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O Partido Popular (PP), de oposição, deve garantir uma vitória sólida nas eleições gerais da Espanha realizadas hoje. O resultado deve lhe dar a capacidade de formar um novo governo sem precisar do apoio das legendas minoritárias.

Segundo pesquisa de boca de urna realizada pela rede nacional de TV do país, a RTVE, o PP deve vencer com 43,5% dos votos, ante 30% do Partido Socialista, do premiê José Luis Zapatero. Se esse porcentual for confirmado, o PP deverá obter a maioria dos assentos no Parlamento. A legenda precisa garantir ao menos 176 assentos para eleger o primeiro-ministro e aprovar leis sem a ajuda de aliados.

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O resultado dessas eleições também representa a maior derrota do Partido Socialista nas últimas três décadas. A legenda governou a Espanha em 21 dos últimos 29 anos. Os socialistas venceram as duas eleições anteriores e atualmente detêm 169 assentos no Parlamento, mas a pesquisa indica que esse número deve cair para 115. Ainda assim, confirmados os números, a legenda deve se manter como a segunda maior na Casa. As informações são da Dow Jones.

O tempo ruim atrasou a abertura de algumas seções eleitorais na Espanha, que realiza eleições gerais hoje. Uma seção no sul do país teve de ser realocada por causa de enchentes, disse o porta-voz do escritório eleitoral, Felix Monteira. Segundo ele, o comparecimento às urnas era menor que durante a eleição de 2008 no país.

O Ministério do Interior informou que o comparecimento às 14 horas (hora local) era de 37,87%, 2,5 pontos inferior ao registrado no mesmo momento nas eleições de 2008, segundo o site do jornal El País. Os eleitores escolhem 350 membros da Câmara dos Deputados e 208 do Senado.

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"Eu estou pronto para o que os espanhóis quiserem", afirmou o líder do Partido Popular, Mariano Rajoy, favorito para vencer com folga a disputa. Já Alfredo Perez Rubalcaba, do governista Partido Socialista Obrero Español (PSOE), pediu aos partidários que não deixem o baixo comparecimento reduzir as chances da sigla. "Os próximos quatro anos serão muito importantes para nosso futuro", lembrou. "As grandes decisões devem ser tomadas pelos cidadãos, por isso é importante votar."

A previsão é de que as urnas sejam fechadas às 19h (de Brasília) e os primeiros resultados saiam uma hora depois disso, às 20h. As informações são da Associated Press.

A festa acabou na Espanha. Foram anos de forte crescimento e resgate do orgulho. Mas a crise fez tudo isso desmoronar e, em pouco tempo, o país se transformou no exemplo mais explícito da quebra de um modelo econômico em parte dos países ricos.

A eleição marcada para hoje na Espanha será a síntese de toda a repercussão social, política e econômica da turbulência mundial que eclodiu em 2008 e não dá sinais de que vai diminuir. Os 35 milhões de eleitores que irão às urnas hoje esperam dar uma resposta dura à situação de convulsão social que vivem. Mas todos sabem que o pior ainda está por vir quando as medidas de austeridade exigidas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e pela União Europeia (UE) começarem a ser implementadas em 2012.

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Políticos, economistas e cidadãos consultados pela reportagem são unânimes em afirmar que a eleição marca o fim de uma década de ilusões financiadas por crédito barato, da ilusão de que a Espanha era um país com a mesma influência dos demais governos da UE e o reconhecimento do fim da ilusão de que sociedade - depois de anos de ditadura e privações - era enfim rica.

Mesmo não sendo o único responsável, quem pagará por isso será o governo socialista de José Luiz Rodriguez Zapatero. O pleito deve ser vencido pela direita liderada por Mariano Rajoy. Acusado pela população de ter mentido quando insistiu que não havia risco de uma recessão, Zapatero nem sequer se apresentou às eleições e evitou sair em fotos ao lado dos candidatos.

Ele deixou a candidatura a cargo de Alfredo Rubalcaba, que por anos se sacrificou pelo partido socialista. Desta vez, não foi diferente. Apesar de alguns avanços em temas como direitos de homossexuais, do direito das mulheres e da abertura de valas do franquismo, a herança é maldita: o desemprego subiu e a economia está estagnada. Há 400 mil empresas fechadas, uma nova classe de pobres, uma dívida de 700 bilhões e uma população em estado de depressão. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Mais de 34 milhões de eleitores da Espanha votam amanhã (20) nas eleições gerais, provavelmente tirando do poder os Socialistas e elegendo o Partido Popular. Hoje (19), um número pequeno de manifestantes se reuniu na praça Puerta del Sol, em Madri, para protestar contra as medidas de austeridade adotadas pelo governo, o alto nível de desemprego e os políticos que eles consideram incapazes.

