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Os professores do Centro de Educação Infantil João da Cruz Moreira, no bairro Valentina Figueiredo, na zona leste de Ribeirão Preto (SP), suspenderam as aulas depois que uma colega morreu, no fim de semana, com suspeita de H1N1.

A paralisação, iniciada na quarta-feira, 13, atingiu também os funcionários da unidade. Embora a causa da morte da professora ainda esteja sob investigação, as famílias dos alunos foram informadas da suspensão no atendimento em razão do risco de que o vírus se espalhe.

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A vítima estava internada no Hospital Ribeirânia com sintomas da doença. Amostras foram enviadas para o Instituto Adolfo Lutz, mas o resultado só sai em 15 dias. Os professores cobram medidas da prefeitura para a retomada das aulas com segurança. Segundo eles, outros alunos apresentaram sintomas da doença e 12 crianças estão com problemas respiratórios.

A Secretaria de Educação do município informou que a prefeitura está providenciando a vacinação prioritária de alunos e professores. Segundo a pasta, mesmo não havendo confirmação da causa da morte, foram tomadas medidas para evitar a proliferação do vírus.

Alerta

Quatro mortes suspeitas de terem sido causadas pelo vírus H1N1 deixaram em situação de alerta a população de Sorocaba, no interior de São Paulo. A cidade passou os três primeiros meses do ano sem nenhum caso da gripe. O primeiro registro positivo aconteceu no dia 13 e acometeu uma universitária que estuda em São Paulo. Nesta sexta-feira, a Secretaria de Saúde do município anunciou que os óbitos suspeitos estão sendo investigados.

De acordo com o secretário Francisco Fernandes, a chegada da gripe já causou aumento médio de 20% no atendimento das unidades de saúde básica do município. A demanda adicional deve representar um acréscimo de 10 mil atendimentos por mês à rede. "Reforçamos o quadro de profissionais, até com mais médicos, mas com esse volume sempre pode haver algum tumulto e, por isso, insistimos para que a população só procure as unidades quando houver sintomas", afirmou Fernandes. Os sintomas característicos do H1N1 são dor no corpo, febre acima de 38 graus e tosse.

Sorocaba vai receber 150 mil doses de vacina dentro do programa de vacinação nacional, que ocorre entre 30 de abril e 20 de maio. A campanha, que visa à imunização somente do grupo de risco, não deverá ser antecipada na cidade paulista. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em uma semana, o número de mortes confirmadas por gripe H1N1 no Estado de São Paulo subiu de 70 para 91, alta de 30%, conforme balanço divulgado nesta sexta-feira, 15, pela Secretaria Estadual da Saúde. O número é nove vezes maior do que o registrado em todo o ano passado, quando dez pessoas morreram pela doença. O medo do surto precoce nas cidades paulistas teve reflexo na adesão à campanha de vacinação contra a gripe, iniciada no dia 4 para profissionais de saúde e no dia 11 para idosos, gestantes, crianças e indígenas da capital e da região metropolitana. Em duas semanas de imunização, 36% do público-alvo já foi vacinado.

O balanço mais recente da secretaria mostra ainda que já foram notificados 715 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) causados pelo H1N1 neste ano, ante 33 registrados em todo o ano de 2015. Tratam-se dos relatos graves da doença, que exigem internação. Somados todos os tipos de gripe, o Estado já acumula 886 casos de SRAG e 96 óbitos.

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Também ontem a secretaria divulgou que 1,6 milhão já recebeu a vacina contra a gripe no Estado de São Paulo, somados os públicos-alvo da capital, da Grande São Paulo e de 67 municípios da região de São José do Rio Preto, onde o surto teve início. O número é 74% maior do que o público vacinado na primeira semana da campanha do ano passado, quando o produto já estava disponível para todos os grupos de risco e em todo o Estado. Na ocasião, 916 mil pessoas foram imunizadas.

Neste ano, ainda não foi iniciada a vacinação para doentes crônicos e puérperas (mulheres que deram à luz há menos de 45 dias) da capital e da Grande São Paulo, que começarão a ser imunizados na próxima segunda-feira, e para o restante dos paulistas que fazem parte dos grupos de risco mas que não moram em nenhuma das regiões onde o imunizante foi oferecido de forma antecipada. Estes só poderão imunizar-se a partir do dia 30, quando a campanha nacional será iniciada.

Comparando os balanços da primeira semana de campanha de 2015 e 2016, é possível ver que o maior crescimento na adesão aconteceu nos grupos dos profissionais de saúde e das crianças. No ano passado, foram 70,8 mil trabalhadores e 123,9 mil crianças imunizadas. Neste ano, já são 402,3 mil e 396,2 mil, respectivamente. Podem ser vacinados maiores de 6 meses até 5 anos incompletos.

Já entre os idosos, o número de imunizados passou de 576 mil para 779 mil no período analisado. No grupo de gestantes, a adesão cresceu de 46,7 mil para 65,2 mil, mesmo com os números do ano passado incluindo também puérperas.

Boa notícia

Para Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), a alta adesão à campanha já era esperada com o aumento de casos da doença e deve ser comemorada. "É bastante prudente essa procura antecipada porque, depois de aplicada, a vacina ainda demora cerca de três semanas para fazer efeito, então, quanto antes os grupos de risco se imunizarem, mais cedo teremos a população protegida."

O especialista afirma que a expectativa é de que a meta governamental de vacinar 80% do público-alvo seja atingida daqui a duas semanas no Estado de São Paulo. "No ano passado, só chegamos a esse índice no fim de junho. Infelizmente, nossa cultura é de se preocupar com um problema somente depois que ele aparece", diz. Conforme o Estado mostrou no fim de março, o índice de paulistas vacinados contra a gripe em 2015 foi o menor dos últimos três anos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A preocupação com a propagação do H1N1 chegou aos clubes da capital e da Grande São Paulo, que estão oferecendo para sócios doses da vacina, esgotada em algumas clínicas particulares e distribuída gratuitamente para crianças, idosos e gestantes na rede pública desde segunda-feira.

