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O mercado brasileiro consumiu em média 79,944 milhões de metros cúbicos diários (m³/d) de gás natural no primeiro trimestre do ano, o que representa uma expansão de 6% em relação ao total comercializado no mesmo período de 2014. De acordo com a Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás), responsável pela elaboração do levantamento, o resultado é puxado principalmente pela destinação de gás para a operação das térmicas.

Diante da falta de chuvas e do atual baixo volume de água dos reservatórios, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) tem mantido as térmicas a gás operando a plena capacidade. Com isso, o consumo de gás para geração elétrica cresceu 17,5% no trimestre e atingiu a marca de 35,910 milhões de (m³/d).

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A variação consolidou a geração energia como principal destino do gás brasileiro neste momento. O segmento industrial, que desde o ano passado perdeu a liderança do ranking, ampliou a demanda em apenas 0,8% no trimestre. Foram consumidos 28,467 milhões de (m³/d)

As categorias Geração de energia e Indústria foram exceção neste início de ano, segundo os dados da Abegás. Outros grandes mercados consumidores apresentaram retração de demanda. Foi o caso dos mercados automotivo e de cogeração, com retração de 3,5% e 5%, respectivamente. Ainda entre os principais destinos do gás vendido no Brasil, a categoria Outros, que inclui o gás natural comprimido (GNC), amargou retração de 9,7%.

Março

O aumento da demanda foi mais discreto em março, quando comparado ao mesmo período de 2014 (+1%) e também em relação a fevereiro (+0,6%). A explicação está no consumo de 36,953 milhões de (m³/d) por parte das térmicas, uma alta de apenas 3% em relação a março do ano passado. A alta menos expressiva é explicada pela base de comparação mais forte, dado que o consumo de gás pelas térmicas em 2014 apresentou um salto a partir de fevereiro. Em março houve nova elevação, consolidando-se acima de 30 milhões de (m³/d)

Exceção ao segmento elétrico, todos os demais principais consumidores de gás apresentaram demanda menor em março deste ano, quando comparado a igual intervalo de 2014. O segmento industrial apresentou retração de 0,2%. O segmento automotivo encolheu 1,5%. Na cogeração a queda foi de 3,3% e na categoria Outros, de 0,5%.

O aumento de demanda no mês ficou concentrado nos segmentos residencial, com alta de 0,5%, e comercial, com variação de 2%. Ambos, contudo, consomem menos de 1 milhão de (m³/d) por dia.

Na comparação entre março e fevereiro, a Abegás destaca o desempenho das categorias residencial e cogeração. O consumo dos dois segmentos apresentou elevação de 11% e 6,7%, respectivamente, e pela primeira vez desde 2013 são os principais responsáveis pelo aumento da demanda, segundo o ONS.

"O crescimento do consumo em residências reflete os investimentos feitos pelas concessionárias em expansão das redes de distribuição, levando a segurança, praticidade e conforto do gás natural aos consumidores", destacou em nota o presidente da Abegás, Augusto Salomon.

O consumo brasileiro de gás natural atingiu em 2014 a marca de 100 milhões de metros cúbicos por dia, até então inédita no País. O volume representa uma expansão de 11,6% em relação ao ano anterior, conforme dados publicados nesta semana pelo Ministério de Minas e Energia (MME).

O resultado foi impulsionado principalmente pelo consumo da categoria composta pelas termelétricas e por consumidores livres, o qual teve expansão de 22,8% na comparação anual e atingiu 12,60 milhões de m?/d. A venda de gás para as distribuidoras, principal destino do produto no Brasil, cresceu 9,7% e atingiu 73,40 milhões de metros cúbicos por dia. A categoria de consumo de gás por instalações industriais apresentou variação positiva de 12,3%, para 14,01 milhões de metros cúbicos por dia.

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Para atender ao aumento da demanda, o Brasil importou 13,9% mais gás natural. A compra de produto oriundo da Bolívia e da Argentina, além do gás natural liquefeito (GNL) atingiu 52,93 milhões de metros cúbicos por dia. Nesta categoria, o principal destaque ficou por conta da expansão de 36,8% da importação de GNL.

A produção nacional, por sua vez, atingiu 87,38 milhões de metros cúbicos por dia, um avanço de 13,2% em relação a 2013. A maior parte do insumo, contudo, foi utilizada para reinjeção nos poços produtores. Foram destinados 15,73 milhões de metros cúbicos por dia para tal finalidade, volume 47,8% superior ao do ano anterior. Outra grande parte do gás produzido, no total de 11,46 milhões de metros cúbicos por dia (+5,6% sobre 2013), foi destinada para consumo nas próprias unidades de exploração e produção.

A oferta efetiva de gás nacional ao mercado brasileiro ficou em 48,30 milhões de metros cúbicos por dia, abaixo das 51,71 milhões de metros cúbicos por dia de produto importado que atendeu a demanda local. Com isso, a participação do gás brasileiro no mercado ficou em 48,3%, abaixo dos 49,5% do ano anterior. Entre 2011 e 2012, a participação do produto nacional no mercado era superior a 50%.

