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O governo argentino recebeu um alerta sobre uma nova nuvem de gafanhotos no País. Na última sexta-feira, 31, o Serviço Nacional de Saúde e Qualidade Agroalimentar (Senasa), uma agência do governo, foi informada por um produtor local sobre uma quarta nuvem de gafanhotos em Salta, na Argentina.

De acordo com o governo argentino, ainda não há informações sobre o tamanho desta quarta nuvem. Uma equipe do Senasa deve ir até o local para verificar a presença das pragas e apresentar a extensão dessa nuvem.

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No Brasil, os pesquisadores da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) têm apresentado simulações e estimativas da trajetória das nuvens de gafanhotos, da espécie Schistocerca cancellata, que estão se deslocando pelo Paraguai e Argentina desde maio.

A primeira nuvem, já acompanhada pelos pesquisadores, foi localizada em maio, vinda do Paraguai para a Argentina e foi praticamente dizimada na última semana em Federación, divisa da Argentina com o Uruguai. O município de Federación fica a aproximadamente 90 km, em linha reta, de Barra do Quaraí no Rio Grande do Sul.

A segunda nuvem de gafanhotos foi localizada no Paraguai no dia 16 de julho, na província del Chaco, Argentina e se encontra atualmente em El Pintado. Simulações para esta nuvem foram apresentadas pelos pesquisadores no dia 22 de julho, quando a nuvem estava em General Güemes, mas com a chegada do frio o enxame se manteve sem grandes deslocamentos desde então.

A terceira nuvem foi localizada pelo governo da Argentina no dia 21 de julho e se encontra em Ingeniero Juárez, província de Formosa, na Argentina. De acordo com os pesquisadores, eles monitoram esta nuvem e as primeiras simulações devem ser apresentadas.

Entenda como se forma a nuvem de gafanhoto

Segundo o entomologista Dori Edson Nava, do Núcleo de Fitossanidade da Embrapa Clima Temperado, unidade de pesquisas localizada em Pelotas (RS), que acompanha a movimentação dos insetos, há basicamente três hipóteses: ondas de temperaturas mais elevadas, que favorecem a proliferação; vitória na luta natural desses insetos contra outras espécies no meio ambiente; e componentes econômicos, quando, por exemplo, o produtor agrícola reduz o uso dos controles recomendados de pragas, provocando o aumento da população.

Para o entomologista, a aglomeração dos insetos é um problema ambiental regional, que pode ter um ciclo que vai de 8 a 15 anos a partir de longos períodos de temperaturas altas.

Segundo ele, há ocorrência de temperaturas mais elevadas nos últimos quatro anos na região que vai do norte da Argentina à Bolívia, passando pelo Paraguai. Isso projeta, portanto, uma possível existência de pragas ainda por um período de mais 4 a 5 anos, segundo o pesquisador da Embrapa.

A nuvem de gafanhotos que está na Argentina desde maio foi reduzida ainda mais na segunda-feira (27). Segundo o Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar do país (Senasa), 87% dos insetos foram eliminados com pulverizações aéreas e terrestres de inseticidas realizadas na quinta-feira (23), no sábado (25) e na segunda. Ainda restam aproximadamente 50 milhões de insetos que permanecem na cidade de Federación, na província de Entre Rios, a 10 quilômetros da divisa com o Uruguai e a cerca de 90 quilômetros da cidade gaúcha de Barra do Quaraí - divisa com o Brasil.

Apesar das baixas temperaturas e da chuva, observadas na região desde domingo (26) limitarem a movimentação do gafanhotos, fiscais estaduais agropecuários do Rio Grande do Sul afirmam que o alerta sobre a entrada destes insetos no território brasileiro permanece.

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Os insetos remanescentes estão estacionados em copas de eucaliptos e laranjeiras, disse o Senasa. Técnicos da entidade preveem eliminar o aglomerado restante até o fim desta semana com novas aplicações de inseticidas. "O objetivo principal era romper a nuvem e não permitir a junção novamente, o que não aconteceu até o momento. Durante o dia de ontem, foram detectados gafanhotos vivos, a maioria isolados, mas as ações em campo continuam nos próximos dias", afirmou o coordenador do Programa de Controle de Gafanhotos e Tucuras do Senasa, Héctor Medina, em nota divulgada para a imprensa.