O Club Athletico Paulistano começou ontem a vacinação de sócios, que pagam R$ 100 pela imunização - nas clínicas, segundo balanço do Procon feito na semana passada, o preço pode variar entre R$ 120 e R$ 230. Foram adquiridas 2 mil doses, que serão aplicadas até sábado. "(A vacinação) Atende, claro, os públicos prioritários, idosos, crianças, mas todos os sócios estão envolvidos e podem ser vacinados", diz Fernando Aguiar, assessor da Diretoria e responsável pela área médica. Também está sendo realizada uma campanha de conscientização no local e o fornecimento de álcool em gel foi aumentado.

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Alphaville

Já no Alphaville Tênis Clube, em Barueri, na Grande São Paulo, uma campanha foi realizada sábado e imunizou mais de 500 pessoas. Os sócios pagaram R$ 90 por dose. A instituição está verificando a possibilidade de adquirir mais doses para um novo mutirão.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um em cada três brasileiros que morreram por complicações de gripe neste ano sofria de problemas cardíacos ou de diabete, as duas doenças crônicas mais diagnosticadas entre as vítimas. Dados do mais recente boletim epidemiológico do Ministério da Saúde sobre influenza mostram que, das 115 mortes por gripe registradas no País desde janeiro, 37 foram de pessoas com uma das duas comorbidades. Do total de óbitos, 102 foram causados pelo vírus H1N1.

O boletim mostra também que 84 dos 115 mortos tinham algum fator de risco para o agravamento de um quadro de gripe. Além das vítimas com doença cardíaca ou diabete, 31 eram idosos, 16 eram obesos e 11 tinham doença pulmonar crônica. Há ainda registro de mortes entre imunodeficientes, pacientes com doença neurológica, hepática ou renal, gestantes, crianças e puérperas. Todos os integrantes destes grupos têm direito à vacinação gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

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"Pacientes com doenças crônicas entram no grupo de risco, porque são mais frágeis. São indivíduos que estão com a função imunológica comprometida e, ao contrair uma infecção respiratória, acabam ficando em uma situação mais complicada do que quem não tem essas doenças", disse Marcio Mancini, endocrinologista e responsável pelo Grupo de Obesidade e Síndrome Metabólica do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP).

Cardíaca e diabética, a secretária aposentada Regina Celia Leite, de 69 anos, preferiu não esperar e tomou a vacina do H1N1 na semana passada na rede privada, antes mesmo do início da campanha de imunização para idosos e duas semanas antes da vacinação para os doentes crônicos. "Já tomo a vacina há muito tempo. Não fiquei assustada, mas sei que tenho de me cuidar."

O educador Mark Barone, de 35 anos, faz o controle da diabete há 25 anos e intensificou as medidas para evitar a contaminação com a gripe. "Estou tomando os cuidados de lavar as mãos e usar o álcool em gel com mais frequência durante o dia", contou. Barone vai esperar a imunização da próxima semana. "Estou aguardando, porque sempre faço a vacinação na rede pública."

Surpresa

A vendedora Juliana, de 39 anos, tem HIV e toma a vacina todos os anos. O cuidado que costuma tomar com a saúde não impediu que ela se infectasse com o H1N1. Na semana passada, teve febre alta e tosse. "Achei que fosse bronquite. Quando vi que estava ficando ruim, já fui ver o que era e descobri que era H1N1. Acho que peguei no trabalho, porque fico em contato com o público", disse ela, que iniciou rapidamente o tratamento com Tamiflu.

Agora, Juliana espera o início da vacinação na rede pública. "Sou soropositiva há 20 anos e assusta pegar uma doença como essa. Em 2009, quando teve a epidemia (pandemia global), fiquei apavorada. Passei cinco dias sem sair de casa", lembrou.

Renato Zilli, endocrinologista do Hospital Sírio-Libanês, explica que os pacientes com doenças crônicas devem tomar cuidado, como lavar as mãos e evitar aglomerações. O uso de máscaras, no entanto, é recomendado apenas em algumas situações. "A máscara tem indicação para pessoas com suspeita de H1N1 quando estão no hospital e para pacientes imunocomprometidos."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Começa na próxima segunda-feira (18) a vacinação contra influenza em Pernambuco. Mas, por enquanto, apenas os profissionais de saúde serão imunizados. Essa primeira etapa segue até o dia 22 de abril.

Até o momento, Pernambuco recebeu do Ministério da Saúde (MS) 538.160 doses da vacina contra a influenza (24% do total). A partir do dia 25, inicia-se a pré-campanha para toda a população inclusa nos grupos prioritários.

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O Dia D conta a Influenza continua sendo no dia 30 de abril em todo o Brasil. O MS informou que irá encaminhar, até a segunda semana de maio, as doses para imunizar todos os 2.095.962 pernambucanos inclusos nos grupos prioritários. 

A expectativa da campanha é imunizar, no mínimo, 80% desse público total contra três vírus da influenza: A H1N1, A H3N2 e B. A vacina é contraindicada para indivíduos com alergia grave ao ovo ou a qualquer outro componente da fórmula ou aqueles que apresentaram história de reação anafilática em dose anterior da vacina. 

Em caso de doenças agudas febris moderadas ou graves, é recomendado adiar a vacinação até a resolução do quadro. 

Público prioritário:

- Crianças de 6 meses a menores de 5 anos (até 4 anos, 11 meses e 29 dias), 

- Gestantes, puérperas (até 45 dias após o parto), 

- Trabalhador de saúde,

- Idosos (a partir de 60 anos), 

- Povos indígenas, 

- População privada de liberdade e funcionários do sistema prisional; 

- Adolescentes e jovens entre 12 e 21 anos sob medida socioeducativas, 

- Pessoas portadoras de doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais. 

Com informações da assessoria

O número de mortes provocadas pelo H1N1 em todo o País subiu de 71 para 102, em uma semana, alta de 43%. São Paulo concentra o maior o registro de vítimas, com 70 óbitos, segundo o boletim divulgado pelo Ministério da Saúde. Com longas filas nas unidades da rede pública, começou na segunda-feira (11), em São Paulo a campanha de vacinação antecipada para grupos de risco - gestantes, pessoas acima de 60 anos e crianças de 6 meses a 5 anos -, inicialmente prevista para o dia 30 deste mês.

