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Mesmo sem a eficácia comprovada para tratamento do novo coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro levou uma caixa de hidroxicloroquina para a reunião do G-20 que ocorreu nesta quinta-feira, 26, por videoconferência, para falar sobre a pandemia. Em imagens divulgadas pelo Palácio do Planalto, Bolsonaro aparece segurando uma caixa de Reuquinol. Ele estava ao lado do chanceler Ernesto Araújo.

Na quarta-feira, por meio das redes sociais, Bolsonaro voltou a dizer que o tratamento com fármacos como a hidroxicloroquina tem mostrado eficácia e pode trazer tranquilidade à população. O primeiro estudo clínico do País a testar o uso do medicamento para tratamento de infecção pelo coronavírus, no entanto, só terá seus resultados divulgados em dois ou três meses. O estudo envolverá 1,3 mil pacientes e 70 hospitais.

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Nas redes sociais, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, destacou o anúncio de que a pasta vai distribuir 3,4 milhões de unidades dos medicamentos cloroquina e hidroxicloroquina para uso em pacientes internados de forma grave. Mandetta ponderou que a automedicação não deve ocorrer "em hipótese alguma". Em alguns países, como Estados Unidos e Nigéria, foram registrados casos de pessoas que se intoxicaram após se automedicarem com o fármaco.

Em nota, no início da semana, a Anvisa informou que toda prescrição de medicamento à base de cloroquina ou hidroxicloroquina precisa ser feita em receita especial de duas vias. A nova regra incluiu esses medicamentos na lista de substâncias controladas. A entrega ou venda do medicamento nas farmácias e drogarias só poderá ser feita para pessoas com a receita especial, para que uma via fique retida na farmácia e outra com o paciente.

Em meio à pandemia de coronavírus que já contaminou 904 pessoas e provocou mais de dez mortes no País, o presidente Jair Bolsonaro, aniversariante do dia, dedicou um pedaço da sua tarde à gravação de um vídeo com mensagem para dar esperanças ao tratamento da doença.

O presidente completa hoje 65 anos e passa o dia no Palácio do Planalto com Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ), o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) e o deputado federal, Eduardo Bolsonaro (PLS-SP).

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No vídeo postado pelo presidente no Twitter e intitulado "Hospital Albert Einstein e a possível cura dos pacientes com o Covid-19", Jair Bolsonaro informou que o laboratório do Exército vai ampliar a produção de cloroquina.

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Esse medicamento tem apresentado alguns resultados positivos no tratamento de pacientes com coronavírus, de acordo com testes preliminares feitos ao redor do mundo. Esses resultados, porém, ainda não são conclusivos, dizem autoridades da área da saúde.

"Agora há pouco, me reuni com o senhor ministro da Defesa, onde decidimos que o laboratório químico e farmacêutico do Exército deve ampliar imediatamente a produção desse medicamento", afirmou o presidente Jair Bolsonaro, em vídeo publicado há instantes em sua conta no Twitter.

A cloroquina é usada por aqui no tratamento da malária e também para o tratamento de reumatismo, funcionando como um anti-inflamatório. O Hospital Albert Einstein e a operadora Prevent Senior já comunicaram ontem, 20, que conduzirão estudos clínicos para avaliar a eficácia da cloroquina no tratamento da infecção provocada pelo coronavírus.

"Agora há pouco, os profissionais do hospital Alberto Einstein (Sic) me informaram que iniciaram protoloco de pesquisa para avaliar a eficácia da cloroquina nos pacientes com Covid-19", disse Bolsonaro no vídeo.

O presidente também afirmou que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), presidida pelo almirante Antônio Barra, vetou a venda de cloroquina para outros países. "Tenhamos fé que em breve ficaremos livres desse vírus", completou Bolsonaro na gravação.

Precipitação? - Na última quinta (19), no entanto, a Anvisa havia soltado uma nota em seu site esclarecendo o provável uso do medicamento citado por Bolsonaro para o combate do coronavírus. Segundo a órgão, “apesar de promissores, não existem estudos conclusivos que comprovam o uso desses medicamentos para o tratamento da Covid-19”.

Ainda de acordo com a Anvisa, não há recomendação para a utilização da cloroquina em pacientes infectados ou mesmo como forma de prevenção à contaminação pelo novo coronavírus. “A automedicação pode representar um grave risco à sua saúde”, completa a nota.

O tuíte provocou algumas reações de internautas. O repórter João Paulo Charleaux, correspondente em Paris, onde a pandemia já está mais avançada, criticou a postagem. “Presidente, eu sofro de uma doença crônica cujo único remédio é a cloroquina. O uso desse medicamento nos casos de coronavírus ainda não tem eficácia comprovada. Ao especular, o sr. desata uma corrida irracional às farmácias e põe em risco a vida dos que hoje dependem deste remédio”, disse.

O deputado David Miranda (PSOL), desafeto da família Bolsonaro, foi na mesma linha. “A cloroquina ainda não é segura. Falando isso você começa um corrida desordenada na busca desse remédio, e pessoas que realmente precisam ficam sem. A vacina, no melhor dos cenários, levará 18 meses. A única saída é o isolamento, e você não disse uma única vez. Seja responsável”, disparou.

Com informações da Agência Estado

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou, na noite da quinta-feira (19), uma nota técnica em que não recomenda, no momento, o uso do hidroxicloroquina para tratamento do novo coronavírus. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que a hidroxicloroquina e a cloroquina foram aprovadas para serem usadas no tratamento da Covid-19 no país.

De acordo com a Anvisa, é preciso conduzir estudos clínicos em uma amostra representativa de seres humanos para a inclusão de indicações terapêuticas novas em medicamentos. A nota técnica, entretanto, reconhece os bons resultados obtidos pelas substâncias.

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Um estudo de pesquisadores chineses avaliou que a Hidroxicloroquina e a cloroquina inibiram efetivamente a etapa de entrada do vírus na célula e os estágios celulares posteriores relacionados à infecção do coronavírus. As drogas também bloquearam o transporte do vírus entre organelas das células.

Uma pesquisa francesa, com uma pequena amostra (20 pacientes), apontou que o tratamento com Hidroxicloroquina é significativamente associado à redução ou desaparecimento da carga viral em pacientes com Covid-19 e seu efeito é reforçado pela Azitromicina. 

No Brasil, existem medicados à base das duas substâncias, usados no tratamento de artrite, lúpus eritematoso, doenças fotossensíveis e malária. Após o anúncio de Trump, medicações com essas substâncias começaram a faltar nas farmácias do país. 

Circula nas redes sociais um vídeo do médico pernambucano Aléssio Alves destacando a eficácia da Hidroxicloroquina e sugerindo que "vale a pena ter em casa". Ele apagou o vídeo e disse, por telefone, que a compra sem receita médica não é recomendada. "É inadmissível a população comprar por conta própria, porque pode haver efeitos colaterais. Eu quis compartilhar a notícia para o povo ficar esclarecido e diminuir o temor", disse o médico.

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