Uma segunda nuvem de insetos, localizada no norte da Argentina, na província de Chaco, também continua sendo monitorada. Técnicos do Senasa ainda não identificaram a sua localização exata por estar em área de difícil acesso, mas afirmam que o aglomerado se desloca em curso semelhante à direção tomada pela primeira nuvem e em baixa velocidade. Estima-se que esta nuvem tenha o dobro do tamanho da primeira infestação, de cerca de 800 milhões de insetos.

O Paraguai tem uma outra nuvem de gafanhotos (um total de três é monitorado pelos países da América do Sul), localizada no Departamento Central do Chaco, em Boquerón, próximo à divisa com o norte da Argentina, a cerca de 200 quilômetros, segundo o Serviço Nacional de Saúde e Segurança Vegetal do Paraguai (Senave). De acordo com fiscais agropecuários brasileiros, esta nuvem está cerca de 600 quilômetros distante da fronteira com o Brasil.

A nuvem gigante de gafanhotos que estacionou desde sábado em Entre Ríos, na Argentina, a cerca de 100 quilômetros da divisa do Rio Grande do Sul e a 10 quilômetros do Uruguai, só deve se movimentar novamente a partir de quinta ou sexta-feira, quando as baixas temperaturas na região voltarem a subir para a casa dos 25 ou 30 graus centígrados. A avaliação é do entomologista Dori Edson Nava, do Núcleo de Fitossanidade da Embrapa Clima Temperado, unidade de pesquisas localizada em Pelotas (RS), que acompanha a movimentação dos insetos. O deslocamento dos insetos e uma eventual chegada deles ao Brasil preocupa autoridades do Ministério da Agricultura.

Com a onda de frio na região, que registra temperaturas mínimas de 5 graus e máximas de 20 graus, neste último final de semana, autoridades sanitárias argentinas intensificaram o combate aos insetos e conseguiram reduzir em até 85%" o volume de gafanhotos no local. A nuvem era calculada em cerca de 400 milhões de insetos, alcançando 10 km2, segundo informes da Senasa, órgão de controle do setor no país vizinho.

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A ação contra os gafanhotos no local ocorreu com uso de inseticidas por aviões, mais a ajuda de pulverizadores movidos por tratores dos produtores da região. "Somente quando a temperatura voltar a subir, lá por quinta-feira ou sexta, é que poderemos saber se o grupo vai voltar a se mover e em qual direção", explicou o pesquisador da Embrapa, que acompanha as informações sobre o deslocamento da nuvem formada na região do Chaco, e que migrou para o sul do continente.

Ciclos

Para o entomologista da Embrapa, porém, a aglomeração dos insetos é um problema ambiental regional que, quando ocorre, pode ter um ciclo que vai de 8 a 15 anos a partir de longos períodos de temperaturas altas. Ele explicou que o atual ciclo tem apresentado temperaturas mais altas nos últimos 4 anos na região, que vai do norte da Argentina à Bolívia, passando pelo Paraguai. A ocorrência dessas temperaturas mais altas projeta, portanto, uma possível existência de pragas ainda por um período de mais 4 a 5 anos, argumentou o pesquisador da Embrapa.

Nestes casos, segundo Nava, em vez dos dois ciclos reprodutivos anuais, verão e inverno, o gafanhoto pode produzir uma terceira geração de filhotes no ano. Ele lembrou que a Argentina já registrou em 2020 "outras cinco ou seis nuvens" e que há pelo menos outras duas aglomerações do inseto em formação. "Uma, na província de Formosa, na Argentina, e uma outra, mais recente, que se formou num parque no Paraguai", disse.

Nava explicou também que há mais duas hipóteses para a formação do acúmulo dos gafanhotos, além da ideia de ocorrência de proliferação por conta de ondas de temperaturas mais elevadas. A segunda hipótese, segundo o entomologista, é a de que o gafanhoto possa ter sido favorecido na luta natural contra outras espécies no meio ambiente. E a terceira teoria, que tem componentes econômicos: "Quando o valor de mercado dos produtos agrícolas é bom, o produtor segue todas as regras de controle, mas quando há anos nos quais há secas e o preço dos produtos cai", prosseguiu o cientista. "isso desestimula o produtor e ele reduz os controles recomendados, o que faz com que o inseto aumente a sua população".