A votação amanhã para eleger os 350 membros do Parlamento e os 208 senadores começa às 9 horas do horário local (6 horas de Brasília). Após quase dois anos de recessão, a economia da Espanha está fortemente debilitada e a taxa de desemprego é a maior entre os 17 membros da zona do euro, de 21,5%. Esta semana, o juro da dívida soberana do país se aproximou da marca de 7%, um nível considerado insustentável pelos analistas. Grécia, Portugal e Irlanda se viram obrigados a solicitar socorro internacional após os juros das suas dívidas chegarem a esse nível. As informações são da Associated Press.

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Milhares de manifestantes pró-democracia protestaram na maior cidade do Marrocos neste domingo, pedindo um boicote das eleições parlamentares que devem ser realizadas em menos de duas semanas no país. As manifestações ocorreram diante da constatação do Conselho da Europa de que há pouco entusiasmo no país para as eleições. O Conselho se mostrou preocupado com o nível de participação dos marroquinos.

"Estou boicotando, e você?", diziam placas carregadas por muitos ativistas, na medida em que marchavam no distrito de Casablanca. As eleições parlamentares serão realizadas como parte de iniciativas de reforma do governo no reino norte-africano, aliado próximo dos Estados Unidos. Em resposta às manifestações pró-democracia neste ano, o rei Mohamed VI emendou a Constituição do Marrocos, abrindo mão de parte de seus poderes, e programou eleições para 25 de novembro. As informações são da Associated Press.

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O general de reserva Otto Pérez Molina venceu neste domingo o segundo turno das eleições presidenciais na Guatemala, informou o Tribunal Supremo Eleitoral.

Com 95,96% dos votos apurados, a projeção aponta que o conservador Pérez Molina, candidato do Partido Patriota, é o presidente eleito da Guatemala com 54,48% dos votos. Seu oponente, Manuel Baldizón, obteve 45,52% dos votos. As informações são da Associated Press.

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O ministro da Educação, Fernando Haddad (PT), disse que irá manter negociações para tentar evitar as prévias do partido para a escolha de um nome único para a Prefeitura de São Paulo. O primeiro turno das prévias está marcado para o próximo dia 27. "Vamos continuar com o diálogo aberto com todos os pré-candidatos", afirmou Haddad, o favorito para a disputa ao cargo pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

No evento do PT, realizado hoje na região de Guaianases, na zona Leste da cidade, Haddad recebeu o apoio do senador Eduardo Suplicy, que desistiu da disputa.

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Durante discurso, Haddad prometeu incorporar propostas dos demais candidatos do PT que desistirem da pré-candidatura. A inclusão da "renda mínima", de Suplicy, garantiu o apoio do senador, como havia sido negociado na noite de sábado.

O deputado Jilmar Tatto, um dos pré-candidatos, avaliou que a desistência de Suplicy à pré-candidatura fortalece a candidatura dele próprio. Tatto acredita que, por militar há bastante tempo em São Paulo, sua candidatura vai incorporar apoio tanto de Marta Suplicy (que desistiu da disputa a pedido da presidente Dilma Rousseff), quanto de Eduardo Suplicy.

Tatto avaliou que a saída de Suplicy da disputa representa a realização do desejo do ex-presidente Lula, de o PT apresentar um nome novo para eleição de São Paulo. "Agora é uma disputa entre iguais".

O deputado Carlos Zarattini, o terceiro pré-candidato do PT ao cargo, avaliou que a desistência de Suplicy era natural devido à proximidade com Haddad. Segundo ele, a decisão do senador diminui a chance de segundo turno dentro nas prévias. "Quanto mais candidatos, mais as prévias são fortalecidas", afirmou.

O ministro da Educação, Fernando Haddad, e os deputados federais Carlos Zarattini e Jilmar Tatto mantiveram seus nomes como pré-candidatos para a Prefeitura de São Paulo pelo PT. O senador Eduardo Suplicy anunciou a desistência dele e o apoio a Haddad, o preferido do ex-presidente Lula à corrida eleitoral do ano que vem para o cargo.

Pouco antes de ter anunciado oficialmente a desistência durante debates promovidos pelo partido, Suplicy sinalizou que queria surpreender os mais de mil militantes presentes no evento. "Vocês vão ter uma surpresa", disse, antes do discurso. Muitos acreditavam que ele manteria o nome na votação marcada pelo partido para o dia 27, já que do encontro de hoje não saiu um nome único para a disputa. "A partir de hoje me incorporo na campanha do ministro Haddad", afirmou, no final do seu discurso. "Espero contribuir para levá-lo a vitória".