O Rio de Janeiro continua sendo o principal responsável pela produção nacional, com 30,40 milhões de metros cúbicos por dia em 2014 - alta de 10,9% sobre 2013. Os principais destaques do ano passado, contudo, foram os estados de São Paulo e Maranhão. A produção paulista atingiu 11,41 milhões de metros cúbicos por dia, alta de 49,3% sobre o ano anterior. No Maranhão, a produção cresceu 38,6% e atingiu 5,39 milhões de metros cúbicos por dia.

O Brasil registrou em agosto passado novo recorde histórico de consumo de gás natural, ao atingir a marca de 104,8 milhões de metros cúbicos diários (m3/d), segundo dados do Ministério de Minas e Energia (MME). O número supera os 102,7 milhões de m3/d de março passado, a maior do ano, e também os 101,5 milhões de m3/d de julho passado. Considerando também números referentes ao uso em unidades de exploração e produção (E&P), consumo em transporte, armazenamento e outros, o consumo atingiu 123,9 milhões de m3/d em agosto.

A demanda mensal, conforme o Boletim Mensal de Acompanhamento da Indústria de Gás Natural divulgado nesta semana, continua sendo impulsionada pelas operações de geração de energia. Em agosto, esse segmento consumiu 51,4 milhões de m3/d.

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Desde fevereiro passado o consumo do segmento de geração é superior à demanda da indústria. Em agosto, o setor industrial movimentou 43,8 milhões de m3/d. O número não inclui o consumo do setor automotivo, este o terceiro mais importante do País, mas com volume significativamente mais discreto, na casa dos 5 milhões de m3/d.

O aumento da demanda doméstica obrigou o País a também intensificar o volume de gás natural importado. Em agosto, a compra externa do insumo foi de 52,9 milhões de m3/dia. A produção nacional, conforme divulgado anteriormente pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), atingiu 90,9 milhões de m3/d.

Químicos anunciaram nesta terça-feira ter inventado um material capaz de sugar facilmente o dióxido de carbono (CO2) contido no gás natural, deixando mais limpo um combustível abundante.

A substância porosa consegue separar o CO2 na boca do poço e armazená-lo com segurança para uso industrial ou para reinjeção em campos gasíferos, afirmaram. Os processos atuais de remoção do CO2 se baseiam na abrasão química, um processo caro no qual o carbono contido no gás natural é dissolvido com compostos líquidos corrosivos aquecidos a 140 graus Celsius.

O novo material contém pó de carbono, pontilhado de buracos microscópicos e infundido com átomos de nitrogênio ou enxofre, que transformam o CO2 em cadeias sólidas de moléculas de polímero.

Os polímeros ficam presos nos poros do material, enquanto o gás natural consegue passar. Esta "polimerização" acontece sob a pressão liberada naturalmente pelo poço, explicou a equipe responsável pela invenção em artigo publicado na revista Nature Communications.

Assim que a pressão desaparece, os polímeros voltam ao seu estado gasoso original, liberando os poros para que possam coletar mais gás carbônico. Tudo isto acontece em temperaturas normais, ao contrário da tecnologia de captura existente, que demanda calor e usa grande parte da energia produzida, segundo a equipe.

O co-autor do estudo, James Tour, professor da Universidade Rice, no Texas, informou à AFP por e-mail que materiais de captura de CO2 já existiam, "mas nenhum que funcionasse como este e que pudesse fazê-lo de forma tão econômica".

O novo método é usado na fonte, o que significa que o gás não precisa ser transportado para uma estação de coleta para a remoção do CO2, reportou em comunicado a Universidade Rice.

"O gás natural é o combustível fóssil mais limpo que existe. O desenvolvimento de formas com boa relação de custo-benefício para separar o dióxido de carbono durante seu processo de produção aumentará esta vantagem sobre outros combustíveis fósseis", acrescentou.

A inovação também deverá permitir o uso de gás, cujo conteúdo elevado de CO2 tornaria seu custo de limpeza proibitivo utilizando as tecnologias atuais de captura. Com o novo método, que foi patenteado, mas ainda não foi usado, o CO2 pode ser bombeado diretamente de volta ao poço de gás, onde esteve por quatro milhões de anos, ou estocado e vendido para outros propósitos industriais, prosseguiram os cientistas.

O CO2 é o principal gás de efeito produzido pelo homem. Bilhões de toneladas destes gases são emitidos anualmente, atuando como um cobertor invisível que prende a energia solar na atmosfera, causando danos ao delicado sistema climático da Terra, com riscos potencialmente catastróficos, segundo especialistas.

Um carro movido a gás natural produz 30% menos CO2 do que outro movido a gasolina, destacou o estudo. Mas o CO2 liberado no poço gasífero neutraliza "significativamente" esta vantagem, acrescentou.

O consumo de gás natural aumentou 3,3% em abril, na comparação com março deste ano, registrando uma média de 77,2 milhões de metros cúbicos por dia, segundo o levantamento estatístico mensal da Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás), divulgado nesta segunda-feira, 2. Pelo segundo mês seguido, o consumo de gás natural bateu o recorde histórico, desde o início da distribuição do insumo no país, em 1991, destaca a Abegás. Os maiores índices alcançados até então haviam sido registrados em maio de 2013, com 73,3 milhões de metros cúbicos por dia, e março de 2014, com 74,6 milhões de metros cúbicos por dia.