Segundo o entomologista, quando a população de gafanhotos aumenta muito na região do Chaco, o inseto fica sem comida e é estimulado a migrar. "Ele tem um comportamento gregário, consegue formar grupos, essas nuvens, e ele migra para se alimentar e também para se reproduzir", contou. O pesquisador argumentou que os técnicos que acompanham a movimentação das nuvens na Argentina informam que a nuvem que está em Formosa, próxima da divisa com Assunção, capital do Paraguai, é ainda maior do que aquela que atualmente preocupa as autoridades em Entre Ríos. "Pelo que o pessoal tem comentado nos grupo, essa é maior e tem cerca de 20 km2", disse Nava.

A novidade, neste caso, é que essa nuvem estaria se descolando não no sentido do Brasil, nas indo na direção da província de Santiago Del Estero, para o lado da Cordilheira dos Andes, localizou o pesquisador. A outra nuvem, do parque no Paraguai, foi encontrada há uma semana, mas ainda não foi dimensionada. "O local é de difícil acesso, com vegetação baixa, espinhosa, uma área semidesértica no Paraguai", explicou Nava.

Ele argumentou ainda que, nesta época do ano, há poucas culturas no campo. O plantio de soja, milho, arroz, por exemplo, segundo Nava, só vai começar a partir de setembro e outubro. "O que se tem agora são os cereais de inverno, trigo, centeio e cevada, pastagens e algumas frutíferas", afirmou. Nava não quis fazer projeção de prejuízos. "Ainda não dá para quantificar prejuízos", alegou. "Fala-se de um milhão de dólares por dia, mas esse é o cálculo levando-se em conta a pior situação no pior cenário. É preciso aguardar", afirmou. Segundo ele, as próprias autoridades argentinas dizem que a nuvem assusta mais do que o estrago que ela faz, ela impressiona mais pelo tamanho do que o dano causado. Mas é preciso acompanhar", alertou.

Nava lembrou ainda que os últimos ciclos de nuvens de gafanhotos ocorreram nos anos 40, há 70 anos. "Naquela época, chegou ao centro do País, mas não se tinha nem como saber o tamanho exato das nuvens, que poderiam ser muito maiores do que as atuais", disse. "Hoje, temos condições e técnicas de acompanhar a nuvem, fazer o controle", argumentou. "Lá atrás, nos anos 40, ainda estavam surgindo os primeiros inseticidas e praticamente não havia os produtos que existem hoje e as formas de controle e monitoramento", explicou.

Dados da Embrapa

O gafanhoto em movimento na Argentina é do filo Artropoda, classe Insecta, ordem Orthoptera e família Acrididae. A espécie se chama Schistocerca cancelatta. É gafanhoto migratório sul-americano, não tem cor vistosa, podendo ter uma tonalidade marrom escura. Chegam a medir cerca de 7 a 8 cm, na fase adulta. Na fase jovem, evoluem do tamanho de um mosquito até atingir entre 4 e 5 cm. Podem viver cerca de dois meses. Os machos são menores que as fêmeas.

Eles não são preocupação para o aparecimento de doenças, não trazendo seu contato prejuízos para os humanos. Esse gafanhoto passa por três estágios de desenvolvimento: ovo, ninfa (jovem) e adulto. As fêmeas fazem a postura no solo e os ovos são colocados numa espécie de estojo. Desses ovos, eclodem as ninfas. As ninfas têm cinco fases de desenvolvimento. Conforme avança o desenvolvimento das ninfas, há um aumento do consumo de folhas.

Elas consomem mais folhas que os adultos. Os jovens não têm asas desenvolvidas, mas possuem o terceiro par de pernas do tipo saltatório (a locomoção é por meio de saltos), por isso a partir do terceiro momento são chamadas de saltões, locomovendo-se por pequenas distâncias. É nessa fase que se deve fazer o controle. Os adultos se alimentam de cera de 400 espécies vegetais. Ao migrar, o gafanhoto adulto pode chegar a percorrer cerca de 150 Km por dia, dependendo da velocidade do vento.

A nuvem de gafanhotos que está na província de Corrientes, Argentina, pode chegar na próxima quarta-feira (22) ao Rio Grande do Sul, segundo técnicos da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do Estado. O movimento migratório dos insetos foi impulsionado pela onda de calor que atingiu a região no último fim de semana. Até a manhã desta segunda-feira, estima-se que a nuvem esteja entre 120 km e 130 km da fronteira brasileira - do município gaúcho de Barra do Quaraí.