Na rede estadual, do dia 4, quando teve início a campanha para profissionais de saúde, até ontem, foram imunizadas 243 mil pessoas - dessas, 120 mil gestantes, idosos e crianças da região de São José do Rio Preto. A estimativa é de que 3 milhões de pessoas sejam imunizadas. A Prefeitura de São Paulo não divulgou balanço.

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"Estamos no início da curva", afirmou o diretor de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch. A tendência, segundo ele, é de que a epidemia de gripe, que neste ano teve início antecipado, cresça no próximo mês e atinja o seu ponto máximo. A previsão é feita com base na trajetória da epidemia em 2013.

Dos 686 casos identificados da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), 78% estão concentrados em São Paulo. Foram 534. Em todo o Sudeste, foram identificados 553 pacientes com complicações provocadas pelo vírus. Santa Catarina é o segundo Estado com maior número de casos da doença: 40, seguido do Paraná (21 casos), Goiás (12), Pernambuco (11), Minas (10), Bahia (9) (mais informações no quadro acima).

Ao todo, 18 Estados têm registro de complicações provocadas pelo H1N1. Há uma semana, eram 444 casos - alta de 54%. Além de São Paulo, outros 13 Estados registram mortes provocadas pelo vírus.

Maierovitch não descarta o risco de a epidemia atingir neste ano indicadores semelhantes ao registrado há três anos, que acabou com 768 óbitos. "Pode ser que vejamos uma repetição do grande número de mortes." Ele, porém, observou que todos os anos a gripe provoca um número significativo de óbitos.

Prevenção

Com medo do surto, a população-alvo da campanha de vacinação chegou aos postos da capital ontem ainda de madrugada. O guia turístico Caio Damazio, de 27 anos, foi o primeiro a chegar à Unidade Básica de Saúde (UBS) Humberto Pascale, em Campos Elísios, no centro, para garantir uma dose para a sobrinha de 9 meses. Eram 4h20. "Na semana passada, nós tentamos em uma clínica particular. Cheguei às 4h30, mas não consegui senha", disse Damazio. "A gente está assustado com esse surto."

Não só ele. Em questão de minutos, o público se multiplicou. Às 6 horas, eram 20 pessoas. Às 6h30, havia cerca de 70 na fila. Por volta das 7 horas, já passavam de 120. "Tem de se cuidar, porque o negócio é muito sério", disse o aposentado Antônio Amâncio, de 68 anos. "Um amigo meu ficou gripado na semana passada. Sentiu muita dor de cabeça e febre. Três dias depois, morreu", contou.

Maria José Borges, de 66 anos, decidiu se vacinar o quanto antes. "Nos outros anos, eu não tinha muita pressa, mas agora eu quis vir logo no primeiro dia", afirmou a aposentada, atendida na UBS Vila Ipojuca, na Lapa, zona oeste.

Na UBS Dr. Manoel Joaquim, na Vila Madalena, zona oeste, o advogado Ubiratan Custódio, de 69 anos, reclamou da espera. "Você coloca um idoso em pé por horas depois diz que a campanha foi um sucesso, mas é uma tragédia", afirmou. Custódio disse que levou 1h25 para ser vacinado.

Quem optou por ir mais tarde teve mais tranquilidade. Por receio de enfrentar uma multidão na UBS Jardim Icaraí, na Brasilândia, zona norte, a dona de casa Carla Ariade, de 21 anos, chegou às 11 horas com o filho Murilo, de 4. "Vim logo no primeiro dia já para prevenir porque dizem que essa gripe mata, né? Achei que de manhã estaria bem cheio, então vim mais tarde para evitar espera", disse.

Quem também preferiu aguardar foi a aposentada Manuela da Silva, de 84 anos, que foi sozinha ao posto e saiu vacinada em dois minutos. "Todo ano eu tomo. E imaginei que neste ano teria confusão, então vim quando achei que estaria mais sossegado."

O secretário municipal de Saúde, Alexandre Padilha, pediu calma à população. "A vacina vai estar presente. Temos um estoque absolutamente garantido", disse em visita à UBS Dr. Augusto Leopoldo Ayrosa Galvão, na Brasilândia, na zona norte. A Prefeitura pretende imunizar 1,3 milhão de pessoas.

O início da vacinação na rede pública para idosos, gestantes e crianças não evitou a procura pela imunização em clínicas particulares. Nas filas havia na segunda-feira (11) famílias inteiras buscando a vacina, além de interessados pela versão tetravalente (contra quatro tipos de vírus), que não é ofertada gratuitamente. Em algumas unidades, as doses acabaram rapidamente e não há data para a reposição.

Após 15 dias telefonando para consultar o estoque de uma clínica nos Jardins, na zona sul da capital, a bancária Marcia Matos, de 41 anos, conseguiu encontrar a vacina e foi com o marido, a mãe e os três filhos para o local. A filha de 10 meses e a mãe, de 84 anos, poderiam vacinar-se em uma unidade pública, mas ela preferiu que a vacinação fosse feita em um só lugar.

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"Sou de Santana (zona norte) e o posto perto de casa não estava cheio, mas achei melhor não ter de pegar fila lá e aqui. Só me vacinei em 2009, mas fiquei preocupada com meus filhos."

A engenheira civil Michelle Palladino, de 41 anos, foi com a filha Julia, de 6, e a sogra, a aposentada Luiza Palladino, de 85 anos, na mesma clínica, na tarde de ontem. Elas já buscavam a dose desde a semana passada e o alerta de que a vacina estava disponível foi dado pela cunhada de Luiza, a também aposentada Therezinha Palladino, de 86 anos. "Vim hoje (segunda) às 6h30 e consegui. Já tinha tentado na sexta e no sábado. Vi que estava fácil e chamei a família."

Embora a vacina esteja disponível para pessoas com mais de 60 anos em postos de saúde, Michelle conta que a sogra e a cunhada dela preferiram a rede privada. "Está difícil aqui. Imagine na rede pública."

Em uma clínica de Higienópolis, na região central, dois cartazes na entrada informavam que as doses tinham acabado e não havia previsão de chegada. A assistente social Maria Angélica Oliveira, de 67 anos, tentou se vacinar e vai aguardar a chegada do imunizante. "Gostaria de tomar há mais de uma semana, porque minha filha está grávida. Não tomo todos os anos."

