votos excedentes para eleger correligionários. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, pretende se reunir com o ex-governador de São Paulo José Serra, neste feriado de carnaval, para saber se ele pretende mesmo disputar a sucessão da Prefeitura de São Paulo. No encontro, que deve ser realizado no Palácio dos Bandeirantes, Alckmin pretende arrancar do seu antecessor um indicativo de que ele pretende ingressar na disputa municipal e, assim, buscar, em conjunto, uma saída honrosa para a decisão de realizar prévias para a escolha do candidato tucano em São Paulo. "O governador só pretende iniciar uma discussão dentro do PSDB, a respeito da candidatura, após ouvir o ex-governador, o que deve ocorrer neste feriado de carnaval", informou um aliado próximo do governador de São Paulo.

Em conversas privadas, aliados de Geraldo Alckmin avaliam dois meios de viabilizar uma eventual candidatura de José Serra à Prefeitura de São Paulo. Um deles, considerado pouco provável, é de que, por meio de uma brecha jurídica, o ex-governador de São Paulo fosse inscrito na prévia do partido para a escolha do candidato tucano, marcada para março. A segunda alternativa, tida como a mais provável, é a negociação de uma "saída honrosa" para o vencedor das prévias, que abriria mão da disputa municipal em nome da candidatura de José Serra. O fim da disputa interna, um terceiro caminho possível, já teria sido descartado pelo governador de São Paulo, que teme criar uma saia-justa com a militância tucana favorável ao processo de escolha partidário.

##RECOMENDA##

Nos bastidores, aliados do governador de São Paulo estudavam compensações aos quatro pré-candidatos do PSDB para que abrissem mão do processo, criando condições para o ex-governador entrar na disputa. Em razão da reação dos pré-candidatos, bem como da militância, o partido recuou e manteve, por enquanto, o processo de escolha, evitando assim um custo político maior. Ontem, em evento na capital paulista, o governador garantiu que as prévias estão mantidas e que, se o ex-governador decidir entrar na disputa eleitoral, o partido vai discutir a questão.

Oito meses após anunciarem prévias para escolher o candidato a prefeito, líderes do PSDB começaram a atuar nos bastidores para derrubar a disputa interna, abrindo caminho para a candidatura do ex-governador José Serra à Prefeitura de São Paulo. A bancada tucana na Assembleia Legislativa divulgou nota ontem em que pede ao ex-governador que aceite o apelo de disputar e que o partido desista das prévias. A movimentação causou polêmica na legenda, que se divide sobre a realização das prévias.

Movimentos distintos apontavam uma ação para que não saia do papel a disputa interna, sobre a qual o governador Geraldo Alckmin chegou a dizer que era sua "obrigação moral" defender.

##RECOMENDA##

No Palácio dos Bandeirantes, já se fala em compensações para os quatro pré-candidatos que colocaram seus nomes na disputa, marcada para o dia 4 de março.

Neste momento, no entanto, prossegue uma divergência de timing entre o governador e Serra, que ainda não resolveu se é candidato. Alckmin deseja que ele se decida antes das prévias. Mas, segundo interlocutores, Serra não dá indicativos de que resolverá até lá. Para aliados, é possível que estenda o processo até a convenção, em junho.

Além da nota da bancada, o presidente municipal do PSDB, Julio Semeghini, falou em "saída jurídica" para a questão.

"Estou sentindo um movimento para derrubar (as prévias). Mas isso só vai acontecer se me derrubarem no voto. Sou a favor das prévias e vou defendê-las até a última hora", desabafou o presidente estadual tucano, Pedro Tobias. "A bancada considera as prévias um processo legítimo. Assim como considera o nome de Serra como candidato", disse o líder do PSDB na Câmara Municipal, Floriano Pesaro.

No governo, avalia-se que dois dos pré-candidatos, os secretários Andrea Matarazzo (Cultura) e Bruno Covas (Meio Ambiente), abririam mão do processo. O "problema" seria o secretário José Aníbal (Energia) e o deputado Ricardo Tripoli. Estão em estudo compensações, como o fortalecimento da pasta de Energia, que abrigaria a de Saneamento. Tripoli poderia receber cargo de direção na campanha. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

No momento em que a cúpula tucana se mobiliza para emplacar a candidatura do ex-governador José Serra à prefeitura de São Paulo e evitar a união entre PSD e PT, o prefeito Gilberto Kassab desembarcou hoje em Brasília para uma audiência privada com a presidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto. Foi o segundo encontro dos dois em menos de uma semana - Kassab e Dilma estiveram juntos na festa dos 32 anos do PT, na sexta-feira passada, quando o prefeito foi vaiado.

Questionado pela imprensa sobre as sucessivas conversas com lideranças petistas, Kassab negou que esteja fazendo jogo duplo na sucessão paulistana. "Todos sabem que não. Todos entendem que a nossa gestão é do Serra e do Kassab, e isso não impede o PT de ter conosco alianças, onde existem as circunstâncias", afirmou, destacando que em cidades como Salvador e Aracaju já estão definidas alianças entre PT e PSD. "Cada circunstância dita a conduta do partido nas eleições municipais."