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Suplicy contou à reportagem da Agência Estado que sua desistência foi selada no final da noite de ontem, quando ele ligou para o deputado Paulo Teixeira e pediu que ele intermediasse um acordo. Suplicy renunciaria e apoiaria Haddad se este incorporasse sua principal bandeira, que é o programa "renda mínima". Segundo Suplicy, ele recebeu, por volta das 23h30 de ontem, a ligação de Teixeira confirmando que Haddad havia aceitado o pedido.

O senador contou que foi convencido a desistir da disputa por militantes. "Recebi dezenas de e-mails e mensagens de aliados defendendo o meu trabalho no Senado e pedindo que eu não deixasse o cargo."

Os guatemaltecos, assustados com o aumento da violência no país, vão escolher neste domingo entre dois candidatos presidenciais com tendências à direita. As pesquisas mostram que Otto Pérez Molina, um general aposentado e ex-diretor de inteligência militar que concorre pelo Partido Patriota, lidera as intenções de voto. Entre 10 e 15 pontos atrás de Pérez aparece Manuel Baldizón, um magnata que se transformou em político populista e que concorre pelo partido Liberdade Democrática Renovada.

Pérez e Baldizón concorrem à presidência da Guatemala depois de obterem a maioria dos votos na eleição de 11 de setembro, que Perez ganhou mas sem conseguir a maioria exigida para uma vitória no primeiro turno. No entanto, alguns analistas disseram que há divergências entre as pesquisas que indicam favorecimento ao candidato do governo, Pérez.

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Mais da metade dos habitantes vive na pobreza em um país invadido pelo crime organizado e pelos cartéis de drogas mexicanos. O presidente Álvaro Colom teve de enviar tropas do exército para retomar algumas províncias da gangue dos Zetas, incluindo o Estado de Baldizón, Petén, na fronteira com o México. As informações são da Associated Press.

O deputado federal Jilmar Tatto (PT-SP) pretende manter sua pré-candidatura à Prefeitura de São Paulo. Nesta manhã, ele disse que não há a menor possibilidade de desistir. A declaração foi feita na chegada do parlamentar à última "caravana zonal", que é como o Partido dos Trabalhadores está chamando os debates entre os nomes cotados à sucessão do atual prefeito Gilberto Kassab.

Além de Tatto, outros três candidatos estão na disputa à candidatura pelo PT: Carlos Zarattini; o senador Eduardo Suplicy; e o ministro da Educação, Fernando Haddad. Este último tem apoio direto do ex-presidente Lula e da presidente Dilma Rousseff. Dilma, inclusive, pediu à senadora Marta Suplicy que abandonasse a disputa.

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Tatto contou que já conseguiu mais de 8 mil assinaturas, das 3,18 mil necessárias para homologar sua pré-candidatura. Ele afirmou acreditar que a herança política da senadora Marta estará a seu lado. "Minha votação principal (nas últimas eleições) é no cinturão periférico da cidade, assim como Marta. Então, acho que o patrimônio político-eleitoral dela vem para mim."

Também na entrada do evento, o senador Eduardo Suplicy foi enigmático ao responder se amanhã irá protocolar sua pré-candidatura. "A inscrição dependerá da interação que vai acontecer aqui hoje", afirmou.

Haddad manteve o discurso e disse que tem negociado com os demais pré-candidatos do partido em conversas realizadas pelo menos duas vezes por semana. Ele reafirmou que sua intenção é evitar prévias. As prévias irão acontecer no dia 27, se a partir do debate de hoje mais de um pré-candidato quiser continuar na disputa. Por sua vez, Carlos Zarattini diz que já conseguiu mais de 6 mil assinaturas.

O evento está sendo realizado em uma igreja da Assembleia de Deus em Guaianases, na zona Leste de São Paulo. Segundo a organização do diretório municipal do PT em São Paulo, há 1,2 mil participantes.

O câncer na laringe do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode afastar o político do PT da campanha para eleições locais em 2012. Por outro lado, a "simpatia" gerada pelo fato do o ex-líder combater a doença "dará mais peso a suas escolhas para candidatos e a seus pedidos por unidade na coalizão", afirma a revista britânica "The Economist", em artigo veiculado em sua edição impressa hoje e reproduzido em seu site.

A revista comenta a notícia sobre a doença de Lula, "provavelmente causada pelo fumo". Além disso, compara a transparência do caso com o mistério em torno da saúde do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que recentemente foi submetido a uma cirurgia em Cuba e tem realizado tratamentos contra um câncer. A publicação afirma que a imprensa brasileira respondeu à franqueza de Lula na mesma moeda, questionando o que ocorrerá com o paciente. "Já satisfeita a curiosidade pública, a imprensa seguiu adiante."