Em apenas duas horas, as doses também acabaram em uma clínica em Perdizes, na zona oeste. Uma funcionária recomendava aos interessados que voltassem na quarta-feira, às 8 horas. "A vacina vai chegar amanhã (hoje), mas não tem previsão de horário. É melhor voltar na quarta."

Assíduo

O administrador de empresas Luiz Fernando Biasetto, de 69 anos, tentou tomar a vacina no fim da tarde de ontem, mas não conseguiu. Ele sempre se protege contra a gripe, mas neste ano já buscou a clínica mais de uma vez, sem sucesso. "Está mais difícil. Não tentei na rede pública, porque prefiro a tetravalente."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Exames realizados pelo Instituto Adolfo Lutz confirmaram o vírus da gripe H1N1 como a causa da morte do secretário adjunto da Educação, Wellington Carlos Zigarti, de 34 anos, em Americana, interior de São Paulo.

O laudo, divulgado nesta segunda-feira, 11, informa que o gestor público municipal morreu em decorrência de complicações causadas pelo vírus. Ele faleceu no dia 28 de março, depois de ficar oito dias internado no Hospital São Lucas, em Americana.

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Zigarti ocupava o cargo de secretário adjunto desde janeiro de 2015. Foi o primeiro caso de óbito por H1N1 registrado na cidade. Outras três mortes estão sendo investigadas por suspeita de terem sido causadas pelo vírus. As vítimas são uma mulher de 31 anos, um bebê de oito meses e um homem de 53 anos. Há ainda 23 casos suspeitos em que os pacientes se recuperaram.

O número de mortes no País provocadas pelo H1N1 subiu de 71 para 102, em uma semana, o equivalente a um aumento de 43%. Boletim do Ministério da Saúde, com dados coletados até o dia 2, mostra que a maioria dos óbitos ocorreu em cidades do Estado de São Paulo, 70 ao todo.

O número de casos da doença também aumentou de forma significativa no período. Em uma semana, o total de casos no País de Síndrome Respiratória Aguda Grave, uma complicação da gripe, ligada ao H1N1, passou de 444 para 686 - um salto de 54%.

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Dos casos identificados da síndrome neste ano, 78% estão concentrados em São Paulo. Foram 534.

Em todo o Sudeste, foram identificados 553 pacientes com complicações provocadas pelo vírus. Santa Catarina é o segundo Estado com maior número de casos da doença (40), seguido do Paraná (21), Goiás (12), Pernambuco (11), Minas (10), Bahia (9). Distrito Federal trouxe até o momento 9 casos, um a mais do que o identificado no Rio.

Já o Rio Grande do Sul tem 7 casos. Ao todo, 18 Estados contabilizam registros de complicações provocadas pelo H1N1.

Além de São Paulo, outros treze Estados registram mortes provocadas pelo vírus. Goiás registra 6 mortes e Santa Catarina, 5. Em nota, o Ministério da Saúde afirmou estar monitorando os casos de H1N1, que vacinas estão sendo distribuídas para todo o País e que todos os Estados estão abastecidos com oseltamivir, medicamento indicado para as primeiras 72 horas de infecção e que poderia reduzir o risco de complicações provocadas pela doença.

No comunicado, o ministério afirma que, além da vacinação, a população deve adotar medidas de prevenção, como lavar sempre as mãos e evitar locais de aglomeração.

Em meio ao surto de H1N1, os postos de vacinação da capital paulista amanheceram tomados por filas antes mesmo de abrir as portas. Esta segunda-feira, 11, é o primeiro dia da vacinação pública contra a gripe em São Paulo para idosos, gestantes e crianças, considerados grupos de risco.

Na Unidade Básica de Saúde (UBS) Humberto Pasqualli, em Campos Elísios, no centro, cerca de 20 pessoas já aguardavam o início da imunização antes das 6 horas - duas horas antes de a vacinação abrir. O primeiro da fila, o guia turístico Caio Damazio, de 27 anos, chegou às 4h20.

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"A gente está assustado com esse surto", disse Damazio, que guardava lugar para uma sobrinha de 9 meses, que seria vacinada. "Tentei na semana passada em uma clínica particular. Cheguei 4h30, mas não consegui senha", conta.

Formada principalmente por idosos, a fila se multiplicou em menos de uma hora. Por volta das 7 horas, cerca de 120 pessoas tomavam a calçada da Rua Vitorino Camilo, em frente à UBS, e chegavam até a esquina com a Rua Albuquerque Lins.

"Tem de se cuidar porque o negócio é muito sério", disse o aposentado Antônio Amâncio, de 68 anos, que chegou ao local às 5h20. "Um amigo meu ficou gripado na semana passada. Sentiu muita dor de cabeça e febre. Três dias depois, morreu."

O surto também assusta a assistente jurídica Alessandra Oliveira, de 39 anos, que levou a filha Anna Luiza, de 3, para vacinação. "Na escola dela, já tem alguns colegas com suspeita de gripe", disse. O que Alessandra não contava era com a fila daquele tamanho. "Eu esperava menos gente, mas o importante é sair daqui protegido."

Já na zona norte, a fila na UBS Jardim Pery já se formava uma hora antes da abertura das portas, prevista para 7 horas. A assistente administrativa Bruna Colnaghi, de 23 anos, foi a primeira a chegar e desde 4h30 já marcava lugar para os avós, Elias, de 75, e a dona de casa Aliciene, de 70. A jovem aguardou em pé por duas horas, até que a avó subiu e liberou a neta para que fosse ao trabalho.

"Vim cedo por causa da fila e porque disseram que cada unidade tem uma quantidade limitada de vacinas. Guardei lugar para os meus avós porque eles já são muito idosos", explicou Bruna.

Aliciene contou que está com uma tosse persistente há pelo menos dois meses. Mesmo assim, não tomou a vacina contra H1N1 antes, em clínica particular, por falta de recursos. "Não pude pagar. É muito cara. Mas vim logo no primeiro dia da vacinação porque fiquei com medo de acabar e porque essa gripe está matando muita gente", disse.