"Com os níveis dos reservatórios de água ainda abaixo do esperado, o despacho termoelétrico continua puxando a alta de consumo", afirma a Abegás, no comunicado. O segmento de geração elétrica apresentou aumento de 4,8%, na comparação com março de 2014 e de 38,7%, em relação ao mesmo período do ano passado.

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O consumo residencial, entretanto, foi o que mais cresceu: 27,3%, em relação a março de 2014, e 9,2% na comparação com abril de 2013. O segmento industrial, que vem apresentando uma retomada do crescimento, aumentou 0,8%, quando comparado ao mesmo período do ano passado e 1,2%, em relação a março deste ano.

Em relação ao mesmo período de 2013, o consumo de gás natural no segmento comercial subiu 7,2%. Na comparação com o mês anterior, o aumento foi de 2,8%. O segmento automotivo foi o único que apresentou retração, de 0,6%, na comparação com março deste ano e de 3,8% em relação a abril de 2013.

A Abegás acrescenta que o número de consumidores registrados foi de 2,4 milhões em todo o País. A região Sudeste concentra o maior consumo de gás natural, com volume médio diário de 16,2 milhões de metros cúbicos, seguida pelo Nordeste, com 3,4 milhões de metros cúbicos. As regiões Sul, Norte e Centro-Oeste consumiram 2,1 milhões de metros cúbicos por dia, 1,1 milhão de metros cúbicos por dia e 892 mil metros cúbicos por dia, respectivamente.

As reservas de gás natural do País poderão dobrar caso se confirme estimativa de volume no campo de Libra, pré-sal da bacia de Santos. O presidente da Pré-Sal Petróleo (PPSA), Oswaldo Pedrosa, afirmou hoje que o volume total de gás estimado no campo de Libra, na bacia de Santos, varia de 560 bilhões a 840 bilhões de metros cúbicos, sendo de 314 bilhões a 470 bilhões de metros cúbicos de gás natural.

Atualmente, as reservas provadas de gás natural do Brasil somam 458,2 bilhões de metros cúbicos de gás natural, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

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De acordo com Pedrosa, 44% do volume total estimado no campo de Libra são de gás carbônico (CO2). Apesar de não ser utilizável, o CO2 tem a utilidade de potencializar a recuperação do campo de petróleo ao ser reinjetado. Inicialmente, essa deverá ser a única utilidade do gás na área.

Entre as formas outras avaliadas para se aproveitar o gás, Pedrosa afirma que uma alternativa é a colocação de um navio ao lado de uma unidade flutuante de produção e armazenamento (FPSO, em inglês) para gerar energia. "(O navio) recebe o gás e faz geração termelétrica ali, e transporta o gás através de linhas de transmissão submarinas de corrente contínua", disse após evento no Rio de Janeiro.

Os dois primeiros poços da área de Libra, leiloada em 2013, devem ser perfurados no segundo semestre deste ano, de acordo com o executivo. Ele acredita que o pico de produção do campo ocorrerá em meados da próxima década.

A área foi arrematada pelo consórcio formado por Petrobras, pelas chinesas CNOOC e CNPC, pela francesa Total e pela anglo-holandesa Shell.

Pedrosa afirmou também que a PPSA trabalha atualmente em quatro processos de unitização, que devem ser resolvidos até o final do ano. O acordo - entre operadores ou entre a empresa operadora e o governo - é necessário quando um reservatório extrapola os limites do bloco concedido a uma empresa. A PPSA participa da discussão quando inclui uma área do pré-sal.

Entre os quatro processos, três são da Petrobras. O outro é o da acumulação do Gato do Mato, operado pela Shell no bloco BM-S54, hoje em fase de exploração. No caso dos processos da Petrobras, são relativos ao campo de Lula (bacia de Santos), campo de Sapinhoá (bacia de Santos) e Tartaruga Mestiça (bacia de Campos).

Diante da necessidade de recorrer às termelétricas para gerar energia elétrica, as importações de gás natural devem aumentar pelo segundo ano consecutivo. A previsão foi feita nesta terça-feira (13) por José Cesário Cecchi, superintendente de Comercialização e Movimentação de Petróleo, seus derivados e Gás Natural da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). "A situação hidrológica não melhorou do ano passado para este ano. Pelo contrário, piorou. Então, a exigência do Operador Nacional do Sistema (ONS) com relação às termelétricas tende a aumentar", disse.

No ano passado, as importações de gás natural atingiram a marca histórica de 47,07 milhões de metros cúbicos por dia, de 36,04 milhões em 2012. Segundo Cecchi, a cifra de 2014 deve ser ainda maior, mesmo com a oferta doméstica de gás atingindo recordes mês a mês. No caso das térmicas biocombustíveis, o gás natural pode ser substituído por outro insumo, como o diesel, mas ainda assim com necessidade de importação. "A Petrobras faz a conta do que é mais econômico para ela. Mas a tendência geral é aumentar (a importação) em função da condição pior de geração do parque de energia elétrica", disse o superintendente.