##RECOMENDA##

Oficialmente, Kassab disse que tratou com a presidente sobre a dívida da prefeitura com o governo federal (na casa dos R$ 40 bilhões) e da candidatura da cidade para sediar o evento Expo Mundial em 2020. O encontro dos dois não havia sido previamente divulgado nem pela assessoria do prefeito nem pela da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, só sendo confirmado depois que o prefeito já tinha deixado o Palácio do Planalto.

"Não foi tratada (de política), seria até uma desconsideração com a presidenta, vim como prefeito, não como líder partidário", afirmou Kassab. Indagado se a sua prioridade era o apoio ao PSDB, que tenta convencer Serra à concorrer à prefeitura, ou o pré-candidato do PT, Fernando Haddad, Kassab limitou-se a dizer que as "circunstâncias vão mostrar o melhor projeto para a cidade de São Paulo".

Para ele, o processo de discussão de alianças em São Paulo ainda está se iniciando. "Todos sabem a relação que existe entre o PSD e o PT e todos sabem da nossa posição como prefeito da cidade de São Paulo, portanto, há um interesse muito especial em fazer o encaminhamento da sucessão da forma mais correta", disse.

Na avaliação do prefeito, a relação do PSD com o PT tem sido muito respeitosa. "As declarações do candidato Haddad têm sido muito adequadas", comentou. "O melhor projeto é evidente que vem acompanhado de ideias, de equipe, de partidos, estamos no início desse processo e, portanto, vamos com bastante cuidado conduzir essa questão."

Kassab disse ainda que convidou Dilma para assistir ao desfile das escolas de samba no Anhembi, mas, segundo ele, Dilma muito provavelmente não irá. A presidente deve passar o carnaval na base naval de Aratu, na Bahia, longe de qualquer sinal de folia.

O ex-governador José Serra fez pelo menos dois movimentos concretos na última semana para sinalizar aos aliados a possibilidade de rever a posição e disputar a Prefeitura de São Paulo. Primeiro, pediu ao ex-secretário de Fazenda e hoje titular da Secretaria Municipal de Finanças, Mauro Ricardo, informações detalhadas de todas as contas da Prefeitura. Depois, procurou outro ex-colaborador - o chefe da Casa Civil do governo estadual, Sidney Beraldo - para saber como está a negociação das alianças para a disputa municipal.

Os sinais foram a senha para desencadear a "operação segura Kassab" no PSDB. Serra está convencido de que uma aliança do prefeito da capital e presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, com o PT do ex-presidente Lula é "uma viagem sem volta", que pode terminar com o ex-aliado no ministério da presidente Dilma Rousseff.

##RECOMENDA##

Foi movido pela certeza de que a Prefeitura de São Paulo é estratégica para as oposições, e que uma vitória do PT na capital paulista é prenúncio de massacre da oposição em nível nacional, que Serra estaria considerando participar da disputa.

Mas isto não significa que ele estará na corrida municipal em qualquer cenário. Ao contrário. O ex-governador quer ser convocado pelo PSDB para a missão partidária e exige que a cúpula tucana crie condições para que ele assuma a candidatura. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A presidente Dilma Rousseff avisou aos partidos aliados que não fará campanha eleitoral para nenhum candidato nas eleições de outubro deste ano. Perante os líderes e presidentes dos partidos na reunião do Conselho Político, a presidente reconheceu que havia disputa entre os partidos da base em muitos municípios e que, portanto, não subirá em palanque em nenhum Estado.

"A presidente não vai entrar na eleição nem pedir voto para nenhum candidato. Ela disse que há muita disputa entre os aliados e que não vai se envolver (nas eleições)", afirmou o deputado Hugo Leal (PSC-RJ).

##RECOMENDA##

A decisão de Dilma agradou aos partidos da base que são adversários do PT nos municípios. "É uma sinalização que tranquiliza os partidos aliados que estavam receosos de que o PT pudesse ser beneficiado no pleito eleitoral", afirmou o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR).

Um dos líderes da base chegou a brincar mais tarde, durante almoço dos aliados: "Já que o governo não vai colocar a máquina na eleição, dá para tirar também o presidente Lula?", questionou. O ex-presidente tem sido o principal articulador das candidaturas do PT.

O publicitário João Santana, responsável pela campanha presidencial de Dilma Rousseff em 2010, já procura um imóvel em São Paulo para instalar o quartel-general de onde comandará a publicidade da campanha do ex-ministro Fernando Haddad à Prefeitura paulistana.

Antes disso, porém, o marqueteiro já deu palpites ao ex-ministro sobre seu visual. Há uma semana, os dois se encontraram e Santana disse ao pré-candidato que Haddad não saiu bem em fotos publicadas recentemente pela imprensa.