O segundo a chegar à UBS foi o encanador Gildásio Osório, de 80 anos. Desde 5h10 na porta, ele afirmou que madrugou por medo de encontrar longas filas. Ele se vacina contra a influenza desde 2011 e disse que, embora não conheça quem tenha contraído a doença, preferiu se prevenir logo no primeiro dia. "A gente viu na televisão que muita gente estava pegando fila, chegava e acabava a vacina. Então, do jeito que a coisa está grave, é melhor prevenir."

Meia hora após a abertura do posto, a diarista Luiza França Araújo, de 61 anos, que era a terceira da fila, pegou a senha de número 5 e conseguiu se vacinar. Ela saiu comentando com as outras pessoas da fila: "Tem que vir cedo, senão vira tumulto".

A procura pela vacina contra a gripe H1N1 tem provocado filas em clínicas particulares em todas as regiões do País, mesmo em Estados sem registros de mortes em decorrência da doença. Do Recife a Santa Catarina, faltam imunizantes para atender à demanda e estabelecimentos passaram a agendar o atendimento para evitar a espera na porta.

Com 71 mortes confirmadas no País até sexta-feira, o Ministério da Saúde deixou a cargo dos Estados a antecipação da campanha de vacinação, prevista para começar no dia 30. Estados com mais mortes até agora, São Paulo e Santa Catarina começaram a imunizar profissionais de saúde na semana passada. Nesta segunda (11) começa a vacinação para os grupos considerados prioritários: crianças de 6 meses a 5 anos, idosos e gestantes.

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Mesmo sem nenhuma morte pela doença registrada em Pernambuco, a procura pela imunização no Recife é grande desde o início do mês. A dentista Samanta Guerra, de 31 anos, moradora do Recife, tentou por três vezes na última semana vacinar os gêmeos Lucas e Daniel, de 2 anos. Decidiu viajar para a Paraíba em busca da imunização.

"Minha irmã mora em João Pessoa e conseguiu fazer a reserva de duas doses para meus filhos. Cansei de tentar por aqui. Na sexta, passei quatro horas em uma fila e, pouco tempo antes de sermos atendidos, a vacina acabou", diz.

Proprietária de uma rede com quatro clínicas, a empresária Juliana Souza está preocupada em não conseguir atender seus clientes. "Na semana passada, em um só dia, aplicamos mais de 3 mil vacinas, e a lista de espera não para de crescer. As vacinas chegam e acabam horas depois. E não tenho como ampliar a oferta, porque meus fornecedores também não dão conta da procura."

Em Santa Catarina, apenas metade das clínicas tem a vacina disponível. As demais estão agendamento atendimento, para quando as doses chegarem. O Estado já confirmou seis mortes pela doença até a semana passada.

A comerciária Gorethe Maniski, de 48 anos, porém, não sabia dos agendamentos e acabou perdendo a viagem até uma clínica em Florianópolis. "Fico preocupada. Toda semana aparece uma nova morte", diz.

Em Cuiabá, em Mato Grosso, a morte de um homem de 73 anos pelo H1N1 provocou uma corrida pela imunização. O estoque da cidade zerou na quinta-feira. Também lá, o atendimento está sendo agendado.

A procura fez aumentar o preço do imunizante. Até este mês, a dose custava entre R$ 80 e R$ 100. Na semana passada, já valia, em média, R$ 130. A assistente social Maria Aparecida Sena levou a filha, Maria Luiza, de 6 meses, para ser vacinada, mas foi informada de que as doses chegam nos próximos dias. "A vacina está cara, mas, nessa hora, a gente nem pensa nisso."

Segundo a Secretaria de Saúde de Mato Grosso, 24 cidades têm registro da doença e nove mortes estão em investigação.

Interior

Uma longa fila vem se formando todos os dias na frente da única clínica particular de vacinação de Frutal, a 620 km de Belo Horizonte. "Começa por volta das 5h30. Às 7h, as pessoas começam a entrar e, às 7h30, não tem mais nada", afirma o atendente de farmácia Samuel Teotônio Silva Júnior. A cidade registrou as duas mortes em Minas por H1N1, conforme dados da Secretaria de Saúde.

"O pessoal aqui está cismado", diz o aposentado João Batista da Cruz, de 73 anos. Ele, no entanto, desistiu de esperar pela vacina na fila.

Para produzir as vacinas contra a gripe, os cientistas do Instituto Butantã, contrariando ditado popular, precisaram contar com o ovo dentro da galinha. O processo de fabricação das doses que começarão a ser distribuídas nesta terça (12) na rede pública exigiu não só o trabalho 24 horas de 500 funcionários, mas também a fecundação de 54 milhões de ovos, necessários para o cultivo dos vírus usados no imunizante.

É no interior de ovos fecundados, contendo embriões com exatos 11 dias, que são injetadas amostras do vírus H1N1 e das outras duas cepas da gripe incluídas na vacina: H3N2 e B. Durante pelo menos 72 horas, os ovos ficam em período de incubação, quando o vírus injetado se multiplica no líquido que envolve o pintinho. "Cada ovo rende o equivalente a três doses de apenas um dos vírus, e como a vacina protege contra três tipos, precisamos repetir esse processo com cada cepa, o que exige 54 milhões de ovos para produzir as 54 milhões de doses da vacina trivalente que fornecemos para o Ministério da Saúde", explica Marcelo de Franco, diretor substituto do Butantã.

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Após as 72 horas de incubação, o líquido é retirado do ovo e purificado, para que apenas as amostras de vírus sejam extraídas. "Em seguida, a gente inicia um processo para matar o vírus, para que ele seja fragmentado e fique sem atividade."

Para conseguir entregar todas as doses encomendadas pelo ministério, o instituto começou o trabalho cedo, muito antes de os paulistas serem pegos de surpresa por um surto antecipado de gripe H1N1 no Estado. A produção das vacinas é iniciada em setembro, após a Organização Mundial da Saúde (OMS) definir quais tipos de vírus estão mais circulantes e, portanto, devem constar na vacina.

Antecipação

Com toda a complexidade do processo de produção, o Butantã encarou um desafio ao ter de antecipar a entrega de alguns lotes da vacina por causa do surto fora de época em São Paulo, que já matou 70 pessoas. Como não era possível pular etapas, o instituto resolveu adotar um turno extra de trabalho, de madrugada, no setor de envasamento das doses, conforme mostrou o Estado no dia 2.