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Hoje, o gás natural é importado a preços entre US$ 23 e US$ 24 por milhão de BTU, o que dá vantagem ao diesel, afirmou Cecchi. Mesmo assim, ele ressaltou que nem todas as térmicas têm a flexibilidade de queimar dois tipos de combustíveis. "Essas têm de importar o GNL a que preço for", acrescentou. "É um efeito dominó complicado. O governo faz com que a Petrobras pratique um preço de diesel e de gasolina no mercado interno bem menor do que no mercado internacional, e a empresa é importadora. No momento que não tem nenhuma restrição no consumo, cada vez as pessoas consomem mais, e se faz necessário aumentar a importação. E isso começa a refletir na balança comercial", definiu Cecchi.

Política de preços- Em relação à política de preços de diesel e gasolina, o superintendente da ANP defendeu a posição da presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, durante a apresentação dos resultados da estatal na última segunda-feira (12).

"A postura da Petrobras está correta, tem de exigir um alinhamento dos preços ao mercado internacional. Caso contrário, ela vai ter prejuízo", disse Cecchi.

Diante da necessidade de recorrer às termelétricas para gerar energia elétrica, as importações de gás natural devem aumentar pelo segundo ano consecutivo, afirmou nesta terça-feira, 13, José Cesário Cecchi, superintendente de Comercialização e Movimentação de Petróleo, seus derivados e Gás Natural da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). "A situação hidrológica não melhorou do ano passado para este ano. Pelo contrário, piorou. Então, a exigência do Operador Nacional do Sistema (ONS) com relação às termelétricas tende a aumentar", disse.

No ano passado, as importações de gás natural atingiram a marca histórica de 47,07 milhões de metros cúbicos por dia, de 36,04 milhões em 2012. Segundo Cecchi, a cifra de 2014 deve ser ainda maior, mesmo com a oferta doméstica de gás atingindo recordes mês a mês.

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No caso das térmicas biocombustíveis, o gás natural pode ser substituído por outro insumo, como o diesel, mas ainda assim com necessidade de importação. "A Petrobras faz a conta do que é mais econômico para ela. Mas a tendência geral é aumentar (a importação) em função da condição pior de geração do parque de energia elétrica", disse o superintendente.

Hoje, o gás natural é importado a preços entre US$ 23 e US$ 24 por milhão de BTU, o que dá vantagem ao diesel, afirmou Cecchi. Mesmo assim, ele ressaltou que nem todas as térmicas têm a flexibilidade de queimar dois tipos de combustíveis. "Essas têm de importar o GNL a que preço for", acrescentou.

"É um efeito dominó complicado. O governo faz com que a Petrobras pratique um preço de diesel e de gasolina no mercado interno bem menor do que no mercado internacional, e a empresa é importadora. No momento que não tem nenhuma restrição no consumo, cada vez as pessoas consomem mais, e se faz necessário aumentar a importação. E isso começa a refletir na balança comercial", definiu Cecchi.

Política de preços

Em relação à política de preços de diesel e gasolina, o superintendente da ANP defendeu a posição da presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, durante a apresentação dos resultados da estatal na última segunda-feira, 12.

"A postura da Petrobras está correta, tem de exigir um alinhamento dos preços ao mercado internacional. Caso contrário, ela vai ter prejuízo", disse Cecchi.

A BG, terceiro maior produtor de gás natural do Reino Unido, divulgou nesta quinta-feira (1º), que seu lucro líquido caiu 8% no primeiro trimestre deste ano, a US$ 1,11 bilhão, de US$ 1,21 bilhão no mesmo período de 2013. A receita, porém, subiu 1,4% na mesma comparação, a US$ 4,98 bilhões, à medida que volumes maiores de petróleo, em especial do Brasil, ajudaram a compensar parcialmente a queda na produção geral e nas entregas de gás natural liquefeito.

Os volumes de exploração e produção caíram 4% no período, a 633 mil barris de óleo equivalente (BOE) por dia. Para todo o ano de 2014, a BG prevê produção de 590 mil a 630 mil BOE por dia.

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O BG atribuiu a queda do lucro a "desafios" enfrentados no Egito, onde a produção da empresa caiu e o gás que seria exportado foi desviado para abastecer o mercado doméstico. Apesar do lucro menor, o balanço da BG foi bem recebido na Bolsa de Londres, após a recente e inesperada renúncia do executivo-chefe da empresa, Chris Finlayson, que ficou apenas 16 meses no cargo. "Os resultados foram absolutamente bons, o que torna a saída (de Finlayson) ainda mais misteriosa", comentaram analistas da Investec Securities. Por volta das 8h25 (de Brasília), as ações da BG subiam 2,89% no mercado inglês.

A Petrobras informa que ultrapassou, pela primeira vez, a barreira dos 100 milhões de metros cúbicos por dia (m³/dia) de gás natural entregues ao mercado consumidor do País. Na última quarta-feira, a empresa forneceu 101,1 milhões de m³ de gás, volume recorde. A marca supera o recorde anterior, de 97,7 milhões de m³ movimentados no dia 29 de maio de 2013, afirma a companhia.

"Do volume total entregue no último dia 26, 45,1 milhões de m³ foram destinados ao mercado termoelétrico e 42,5 milhões de m³ ao mercado não termoelétrico, do qual fazem parte indústrias, residências, transporte (veículos), cogeração e outros. O restante - 13,5 milhões de m³ - foi entregue às unidades da Petrobras", afirma a estatal, em comunicado.