O tempo quente e seco, favorável para a movimentação dos insetos, deve permanecer na região até a próxima quinta-feira. Em comunicado, a Secretaria da Agricultura do Rio Grande do Sul informa que aumentou a vigilância sobre a possível entrada da nuvem no Estado. "Com essa condição climática, precisamos estar preparados", afirmou o chefe da Divisão de Defesa Sanitária Vegetal da pasta, Ricardo Felicetti. Ele também disse que a secretaria está apreensiva, mas preparada para o caso de uma eventual ocorrência da praga no Estado com um plano operacional de emergência. A eventual chegada dos insetos poderia afetar a área destinada às culturas de inverno e à pastagem.

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O Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar da Argentina (Senasa) informa que a nuvem de gafanhotos ainda restante no país permanece na província de Corrientes. Apesar da menor velocidade de movimentação, o Senasa não afasta a possibilidade de um novo deslocamento dos insetos, em virtude do aumento da temperatura na região desde domingo. Em um possível novo voo, os insetos poderiam se deslocar para a província de Entre Ríos - fronteira com o Brasil.

Conforme o levantamento do Senasa, a área ocupada pelos gafanhotos abrange um perímetro de 2,7 quilômetros em 36 hectares. Estima-se que a nuvem tenha 400 milhões de insetos. Em seu comunicado mais recente, publicado no sábado (18), o Departamento relatou que técnicos do governo argentino realizaram uma nova aplicação de inseticidas sobre a nuvem.

Produtores gaúchos monitoram também o deslocamento de outra nuvem de insetos no Paraguai. A nuvem está no Norte do país, cerca de 300 km distantes da Argentina, segundo o Senasa. Os técnicos do Serviço Nacional de Saúde e Segurança Vegetal do Paraguai (Senave) tentam localizar os insetos para aplicação de produtos químicos.

Preocupado com o risco de a nuvem de gafanhotos, localizada na Argentina, entrar em território brasileiro e prejudicar produtores no sul do país, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento publicou, no Diário Oficial da União desta terça-feira (30), portaria que estabelece diretrizes para "Plano de Supressão e medidas emergenciais" a serem aplicadas caso a praga (Schistocerca cancellata) chegue no Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Segundo a Portaria nº 208/2020, caberá ao órgão estadual de defesa agropecuária de cada estado estabelecer o plano de supressão "a partir dos procedimentos gerais de controle estabelecidos pelo Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura".

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Entre as medidas previstas, figuram recomendações gerais para o uso de agrotóxicos, bem como mecanismos de controle das quantidades de agrotóxicos a serem distribuídos, comercializados e utilizados, caso a praga chegue ao país.

Uso de inseticidades

Em anexo, a portaria apresenta tabelas com recomendações de uso e dosagem de inseticidas biológicos à base de Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae, bem como dosagens, intervalos de aplicação, limites de resíduos e dosagens máximas dos princípios ativos a serem usados no combate à praga.

A portaria prevê, ainda, a criação de canais para envio de informações relacionadas à identificação da praga em território brasileiro, com vistas à emissão de alertas fitossanitários. 

Ainda entre as medidas previstas pela portaria estão a adoção de procedimentos operacionais para monitoramento "das características e níveis populacionais da praga", e o estabelecimento de mecanismos de controle a serem aplicados em função de suas diferentes fases de desenvolvimento.

Durante o período de emergência, os órgãos estaduais de defesa agropecuária deverão apresentar relatórios trimestrais ao Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas, informando as ações que foram executadas.

Fenômeno

Nos últimos dias, milhões de gafanhotos invadiram cidades e fazendas de parte da Argentina, formando verdadeiras nuvens de insetos. Embora não representem um risco direto para os seres humanos, estes ortópteros saltadores podem, em grupo, causar grandes prejuízos econômicos, devorando plantações em questões de horas.

Embora o fenômeno tenha ganhado destaque internacional quando a nuvem de gafanhotos já ameaçava cruzar as fronteiras da Argentina com o Brasil e com o Uruguai, ele não surgiu de uma hora para outra, do nada. 

Desde 2015, especialistas argentinos estudam o crescimento acelerado desta população, principalmente da espécie Schistocerca cancellata, também chamada de gafanhoto migratório sul-americano.