##RECOMENDA##

Nos bastidores, petistas próximos do ex-ministro avaliam que o trabalho para construir a imagem de candidato terá como desafios a timidez de Haddad. Segundo eles, o ex-ministro manifesta essa característica não só em atos públicos, mas até em reuniões internas do partido.

Santana deve desembarcar em solo paulistano logo após o carnaval, ainda antes do fim de fevereiro, mas um funcionário seu já está à disposição do núcleo haddadista.

Entre as primeiras missões do marqueteiro estão a participação na montagem da estratégia de campanha e a construção da imagem de Haddad ao eleitorado.

João Santana atua em campanhas do PT desde 2006. Com a publicidade sob seu comando, Lula foi reeleito naquele ano, e Dilma chegou à Presidência em 2010. Em 2008, ele foi o marqueteiro da campanha da hoje senadora Marta Suplicy (PT-SP) à Prefeitura, em que uma das propagandas levantava questões de foro íntimo em relação ao prefeito Gilberto Kassab (PSD). A peça foi criticada e, embora a tenha defendido, Santana admitiu ter cometido um erro de avaliação. Em 2012, tem a chance de se redimir da derrota de quatro anos atrás, possivelmente com Kassab alinhado ao projeto petista. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente do PT paulista, deputado estadual Edinho Silva, defendeu hoje a aliança com o PSD e com o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, para a eleição municipal na capital paulista deste ano, mesmo diante da pressão de militantes do partido contrários ao acordo. "Ele também está muito a fim de fazer aliança conosco; não é jogo de cena", disse Edinho à Agência Estado, citando conversa com Kassab na última sexta-feira (9), no evento que comemorou os 32 anos do PT, em Brasília.

No evento, Kassab foi vaiado por militantes do PT quando seu nome foi citado pelo cerimonial. Além disso, alguns militantes petistas portavam adesivos contrários ao acordo com o PSD em torno do nome do ex-ministro Fernando Haddad (Educação) para a sucessão de Kassab na Prefeitura paulistana. "Agora temos de administrar, aguentar firme essa pressão interna e ter tranquilidade", defendeu Edinho.

##RECOMENDA##

Uma das principais críticas da aliança com Kassab é a ex-prefeita de São Paulo e atual senadora Marta Suplicy (PT). Além de ter o nome preterido na disputa à Prefeitura paulistana, Marta declarou, semana passada, que uma aliança com Kassab seria um pesadelo. Hoje (13), Marta e o prefeito iriam se encontrar em um evento do Sindicato da Habitação do Estado de São Paulo (Secovi), mas a senadora cancelou a ida, assim como fez na festa de aniversário do PT.

Apesar das conversas, o PT paulista não tem como avaliar, por meio de pesquisas qualitativas ou quantitativas, quais os benefícios eleitorais que uma aliança com o PSD e com Kassab trariam para a candidatura de Haddad. Segundo Edinho, o período do ano, com chuvas, aumento de buracos e crescimento de mato na cidade "contaminaria a pesquisa" e poderia trazer um resultado negativo irreal. "Não dá para nortear a decisão por uma pesquisa como essa; vamos ter calma, fazer o debate e decidir lá na frente, sem desespero. "Deu, deu. Não deu, não deu e ponto final", concluiu.

Interior - Assim como em São Paulo, o PT caminha para definir os nomes de pré-candidatos a prefeito em grandes cidades do interior paulista e também aposta em nomes que nunca disputaram o cargo. Ontem (12), o partido definiu o nome do juiz aposentado João Gandini como o nome à sucessão da prefeita Dárcy Vera em Ribeirão Preto (SP).

Outra novidade deve ser o economista e presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcio Pochmann, como candidato a prefeito de Campinas (SP). Na cidade paulista, o PT chegou a assumir o poder em 2011 com o vice-prefeito Demétrio Vilagra após a cassação de Hélio de Oliveira Santos (PDT). Mas Vilagra também foi cassado por suspeitas de irregularidades.

A maioria dos grandes partidos brasileiros perdeu forças entre as eleições municipais de 2008 e 2012. O principal responsável pela redução dos quadros dos concorrentes é o PSD. A sigla fundada em 2011 saltou de nenhum para 270 prefeitos em menos de um ano. Quem sofreu as maiores baixas foi o DEM, que conquistou 500 municípios e hoje administra 395. O levantamento, da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), foi apresentado nesta segunda-feira, em Porto Alegre. Os dados também indicam que dos 5.563 prefeitos eleitos, 383 não estão mais no cargo.

Além do DEM, sofreram baixas o PMDB, que passou de 1.199 eleitos para os atuais 1.177 prefeitos; o PP, de 549 para 514; o PPS, de 135 para 116; o PR, de 388 para 360; o PSDB, de 789 para 736; o PTB, de 415 para 383; o PDT, de 354 para 337, e outros partidos com números menores. Ao mesmo tempo, o PSB aumentou o número de suas prefeituras, de 310 para 338, assim como o PT, de 553 para 564, e o PV, de 78 para 82.