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Segundo a empresa, a marca inédita deve-se principalmente ao forte aumento da geração de energia termoelétrica, que atende ao despacho solicitado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

O Brasil alcançou recorde na redução da queima de gás natural em 2013, com aproveitamento de 95,4% do gás natural produzido, informou nesta segunda-feira (27), a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Em 2012, o índice havia sido de 94,4% e, em 2011, de 92,7%. Segundo a ANP, este foi o maior índice de aproveitamento e o menor volume anual de gás queimado desde a criação da agência em 1998.

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A autarquia informou em nota que a queima de gás natural acima dos limites permitidos pela Portaria ANP nº 249/2000 e dos autorizados através dos Programas Anuais de Produção (PAP) levaram à assinatura de um Termo de Compromisso entre a ANP e a Petrobras, em novembro de 2010.

Foi lançado, então, o Programa de Ajuste para Redução de Queima de Gás na Bacia de Campos (Parq), que contém metas de aproveitamento de gás natural até 2014. Desde então, a ANP também vem restringindo os volumes autorizados de queima extraordinária de gás natural, disse a agência em nota.

A EDF negocia a compra da fatia de 10% que a Petrobras detém na térmica a gás natural Norte Fluminense, revelou nesta sexta-feira (22), o diretor financeiro-administrativo da EDF Norte Fluminense, Carlos Alberto Afonso. "A Petrobras colocou à venda essa fatia e não teve nenhuma proposta. Nós, então, estamos negociando isso com eles", disse, após participar de evento na Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ).

A EDF detém 90% de participação societária na usina, que tem capacidade instalada de 780 megawatts (MW) e está localizada em Macaé, no norte do Estado. Afonso afirmou que as conversas entre as partes estão num estágio avançado e a expectativa é de que o negócio seja concluído ainda em dezembro. A decisão da estatal de vender a participação na termelétrica faz parte da estratégia de desinvestimentos de ativos não alinhados com o core business - a meta perseguida para a venda de ativos é de US$ 9,9 bilhões.

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De acordo com ele, a presença da Petrobras como sócia fazia sentido estratégico no passado para tornar viável o fornecimento de gás à térmica. Hoje em dia, no entanto, a presença da empresa tem restringido as possibilidades de expansão da EDF Norte Fluminense. "A ideia de comprarmos os 10% é para ficarmos livres para fazermos o que quisermos com a EDF Norte Fluminense", disse.

A intenção da EDF é se valer a EDF Norte Fluminense para ser um veículo de crescimento das operações no Brasil. "Poderíamos nos associar com outras empresas. Poderíamos criar uma nova joint venture, e outras empresas entrariam com o seus ativos e nós entraríamos com os ativos da Norte Fluminense. Têm 'n' modelos de alavancagem", afirmou.

Energia renovável - A EDF também está prestes a ingressar no segmento de energia renováveis no Brasil. O diretor financeiro-administrativo da EDF Norte Fluminense revelou que a subsidiária de energia renováveis, a EDF Energies Nouvelles, desembarca no País em busca de novas oportunidades de crescimento. "Essa companhia já esteve no Brasil e está vindo de novo, focando energia eólica e solar", disse.

Afonso afirmou que os franceses estão bastante interessados com a dinâmica do mercado de energia eólica no Brasil, hoje um dos que mais cresce no mundo, e nas perspectivas de expansão da energia solar na matriz energética brasileira. "Há uma certeza expectativa no mercado de que o governo irá promover um leilão específico para solar. O próprio Tolmasquim (presidente da EPE) andou falando isso. Se for isso, é possível que a gente consiga entrar", afirmou.

A EDF Energies Nouvelles é uma das maiores operadores de energias renováveis do mundo. Ao final de junho deste ano, a capacidade instalada era de 6,358 mil MW e outros 1,493 mil MW estão em fase de construção. Seu faturamento em 2012 foi de 1,471 bilhão de euros e o lucro, 78 milhões de euros. O executivo sinalizou que a companhia não está buscando oportunidades em térmicas a biomassa no Brasil.

Hidrelétrica



Afonso disse que a EDF tem interesse em disputar a concessão da hidrelétrica São Manoel, que possivelmente será licitado pelo governo federal no segundo leilão de energia nova A-5 de 2013, marcado para dezembro. "Já estamos conversando com alguns grupos para São Manoel, outra usina do Rio Teles Pires (MT-PA) que estamos buscando parcerias", afirmou.

O interesse por São Manoel (700 MW de capacidade instalada) marca mais uma tentativa da EDF de retomar os seus planos de expansão no setor elétrico brasileiro, momentaneamente interrompidos após a venda do controle acionário da Light para a estatal mineira Cemig em 2006. O executivo disse que a EDF já havia tentado ganhar a concessão da usina Sinop, licitada no leilão A-5 de agosto deste ano, em parceria com a Cemig, mas foi derrotada pelo consórcio da Eletrobras.

Além da hidreletricidade, o executivo também citou os planos frustrados de investimentos em novas termelétricas a gás natural no Brasil. Após a venda da Light para a Cemig, o único ativo remanescente da EDF no País é a térmica a gás Norte Fluminense, na qual a companhia francesa detém 90% de participação e a Petrobras, 10%.