Foto: Governo da província de Córdoba

Nos ultimos dias uma nuvem de gafanhotos assustou a Argentina e o Brasil que estava na rota dos animais. Apesar de um ou outro caso isolado de aparecimento emm solo brasileiro, que chegou a virar meme, nada foi comparado aos milhares flagrados no país vizinho. Mas por aqui a população segue muito interessada nos animais. O Google registra desde terça-feira (23) uma grande procura sobre 'como fritar gafanhotos'.

Já fazem cinco dias que o Google apresenta alta na busca pelo tema, que teve maior foco na região de São Paulo segundo consta na plataforma. O aumento na procura foi de 1200%.

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O tema "nuvem de gafanhotos" foi outro muito procurado pelos internautas nos últimos dias. Com a possibilidade de vir para o Brasil, a busca foi grande tendo foco maior no Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina, Estados mais próximos da Argentina e em tese os primeiros a serem atingidos.

A movimentação da nuvem de gafanhotos que está sendo monitorada pelas autoridades brasileiras se estabilizou em território argentino. A queda acentuada das temperaturas e a previsão de chuva para os próximos dias devem impedir que os insetos ingressem no País pelo Rio Grande do Sul. Nesta quinta-feira (25) o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) publicou no Diário Oficial da União uma portaria declarando estado de emergência fitossanitária no Estado gaúcho e em Santa Catarina.

A nuvem da praga Schistocerca cancellata se desloca desde o Paraguai rumo ao sul do continente e está a 150 quilômetros da fronteira brasileira, perto da cidade gaúcha de Barra do Quaraí. "Na quarta-feira (24), eles se deslocavam para o sul da Argentina. Nesta quinta, a nuvem se estabilizou. Acreditamos que em virtude da chuva e da temperatura baixa essa nuvem diminuiu sua atividade", explicou Ricardo Felicetti, chefe da divisão de Defesa Sanitária Vegetal da Secretaria de Agricultura do RS.

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Segundo Felicetti, há algumas informações desencontradas de diferentes fontes sobre a movimentação dos insetos. Por isso, a autoridade agropecuária gaúcha está admitindo apenas os dados repassados pelo Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar da Argentina (Senasa) ao MAPA. "Estamos menos apreensivos do que antes, principalmente porque as condições meteorológicas não são propícias para estes animais. Mas ainda há o risco do ingresso no Brasil, caso haja alguma alteração climática", advertiu. Conforme a previsão do tempo para os próximos dias no Estado, a chuva dará lugar para o frio intenso antes do retorno da umidade na semana na próxima semana.

400 milhões de gafanhotos

Imagens de satélite indicam que a nuvem de gafanhotos possui cerca de 10 quilômetros quadrados. "Admitimos que ela seja formada por cerca de 400 milhões de gafanhotos", disse Felicetti. Como os insetos comem em média metade de seu peso por dia (os Schistocerca cancellata medem de dois a três centímetros e possuem massa de cerca de dois gramas), a nuvem pode consumir diariamente 400 mil toneladas de vegetais.

"O risco maior é o prejuízo nas lavouras de invernos, como trigo, aveia e cevada, além das plantações de citrus e oliveiras, e em hortaliças e pastagens", explicou o técnico. Ele afirma que os insetos não são nocivos a pessoas e animais, mas podem causar danos em equipamentos mecânicos, no trânsito e para a aviação de baixa altitude.

Essa semana, a notícia de que uma nuvem de gafanhotos originária da Argentina estaria vindo em direção ao Brasil tomou conta das redes sociais. E nesta quinta-feira (25), a história ganhou um capítulo local. Em um vídeo que circula na internet, vários gafanhotos são flagrados em um bairro da periferia do Recife.

A 'invasão' dos insetos, porém, não tem nada a ver com o a famosa nuvem, de acordo com o biólogo André Mais. Segundo ele, o fenômeno é normal. "Antes a gente não prestava atenção, mas agora, com a pandemia e a quarentena, é mais comum prestar atenção na natureza. A nuvem de gafanhotos da Argentina é um evento causado pelo desequilíbrio ecológico. E se chegar ao Brasil, será pela Região Sul", explica.

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Confira o vídeo:

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O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento declarou estado de emergência fitossanitária no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina devido ao risco de surto da praga Schistocerca cancellata nas áreas produtoras dos dois estados. A portaria com a medida está publicada no Diário Oficial da União desta quinta-feira (25).

O estado de emergência tem por objetivo permitir a implementação de plano de supressão da praga e adoção de medidas emergenciais. De acordo com o ministério, a emergência fitossanitária é por um prazo de 1 ano.