Com isso, conseguiu adiantar em quase duas semanas a entrega de 16 milhões de doses, parte delas voltadas para a antecipação da vacinação em São Paulo, que começou na última segunda para os profissionais de saúde e será iniciada hoje para idosos, gestantes e crianças de 6 meses a 5 anos.

Tecnologia

O conhecimento sobre o processo de produção da vacina contra a influenza foi transferido da francesa Sanofi Pasteur para o Butantã por meio de um acordo iniciado em 1999 e concluído em 2012. Naquele ano, o instituto inaugurou em São Paulo uma fábrica específica para a produção da vacina da gripe, a maior da América Latina exclusiva para a doença. Desde então, o número de doses produzidas nacionalmente vem aumentando, passando de 7 milhões no primeiro ano para o número atual.

"Essa fábrica foi pensada para produzir 20 milhões de doses por ano, mas fizemos investimentos, aumentamos turnos de trabalho e descobrimos formas mais eficazes de produzir o vírus, por isso hoje produzimos mais do que o dobro", diz Jorge Kalil, diretor do instituto.

Um homem de 57 anos, morador da zona rural de São Pedro, na região de Piracicaba, interior paulista, morreu com diagnóstico de H1N1, na tarde de sexta-feira (8). O paciente teve febre alta, vômitos e outros sintomas do vírus. De acordo com a Secretaria de Saúde, a contaminação pelo H1N1 em área rural é rara, já que a gripe se espalha com mais facilidade em ambiente urbano, com maior concentração de pessoas. Por essa razão, a prefeitura aguarda o resultado de exames de sorologia para a confirmação da causa do óbito.

A vítima, Nelson de Jesus Gatti, também tinha problema cardíacos e passou mal em casa. Socorrido pelo Corpo de Bombeiros, o homem foi levado para uma unidade de pronto-atendimento de Águas de São Pedro, cidade vizinha, e transferido para um hospital de São Pedro, mas não resistiu. De acordo com a prefeitura, é o primeiro caso diagnosticado de H1N1 na cidade.

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Mortes

Em Piracicaba, cinco mortes por síndrome respiratória grave aguda foram confirmadas pela Secretaria de Saúde, mas os exames ainda devem indicar se o vírus causador é o H1N1. A cidade tem ainda 14 casos suspeitos. Em Limeira, na mesma região, cinco mortes em hospitais da cidade estão sendo investigadas por suspeita de relação com o H1N1. De acordo com a Secretaria de Saúde, os pacientes apresentaram sintomas, mas os óbitos também podem ter sido causados por outros tipos de gripe, como o Influenza B ou o H3N2. Amostras foram enviadas para exames e os resultados saem em até 15 dias.

Um idoso de 66 anos internado no Hospital Ophir Loyola é a terceira vítima do vírus H1N1 em Belém neste ano. A morte foi confirmada pela Secretaria Municipal de Saúde (Sesma). Além de ser acometido pela Gripe A, o homem tinha problemas cardíacos e era renal crônico – portanto, estava dentro do grupo de risco.  

As duas outras vítimas de H1N1 na cidade eram crianças de dois anos de idade, que estavam internadas nos hospitais Barros Barreto e Porto Dias. Segundo a Sesma, as crianças não estavam vacinadas contra a Gripe A. Uma delas sofria de problemas neurológicos. A outra, de doença pulmonar.   

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A secretaria informou, por meio de nota, que o cronograma de vacinação na rede municipal de saúde vai começar somente no dia 30 deste mês. O carregamento de vacinas destinado a Belém será entregue pela Secretaria de Estado de Saúde (Sespa) no próximo dia 18.

Um ambiente de desinformação e medo começa a tomar conta da cidade. Duas clínicas particulares localizadas no centro de Belém ficam lotadas quando recebem novas doses de vacina. Já existem listas de espera, disse ao LeiaJá um funcionário que pediu para não ser identificado. Para se proteger na rede privada, o custo chega a R$ 150 por dose, para adultos.

Risco - A meta de vacinação da campanha em Belém é alcançar 312 mil pessoas, com prioridade para as enquadradas no grupo de risco: idosos acima de 60 anos, crianças de seis meses a 5 anos, gestantes, puérperas, profissionais da área de saúde, indígena, detentos e adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas e portadores de doenças crônicas.  

Subiu para 70 o número de mortos por consequência da gripe H1N1 no Estado de São Paulo, conforme balanço divulgado ontem pela Secretaria Estadual da Saúde. O número é sete vezes maior do que o registrado em todo o ano passado, quando dez pessoas morreram. Do total de óbitos de 2016, 17 foram registrados na capital paulista.

Os dados do governo do Estado e da Prefeitura mostram ainda que já são 534 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) causados pelo H1N1, 201 deles na cidade de São Paulo. Em 2015, foram 33 registros no Estado e 12 na capital.

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O surto antecipado da doença levou o governo do Estado a antecipar a campanha de vacinação contra a gripe. A previsão original era de que fosse iniciada no dia 30 deste mês, mas foi adiantada na capital e na Grande São Paulo para a segunda-feira passada para profissionais de saúde e será expandida para idosos, gestantes e crianças de 6 meses a 5 anos a partir da próxima segunda.

Hospitais - A circulação precoce do vírus no Estado provocou surto interno em pelo menos mais dois hospitais públicos: o Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia e o Instituto da Criança do Hospital das Clínicas. Conforme revelado pelo Estado na quarta-feira, o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo também relatou surto interno, com 171 casos suspeitos.

A ocorrência de dois casos da doença por transmissão interna em um período de sete dias já configura um surto, segundo a vigilância municipal. De acordo com a Prefeitura, nos dois casos, o problema já foi controlado. A Secretaria Estadual da Saúde, responsável pelo Dante Pazzanese, negou a ocorrência. Já o Hospital das Clínicas admitiu que houve casos da gripe H1N1 no Instituto da Criança, mas informou que a situação está controlada.