##RECOMENDA##

"O PSD, com 270 prefeitos, já se aproxima de forças tradicionais", comentou o presidente da CNM, Paulo Roberto Ziulkoski, referindo-se a siglas como o PDT (337), o PSB (338), o PTB (383) e o próprio DEM (395). O dirigente municipalista lembrou ainda que, além das transferências para o PSD, outros fatores também contribuíram para a formação do novo quadro das prefeituras. Entre eles estão 210 cassações, 29 opções por outros cargos, 21 renúncias, 18 afastamentos por doenças, 56 mortes e 38 motivos não informados.

Cassações - Durante os três anos das atuais gestões, um total de 210 prefeitos, quase 4% dos 5,5 mil do País, foram cassados, sendo dez por crime de responsabilidade, seis por crime comum, 37 por infrações administrativas, 48 por infrações à legislação eleitoral e 77 por ato de improbidade administrativa. Para os 32 restantes não houve informação dos motivos.

O levantamento também cita os estados de Minas Gerais e Piauí como os que mais tiveram prefeitos cassados, com 29 cada, seguidos pelo Paraná, com 14, Ceará, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, com 12 cada. Lembra, no entanto que proporcionalmente o Acre perdeu três de seus 22 prefeitos, quase um sexto do total.

Para Ziulkoski, os números tendem a crescer ainda neste ano à medida em que novos processos forem julgados. O presidente da CNM acredita que o alto índice de cassações deve-se a aperfeiçoamentos da legislação, à ampliação da presença dos órgãos de controle e à fiscalização cada vez maior da sociedade organizada. Mas faz uma reclamação. "Queremos que a lei seja aplicada a todos e que atinja os médios e grandes também", destaca, em uma referência o rigor dos órgãos de controle, que seria maior com as pequenas prefeituras do que com as grandes e os governos estaduais.

Uma das principais decisões do encontro de 32 anos do PT em Brasília foi priorizar as candidaturas do partido em municípios com mais de 150 mil eleitores. A legenda quer, com as eleições de outubro, aprofundar sua participação nas médias e grandes cidades brasileiras e também capitais, mesmo que para alcançar o objetivo o partido tenha que fazer acordos políticos com o PSD, de Gilberto Kassab.

"A orientação é fazermos a cabeça de chapa nessas cidades", afirmou o secretário de Relações Institucionais do partido, Geraldo Magela. Em princípio, o PT buscará o maior leque de alianças para cumprir esse objetivo.

##RECOMENDA##

Dentre as capitais, o PT está de olho, além de manter as atuais, em conquistar Porto Alegre, Salvador e São Paulo. O partido também trabalha para aumentar sua presença no interior em Estados em que, estrategicamente, compense renunciar a uma candidatura na capital.

Um caso ilustrativo é Belo Horizonte. Lá o partido deve apoiar a reeleição do socialista Márcio Lacerda. Mas espera contar com apoio para, por exemplo, fazer do deputado federal Gilmar Machado, atual vice-líder do governo no Congresso, prefeito de Uberlândia, cidade do triângulo mineiro e segundo maior colégio eleitorado do Estado, com mais de 420 mil eleitores.

PSD - "Vamos ter que compor as alianças em cima do programa dos partidos", avisou Eduardo Pereira, prefeito de Várzea Grande (SP) e um dos coordenadores das prefeituras petistas no Estado. Pereira disse que não recusa sequer a aliança com o PSD, de Gilberto Kassab. Desde que, frisou, o novo partido se sujeite ao projeto do PT. Os petistas querem aumentar a pequena participação no Estado: administra apenas 60 das 645 prefeituras, muitas delas sem grande importância política.

Na Bahia, o PT pretende crescer com a ajuda do PSD em cima do "carlismo", do DEM, e do PMDB, do cacique Geddel Vieira Lima. Em 2008, a legenda elegeu 69 prefeitos, mas agora já conta com 81. A meta para outubro é eleger pelo menos cem prefeitos. Uma articulação operada pelo vice-governador baiano, Otto Alencar, cacique do PSD no Estado, reduziu ainda mais as duas legendas.

"O PSD atuou muito no espaço que antes era ocupado pelo DEM", afirmou Moema Gramacho, uma das coordenadoras das prefeituras do PT no Nordeste e prefeita de Lauro de Freitas (BA). O PT espera aumentar em 20%, nas contas de Moema, a participação dos 300 prefeitos aliados ao governador Jaques Wagner. O Estado tem 417 municípios.

Entre os dias 14 e 16 de março, o PT marcou novo encontro com prefeitos em São Paulo. A ideia é apresentar no evento um conjunto de ações que os prefeitos petistas têm desenvolvido nos seus municípios.

O pré-candidato do PMDB à Prefeitura de São Paulo, Gabriel Chalita, criticou nesta manhã a atual administração da capital paulista e disse que não se aliará ao prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD.