Por falta de gás, a companhia não conseguiu levar adiante o seu plano de construir novas usinas no País. Para o leilão A-5 de dezembro, a companhia chegou a cadastrar o projeto da térmica Paracambi (RJ), mas não foi habilitada pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) por não apresentar um contrato de combustível com um fornecedor de gás - a Petrobras informou aos agentes do mercado que novamente não teria gás para fornecer neste leilão.

Afonso explicou que o projeto de Paracambi está pronto e, inclusive, passou por uma revisão que elevou significativamente a sua capacidade instalada. Originalmente, a usina teria a potência de 550 MW. A nova versão da usina prevê o uso de uma nova tecnologia de turbinas a gás da alemã Siemens, o que possibilitou elevar a capacidade de geração da usina para 800 MW. A intenção da EDF é novamente tentar vender a energia da termelétrica nos leilões de energia nova de 2014. "Quem sabe com o retorno do gás, que parece que a partir de 2014 é grande a possibilidade de ter gás, a gente consiga ir para o leilão para fazer Paracambi", afirmou o executivo.

A diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gas Natural e Biocombustíveis (ANP), Magda Chambriard, disse nesta quarta-feira (13), que o Brasil pode chegar a um volume de gás disponível de 120 milhões de metros cúbicos de gás por dia. O volume - uma estimativa média da agência - será alcançado com a produção das áreas gigantes já concedidas de Lula, Franco e Libra, na Bacia de Santos, e também a produção do gasoduto Brasil-Bolívia e do Nordeste do País.

Desta forma, a diretora da Agência corrige informação dada mais cedo em seminário de petroquímica promovido pela Secretaria de Desenvolvimento do Rio. Atualmente, o volume de gás disponível está em cerca de 65 milhões de m³/dia. "Com o aumento da produção desses campos e com a construção de gasodutos, será possível chegar aos 120 milhões m3/dia", esclareceu.

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Durante a apresentação a diretora da ANP informou também que cerca de dez empresas apresentaram as garantias para participar da 12ª rodada de óleo e gás que ocorrerá no fim do mês. Magda ressaltou que outras empresas podem participar do certame como associadas das inscritas.

A tríade das áreas gigantes de Lula, Libra e Franco, na Bacia de Santos, vai gerar em momento de pico mais de 120 milhões de metros cúbicos de gás por dia, segundo a diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Magda Chambriard.

Em seminário promovido pela secretaria de Desenvolvimento do Rio e pela Fecomércio nesta quarta-feira, 13, Magda disse apostar que o preço do gás tende a cair com o aumento da oferta.

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Os Estados Unidos, com preço até três vezes menores têm prejudicado a indústria brasileira. "O gás está chegando, e num volume suficiente para contribuir muito com a equalização desses preços", disse Magda, admitindo ser uma previsão otimista antes de acrescentar: "Não vemos hoje nada que impeça que esse objetivo seja atingido".

O consumo de gás natural no Brasil registrou a queda de 2,17% em setembro deste ano na comparação com igual período de 2012, divulgou nesta quinta-feira (24), a Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás). Mês passado, as vendas do insumo pelas concessionárias somaram 62,48 milhões de metros cúbicos por dia (m³/d), volume inferior aos 63,87 milhões de m³/d de setembro do ano passado. Esses números refletem a diminuição do consumo pelas indústrias, pelo setor automotivo (gás natural veicular) e para cogeração, além da desaceleração da demanda do segmento termelétrico.

De acordo com os dados da Abegás, o segmento industrial atendido pelas distribuidoras consumiu 28,75 milhões de m³/d em setembro deste ano, uma redução de 2,33% em relação aos 29,44 milhões de m³/d demandados em igual mês de 2012. Outro segmento ligado ao industrial que teve queda foi o de cogeração, cujas vendas caíram 11,96%. Exceto o uso do gás para matéria-prima teve crescimento no volume, de 6,93%, passando de 689,3 mil m³/d para 737,1 mil m³/d.

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Outro segmento que voltou a decepcionar foi o automotivo, cujas vendas recuaram 4,53% no período. Em contrapartida, os mercados de pequenos volumes tiveram desempenho positivo. O consumo de gás residencial teve ligeiro crescimento de 1,12%, para 1,13 milhão de m³/d. Já a demanda da classe comercial aumentou 2,23%, para 769,8 mil m³/d.

O consumo de gás para a geração de energia elétrica teve um crescimento de 6,88%. Embora tenha expandido, o volume verificado em setembro deste ano é inferior aos volumes registrados nos meses anteriores. Essa desaceleração decorre da melhora do nível dos reservatórios das hidrelétricas, o que diminui a necessidade de geração térmica para o atendimento da demanda por eletricidade.

A menor demanda térmica por gás influenciou o desempenho da classe de consumo denominada como "outros" pela Abegás. Na visão da entidade, o segmento "outros" é basicamente constituído pelas térmicas que não são faturadas pelas distribuidoras, mas que remuneram as concessionárias pelo uso do sistema de distribuição. São os casos da térmica Araucária (PR) e de uma outra usina no Mato Grosso do Sul.

Segundo a Abegás, as vendas de gás na classe "outros" recuaram 55,89% entre setembro de 2012 e igual mês de 2013, passando de 3,10 milhões de m³/d para 1,37 milhão de m³/d.