Apesar do crescimento de casos na cidade, o secretário municipal da Saúde, Alexandre Padilha, disse ontem que não há razão para que a população tema nova pandemia da doença, como a de 2009. "Não há 'reemergência' do vírus nem mutação. Estamos tendo uma antecipação da circulação dos vírus gripais, mas não há indícios de que repetiremos o cenário de 2009. Naquela ocasião, não tínhamos a vacina adequada nem tínhamos clara a função do oseltamivir (Tamiflu) na redução das complicações", disse.

Perfil. Segundo o secretário, do total de mortos na capital, 14 eram idosos ou tinham alguma doença crônica, ambos grupos de risco para desenvolver quadros mais graves da doença. Os outros três óbitos ainda estão em investigação.

Com o surto na cidade, a quantidade de cápsulas de oseltamivir distribuídas na rede municipal triplicou na última semana, segundo a secretaria, passando de 30 mil na última semana de março para 109 mil na primeira semana de abril.

Padilha afirmou que, para reforçar a estrutura das unidades de saúde durante o período de surto, as Organizações Sociais da Saúde (OSSs), unidades conveniadas à Prefeitura que administram serviços municipais, foram autorizadas a contratar médicos de forma emergencial na modalidade de pessoa jurídica. A secretaria municipal disse ainda que montará bancos de reservas de médicos que possam ser deslocados para unidades com maior demanda.

Segundo o secretário, a estrutura das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) também será reforçada na próxima segunda-feira, por causa do início da campanha de imunização. "Poderemos usar mais de uma sala só para isso e desmarcar vacinações agendadas contra outras doenças", disse Padilha. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Subiu para 17 o número de mortos por H1N1 neste ano na capital paulista, segundo balanço divulgado pela Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo nesta sexta-feira, 8. No levantamento anterior, de duas semanas atrás, eram oito vítimas, o que representa crescimento de 112% no período. Em todo o ano passado, nenhuma morte pelo vírus foi registrada na cidade.

A secretaria divulgou ainda que já são 201 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) causada pelo H1N1, contra 12 registros em 2015.

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Do total de mortos, 14 tinham comorbidade, ou seja, alguma doença crônica que aumenta o risco de complicações no caso de infecção por gripe. Os outros três óbitos ainda estão em investigação.

Apesar do crescimento de casos, o secretário municipal da Saúde, Alexandre Padilha, disse que não há razão para que a população tema o risco de uma nova pandemia, como a de 2009. "Não estamos tendo a reemergência do vírus nem uma mutação. Estamos tendo uma antecipação da circulação dos vírus gripais, mas não existe nenhum indício de que repetiremos o cenário de 2009. Naquela ocasião não tínhamos a vacina adequada nem tínhamos claro a função do oseltamivir (Tamiflu) na redução das complicações", disse.

Com o surto na cidade, a quantidade de cápsulas do medicamento distribuídas na rede municipal triplicou na última semana, segundo a secretaria, passando de 30 mil na última semana de março para 109 mil na primeira semana de abril.

Padilha afirmou que, para reforçar a estrutura das unidades de saúde durante o período de surto, as Organizações Sociais da Saúde (OSSs), unidades conveniadas que administram serviços municipais, foram autorizadas a contratar médicos de forma emergencial como pessoa jurídica. A secretaria disse ainda que montará bancos de reservas de médicos que possam ser deslocados para unidades com maior demanda.

Segundo o secretário, a estrutura das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) também será reforçada na próxima segunda-feira, 11, para o primeiro dia da campanha de vacinação contra a gripe, quando serão imunizados gestantes, idosos e crianças de seis meses a cinco anos.

"Poderemos usar mais de uma sala só para vacinação e desmarcar vacinações agendadas contra outras doenças", disse.

Uma concessionária da marca BMW resolveu vacinar seus clientes contra o vírus H1N1. A campanha será amanhã, em uma unidade da zona sul de São Paulo. Por telefone, funcionários da loja disseram que serão feitas mil aplicações. "Na verdade, a gente queria dar a vacina em clientes. Mas nosso diretor falou que quem estiver na loja vai tomar também, não tem problema", explicou uma funcionária. A unidade não vai cobrar pela imunização.

A loja orientou que os interessados cheguem ao local a partir das 6 horas para pegar a fila. "Quem o senhor quiser trazer, pode ficar à vontade", disse outro funcionário à reportagem, que não se identificou. "Mas temos um estoque de mil vacinas. Aconselho a chegar mais cedo porque muitas pessoas vão vir."

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A imunização começa às 9 horas e vai até as 18 horas. No entanto, vendedores disseram que as doses devem acabar antes do início da tarde. Uma clínica especializada foi contratada para fazer o serviço.

Em nota, a assessoria de imprensa da marca afirmou que "não tem nenhuma relação com a idealização e veiculação do anúncio". A BMW explicou que a concessionária tem "autonomia para veicular suas próprias campanhas de marketing e ações entre os clientes".

O Ministério da Saúde foi procurado e disse que não existe irregularidade na ação, desde que as vacinas estejam em dia com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), conservadas, dentro do prazo de validade e sejam aplicadas por profissionais da saúde.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Escolas e empresas do Estado de São Paulo investem na imunização de alunos, pais e funcionários contra a gripe H1N1, em um esforço para evitar que a doença chegue às salas de aula e aos ambientes de trabalho. Só no Estado, a doença já deixou 55 mortos.

No Colégio Salgueiro, em Interlagos, na zona sul da capital, um mutirão feito na tarde de ontem vacinou 750 pessoas. De acordo com João Paulo Salgueiro, diretor de Operações da escola particular, pais, cuidadores e até mesmo quem não frequenta o prédio tomaram a vacina. "Não faria sentido imunizar só os alunos. Eles convivem com outras crianças no condomínio onde moram, namoram alunos de colégios da região", diz o diretor.

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A clínica contratada cobrou R$ 100 para quem tem mais de 3 anos e R$ 80 para as crianças abaixo dessa idade, valor repassado aos pais. "Tem gente batendo na porta das clínicas, fazendo fila, pagando o triplo e, de repente, eu tenho 750 vacinas com o preço de mercado. Meu papel é distribuir esse serviço para toda a comunidade", afirma Salgueiro.