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A "Economist" diz que a atual presidente, Dilma Rousseff, gosta de conversar com o antecessor. "Mas ela pode facilmente seguir por conta própria", nota. Além disso, a publicação diz que Lula várias vezes recomendou que Dilma mantivesse ministros apesar de acusações de corrupção, mas ela teve de demiti-los dias depois.

Antes de Dilma assumir, sua limitada experiência eleitoral a colocava como alguém que tomaria conta do posto, já que Lula não poderia se reeleger novamente, diz a revista. "O desempenho robusto dela até agora tem arruinado essa ideia, e o próprio Lula diz que a apoiará para a reeleição dela em 2014", afirma a publicação, ressalvando, porém, que há "alguns membros do partido" que pedem a volta de Lula.

A "Economist" lembra que a própria Dilma superou um câncer e mostrou que é possível ser eleito presidente no Brasil depois disso. Ainda que os médicos digam que o prognóstico para Lula é "muito bom", com a notícia da doença do ex-líder as vozes que pedem sua volta ao poder devem ser silenciadas, "por um tempo pelo menos", conclui a publicação.

O candidato independente de esquerda Gustavo Petro, um ex-guerrilheiro de 51 anos, foi eleito prefeito de Bogotá com 32% dos votos dos eleitores da capital colombiana de 8 milhões de habitantes, informou nesta segunda-feira a autoridade eleitoral do país. O candidato centrista Enrique Peñalosa, apoiado pelo ex-presidente Alvaro Uribe, ficou em segundo lugar com 25% dos sufrágios.

Petro tem sido um político de destaque na Colômbia nos últimos anos e comandou uma campanha contra a corrupção. Há cinco anos, quando era senador, suas denúncias sobre ligações entre políticos nacionais e regionais com os esquadrões de morte de direita levaram ao escândalo da "parapolítica" que levou dezenas de parlamentares à prisão. Ele já recebeu várias ameaças de morte e anda com guarda-costas.

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Peñalosa derrotou Petro nas eleições municipais de Bogotá em 1997. O cargo de prefeito da metrópole colombiana, a sexta maior da América Latina, é considerado o trampolim para a presidência do país.

Os urbanistas elogiam Peñalosa por ter tornado Bogotá uma cidade mais amigável aos pedestres e ciclistas e por ter lançado um sistema de ônibus expresso eficiente. Mas analistas políticos dizem que Peñalosa foi prejudicado pelo apoio do ex-presidente Uribe, em uma cidade que tradicionalmente tende para a esquerda.

Petro começará seu mandato de quatro anos em 1º de janeiro de 2012. Ele é um crítico ferrenho das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e afirma que essa guerrilha se envolveu com o narcotráfico e os sequestros. Petro argumenta que as Farc são algo bem diferente do M-19, movimento guerrilheiro ao qual ele aderiu na década de 1970 aos 17 anos. Seis anos depois, Petro se formou em economia na Universidade Externado.

Após o M-19 assinar o acordo de paz com o governo colombiano em 1990, Petro foi eleito um ano depois para o Congresso.

O que o eleitor deseja? Esta é a principal indagação que o estrategista deve realizar antes de definir as estratégias de um candidato a prefeito. Sem esta pergunta, o estrategista não saberá quais ações realizar para vencer a disputa eleitoral.

Duas outras perguntas também precisam ser feitas: 1) Qual é o poder de influência do presidente da República nas eleições municipais? 2) Qual é o poder de influência do governador nas eleições municipais?

Administradores bem avaliados, quando utilizados adequadamente, têm condições de influenciar a escolha do eleitor. Mas, friso: o apoio do presidente da República e do governador, mesmo que eles estejam bem avaliados, não são suficientes para eleger um candidato a prefeito.

A conjuntura econômica nacional pode ser também um fator importante, em particular nas cidades da Região Metropolitana. Mas, neste caso, a economia deve estar num crescimento pujante ou estagnada para vir a provocar questionamentos do eleitor a dado candidato que venha a ser associado a fatos econômicos.

Roberto Da Matta em seu livro a Casa e a Rua mostra como o convívio entre os indivíduos nos ambientes casa e rua são diferentes. Na casa, as relações sociais são, teoricamente, cordiais. A proteção está presente. Na rua, os conflitos podem vir a existir e a proteção está presente através do Estado – caso, obviamente, este funcione adequadamente.