O governo federal alterou a regulamentação de PIS/Cofins referente à venda de gás natural canalizado e de carvão mineral voltados para a produção de energia elétrica. Segundo o novo texto, a alíquota zero do tributos agora se aplica à receita bruta decorrente da venda do carvão mineral usado para geração de energia elétrica em geral e não somente àquele utilizado pelas usinas do Programa Prioritário de Termoeletricidade, como constava da regulamentação anterior. A mudança está no Decreto 8.082, publicado hoje no Diário Oficial da União.

O novo decreto ainda mantém a alíquota zero de PIS/Pasep e Cofins sobre a receita bruta da venda de gás natural canalizado, destinado à produção de energia elétrica pelas usinas do Programa Prioritário de Termoeletricidade.

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O consumo de gás natural no Brasil totalizou 64,558 milhões de metros cúbicos por dia (m³/d) em julho, segundo dados divulgados pela Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás) na noite desta terça-feira, 20. O montante representa acréscimo de 32,7% sobre julho do ano passado, mas é 10,9% inferior ao consumo em junho deste ano.

O acréscimo da demanda na comparação anualizada continua a ser impulsionado pela geração termelétrica. A destinação de gás natural às térmicas totalizou 23 milhões de m³/d em julho, um salto de 171,8% em relação a julho de 2012. Outro destaque foi a alta de 434,5% na categoria Outros, constituída basicamente pelas térmicas que não são faturadas pelas distribuidoras, como Araucária (PR), com consumo de 2,3 milhões de m³/d.

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O forte consumo de gás pelas térmicas reflete uma tendência vista desde o fim de 2012, quando o governo federal decidiu acionar todas as usinas disponíveis para garantir o suprimento de energia em função das chuvas fracas na ocasião. Pouco a pouco, porém, o governo tem desligado as térmicas, o que contribui para a queda do consumo de gás em julho na comparação com junho.

O destaque negativo do levantamento do mês passado ficou com a indústria, com consumo total de 28,8 milhões de m³/d. O montante representa uma queda de 0,11% em relação a julho de 2012 e de 0,32% na comparação com junho deste ano. O consumo residencial, por outro lado, cresceu 12,7% na comparação anualizada e alcançou 1,18 milhão de m³/d. Em relação a junho deste ano, o consumo se expandiu 5,6%.

A Região Sudeste concentra a maior média de consumo do energético, com volume de 43,1 milhões de m³/d, seguida pela Região Nordeste, com 10,8 milhões de m?/d. As regiões Sul, Centro-Oeste e Norte consumiram 5,8 milhões de m³/d, 3,3 milhões de m³/d e 1,5 milhão de m³/d, respectivamente.

O consumo de gás natural no Brasil registrou novo recorde histórico em maio, ao totalizar 73,263 milhões de metros cúbicos diários (m³/d) do insumo em média. O montante representa uma expansão de 25,85% em relação a maio de 2012 e de 7,60% na comparação com abril deste ano, segundo dados divulgados nesta quarta-feira pela Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Natural (Abegás).

O resultado de maio foi puxado pelo consumo recorde do segmento termelétrico, que utilizou 30,7 milhões de m³/d em média. O resultado representou uma expansão de 99% em relação a maio de 2012. Na comparação com abril deste ano, o consumo de gás para geração elétrica teve alta de 15,2%. Nessa base comparativa mensal, o maior destaque ficou por conta do consumo residencial, com alta de 23,9%. O consumo de gás pelo segmento residencial alcançou 1,1 milhão de m³/d. Na comparação com maio do ano passado, o consumo residencial cresceu 24,7%.

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Outro destaque positivo ficou por conta do segmento comercial, com consumo de 800,7 mil m³/d em maio. O volume representa uma expansão de 14,7% em relação a maio do ano passado e de 11,4% na comparação com abril deste ano. O consumo industrial e automotivo, por outro lado, apresentou retração em ambas as comparações.

O segmento industrial demandou em média 28,5 milhões de m³/d em maio, queda de 0,9% em relação a maio do ano passado e de 0,4% ante abril deste ano. No caso do segmento automotivo, o consumo totalizou 5,1 milhões de m³/d, queda de 0,1% em relação a abril deste ano e de 3,23% ante maio de 2012. Na análise por regiões, o Sudeste segue como maior consumidora do energético com um volume médio de 50 milhões de metros cúbicos diários, seguido pela Região Nordeste, com 11,4 milhões de m³/d, e pela Região Sul, com 6,8 milhões m³/d.

Estudos elaborados pelo governo federal mostram que no setor de gás natural não há uma sobreoferta estrutural do insumo até 2022, considerando as descobertas atuais de reservas de gás e as projeções de demanda. "Temos visto cada vez mais que não temos, no balanço de oferta e demanda, os excedentes estruturais de gás disponíveis", afirmou o diretora do Departamento de Gás Natural do Ministério de Minas e Energia, Symone Araújo.

Segundo a executiva, a expansão da oferta de gás no Brasil dependerá essencialmente das ações da Petrobras, principal agente do mercado produzindo em torno de 90% do gás nacional. Nesse contexto, Symone lembrou que a estatal tem dito de forma bastante clara que a prioridade do uso do gás do pré-sal é para aumentar a produtividade dos poços na extração de petróleo. "Há uma grande ansiedade em relação ao pré-sal, mas a Petrobras tem dito de forma clara que o pré-sal é fundamentalmente um projeto de óleo", comentou a diretora do MME.