Entre as pessoas vacinadas está a professora Elaine Trassatto, de 41 anos. Ela aproveitou que a filha de 7 recebeu a imunização na escola para vacinar a filha mais nova, de 1 ano, e também se proteger. "Tentei em várias clínicas e não consegui. Filhos de amigas minhas tiveram H1N1. O que mais me deixou assustada é que elas não conseguiram achar nem a vacina nem o Tamiflu (medicamento usado no tratamento da doença), que estão em falta", afirmou.

O presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado (Sieeesp), Benjamin Ribeiro da Silva, informou que mais de cem colégios particulares já procuraram a entidade pedindo ajuda para obter as vacinas. Ele revelou dificuldades para contratar as clínicas. "Já falamos com uma série de lugares até para indicar o serviço às escolas. Mas a maioria das respostas que temos é que está em falta."

"Com muito esforço", ele contou que conseguiu as vacinas para a escola dele, na Cidade Dutra, também na zona sul da capital. "Nesta semana, conseguimos aplicar 700 vacinas em um universo de 1,4 mil alunos, mas os pais tiveram de pagar pelas doses."

Até os colégios que há mais de uma década aplicam a vacina tetravalente tiveram dificuldades neste ano. Na Escola Eduque, na zona sul, a imunização dos funcionários é feita anualmente. Mas, desta vez, a administração do colégio encontrou dificuldades para conseguir uma clínica disponível.

"Anualmente, fazemos uma campanha para vacinar os funcionários. Mas, desta vez, ainda não conseguimos marcar as datas porque esbarramos em dificuldades para encontrar clínicas que forneçam um lote de vacinas", disse Juliana Duarte, gestora administrativa da escola.

Interior

O medo da epidemia de H1N1 também está no interior. A CPFL Energia, por exemplo, antecipou a vacinação dos funcionários. A tetravalente é aplicada desde segunda-feira. De acordo com a empresa, a expectativa é de que, até o fim do mês, cinco mil colaboradores sejam vacinados nos 71 municípios do Estado em que a empresa está presente.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Sete pessoas já morreram por conta da gripe H1N1 no Estado do Rio de Janeiro neste ano, segundo a Secretaria Estadual de Saúde. Ao todo há 12 casos confirmados da doença - cinco pacientes já se curaram. Em 2015 não houve casos dessa doença no Estado.

Os dados foram divulgados pela secretaria na noite desta quinta-feira, 7. Até então, o balanço indicava apenas duas mortes e outros três casos de cura.

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A secretaria só informará em quais municípios ocorreram as mortes após confirmar que as vítimas moravam nesses cidades - pode ser que um município tenha registrado o caso, mas a vítima morava em outro. Por enquanto, sabe-se apenas que as mortes ocorreram em cidades do Médio Paraíba, da Região Centro-Sul do Estado e da Região Metropolitana.

A vacinação contra a doença, restrita a gestantes, profissionais de saúde, mulheres que deram à luz nos últimos 45 dias, presidiários e outros públicos, começa no dia 30 de abril, mas poderá ocorrer antes se a Secretaria Estadual de Saúde conseguir antecipar a entrega dos lotes de vacinas aos postos.

Com o surto antecipado de gripe H1N1 no País, o Ministério da Saúde dobrou o pedido de antiviral feito ao laboratório responsável pela produção do medicamento e se prepara para tratar até 2,5 milhões de pessoas infectadas pelo vírus até o fim do ano. Se a demanda chegar ao ápice, será o maior número de pessoas tratadas no País desde a pandemia da doença, em 2009. O recorde de tratamentos oferecidos foi em 2013, com 2 milhões de caixas com dez cápsulas cada de oseltamivir distribuídas pela rede pública.

No início deste ano, o ministério encomendou ao laboratório público Farmanguinhos, da Fiocruz, quantidade de medicamento oseltamivir (Tamiflu) suficiente para tratar 1,5 milhão de pessoas, o dobro do solicitado em 2015, quando 769 mil tratamentos foram pedidos. Além da nova remessa, o ministério conta ainda com 1 milhão de tratamentos em estoque.

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A encomenda de 2016 é a segunda maior em sete anos, inferior apenas ao volume pedido em 2010, quando ainda acontecia a pandemia e o ministério comprou da Farmanguinhos 1,7 milhão de tratamentos, conforme dados do próprio laboratório. Com o fim do surto no mesmo ano, o estoque de medicamentos comprado do laboratório público foi suficiente ainda para abastecer o País nos anos de 2011, 2012 e 2013.

A estimativa do número de pessoas que serão tratadas neste ano pode crescer ainda mais se forem incluídos os lotes do medicamento nas dosagens infantis. Como a Farmanguinhos produz apenas as unidades de 75 miligramas, para adultos, a versão do oseltamivir para crianças é comprada do laboratório Roche. A empresa não informou quantas unidades foram pedidas neste ano, mas afirmou que, no ano passado, foram vendidas ao governo federal 558 mil caixas do Tamiflu nas dosagens de 30 e 45 miligramas.

O ministério informou que a compra de medicamentos no Sistema Único de Saúde (SUS) segue o cronograma e a compra de oseltamivir é uma medida preventiva para evitar o desabastecimento em Estados e municípios. De acordo com o órgão, a distribuição do remédio está regular em todo o País e é feita conforme demanda estadual.

Para a infectologista Nancy Bellei, professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e integrante da Sociedade Internacional de Influenza e Doenças Respiratórias, o volume de antiviral encomendado pelo ministério reflete preocupação com o impacto da epidemia neste ano. "Com o que está acontecendo em São Paulo, com casos precoces e óbitos, o ministério talvez esteja com uma preocupação de que esse surto possa ser igual aos de 2009 e 2013", diz ela. No ano da pandemia, 2.060 pessoas morreram no País por complicações do H1N1. Em 2013, segundo pior surto, foram 768 óbitos. Em 2016, já são 71 vítimas, mas o período de pico de casos costuma ocorrer no inverno.

Sem pânico

A médica diz que, embora a expectativa seja de crescimento de casos, não há razão para pânico na população, pois cerca de 90% dos pacientes infectados evoluem bem espontaneamente. "O medicamento é indicado prioritariamente para pessoas com fatores de risco, para evitar possíveis complicações", diz.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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