A partir do brilhante raciocínio de Roberto da Matta tenho a hipótese de que na disputa municipal os eleitores reconhecem a cidade como a sua casa. Deste modo, problemas do dia a dia, os quais, inclusive, estão presentes em seus lares, são debatidos na esfera pública, ou seja, na campanha eleitoral.

Eleitores arrumam os quartos da casa. Eleitores mantêm limpo o (s) banheiro da residência. Eleitores gostam da casa organizada, bem cuidada. Eleitores desejam conforto e segurança no lar. Eleitores desejam bem-estar.

Os eleitores, na disputa municipal, não vão debater com os candidatos temas que são da responsabilidade do governador ou do presidente. Eles desejam ouvir dos candidatos a prefeito propostas para temas do cotidiano, os quais estão presentes de modo semelhante em seus lares.

Organização e manutenção da cidade, limpeza urbana, trânsito, obras de infraestrutura, calçamento. Estas demandas quando atendidas pela prefeitura geram bem-estar urbano no eleitor – satisfação com a cidade. E são estes temas que terão que ser necessariamente debatidos nas eleições de 2012.

Os primeiros resultados oficiais da apuração dos votos das eleições presidenciais na Argentina serão divulgados às 21 horas (22 horas de Brasília), segundo informou o ministro do Interior, Florencio Randazzo. O ministro afirmou que "as eleições foram realizadas com total normalidade, sem nenhum tipo de incidente, e com o mesmo nível de participação em eleições gerais anteriores e nas primárias de 14 de agosto".

Randazzo disse que "esse foi o processo eleitoral de maior sucesso no processo democrático da Argentina", consequência da Reforma Eleitoral e da Lei de Comunicações audiovisuais, conhecida como a Lei de Meios, impulsionada pela presidente Cristina Kirchner.

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Segundo ele, ambas as medidas "permitiram que tanto os pequenos quanto os grandes partidos tivessem a oportunidade de divulgar suas propostas de forma igualitária". Embora o resultado oficial parcial ainda não tenha sido divulgado, a festa dos "cristinistas" já começou na histórica Praça de Maio, palco das grandes mobilizações populares do país.

Todas as pesquisas de boca de urna divulgadas pelos comitês de campanha e diferentes meios de comunicação apontam para a reeleição de Cristina Fernández de Kirchner com mais de 54% dos votos. O segundo colocado, o socialista Hermes Binner, teria cerca de 14%, o que representaria a maior diferença histórica entre o primeiro e o segundo colocado.

O recorde pertence, até o momento, ao ex-presidente Juan Domingo Perón, que obteve uma vantagem de 37 pontos sobre seu adversário Ricardo Balbín nas eleições de 1973, quando conquistou seu terceiro mandato. O diretor da consultoria Ipsos Mora y Araújo, Luis Costa, afirmou que "a abismal diferença entre o primeiro e o segundo lugar é o que mais chamou a atenção nestas eleições". Porém, ele ponderou que o fenômeno se deve à falta de articulação da oposição e da ausência de alternativas partidárias.

Buenos Aires – A estabilidade política e econômica, diante de uma crise internacional que afeta a Europa e os Estados Unidos, é o que está determinando o voto da maioria dos 29 milhões de eleitores argentinos, que hoje (23) escolhem presidente e vice-presidente da república, metade da Câmara de Deputados e um terço do Senado.

Na opinião do analista político Jorge Castro, do Instituto de Planejamento Estratégico, é essa estabilidade que  explica a popularidade da presidenta Cristina Kirchner, que deve ser reeleita no primeiro turno. “A Argentina sai dessas eleições muito fortalecida. Nos últimos dez anos, tem tido superávits comerciais que chegaram a US$ 20 bilhões em 2008 e, este ano, está em torno de US$ 9 bilhões”, explicou. “Essa quantidade de dólares que entra no pais, dois terços provenientes da exportação de produtos agrícolas e alimentos cotados internacionalmente (commodities), permite ao pais financiar as importações, que aumentaram mais de 40% no ano passado, e pagar a totalidade dos juros da divida”, acrescentou.

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Desde 2003, quando a Argentina saiu da pior crise de sua recente história, o país tem sido governado pelos Kirchner. Néstor Kirchner foi presidente de 2003 a 2007, quando elegeu a mulher, Cristina, que manteve a mesma política do marido. Ele teria sido o candidato a presidência, nesta eleição, se não tivesse morrido há um ano. Se Cristina for reeleita, como apontam todas as pesquisas de opinião, será o terceiro mandato seguido dos Kirchner.