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A nuvem de gafanhotos está a cerca de 250 quilômetros da fronteira do Rio Grande do Sul com a Argentina. A preocupação das autoridades do setor agropecuário e de produtores rurais é o dano que os insetos possam causar às lavouras e pastagens, se houver infestação.

A dieta do inseto varia, conforme a espécie, entre folhas, cereais, capins e outras gramíneas. Segundo informações repassadas à Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul, a nuvem é originária do Paraguai, das províncias de Formosa e Chaco, onde há culturas de cana-de-açúcar, mandioca e milho.

Em nota, o minstério informou que está acompanhando o fenômeno em tempo real e que “emitiu alerta para as superintendências federais de Agricultura e aos órgãos estaduais de Defesa Agropecuária para que sejam tomadas medidas cabíveis de monitoramento e orientação aos agricultores da região.

De acordo com a pasta, especialistas argentinos estimam que os insetos sigam em direção ao Uruguai. A ocorrência e o deslocamento da nuvem de gafanhotos são influenciados pela temperatura e circulação dos ventos.

O fenômeno é mais comum com temperatura elevada. Segundo o setor de Meteorologia da secretaria gaúcha, há expectativa de aproximação de uma frente fria pelo sul do estado, que deve intensificar os ventos de norte e noroeste, “potencializando o deslocamento do massivo para a Fronteira Oeste, Missões e Médio e Alto Vale do Rio Uruguai”.

A nota diz ainda que o gafanhoto está presente no Brasil desde o século 19 e que causou grandes perdas às lavouras de arroz na Região Sul no período de 1930 a 1940. "No entanto, desde então, tem permanecido na sua fase ‘isolada’, que não causa danos às lavouras.”

O ministério informa que especialistas estão avaliando “os fatores que levaram ao ressurgimento desta praga em sua fase mais agressiva" e que o fenômeno pode estar relacionado a uma conjunção de fatores climáticos.

A Secretaria de Agricultura do Rio Grande do Sul orienta os produtores rurais gaúchos a informar a Inspetoria de Defesa Agropecuária da sua localidade se identificar a presença de tais insetos em grande quantidade.

O Ministério da Agricultura disse, nesta quarta-feira (24), ter sido informado pelo Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar da Argentina (Senasa) que a nuvem de gafanhotos, em movimento dentro do território argentino, está se deslocando ao sul daquele país, em direção ao Uruguai, conforme a previsão inicial. "De acordo com os dados meteorológicos para a região Sul do Brasil, previstos para os próximos dias, é pouco provável - até o presente momento - que a nuvem avance em território brasileiro", disse a pasta em nota.

Segundo o ministério, o grupo de trabalho do Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas (DSV) da Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) permanece mobilizado, assim como as equipes técnicas das Superintendências Federais de Agricultura e dos órgãos estaduais de Defesa Agropecuária nos estados do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, assim como as unidades de vigilância agropecuária do Ministério localizadas na fronteira com o Rio Grande do Sul.

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"Com base neste cenário, estão sendo trabalhadas estratégias passíveis de adoção para um eventual surto da praga no Brasil, caso ocorram alterações climáticas favoráveis ao deslocamento da nuvem de gafanhotos para o nosso país. O deslocamento da nuvem de gafanhotos pode ser acompanhado por meio de mapas atualizados pelas autoridades argentinas, no link: https://geonode.senasa.gob.ar/maps/1806"

Ainda conforme a Agricultura, desde 2015, a formação de nuvens desses insetos na Bolívia, Paraguai e Argentina tem sido relativamente frequente. "Em virtude destes registros, o Mapa está, entre outras medidas, trabalhando na elaboração de um manual de orientações de ações de controle da praga, direcionado aos produtores rurais e aos órgãos estaduais de defesa agropecuária e de extensão rural."

Diversos fatores podem originar o aumento das populações de gafanhotos, como climáticos (temperatura, umidade relativa do ar e precipitação pluviométrica acumulada), assim como predadores, parasitóides e doenças, explica a pasta.

As pragas de gafanhotos-peregrinos são extremamente difíceis de controlar e de fazer parar, uma vez que são milhares de insetos que voam juntos e podem invadir vastos territórios.

Com muita frequência gafanhotos-peregrinos devoram plantações e colheitas podendo pôr em risco a situação de segurança alimentar em uma região.