O peemedebista avaliou a atual gestão da cidade de São Paulo como "discutível" e ressaltou que ela padece de "problemas sérios". "Eu não me aliaria ao Gilberto Kassab, já deixamos claro o tom que vamos desenvolver nesta campanha e o trabalho que a gente vai fazer", disse. "Nossa grande aliança é com o povo, e o povo não está aliado ao atual prefeito de São Paulo."

##RECOMENDA##

Chalita evitou comentar a declaração da senadora Marta Suplicy (PT-SP), que afirmou se recusar a subir no palanque com o prefeito de São Paulo. "A Marta fala por ela."

Apoio do PSC - O pré-candidato participou nesta manhã do anúncio do apoio do Partido Social Cristão (PSC) ao PMDB na disputa municipal. A aliança deve acrescentar ao palanque eletrônico do PMDB 40 segundos, somados aos cerca de quatro minutos a que o partido tem direito. Chalita negou que a aliança represente a entrada da temática religiosa na campanha eleitoral, uma vez que o PSC é um partido de vertente cristã.

"Não é uma campanha religiosa, é uma campanha para a Prefeitura de São Paulo, para administrar uma cidade que é uma megalópole", afirmou, negando que temas como o aborto sejam decisivos em uma eleição municipal. "Uma eleição municipal é menos ideológica e mais ligada à gestão da cidade."

Chalita ressaltou que a cidade de São Paulo apresenta muitos problemas sociais e que a percepção atual da população é de abandono da capital paulista. Ele considerou que o Brasil aprendeu bastante com a eleição presidencial de 2010, quando, segundo ele, o tema religioso foi tratado de forma equivocada. "O problema da eleição de 2010 foi o da boataria. Criou-se uma rede de boataria, frases que a presidente Dilma não havia dito foram atribuídas a ela."

O pré-candidato ressaltou ter a expectativa de que a eleição à Prefeitura de São Paulo seja "elegante e correta", sem ser de "subsolo". Ele afirmou ainda que tem uma boa relação tanto com a presidente Dilma Rousseff quanto com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e que, caso seja eleito, pretende dialogar com as duas esferas de governo.

O ex-ministro da Educação Fernando Haddad (PT) pretende contar com um time de notáveis de fora do PT para montar o programa de governo que vai apresentar aos eleitores paulistanos. Segundo um interlocutor do pré-candidato, já manifestaram disposição nesse sentido o neurocientista Miguel Nicolelis, o ex-ministro da Saúde Adib Jatene e o economista Marcelo Néri.

Haddad disse publicamente que, além das contribuições dos núcleos setoriais petistas, pretende contar com colaboradores externos - em alguns casos, informalmente -, mas tem guardado sigilo dos nomes.

##RECOMENDA##

Jatene, por exemplo, mostrou-se arredio quando questionado sobre sua colaboração. "Nunca me manifesto em campanha política", afirmou. "Meu partido é o da saúde, não é PT, PSDB." Ele, no entanto, não negou que vá participar da elaboração do programa de Haddad. "No que puder colaborar, eu colaboro. Sempre colaborei com todos."

O ex-ministro referendou a versão de um petista de que se aproximou de Haddad quando assessorou a Secretaria de Ensino Superior do Ministério da Educação (MEC) na avaliação e reformulação de cursos de medicina. "Até 1996, tínhamos 82 faculdades de medicina. Em 2008, estávamos com 180. Ajudamos na reformulação. Ele (Haddad) manteve uma atitude muito correta nesse campo", elogiou Jatene.

Eleitor declarado da então candidata Dilma Rousseff em 2010, Miguel Nicolelis deve ajudar a campanha de Haddad nas áreas de inovação, ciência e tecnologia, temas raramente tratados em eleições. O cientista já havia colaborado com o ex-ministro ao apresentar projetos educacionais ao MEC e esteve em 2007 no lançamento do Plano Nacional de Desenvolvimento da Educação, no governo Lula. Na ocasião, Haddad assinou um decreto que previa a liberação de R$ 42 milhões para o Instituto Internacional de Neurociências de Natal, fundado pelo pesquisador.

Defesa

Renomado na comunidade científica internacional e um dos principais críticos da área no País, Nicolelis preside a Comissão do Futuro, órgão consultivo criado pelo Ministério de Ciência e Tecnologia em 2011 para discutir os rumos do setor a longo prazo. Em novembro de 2010, quando Haddad e o MEC enfrentavam problemas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) pelo segundo ano consecutivo, Nicolelis também defendeu publicamente o então ministro. Procurado para comentar sua participação na campanha de Haddad, o cientista não retornou as ligações.

Já o economista Marcelo Neri, chefe do Centro de Políticas Sociais (CPS), da Fundação Getúlio Vargas, deve colaborar com a campanha do PT elaborando propostas para o enfrentamento da pobreza e da desigualdade de renda e para a descentralização dos investimentos na cidade.