O que preocupa vários analistas e economistas é a fuga de capitais do país. Desde julho de 2007 até junho passado, US$ 67 bilhões saíram do sistema financeiro argentino, segundo dados do Banco Central local. “A fuga de capitais aumentou nos últimos meses, mesmo depois da vitória contundente de Cristina Kirchner nas eleições prévias de 14 de agosto”, disse Jorge Castro. “é um sinal de que muitos argentinos votaram em Cristina num dia e no dia seguinte foram às casas de câmbio comprar dólares”.

Outra preocupação é a inflação. Em 2007, o governo modificou a forma de calcular a inflação do Indec (o órgão estatal responsável pelas estatísticas oficiais). Com a alteração, a inflação anual oficial gira em torno de 9% ao ano, muito abaixo dos índices registrados pelas consultorias privadas, que calculam um aumento de preços ao consumidor de mais de 20% nos últimos doze meses.

Ao controlar a inflação no papel, o governo argentino conseguiu economizar dinheiro na hora de pagar os juros dos títulos da dívida, indexados à variação de preços. A população, até agora, não sentiu tanto a queda do poder aquisitivo porque os aumentos salariais – negociados por sindicatos, aliados do governo, e empresários – são discutidos com base na inflação real.

Além disso, a economia continua crescendo; o desemprego está caindo e os programas sociais tiraram da pobreza 14 milhões de argentinos. Apesar de todas as pesquisas de opinião e todos os analistas do governo e da oposição darem como certa a reeleição de Cristina Kirchner, ninguém sabe qual será o plano de governo dela. A presidenta prometeu “aprofundar o modelo” que vem sendo adotado desde 2003, quando Néstor Kirchner foi eleito presidente com 22% dos votos e que ela manteve ao sucedê-lo, em 2007.

“Cristina Kirchner tem sido muito coerente, no seu governo, com as ideias que defendeu ao longo de sua trajetória política como deputada, senadora e presidenta”, disse à Agência Brasil a jornalista e autora da biografia autorizada de Cristina Kirchner, A Presidenta.

Cristina, que raramente dá entrevistas, concedeu quatro a Sandra Russo, falando de vida política e também de experiências pessoais, como o parto do filho Maximo, em 1977, em plena ditadura militar. “Na época, ela e Néstor Kirchner militavam politicamente e suas vidas corriam perigo”, conta Sandra Russo. No livro, a presidenta também fala do marido. Na próxima quinta (27), completará um ano da morte dele.

“Como parlamentar, Cristina votou contra as leis de anistia e, quando Néstor Kirchner foi eleito presidente, foram reabertos os processos contra os militares que cometeram crimes durante a ditadura”, lembra Russo. Outro projeto que a presidenta defendeu quando estava no Congresso e que prometeu aprovar, no seu segundo mandato, é a limitação legal da venda de terras a estrangeiros. Na década de 1990, grandes áreas na Patagônia foram vendidas a estrangeiros.

Uma semana antes das eleições, Cristina Kirchner também reuniu-se com o setor rural, com quem teve sérias divergências durante o primeiro mandato. Uma das fontes de renda do governo é o imposto sobre exportações agrícolas, que têm crescido muito com o aumento dos preços internacionais das commodities. Ela deixou claro que não pretende mudar a política, mas abriu uma porta ao dialogo.

O primeiro mandato de Cristina, que termina em dezembro, também foi marcado pelo confronto com os grandes grupos de comunicação, especialmente o Grupo Clarin, dono do jornal mais vendido no país, de canais de televisão, emissoras de rádio e empresas fornecedoras de serviço de internet. O Congresso aprovou um projeto de lei do governo limitando a concentração da mídia. Mas falta implementá-lo na sua totalidade.

 

As eleições na Argentina se desenvolvem com normalidade, sem registro de incidentes, segundo informou há pouco a presidente Cristina Kirchner, líder absoluta das pesquisas de intenção de votos. Cristina emitiu seu voto às 11h43 da manhã (12h43 de Brasília), em uma escola de Río Gallegos, província natal do ex-marido, Néstor Kirchner, onde se encontra a residência oficial da família. Diante de uma multidão que a esperava para votar, além de dezenas de profissionais de imprensa, Cristina cumprimentou cada um dos mesários e assistentes, fez pose para os fotógrafos ao votar e passou vários minutos posando para fotografias com os fãs. Em breve entrevista à imprensa, a presidente repetiu três vezes que estava vivendo esse dia "com muita emoção".

"Estamos consolidando um processo institucional e político que começou com as eleições abertas primárias para todos os partidos, que promove a abertura dos partidos à sociedade. Seria bom que as primárias pudessem ser feitas em todas as províncias e consolidar as eleições de maneira simultânea em todo o país para que a Argentina possa ter eleições em um mesmo dia. Creio que é o único país que tem eleições em diferentes dias", disse a presidente, referindo-se à legislação que permite às províncias ter cronogramas eleitorais diferentes entre si. Visivelmente emocionada, Cristina disse que estava feliz e triste ao mesmo tempo e recordou o marido morto há quase um ano, o ex-presidente Néstor Kirchner.