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David Hughes, biólogo da Universidade Estadual da Pensilvânia, EUA, partilhou vídeos arrepiantes de gafanhotos invadindo por completo territórios no Quênia.

De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (UN FAO, na sigla em inglês), a mais recente praga de gafanhotos no Quênia pode ser a pior dos últimos 70 anos.

Além disso, os cientistas dizem que as invasões atuais de gafanhotos-peregrinos no Quênia não vão terminar em breve, sendo que os seus ovos eclodirão já em março e abril, criando uma "segunda rodada de invasão".

Gafanhotos muitas vezes devoram plantações e colheitas, podendo agravar a situação de segurança alimentar na região e deixar pessoas sem alimento.

Biólogos têm tentado melhorar os seus métodos de previsão para que as pessoas possam estar preparadas para usar inseticidas químicos contra gafanhotos antes que eles comecem a invadir as colheitas. Mas sendo que estas espécies habitam enormes quantidades de quilômetros quadrados de terrenos em África e no Oriente Médio, tais previsões tornam-se extremamente desafiadoras.

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Da Sputnik Brasil

A Índia enviou drones para pulverizar os gafanhotos no céu. Uganda tentou exterminá-los por terra, usando 2 mil soldados para borrifar pesticida. A China fez diferente: enviou um "exército" de 100 mil patos para combater a nuvem de 400 bilhões de gafanhotos que se aproximam do país, informou na quarta-feira (19) a emissora estatal CGTN.

Os insetos se aproximam da China por meio da fronteira com o Paquistão. Em um vídeo postado pela CGTN é possível ver "tropas" de patos caminhando por rodovias do país. A emissora afirma que eles estão se reunindo para enfrentar uma "possível emergência".

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Vizinho da China, o Paquistão enfrenta a pior infestação de gafanhotos das últimas duas décadas. O país declarou uma emergência nacional por causa dos enxames no início deste mês.

Os gafanhotos do deserto, grandes herbívoros, chegaram do Irã e já danificaram algodão, trigo e outras culturas. Condições climáticas favoráveis e uma resposta tardia do governo ajudaram os insetos a atacarem as áreas de cultivo, e seu potencial para destruição em larga escala está aumentando o medo de insegurança alimentar no país.

Khusro Bakhtiar, ministro de Segurança Alimentar do Paquistão, informou que o enxame está atualmente na fronteira entre o país e a Índia. "Foram tomadas medidas contra o inseto em mais de 121 milhões de hectares e 20 mil hectares foram pulverizados", disse ele.

Nos últimos meses de 2019, enxames de gafanhotos do deserto invadiram o leste da África, devastando colheitas, dizimando pastagens e aprofundando uma crise de fome. As Nações Unidas dizem que centenas de milhões de insetos invadiram a região do Chifre da África no pior surto em um quarto de século. (Com agências internacionais).

Cientistas da área de entomologia da Embrapa viajaram para Portel, no arquipélago do Marajó, no Pará, para reunião técnica que irá avaliar uma praga de gafanhotos em diversos municípios da região. Os insetos têm atacado lavouras de mandioca, assustando moradores, trazendo prejuízos econômicos, além de riscos ao meio ambiente e saúde da população, com o uso inadequado de inseticidas e outros defensivos.  A cultura da mandioca é uma das bases da economia local.

O pedido de socorro foi feito pela prefeitura de Portel, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sede), que articulou uma força tarefa junto a Emater e Adepará, e procurou a Embrapa para tentar entender e propor soluções de controle dos insetos. Relatos da secretaria informam que diversas comunidades rurais foram atacadas e lavouras inteiras dizimadas. A infestação teria provocado pânico entre os agricultores e ocasionado o uso sem controle de inseticidas e outros produtos químicos, o que preocupa as autoridades por não causar controle adequado dos gafanhotos, poder causar risco de contaminação dos rios e impactos no meio ambiente e na saúde da população que depende diretamente da água dos rios, conforme explicou Nogueira Júnior, diretor de agricultura da Sede.

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Os pesquisadores da Embrapa Amazônia Oriental Aloyséia Noronha e Roni de Azevedo,  especialistas em controle de pragas, atuarão para identificar a espécie que está atacando as lavouras e traçar estratégias de enfrentamento, por meio de palestras e práticas em campo para os técnicos, agricultores e lideranças comunitárias da região.