Ele organizou seminários sobre metas educacionais com a participação de Haddad e é um dos principais analistas sobre as políticas de distribuição de renda do governo federal. A reportagem deixou recados no celular de Neri, mas não obteve retorno. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Diante de um prefeito mal avaliado, os candidatos da oposição (DEM, PSDB, PPS e PMDB) acreditam que podem vencer a disputa eleitoral contra João da Costa. Esta crença é cabível, ou seja, é possível que um candidato da oposição ao PT vença a eleição municipal de 2012. Entretanto, variados atores da oposição estão sendo míopes na análise da conjuntura, na prospecção de cenários e na definição de estratégias.

O tempo da política não é, necessariamente, o tempo do eleitor. Os atores da oposição desejam resolver inicialmente a política. Para depois, pensar em conquistar o eleitor. Este é o primeiro erro da oposição. Antes de definir as alianças políticas, os candidatos da oposição já deveriam saber quem têm chances de vencer a disputa em Recife. Com esta resposta, a qual é fácil de obter por meio de pesquisas adequadas, as discussões políticas seriam iniciadas.

Enquanto o prefeito João da Costa busca conquistar o eleitor, no caso, recuperar a admiração dos eleitores, a oposição discute as alianças políticas e esquece de criar meios para conquistar o eleitor. Lembro que a última pesquisa do Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau revelou que nenhum candidato da oposição tem mais votos do que o prefeito João da Costa. Este é o dado importante, o qual ninguém deseja considerar.

A estratégia de alguns atores da oposição requer justificativa plausível, pois, na minha avaliação, ela irá conduzir ao erro. O que escuto é o seguinte: quanto mais candidatos, melhor, já que a eleição irá para o segundo turno. Lógica que carece de comprovação empírica.

Proponho que os atores da oposição analisem as últimas eleições para prefeito do Recife. Após a análise, observem que existe uma lógica clara nas últimas eleições, qual seja: a eleição em Recife é polarizada – dois atores disputam o eleitor. É óbvio que a regularidade é um indicador importante para a análise política. E é óbvio também que regularidades sofrem inflexão. Porém, a regularidade não deve ser desprezada.

Mais candidatos não significam necessariamente segundo turno. Pois, o candidato da situação pode crescer a tal ponto que o principal candidato da oposição não consiga obter, junto com os demais, votos suficientes para levar a disputa para o segundo turno. Ressalto, ainda, que mais candidatos da oposição podem não chamar a atenção do eleitor, e esta (atenção), por sua vez, rumar para o candidato da situação – esta é a lógica das últimas eleições do Recife. 

A estratégia de alguns competidores da oposição não é plausível e é incoerente com a conjuntura. Se o prefeito está mal avaliado, qual é a razão de defenderem a tese de múltiplas candidaturas, em vez de uma candidatura polarizada, onde a principal estratégia é o debate de quem pode fazer o melhor pelo Recife?      

Até o dia 9 de maio deste ano o quarto município pernambucano atingir a marca de 200 mil eleitores será Paulista, na Região Metropolitana do Recife. Na avaliação feita por técnicos do Tribunal Regional Eleitoral, na última terça-feira (31), foi constatado que até o momento o município tem 187 mil eleitores inscritos.

Quando atingir 200 mil eleitores a cidade passará a ter dois turnos nas eleições para o cargo de prefeito. Também estão prestes a chegar a este número de eleitores inscritos as cidades de Caruaru e Petrolina. Já as cidade que atingiram a marca são: Recife, Jaboatão dos Guararapes e Olinda.

Na disputa pelo cargo de gestor da cidade estão confirmados os nomes de Júnior Matuto (PSB), Jorge Carrero (PCdoB) e Sérgio Leite (PT).

Municípios em que não há emissoras de rádio e televisão também terão acesso a veiculação de propagandas eleitorais. A novidade consta na minuta publicada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de instrução a rádios e TVs. Ela versa sobre a utilização e geração de propaganda eleitoral, no horário gratuito, reservado aos candidatos às eleições de 2012. O documento também regula o artigo 48 da Lei 9.504/07, que estabelece normas para o processo eleitoral brasileiro.

A veiculação da propaganda gratuita nestes municípios será providenciada pela Justiça Eleitoral aos partidos políticos ou coligações, "nas localidades aptas à realização de segundo turno de eleições e nas quais sejam operacionalmente viável realizar a retransmissão", diz a minuta. A finalidade da Justiça Eleitoral, com esta iniciativa, é atingir o maior número possível de municípios com propagandas próprias. Até então, apenas os municípios que tinham emissora de rádio ou TV eram obrigados a executarem a geração da propaganda.

##RECOMENDA##

De acordo com a proposta do TSE, os partidos políticos e as emissoras poderão definir, por acordo, qual emissora ficará encarregada de transmitir a propaganda para determinado município. Não havendo acordo, será realizado um sorteio, segundo regras do artigo 5º da minuta.

Dentre os critérios de escolha apresentados na minuta, consta que “as emissoras de rádio ou televisão serão ordenadas pelos seus respectivos índices de audiência mensal no Estado”, e a escolha se dará entre as emissoras que possuem os três maiores índices referentes à esta audiência.