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"Sou presidente, militante, mas, sobretudo, sou mulher de um homem que marcou a vida política argentina. Creio que seus dois maiores amores na vida eram a família e a vocação de fazer parte da história", ressaltou. "De onde ele (Néstor) estiver penso que está muito contente", arrematou a presidente. Ao deixar o colégio onde votou, Cristina foi acompanhada por uma multidão que a abraçou, entregou-lhe cartas e a emocionou. Ela chorou com as demonstrações de carinho dos eleitores.

Além de Cristina, todos os candidatos já emitiram seus votos. Ricardo Alfonsín (União Cívica Radical), que votou em Chascomús, tentou um último alento aos seus eleitores: "Se não forçarmos chegar ao segundo turno, esse resultado será definitivo. Sabemos que é muito difícil alcançar o segundo turno, mas trabalhamos para isso", disse ele diante do triunfo certeiro de Cristina. O socialista Hermes Binner votou em Rosario, capital da província de Santa Fe, governada por ele. Confiante em obter um resultado acima de 15%, máxima projeção de intenção de votos conforme as pesquisas, Binner afirmou que "é preciso ver o resultado primeiro, antes de falar".

Alberto Rodríguez Saá (Compromisso Federal), queixou-se de uma eleição polarizada, mas afirmou sentir-se tranquilo. Elisa Carrió (Coalizão Cívica) falou em tom enigmático: "A verdade tem que ser vivida. Se não a vive hoje, a viverá amanhã. Posso estar acima, posso estar abaixo, mas não tenham dúvidas de que a luta pela verdade não termina jamais". Carrió deverá ter uma de suas piores votações nestas eleições. Eduardo Duhalde (União Popular), por sua vez, limitou-se a pedir aos cidadãos que "olhem mais além das eleições de hoje, que são um episódio democrático, mas o país continua adiante".

A Argentina realiza hoje eleições gerais para a escolha de presidente e vice-presidente, 130 deputados (metade da Câmara) e 24 senadores (um terço do Senado). Segundo pesquisas, a presidente Cristina Kirchner, que encabeça a chapa presidencial com o atual ministro de Economia, Amado Boudou, pela Frente pela Vitória (FVP), teria uma cômoda reeleição com entre 52% a 57% dos votos válidos, um porcentual bem distante do segundo colocado, o socialista Hermes Binner, que teria apenas entre 11% a 15,5%. Para ser eleita no primeiro turno, a chapa precisa obter 45% dos votos ou mais de 40% com uma diferença maior a 10% do segundo candidato.

A vantagem de Cristina sobre os adversários não só consolida a hegemonia de seu poder, mas dilacera a já pulverizada oposição. "Cristina vai ganhar porque é melhor do que os outros candidatos. É muito melhor. Nenhum foi eficiente para captar os votos da oposição oferecendo melhor proposta", disse o acadêmico e sociólogo Ricardo Sidicaro, autor do livro "Los três peronismos".

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Esta é a sétima eleição presidencial que se realiza no país desde o retorno da democracia, em 1983. Mas tem sido apontada como a eleição mais apática destes últimos 28 anos por causa do clima "já ganhou" ,que se instalou no governo e nas ruas, e foi um nocaute aos desnorteados opositores - Cristina obteve 50,24% na votação das eleições primárias de 14 de agosto.

O sistema eleitoral na Argentina é primitivo e de difícil compreensão para os brasileiros. Em qualquer lugar do mundo, as eleições são reguladas pela Justiça Eleitoral, mas, na Argentina, quem regula é o Estado. A Câmara Nacional Eleitoral é subordinada ao Ministério do Interior, que dispôs dos horários e tempo da propaganda pública gratuita no rádio e na televisão na medida exata para beneficiar o governo. Além disso, as cédulas, que parecem panfletos e deveriam ter o controle da Justiça Eleitoral, são confeccionadas e distribuídas pelos partidos políticos. Os partidos as deixam soltas, livremente na sessão eleitoral. Qualquer eleitor que entrar na sessão tem acesso às células, o que costuma gerar problemas de furtos para prejudicar um ou outro candidato.