Segundo os pesquisadores, técnicos da Emater e da prefeitura enviaram relatórios e fotos das infestações, mas os cientistas alertam que é precipitado tentar identificar uma espécie de inseto apenas por imagens e relatos e se faz necessária uma visita técnica para coleta dos gafanhotos e ainda avaliar a real extensão da infestação e, junto aos técnicos e agricultores da região, analisar e pôr em prática as melhores formas de manejo integrado de pragas para o controle em lavouras de mandioca.

Para isso, os pesquisadores participam de uma intensa agenda durante três dias que irá envolver reuniões com técnicos dos municípios de Portel, Melgaço e Breves, todos atingidos pela infestação, visita na comunidade do rio Acutipereira, distante cerca de 25 km da sede do município e uma das mais atingidas pelo ataque dos insetos, além de palestras e práticas de campo.

De acordo os pesquisadores, a programação conta ainda com palestras sobre o controle integrado de pragas, que vai abordar técnicas para tentar minimizar a ocorrência e danos de insetos-praga, envolvendo uso de variedades de mandioca mais resistentes, rotação de culturas, favorecimento do controle biológico e controle químico quando necessário, usando produtos mais eficientes e seletivos aos inimigos naturais. Além de uma parte prática sobre o uso correto e seguro de agrotóxicos, com demonstração de regulagem e calibração de pulverizador costal.

Ameaça - Os pesquisadores Aloyséia Noronha e Roni de Azevedo explicaram que o ataque de gafanhoto e outros insetos-praga comprometem diretamente a produtividade da cultura atingida. No caso da mandioca, na qual os insetos se alimentam das folhas da planta, prejudica o processo de fotossíntese, que é essencial ao desenvolvimento das raízes.

Em Portel, a mandioca é a principal cultura econômica e alimentar da região, conforme explicou o técnico Jocimar Mendonça, responsável pela Emater no município. “A base econômica é o extrativismo e a mandioca, que além de renda, garante segunda alimentar à população”, explicou. Ainda de acordo com Jocimar, a Emater tem acompanhado casos de ataques de gafanhoto desde 2008, mas em casos isolados e de menor intensidade, e nunca havia registrado tamanha infestação como a de agora. “Lavouras já foram dizimadas e os enxames de insetos já atingem diversas comunidades e também há registros de ataques nos municípios de Bagre, Melgaço e Breves”, enfatizou o técnico.

As autoridades esperam que por meio da visita técnica seja possível descobrir formas imediatas de controlar o avanço dos insetos, mas também discutir soluções tecnológicas manejo para a prevenção e controle de futuras lavouras e ainda fortalecer uma parceria com a Embrapa para estimular outros cultivos, como hortaliças e frutas e assim diversificar a produção, estimulando a economia da região. Veja, abaixo, galeria de fotos com imagens da infestação de gafanhotos.

Com informações da assessoria da Embrapa.

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A juíza Rosimayre Gonçalves de Carvalho, do Tribunal Regional Federal da 1.ª região, acatou pedido de habeas corpus dos advogados da médica Suzete Macedo, mulher do senador Telmário Mota (PDT-RR). Suzete, considerada foragida desde sábado, se apresentou ontem à Polícia Federal em Boa Vista. A médica, acusada de participar da "máfia dos gafanhotos", que desviou R$ 70 milhões da saúde em Roraima, não chegou a passar a noite na cadeia.

O senador, que acompanhou a mulher até a PF, disse que Suzete é alvo de perseguição política por parte de seus adversários no Estado. Na véspera ele apresentou um pedido de cassação do ex-ministro do Planejamento, o senador Romero Jucá (PMDB-RR), ao Conselho de Ética do Senado.

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Segundo Mota, a mulher não se apresentou antes à PF porque aguardava o julgamento sobre o pedido de habeas corpus. "Ela não se apresentou antes porque os advogados consideraram melhor aguardar e evitar esse constrangimento. Reafirmo que a prisão não é jurídica, é política", disse o senador.

Um dia antes o ex-governador de Roraima Neudo Campos, marido da governadora Suely Campos, outro foragido, se apresentou à PF. Ele é condenado a mais de 13 anos de prisão também por integrar a "máfia dos gafanhotos" e, segundo a PF, tentou fugir para a Venezuela com apoio de policiais militares lotados na Casa Militar do governo. Em audiência de custódia, o ex-governador revelou estar com câncer e solicitou prisão domiciliar. O pedido ainda não foi julgado.

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