Depois de contar com a ajuda preciosa de governadores e líderes políticos de vários partidos para construir seu PSD ao longo do ano passado, 2012 chega para o prefeito de São Paulo e presidente da nova legenda, Gilberto Kassab, como a hora do acerto de contas. O pagamento pela boa vontade dos aliados virá nas eleições municipais deste ano, com o PSD dando apoio aos candidatos dos padrinhos que o ajudaram Brasil afora.

Será assim na Bahia do governador petista Jacques Wagner, que cedeu ao partido de Kassab até seu vice Otto Alencar, um ex-carlista cooptado pelo PT. Lá o PSD vai trabalhar pelo petista Nelson Pelegrino a prefeito de Salvador.

##RECOMENDA##

Do mesmo modo que, no Rio de Janeiro, a gratidão ao apoio sem exigências do governador Sérgio Cabral (PMDB) virá na campanha da reeleição do prefeito Eduardo Paes (PMDB).

A situação se repete em Pernambuco, onde a ordem é seguir as instruções do governador Eduardo Campos (PSB), especialmente em se tratando da prefeitura do Recife. Igualmente no Ceará, onde o governador socialista Cid Gomes ajudou a montar o PSD.

Na verdade, a operação cearense foi comandada pelo irmão do governador e ex-candidato a presidente Ciro Gomes, que sangrou o PSDB do ex-aliado Tasso Jereissati para engordar a nova legenda.

Apoio tucano

Mas a extensa lista de credores também inclui o PSDB. No Pará, o maior aliado de Kassab na construção do PSD foi o governador tucano Simão Jatene.

Da mesma forma, no Paraná do governador Beto Richa, o partido nasceu como força política auxiliar do PSDB. Em Minas Gerais, a sigla já surgiu abrigada no secretariado do governo Antonio Anastasia, quando o secretário de Gestão Metropolitana e deputado federal Alexandre Silveira trocou o PPS pelo PSD.

Não por acaso, a exceção ao quadro geral é São Paulo, onde Gilberto Kassab acumula o comando do PSD nacional, com o estadual e com o municipal. É em território paulista que ele tem de garantir, desde já, sua sobrevivência política em 2014.

Um de seus aliados diz que foi diante da dificuldade de obter espaço no projeto futuro do tucanato que ele fez aceno ao PT. A expectativa é de amarrar o quanto antes a vaga ao Senado por São Paulo.

Voo solo

Os casos em que o PSD estará solto para construir o projeto eleitoral que bem entender são raros. Projetos próprios terão mais espaço no Amazonas e em Santa Catarina, únicos Estados comandados por governadores do PSD, Omar Aziz e Raimundo Colombo, respectivamente.

A regra também vale para o Rio Grande do Sul, onde a legenda se formou sem o apoio de nenhuma liderança gaúcha importante.

Se o partido ganhar na Justiça o direito de levar os votos e o tempo de propaganda gratuita no rádio e na televisão dos que migraram de outras legendas, o projeto é lançar a candidatura do deputado federal Danrlei de Deus em Porto Alegre. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Uma das ausências mais notadas na despedida do petista Fernando Haddad do Ministério da Educação na última terça-feira (24), em cerimônia realizada no Palácio do Planalto, a senadora Marta Suplicy (PT-SP) não deve participar também amanhã da reunião do Conselho Político da pré-campanha do ex-ministro à Prefeitura de São Paulo. Mesmo sendo membro do grupo criado para discutir as estratégias dessa campanha, a senadora, que está em férias fora da capital paulista, também não apareceu em nenhum dos dois encontros anteriores. "Problema de agenda, foi o que ela nos informou", justificou o presidente do diretório municipal, vereador Antonio Donato.

Segundo a assessoria de imprensa da senadora, Marta só voltará à atividade política na segunda-feira (30). Assim como os outros 26 membros do conselho, Marta foi informada sobre a reunião, porém não confirmou presença. "Ela vai colaborar com a campanha, mas evidentemente ela tem a agenda dela", desconversou Donato. A petista, que administrou a cidade de 2001 a 2004, é apontada nos bastidores como um dos cabos eleitorais fundamentais para a eleição de Haddad.

##RECOMENDA##

O encontro deste sábado será o primeiro compromisso de Haddad na condição de ex-ministro da Educação. A pauta central do evento será a proposta de aliança com o PSD do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. Para Antonio Donato, a ausência de Marta neste encontro não deverá prejudicar as discussões. "A aliança não vai se definir agora. O encontro será só uma reflexão", argumentou.

Nos últimos dias, a petista tem evitado o contato com a imprensa e ainda não se posicionou publicamente sobre a iniciativa de Kassab, em tentar fechar acordo com o PT. Marta se mantém distante também das discussões de seu partido quanto à troca do comando na vice-presidência do Senado, objeto de impasse interno, porque ela resiste ao cumprimento do acordo firmado em fevereiro do ano passado para ceder a vice-presidência ao colega José Pimentel (PT-CE).