Existem cédulas quilométricas devido ao sistema de candidaturas por lista fechada, conhecida no país como "lista sábana (lençol, em português)". As listas são ordenadas pelos partidos e encabeçadas pelos políticos mais conhecidos, os que puxam os votos para os candidatos das listas. São múltiplas listas dentro de um mesmo partido porque há diferentes coligações nacionais, provinciais (estaduais) e municipais. Muitas vezes, quem está votando, guiado pelos nomes dos primeiros das listas, não consegue saber bem em quem está votando.

Também há o famoso "corte de boleta" (corte de cédula), pelo qual o eleitor vota, por exemplo, em Cristina Kirchner para presidente, mas corta o resto dos candidatos aos demais cargos que seguem a lista dela. O contrário também é possível: o eleitor pode votar em seus candidatos preferidos à Câmara ou ao Senado e cortar o candidato a presidente. Para finalizar a votação, o eleitor, muitas vezes, acaba ficando com várias cédulas nas mãos para colocar no envelope e depositá-lo na urna.

A eleição presidencial de 2014 não deverá ter mais voto impresso. O Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu um dispositivo que obrigava a impressão do voto após o eleitor confirmar na urna eletrônica a sua escolha. Os votos impressos ficariam depositados numa urna lacrada e posteriormente poderiam ser contados para confirmar o resultado.

Relatora da ação, a ministra Cármen Lúcia sustentou que a novidade violava o sigilo do voto. Ela disse que a inviolabilidade da urna eletrônica já foi comprovada e que o custo do voto impresso poderia chegar a R$ 1 bilhão. Por unanimidade, os ministros do STF seguiram a relatora e concederam uma liminar para suspender o artigo da lei que estabelecia o voto impresso. A suspensão foi pedida pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel.

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Em 1989, o debate na disputa presidencial entre Collor e Lula era: os que lutaram contra a Ditadura e os que foram favoráveis a ela. Esta era a discussão principal. Naquela eleição, ainda estava viva na memória política dos competidores que se diziam de esquerda a ditadura militar. O discurso era simples, diante das necessidades do Brasil: os que serviram à Ditadura não podem ser presidentes.

A eleição de FHC para a presidência da República, em 1994, enfraquece o debate entre os que serviram à Ditadura e os que lutaram contra ela. O enfraquecimento ocorreu em virtude de que FHC lutou contra a Ditadura.

Nesta época, outros debates também estavam presentes. O nacionalismo exacerbado, o qual condenava às privatizações, faziam parte da agenda da oposição. Outros temas da oposição eram: neoliberalismo, banqueiros, juros altos, aumento de salário para servidores públicos.

O PT, através de Lula, chega à presidência da República em 2002. E assume o poder com o compromisso de não contrariar os pilares da política econômica de FHC, os quais o partido tanto criticava. Lula publicizou a Carta aos Brasileiros. A Carta frisava de modo objetivo que o controle dos gastos públicos e a estabilidade da moeda seriam os objetivos do seu governo.

Lula, como qualquer outro governante que tivesse sido eleito, buscou construir uma ampla coalizão partidária. Nesta coalizão, os que serviram à Ditadura estavam presentes. Com isto, o debate em torno da Ditadura continuou a sofrer enfraquecimento.

Dilma, ao vencer a disputa presidencial em 2010, assumiu perante o eleitorado que o seu governo seria o da continuidade. Até o instante, algumas de suas ações contrariam tal promessa. Dilma trabalhou para a aprovação da Comissão da Verdade no Parlamento. A presidente sugere ao mercado que o crescimento econômico é prioridade, em detrimento da inflação. Dilma é defensora e mentora do capitalismo de estado, onde o BNDES é o principal sujeito.

Casos de corrupção existiram nos governos de FHC, Lula e Dilma (Este ainda não findou). Inclusive, o combate à corrupção era a bandeira principal do PT. Hoje não é mais, pois diversos dos seus atores contribuíram por desacreditar o PT no âmbito do combate à corrupção junto aos eleitores.

Ditadura, corrupção, inflação, controle dos gastos públicos e crescimento econômico. O tema ditadura está em desuso. Suponho que os eleitores não estão mais preocupados com tal temática. Corrupção é tema relevante. Mas os eleitores não acreditam que qualquer partido ou ator político possa enfrentá-la. Inflação, controle dos gastos públicos e crescimento econômico são temas atuais e precisam continuar a ser debatidos.

Porém, os atores políticos precisam incorporar na agenda pública brasileira novos temas, especificamente um: eficiência da gestão pública. O que precisa ser feito para o estado brasileiro ser eficiente? Os candidatos devem ter isto em mente e precisam ofertar esta discussão à opinião pública através de uma linguagem simples. Os candidatos ao Poder Executivo nas eleições de 2012 e 2014 que incorporarem esta temática de modo adequado adquirem condições para conquistarem o eleitorado.

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