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Adicionalmente, o governo tem uma expectativa grande sobre os resultados das atividades exploratórias na Bacia do São Francisco. Contudo, Symone disse que os dados sobre o real potencial dessa região levarão certo tempo para serem conhecidos pelo mercado. "A Petra, a empresa mais avançada (nos estudos da bacia), tem indicado para nós que precisa de mais um ou dois anos para definir melhor os potenciais da região", revelou a executiva.

A expectativa do MME é de que os blocos licitados na 7ª e 10ª Rodadas de Licitação da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) possam trazer um acréscimo na produção no insumo. "Os blocos podem, a exemplo do que aconteceu na Bacia do Parnaíba, trazer alguns resultados promissores", projetou Symone.

O cenário pode mudar radicalmente caso sejam feitas novas descobertas de gás convencional e não convencional em campos em terra, hoje uma das prioridades da política energética do governo federal. A 12ª Rodada da ANP, que será realizada nos dias 28 e 29 de novembro deste ano, será focada no desenvolvimento das reservas do insumo em campos onshore. "Temos que esperar os efeitos das rodadas em terra, que imaginamos que podem produzir algum resultado em torno de cinco anos", afirmou Symone.

Expansão

O MME prevê divulgar até o mês que vem a primeira versão do plano de expansão da malha de gasodutos, o PEMAT. "A nossa intenção é colocar essa versão preliminar no site do MME e no site da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) em junho ou, no mais tardar, em julho", disse Symone.

Apesar da enorme expectativa do setor, a executiva reconheceu que a primeira versão do PEMAT não irá resolver todos os problemas do mercado. "Temos um conjunto de alternativas que foram estudadas, e algumas delas, apesar de estudadas profundamente, tiveram que ser colocadas em stand by nesse ciclo", argumentou Symone. O grande entrave é a inexistência de novas ofertas estruturantes de gás para o transporte dentro dos novos gasodutos.

"Não haverá, em princípio, uma expansão em que não se possa oferecer a molécula do gás para ser movimentada no gasoduto", justificou a executiva. Nesse sentido, a primeira versão do plano pode gerar um pouco de frustração nos agentes do mercado, tendo em vista que não atenderá a uma série de pleitos do setor. "Vamos continuar com uma série de demandas potenciais não atendidas por não conseguir estruturar uma oferta", acrescentou.

O governo federal e representantes da indústria negociam um pacote de medidas para reduzir o custo do gás natural no curto prazo. As propostas em discussão envolvem a troca (swap) entre a atual produção da Petrobras e a futura oferta de gás da União do pré-sal e uma operação de troca regional de gás.

Associações ligadas às indústrias trabalham com essas alternativas até que se consiga avançar em um modelo de leilão de gás semelhante ao de energia, com a compra do insumo em contratos de longo prazo a custos diferenciados.

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A venda a preços competitivos da futura produção de gás da União nos campos do pré-sal vinha sendo discutida há muito tempo pelo mercado com o governo federal. Como o novo regime de partilha determina que a União fique com o chamado "óleo-lucro" da produção desses campos, havia a expectativa de que pudesse vender o insumo a preços mais baixos.

Essa tarefa ficaria sob a responsabilidade da Petro-Sal, estatal criada para administrar os contratos de partilha da produção e comercialização de petróleo e gás dos novos campos do pré-sal em nome da União.

O problema é que isso não resolvia a questão do curto prazo. Os campos do pré-sal hoje em fase de produção foram leiloados sob o antigo regime, o de concessões, que não garante ao governo nenhum direito sobre a produção de óleo e gás.

Isso deve mudar quando o Ministério de Minas e Energia retomar o leilão das áreas do pré-sal, previsto para novembro. A retomada das licitações ainda não soluciona a questão do preço do gás porque a produção dos novos campos vai se materializar a médio e longo prazos.

A novidade nas negociações é a possibilidade de antecipar para hoje a oferta de gás da União dos campos licitados nos contratos de partilha. Com isso, as indústrias poderiam ter acesso imediato a um insumo mais barato, em vez de esperar seis ou sete anos pelo desenvolvimento das campanhas exploratórias. No futuro, essa venda será efetivada pela Petro-Sal.

Outra possibilidade em discussão é o swap regional de gás, cujo objetivo é eliminar possíveis descasamentos entre o local de produção do gás natural e o destino onde seria utilizado. "Digamos que, por exemplo, a Vale tenha produção (de gás) numa região do Brasil, mas não tenha intenção de desenvolver aquela área. A empresa então colocaria o gás na rede e a Petrobras forneceria o insumo em outra região", disse uma fonte que pediu para não ser identificada.

A empresa produtora pagaria uma quantia em troca do "uso" da rede de gasodutos da Petrobras - a estatal é proprietária de quase toda a rede de gasodutos do País. O swap de novas ofertas de gás natural tem sido discutido entre a Agência Reguladora de Saneamento e Energia de São Paulo (Arsesp) e a ANP. "Esse também é um instrumento que permitiria aos fornecedores mais distantes da malha entregar esse gás até São Paulo", argumentou a diretora-presidente da Arsesp, Silvia Calou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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