Ao deixar a cerimônia no Palácio do Planalto, na terça-feira (24), Haddad minimizou a ausência da senadora na cerimônia de transmissão de cargo para Aloizio Mercadante. "É uma ilusão imaginar que a Marta estará ausente da campanha. Quem a conhece sabe que, no devido momento, ela vai mergulhar de cabeça. É uma pessoa que sabe da importância do nosso projeto de reconquistar a Prefeitura, inclusive para resgatar bandeiras caras à sua administração", disse Haddad. Em novembro passado, Marta foi pressionada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pela presidente Dilma Rousseff a desistir da candidatura em favor de Haddad e até hoje não faz questão de esconder sua frustração.

O fantástico livro de Malcolm Gladwell, O ponto da virada, precisa ser lido por estrategistas políticos e candidatos. Gladwell não aborda especificamente o tema eleições. Porém, a sua abordagem incentiva os candidatos e estrategistas a refletiram sobre a dinâmica do processo eleitoral.

Malcolm Gladwell trabalha com dois termos que fornecem indícios explicativos quanto às possibilidades de sucesso eleitoral dos candidatos. O primeiro termo é o ponto da virada. O autor afirma que o ponto da virada representa a ruptura com uma ordem presente. Neste caso, candidatos mal avaliados ou com reduzido percentual de intenção de votos podem vir a vencer a eleição, pois num dado instante, ocorreu o ponto da virada.

O outro termo abordado por Malcolm Gladwell é o de epidemias. Segundo Gladwell, epidemias surgem nas sociedades, as quais se caracterizam pelo envolvimento de variados indivíduos em um fenômeno social. Ou seja: a partir da ação de diversos indivíduos, um fenômeno social surge. O ponto da virada é provocado por um conjunto de atores. Então, a virada ocorre em razão do início da formação de uma epidemia. Após a virada, constata-se de modo nítido a epidemia.

Tenho a hipótese de que existem o ponto da virada e epidemias em eleições. Deste modo, prefeitos mal avaliados poderão vencer a disputa eleitoral em razão de estratégias eficientes, as quais possibilitam a formação de epidemias eleitorais e que proporcionam o ponto da virada. Após a virada, a epidemia eleitoral em torno de um candidato se consolida e este vence a competição eleitoral.

De modo semelhante, é possível que candidatos da oposição animem o eleitor e possibilitem a formação da epidemia eleitoral. Por consequência, o ponto da virada ocorre, a epidemia eleitoral se consolida e o candidato vence a disputa eleitoral.

Ressalto que a formação de epidemias eleitorais e viradas estão a depender da interpretação correta de pesquisas eleitorais e da criação de estratégias. Sem pesquisas e estratégias, epidemias não surgem, muito menos a virada.

Apontado como o mais preparado para vencer as eleições do Recife, por 42% dos eleitores, o ex-prefeito da cidade e deputado federal João Paulo (PT), em entrevista exclusiva ao LeiaJá nesta segunda-feira (23), agradeceu aos eleitores pelo reconhecimento do seu trabalho, refletido nos números da segunda rodada da pesquisa “os sentimentos do eleitor recifense”, encomendada pelo Portal LeiaJá e realizada pelo Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau (IPMN). Outro motivo de comemoração para o ex-prefeito é a vitória logo no primeiro turno, sinalizada em dois cenários da pesquisa, contra o democrata Mendonça Filho.

O resultado positivo da sua imagem junto ao eleitorado recifense, segundo o deputado petista, está relacionado ao tempo de vida política e ao trabalho de oito anos na prefeitura, que ele define como sendo "muito bom". “Mesmo com quase quatro anos fora do governo o resultado da pesquisa ainda me dá uma melhor avaliação (46% de intenção de voto em um dos cenários) no primeiro turno, e ainda me dá a menor rejeição. Então, só tenho a agradecer às pessoas que me ajudaram ao longo desse trabalho e dessa caminhada”, afirmou.

Mesmo animado com o resultado da pesquisa e rompido com o atual prefeito João da Costa, João Paulo preferiu não comentar os 75% de rejeição à reeleição do seu companheiro de partido. “Sobre essas questões eu prefiro não comentar”, disse. O petista também optou por silenciar sobre os principais problemas da cidade, apontados no resultado da pesquisa realizada pelo IPMN. Para 29,5% das pessoas que responderam ao questionário, a segurança é o maior problema da cidade. Em segundo lugar estão os itens saúde/hospitais/médicos em greve, que aflige 19,7% da população recifense. Já o item saneamento/esgoto aparece em terceira posição no ranking dos problemas da cidade.

Apesar do nome de João da Costa já ter sido confirmado para o pleito, João Paulo assinala que ainda há chances do PT dar sinal verde para ele largar na disputa. “Por enquanto, essa discussão não foi iniciada no partido”, conclui.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando