Tópicos | hidroxicloroquina

O médico francês Didier Raoult, cuja defesa da hidroxicloroquina para tratar a Covid-19 o tornou mundialmente conhecido, foi denunciado pela Sociedade de Patologia Infecciosa de Língua Francesa (SPILF), que o acusa de uma promoção indevida do medicamento.

Enquanto a ciência não demonstrou os efeitos potencialmente benéficos da hidroxicloroquina contra a Covid-19, alguns países e líderes mundiais, como o presidente Jair Bolsonaro, promovem abertamente seu uso.

"Confirmamos que houve uma denúncia ao conselho departamental das Bocas do Ródano do Colégio de Médicos, mas a SPILF não quer se manifestar sobre o assunto enquanto durar o caso", disse uma porta-voz da Sociedade nesta quinta-feira (3).

Segundo o jornal Le Figaro, a SPILF critica o doutor Raoult por promover a hidroxicloroquina "sem que a ciência tenha estabelecido claramente nenhum dado preciso a respeito, o que supõe uma infração das recomendações das autoridades de saúde".

"Nos perguntamos se sua postura tão contundente (...) não contribuiu para prejudicar a mensagem de prevenção na saúde pública" durante a epidemia de Covid-19, segundo a denúncia feita em julho e citada pelo jornal.

Contatado pela AFP, o Instituto Mediterrâneo de Infecções de Marselha (sudeste), dirigido por Raoult, não reagiu imediatamente.

A denúncia será primeiramente alvo de uma tentativa de conciliação. Se falhar, será julgada em uma câmara disciplinar e o caso pode durar meses.

Ao pontuar a falta de suporte social, testagem em massa e monitoramento adequado diante da infecção que segue ativa na Região Metropolitana do Recife (RMR), a vice-presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), Bernadete Perez, critica as decisões do Governo de Pernambuco no combate à Covid-19. Para a especialista, a variação diária de casos mostra que não há quadro epidemiológico possível para prosseguir com as reaberturas.

"A vigilância do estado se satisfez em contar casos e óbitos. Uma forma omissa na relação com o território", destaca a sanitarista ao acrescentar que a ausência de um plano nacional de resposta à pandemia dificultou o controle da doença. "Essas pessoas que morrem todos os dias têm virado praticamente uma 'paisagem', como se a gente tivesse que conviver com isso como normal [...] a pandemia não está controlada", lamenta em entrevista ao LeiaJá.

##RECOMENDA##

De acordo com o boletim epidemiológico da Secretaria Estadual de Pernambuco (SES), emitido nessa quarta (2), Pernambuco já soma 7.656 óbitos e 128.724 pessoas infectadas. Mesmo com a queda dos índices, Perez explica que "a sustentação de curva ainda é alta em número de casos e óbitos. Com variação muito grande e a gravidade de uma interiorização da pandemia, sem equipamentos de saúde suficientes".

Lockdown frouxo

Instituído em cinco municípios do Grande Recife no dia 16 de maio, o lockdown até surtiu efeito inicial, mas foi tardio e breve, na visão da médica. "O prazo ideal era quando a gente tivesse por duas semanas uma queda importante e sustentada, com o número de óbitos quase chegando a zero. 40 mortes em 24h ainda é altíssimo", indica e conclui que não houve estratégia das autoridades para operacionalizar o fechamento total nas periferias. "Você coloca no colo das pessoas a possibilidade de proteção que elas não têm necessariamente. A tempestade é a mesma, mas nossos barcos são diferentes", avalia. 

Com o fim da quarentena rígida, após 15 dias do fechamento, Pernambuco registrou 1.023 novos casos e 67 óbitos só no dia 31 de maio. Na ocasião, as notificações atingiam 2.807 vítimas fatais e 34.450 casos confirmados. Com a economia estagnada, o Governo não suportou à pressão e deu início a terceira fase da flexibilização, no dia 15 de junho. A etapa marcou a autorização de funcionamento para varejos de bairro, salões de beleza e coleta de produtos em shoppings.

Médicos na cadeia

No primeiro dia da reabertura, o estado confirmou mais 246 casos, e alcançou o total de 45.507 infectados e 3.886 mortes. "A flexibilização foi completamente equivocada. Todas as etapas foram precipitadas, sem nenhuma sustentabilidade do quadro epidemiológico que a gente tinha, como ainda não temos [...] a gente não tem como progredir com flexibilização. Pelo contrário", reprova Perez, que aconselha o fechamento de setores não essenciais.

No início das notificações em Pernambuco, ainda em março, a médica juntou-se a outros especialistas e criou a Rede Solidária em Defesa da Vida (Rede Sol), com o objetivo de apoiar o Estado na tomada de decisões mediante dados científicos. No entanto, um movimento negacionista de profissionais da saúde atrapalhou a conscientização dos pernambucanos ao receitar supostas curas sem eficácia comprovada, como a Hidroxicloroquina, Azitromicina e Ivermectina.

"É uma vergonha. A gente discute isso em um plano político. Todos os estudos mostraram uma mortalidade maior na população que usa cloroquina. Esses médicos tinham que ser punidos criminalmente. Não é uma disputa de narrativa científica por que não tem nenhum estudo que sustente esse tipo de prescrição", dispara.

A operadora de saúde Hapvida estaria pressionando os médicos ligados à sua rede de atendimento a prescrever a hidroxicloroquina para pacientes acometidos pela covid-19. A denúncia foi feita pelos profissionais de saúde e publicada pela BBC Brasil, nesta quinta (13).

"Reforço a importância do uso da hidroxicloroquina", escreveu o coordenador da Hapvida em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, no grupo do Whatsapp dos médicos a serviço da empresa, no fim de julho. Em outras mensagens ele ainda teria dito que estava “revisando os prontuários diariamente”, e “vendo que alguns colegas não estão prescrevendo" a medicação.

##RECOMENDA##

Outra orientação compartilhada pelo coordenador seria ainda mais enfática: "a partir de hoje, TODOS os pacientes irão sair com a medicação da hidroxicloroquina (exceto os contraindicados)". De acordo com os apontamentos dos profissionais de saúde, o gestor chegou a dizer que a hidroxicloroquina deveria ser entregue até ao paciente que assinasse um termo de recusa para a medicação, "para caso, no futuro, mude de ideia". Também é dito que, os médicos que discordassem da política da operadora poderiam ser substituídos nos plantões.

Segundo a reportagem, as mensagens foram compartilhadas pelo mesmo coordenador em três grupos de WhatsApp de profissionais que atuam no Grupo São Francisco, rede do interior paulista recentemente adquirida pela Hapvida. Após a concordância de diversas pesquisas de que a hidroxicloroquina é ineficaz no combate à covid-19, a utilização do medicação nos pacientes acometidos pela doença vem sendo desaconselhada por instituições como a Organização Mundial de Saúde (OMS).

À BBC, a Hapvida negou que haja qualquer tipo de pressão para prescrição da hidroxicloroquina e alegou respeitar o parecer médico sobre os casos. Já o Conselho Federal de Medicina (CFM) informou que desconhece os casos, mas que situações do tipo devem ser denunciadas, pois “o princípio que deve, obrigatoriamente, nortear o tratamento do paciente é o da autonomia do médico".

O presidente Jair Bolsonaro voltou a divulgar o uso da hidroxicloroquina como alternativa para o tratamento da Covid-19. Em evento em Belém (PA), nesta quinta-feira (13), o chefe do Executivo disse ser "a prova viva" da eficácia do remédio, que não tem comprovação científica.

"Sabemos que mais de 100 mil pessoa morreram no Brasil. Caso tivessem sido tratadas lá trás com esse medicamento, poderiam essas (perdas de) vidas terem sido evitadas; mais ainda aqueles que criticaram a hidroxicloroquina não apresentaram (outra) alternativa", declarou.

##RECOMENDA##

Dados coletados pelo consórcio de imprensa entre Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha e UOL indicam que o total de óbitos no Brasil é de 104.263 e o de contaminações, 3.170.474. Em julho, o presidente entrou para as estatísticas da pandemia e foi diagnosticado com o novo coronavírus. Ele divulgou amplamente a cloroquina, afirmando ter utilizado o medicamento em seu tratamento.

Bolsonaro participou da inauguração da obra de revitalização do Porto Futuro na capital paraense. Em seu discurso, ele citou que o Estado recebeu mais de R$ 2 bilhões em recursos para o combate a Covid-19 e 400 mil unidades de cloroquina.

"Destinamos também a esse Estado maravilhoso, mesmo sem comprovação científica, mais de 400 mil unidades de cloroquina para o tratamento precoce da população. Eu sou a prova viva que (cloroquina) deu certo. Muito médicos defendem esse tratamento", disse.

O presidente voltou a repetir também que sempre alertou sobre a necessidade de combater o vírus e o desemprego causado pela pandemia da Covid-19. "Sabemos que a vida não tem preço, mas o desemprego leva à depressão e leva também à doença e à morte", declarou.

O diretor-executivo da Organização Mundial de Saúde (OMS), Michael Ryan, disse nesta segunda-feira (10) que a curva de mortes por coronavírus no Brasil "está achatada, mas não diminuindo" e ressaltou que a hidroxicloroquina, defendida pelo presidente Jair Bolsonaro para o tratamento da doença, não é a solução para o País.

Em resposta a uma pergunta sobre a postura de Bolsonaro, Ryan reafirmou que não há comprovação da eficácia da substância no combate ao novo coronavírus, durante coletiva de imprensa da entidade. No fim de semana, o Brasil ultrapassou o marco de 100 mil mortes por covid-19.

##RECOMENDA##

Antes de Ryan, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse no início da coletiva que o mundo chegará a 20 milhões de casos de Covid-19 nesta semana.

Tedros também comentou que possíveis vacinas contra a doença exigirão o investimento de mais de US$ 100 bilhões. "Parece ser muito dinheiro e é de fato", disse. "Mas é (um valor) pequeno se comparado aos US$ 10 trilhões que já foram investidos por países do G20 em estímulos fiscais para lidar com as consequências da pandemia até o momento", acrescentou.

Ele afirmou ainda que é preciso eliminar a Covid-19 de forma eficaz para que "possamos reabrir as sociedades de forma segura".

O senador Humberto Costa (PT) criticou, neste sábado (24), em suas redes sociais a postura do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) diante do combate ao novo coronavírus. "Chega a ser doentio o que Bolsonaro faz a frente do país. Se transformou no garoto propaganda do vírus. Vai pagar por tudo isso, com toda a certeza", escreveu o petista.

Além de defensor do uso da hidroxicloroquina para combater o novo coronavírus - medicação que não tem eficácia comprovada - Bolsonaro tem se colocado como principal garoto propaganda, "oferecendo" a medicação até para as emas do Palácio da Alvorada. Desde quando testou positivo para o novo coronavírus, já se tornou comum ver a caixa da hidroxicloroquina onde quer que o presidente esteja.

##RECOMENDA##

Nesta manhã, o chefe do Executivo postou uma foto com a caixa da medicação na mão e confirmou que um novo teste feito por ele deu negativo para a Covid-19.

[@#video#@]

EVARISTO SA / AFP

O presidente Jair Messias Bolsonaro (sem partido) chamou a atenção ao mostrar, nessa quinta-feira (23), uma caixa de hidroxicloroquina, medicamento que defende para tratar a Covid-19, para uma das emas que vive entorno do Palácio da Alvorada. Há três semanas, o presidente da República afirmou que foi diagnosticado com o novo coronavírus e está usando o remédio para combater a doença, mesmo sem comprovações científicas da eficácia da hidroxicloroquina.

##RECOMENDA##

Devido ao isolamento social por recomendação médica, o presidente vem realizando as atividades atribuídas ao cargo do Alvorada e, no final da tarde, costuma dar umas voltas no entorno do local para alimentar as aves e falar com apoiadores. Durante alguns dos passeios, Bolsonaro acabou sendo bicado por duas vezes pelas emas. 

Nesta quinta, no entanto, Bolsonaro também rompeu o isolamento e fez um passeio de moto. Sem utilizar a máscara, de uso recomendado por autoridades da área da saúde, ele conversou com funcionários da limpeza que trabalhavam no campo do local.

Um estudo elaborado por pesquisadores franceses de diversas instituições, a exemplo da Université Paris-Saclay e da Université de Paris, observou que a hidroxicloroquina mostrou algum efeito antiviral em macacos infectados com o novo coronavírus, mas não apresentou resultado em humanos. Nesta quarta-feira (22), a pesquisa foi publicada na Revista Nature, uma das mais importantes do nicho científico.

Segundo o texto, "a hidroxicloroquina mostrou atividade antiviral em células renais do macaco verde africano, mas não em um modelo de epitélio das vias aéreas humanas reconstituído". Nos animais, os cientistas chegaram a administrar a aplicação da hidroxicloroquina em combinação com a azitromicina. Mesmo assim, ele não teve resultado significativo a ponto de ser considerado eficiente.

##RECOMENDA##

Assim, os pesquisadores colocam que não houve resultado na cura da infecção. "Nossos resultados não apoiam o uso de hidroxicloroquina, isoladamente ou em combinação com azitromicina, como tratamento antiviral para a Covid-19 em humanos", concluiu a equipe.

Outro estudo

Outra pesquisa publicada na mesma edição da revista, de um grupo de pesquisadores alemães e russos, também concluiu que a cloroquina não apresentou qualquer resultado no sentido de inibir a Covid-19. “Estes resultados indicam que a cloroquina tem como alvo uma via de ativação viral que não é operativa nas células pulmonares e é improvável que proteja contra a disseminação da SARS-CoV nos pacientes", frisaram os cientistas.

A hidroxicloroquina não foi eficaz de curar ou acelerar a resposta imunológica do corpo contra o novo coronavírus (Sars-CoV-2), mostrou um novo estudo divulgado pela Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos.

Publicada na revista científica "Annals of Internal Medicine", a pesquisa fez um estudo randomizado com 491 pacientes que testaram positivo para a Covid-19 e não foram internados. Após cinco dias de sintomas, metade deles recebeu doses da droga e a outra metade tomou pílulas de placebo, e ambos os grupos foram observados por duas semanas.

##RECOMENDA##

O resultado mostrou que 24% dos pacientes tratados com a hidroxicloroquina tinham sintomas persistentes durante os 14 dias, enquanto no grupo do placebo 30% tinham sintomas persistentes. Uma diferença considerada estatisticamente não relevante.

As internações foram quase as mesmas, com 2% no primeiro grupo e 3% no segundo. A taxa de mortalidade foi de 0,4% nas duas situações. A hidroxicloroquina, assim como a cloroquina, é usada nos casos de malária, artrite reumatoide e lúpus. Por conta de sucesso no combate a essas doenças, assim que a pandemia começou, a medicação começou a ser testada na China, na Europa e em outros países.

Esse procedimento é considerado comum contra novas doenças, já que criar um medicamento do zero leva bastante tempo, então diversos remédios que passaram por todas as etapas de aprovação são testados. No caso do coronavírus, por exemplo, além da cloroquina/hidroxicloroquina, foram testados antirretrovirais, como o remdesivir, e a heparina, além de vários outros.

No entanto, a atenção que a hidroxicloroquina ganhou no mundo foi por conta da politização da droga, inicialmente pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e depois no Brasil, com Jair Bolsonaro.

Foto: Gabriela Biló/EstadaoConteudo

Mesmo que cada vez mais estudos mostrem que o remédio não ajuda no combate à Covid-19, seja para pacientes leves ou graves, ela continua a ser usada como propaganda pelo Bolsonaro.

Estados Unidos, Itália e França já emitiram comunicados vetando o uso da cloroquina em pacientes com Covid-19, mesmo em testes clínicos.

Da Ansa

O presidente Jair Bolsonaro voltou a defender, neste sábado (18), o uso de hidroxicloroquina no tratamento contra a Covid-19. Infectado pelo novo coronavírus, o presidente fez uso do medicamento, que não tem eficácia comprovada contra a doença.

"Se não temos alternativa, vamos com a hidroxicloroquina", disse Bolsonaro a apoiadores que estavam em frente do Palácio da Alvorada. Ele usava máscara e estava acompanhado da deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP). "Não perturbem quem quer tomar a cloroquina", afirmou o presidente, muito aplaudido em seguida.

##RECOMENDA##

Mais cedo, Bolsonaro publicou um vídeo em suas redes sociais alimentando emas na residência oficial. Ele chegou a colocar a máscara no queixo enquanto falava à câmera, manuseada por um cinegrafista.

A Unimed de Brusque-SC está distribuindo um "kit Covid-19" com hidroxicloroquina e ivermectina aos médicos cooperados. Fotos que mostram uma pequena caixa com laço verde e uma carta informando como administrar os medicamentos foram publicadas no Twitter e causaram bastante repercussão.

[@#video#@]

##RECOMENDA##

A carta traz no título: "hidroxicloroquina 400mg + vitamida D 50.000UI + ivermectina 06mg + zinco quelado 30 mg". Em seguida, há informações sobre a forma de administrar, a quantidade e como fazer o armazenamento. "Hidroxicloroquina deve ser tomada durante uma refeição ou com um copo de leite", diz o texto.

Em nota, a Unimed do Brasil se manifestou sobre o caso. A operadora de planos de saúde disse que "orienta suas cooperativas a seguirem as diretrizes previstas pelas associações e sociedades de especialidades médicas brasileiras, além dos protocolos aprovados pela OMS."

A Unimed destacou ainda que cooperativas têm autonomia para desenvolver e executar as ações que julgarem pertinentes às suas necessidades. "Médicos que as compõem têm autonomia para indicar tratamentos e procedimentos de acordo com as diretrizes estabelecidas pelo Conselho Federal de Medicina", acrescentou.

A Unimed de Brusque também comentou o Kit Covid-19. Ressaltou que "oportunizou a profilaxia aos profissionais que atuam na linha de frente e também aos médicos cooperados" por estar preocupada com a crescente perda de trabalho profissional no combate à Covid-19. A unidade disse que se baseou no protocolo utilizado há algumas semanas e amplamente divulgado da Prefeitura de Porto Feliz-SP. 

"A Unimed Brusque informa que a utilização não era compulsória e após compra conjunta dos insumos tão escassos no mercado na atualidade, foi optado pela distribuição aos que desejaram realizar a profilaxia sugerida", afirma. Segundo a unidade em Brusque, foi assinado um termo de consentimento e realizados exames para excluir doenças que possam ser agravadas pelo uso da profilaxia.

Em texto publicado no site oficial, a Unimed destaca que a adoção do chamado tratamento precoce, feito pela Unimed Brusque, tem gerado resultados satisfatórios. "Já na primeira semana de Ambulatório, tivemos dois pacientes positivos, que começaram a ficar graves e em decisão conjunta com eles, optamos em utilizar a medicação, já que não havia nada disponível e era a única alternativa que estava sendo falada, lá no mês de março. Os dois iniciaram o tratamento e em 48 horas de medicação começaram a responder, ficaram bem, estão bem até hoje. Dali para frente intensificamos os estudos, e desde então, o protocolo do Ambulatório Especial da Unimed Brusque foi usar a hidroxicloroquina e a azitromicina por cinco dias em todos os pacientes que apresentaram quadro de pneumonia viral", diz a Dra. Daniela Salvador Alves, pneumologista e coordenadora médica de Serviços em Saúde da Unimed Brusque. 

 Salvador Alves afirma haver um movimento médico no Brasil em prol do tratamento precoce com uso de hidroxicloroquina, azitromicina, ivermectina e zinco quelado. "Os pioneiros nesse tratamento são dos estados do Norte e Nordeste do país, em especial devido ao colapso que esses locais enfrentaram no Sistema de Saúde. Desta forma, eles passaram a tratar os pacientes precocemente e urgente. E em 40 dias, o colapso foi revertido, sendo um dos exemplos a Unimed de Belém do Pará, que controlou a situação. Baseado nesse e em demais exemplos, infectologistas começaram a avaliar a eficácia do tratamento precoce."

No Twitter, grande parte dos internautas criticou o Kit Covid-19 da Unimed. "Se alguém tiver problemas sérios de saúde por conta desse kit a culpa é de vocês", escreveu @JaumGodoy. "A OMS não recomenda uso, suspendeu pesquisas porque não foi comprovada eficácia e a Unimed está enviando cloroquina de souvenir? (...) não é possível tamanha irresponsabilidade", assinalou a usuária @mariaapasseio. "O princípio cooperativista de 'independência e autonomia' não tem nada a ver com essa irresponsabilidade de ignorar protocolos internacionais comprovados cientificamente", criticou também o internauta @julianorabujah.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) está realizando exames cardíacos diários para monitorar eventuais efeitos colaterais da hidroxicloroquina no tratamento do novo coronavírus. De acordo com o jornal O Globo, Bolsonaro tem feito eletrocardiograma duas vezes ao dia para monitorar a frequência cardíaca.

Desde que suspeitou de que teria contraído a Covid-19, na última segunda-feira (6), o presidente tem divulgado que faz uso do medicamento, que, inclusive, não tem eficácia cientificamente comprovada contra a doença. Ele chegou a publicar um vídeo, nas redes sociais, no momento em que tomava o remédio.

##RECOMENDA##

Monitorar a frequência cardíaca é uma recomendação da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) para quem faz uso da cloroquina para tratar a Covid-19. Um dos efeitos colaterais que a medicação pode causar é alteração cardíaca.

O presidente está indo além da recomendação da SBC que prevê exames no primeiro, terceiro e quinto dias do tratamento. Jair Bolsonaro é defensor ferrenho do uso da hidroxicloroquina nos hospitais, chegando a se desentender com ex-ministros da Saúde, médicos, por discordarem da defesa do remédio.

Com Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) usou o Twitter, nesta quarta-feira (8), para voltar a tratar sobre o uso da hidroxicloroquina no tratamento contra a doença ocasionada pelo novo coronavírus. O presidente, que já afirmou ter tomado três doses do remédio, disse que estava bem com a medicação e ainda viverá muito.

“Aos que torcem contra a Hidroxicloroquina, mas não apresentam alternativas, lamento informar que estou muito bem com seu uso e, com a graça de Deus, viverei ainda por muito tempo”, escreveu.

##RECOMENDA##

Bolsonaro ainda aproveitou para reforçar que “todas as medidas de isolamento adotadas por governadores e prefeitos sempre visaram retardar o contágio enquanto os hospitais se preparavam para receber respiradores e leitos UTIs”.

O presidente também salientou que seu governo preservou “vidas e empregos” sem pânico. “O nosso Governo atendeu a todos com recursos e meios necessários. Mais ainda, criamos meios para preservar empregos e auxiliamos com 5 parcelas de R$ 600,00 um universo de 60 milhões de informais/’invisíveis’”, pontuou.

“Nenhum país do mundo fez como o Brasil. Preservamos vidas e empregos sem propagar o pânico, que também leva a depressão e mortes. Sempre disse que o combate ao vírus não poderia ter um efeito colateral pior que o próprio vírus”, emendou o mandatário.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) confirmou, nesta terça-feira (7), ter contraído a Covid-19. Durante o anúncio, feito por ele mesmo em coletiva de imprensa no Palácio da Alvorada, o mandatário disse ter recebido o resultado dos exames com tranquilidade, salientou que fará o isolamento social recomendado aos infectados e chegou a retirar a máscara para mostrar seu semblante e reafirmar que está bem. 

“[Recebi o resultado] com naturalidade. Não tem que ter pavor... Segue a vida e agradeço a Deus pela função que eu tenho... Vou seguir o protocolo, despachando por meio de conferência e raramente recebendo alguém para assinar documentos", disse.

##RECOMENDA##

Além disso, o presidente também lembrou que foi criticado por atitudes no início da pandemia, voltou a chamar de "exageradas" as medidas que fecharam o comércio nos Estados e citar o superdimensionamento do coronavírus.

"Pode ver, fui muito criticado pelas minhas posições no passado. O objetivo final do isolamento social não é dizer que você não vai contrair o vírus, é fazer com que esse vírus fosse diluído ao longo do tempo para evitar que houvesse acúmulo em hospitais por falta de leitos de UTIs ou de respiradores", avaliou logo no início da sua fala.

"O que eu posso falar para todo mundo aqui. Esse vírus é quase como, eu já dizia no passado e era muito criticado, era como uma chuva, né, vai atingir você, né? Alguns, não. Alguns tem que tomar um maior cuidado com esse fenômeno por assim dizer", acrescentou.

No fim da entrevista, ao ser questionado sobre o que diria para a população agora que contraiu a doença, Bolsonaro se afastou dos repórteres, retirou a máscara e fez questão de mostrar seu semblante para que, segundo ele, as pessoas vissem que está bem. "Os que me criticaram, estou bem, graças a Deus", disparou. "Até daqui a uma semana", emendou Bolsonaro.

O presidente tem 65 anos e é do grupo de risco da Covid-19. Ele começou a sentir os sintomas nessa segunda (6), quando teve febre e dor no corpo.

O grupo farmacêutico suíço Novartis anunciou o fim de um teste clínico sobre a hidroxicloroquina para tratar os pacientes de Covid-19 por falta de participantes. Em 20 de abril, o grupo anunciou um acordo com a agência americana de medicamentos, a Food and Drug Administration (FDA), para organizar testes clínicos de fase III da hidroxicloroquina em pacientes hospitalizados por Covid-19.

Os testes tinham como objetivo avaliar o uso do tratamento em 440 enfermos em uma dezena de cidades nos Estados Unidos. Mas em 15 de junho as autoridades de saúde americanas retiraram a autorização do uso em caráter de urgência de dois tratamentos contra a Covid-19, a cloroquina e a hidroxicloroquina, que o presidente Donald Trump chegou a defender durante algum tempo.

A FDA anunciou em 28 de março a autorização para a prescrição destes tratamentos contra a malária, apenas no hospital, a pacientes infectados pelo novo coronavírus.

Em um comunicado, a Novartis explica que tomou a decisão de "deter e encerrar um teste clínico com hidroxicloroquina contra a Covid-19" pelas graves dificuldades de contratação dos participantes, o que tornou "impossível" finalizar o estudo. A polêmica sobre a eficácia da hidroxicloroquina passou da área científica e entrou no debate político.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) renunciou esta semana aos testes sobre este tratamento e chegou à conclusão de que o fármaco eficiente no tratamento contra a malária não reduz a taxa de mortalidade dos pacientes hospitalizados de Covid-19.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) decidiu suspender em definitivo os testes com a hidroxicloroquina no ensaio clínico global Solidariedade. A entidade anunciou a decisão nesta quarta-feira, 17, com base nos dados coletados em pacientes voluntários ao redor do mundo que tomaram o remédio.

O medicamento dexametasona tem salvado pacientes da Covid-19, dizem especialistas da Universidade de Oxford. O tratamento com a droga reduziu o risco de morte em um terço em pacientes em ventiladores mecânicos e em um quinto para aqueles que precisam de oxigênio apenas. Os resultados foram anunciados nesta terça-feira (16) e o estudo deve ser publicado em breve.

Os pesquisadores calculam que caso a dexametasona tivesse sido usada no início da pandemia mais de cinco mil vidas teriam sido salvas. O esteróide também é barato e amplamente disponível. 

##RECOMENDA##

 A dexametasona é utilizada para reduzir inflamações em uma série de outras doenças. Ela parece interromper uma parte do dano no sistema imunológico que tenta combater o novo coronavírus.

No estudo, 2.104 pacientes administrados com o medicamento foram comparados com 4.321 que não receberam. Para pacientes em ventiladores, o risco de morte tem redução entre 40% e 28%. Para os pacientes que precisam de oxigênio suplementar, a redução vai de 20% a 25%.

Para o investigador chefe Peter Horby, é um resultado extremamente bem-vindo.  "Esta é a única droga até agora que tem mostrado reduzir mortalidade. E reduz significantemente. É um grande avanço", disse.

Segundo o pesquisador líder Martin Landray, os pacientes nos hospitais deveriam ser medicados com dexametasona sem demora. Entretanto, ele alerta que a população não deve comprar para sua casa. A droga não parece ter efeito em sintomas leves da Covid-19. 

Os testes de medicamentos são realizados desde março. A hidroxicloroquina estava entre as drogas analisadas, mas foi abandonada por preocupações de que aumentava mortes e problemas cardíacos. A pesquisa é financiada por agências de saúde governamentais do Reino Unido e doadores privados, como a Fundação Bill e Melinda Gates.

Diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus afirmou nesta quarta-feira, 3, que a entidade retomará pesquisas com a hidroxicloroquina. Durante entrevista coletiva, ele lembrou que, na semana passada, o grupo executivo do ensaio clínico Solidariedade havia decidido fazer uma "pausa temporária" no braço com o uso desse medicamento em seu ensaio clínico, "por causa de preocupações levantadas sobre a segurança do remédio".

Ghebreyesus afirmou que a decisão havia sido uma precaução, enquanto os dados relativos à segurança eram revisados. Agora, o Comitê de Segurança e Monitoramento de Dados do ensaio clínico Solidariedade revisou os dados e, com base nos números de mortalidade disponíveis, recomendou que "não há razões para modificar o protocolo do estudo", disse o diretor-geral da OMS.

##RECOMENDA##

O Grupo Executivo do estudo recebeu a recomendação e deu o aval para a continuação de todas as linhas do Solidariedade, "incluindo a hidroxicloroquina", afirmou Ghebreyesus. Segundo ele, o comitê de monitoramento continuará a verificar a segurança de todos os medicamentos usados. "Até agora, mais de 3.500 pacientes foram recrutados em 35 países", disse ele sobre o ensaio clínico Solidariedade.

Também presente na entrevista coletiva, a cientista-chefe da entidade, Soumya Swaminathan, lembrou que, apesar de que os estudos continuam, não há medicamento que tenha se saído tão bem: "Até agora, não há evidência de que qualquer medicamento reduza a mortalidade em pacientes da covid-19", afirmou. De qualquer modo, ela também disse que a OMS continua a incentivar os estudos de medicamentos contra a doença, no quadro atual.

Questionada novamente sobre a hidroxicloroquina, Swaminathan ressaltou que o que foi permitido foi a retomada dos estudos clínico: "Isso é muito diferente de fazer uma recomendação" de uso do medicamento, ressaltou, apontando que as investigações em andamento é que devem mostrar se ele pode ou não ser eficiente contra a doença.

O horizonte está escurecendo para os autores do estudo muito criticado sobre a hidroxicloroquina no tratamento da Covid-19: a prestigiosa revista médica "The Lancet", que o publicou, tomou distância ao reconhecer em um aviso formal que "questões importantes" pairam sobre ele.

"The Lancet" deseja, portanto, "alertar os leitores para o fato de que questões científicas sérias foram trazidas à (sua) atenção" em relação a este estudo, diz a revista.

O alerta foi divulgado na terça-feira à noite sob a forma de uma "expression of concern" ("expressão de preocupação"), uma declaração formal usada por periódicos científicos para indicar que um estudo é potencialmente problemático.

Se uma "expression of concern" não é tão carregada de consequências quanto uma retirada total, lança dúvidas sobre sua natureza.

O estudo em questão conclui que a hidroxicloroquina não é benéfica para pacientes com Covid-19 hospitalizados e pode até ser prejudicial.

Teve um impacto mundial e grandes repercussões, pressionando a Organização Mundial da Saúde (OMS) a suspender os ensaios clínicos com hidroxicloroquina contra a Covid-19. Da mesma forma, a França decidiu proibir esse tratamento.

Publicado em 22 de maio no periódico "The Lancet, o estudo se baseia em dados de 96.000 pacientes hospitalizados entre dezembro e abril em 671 hospitais e compara a condição daqueles que receberam tratamento com os pacientes que não receberam.

Após a publicação, muitos pesquisadores expressaram dúvidas sobre o estudo, incluindo cientistas céticos sobre o benefício da hidroxicloroquina contra a Covid-19.

- Dados -

Em uma carta aberta publicada em 28 de maio, dezenas de cientistas em todo mundo observaram que uma análise minuciosa do estudo da Lancet levanta "preocupações metodológicas e sobre a integridade dos dados".

Eles elaboraram uma longa lista de pontos problemáticos, desde inconsistências nas doses administradas em certos países até questões éticas sobre a coleta de informações, incluindo a recusa dos autores a darem acesso a dados brutos.

Os dados são da Surgisphere, que se apresenta como uma empresa de análise de dados de saúde, com sede nos Estados Unidos.

Em seu comunicado à imprensa na terça-feira, "The Lancet" lembrou que "uma auditoria independente sobre a fonte e a validade dos dados foi solicitada por autores não afiliados ao Surgisphere e está em andamento, com resultados esperados em breve".

"Não basta, precisamos de uma avaliação independente real", reagiu no Twitter o pesquisador James Watson, um dos iniciadores da carta aberta.

"Existem dúvidas sobre a integridade do estudo da The Lancet. Em retrospecto, parece que os formuladores de políticas se apoiaram demais neste artigo", comentou o professor Stephen Evans, da London School of Hygiene and Tropical Medicine.

Antes da polêmica sobre o estudo, outros trabalhos em menor escala chegaram a uma mesma conclusão, sem que sua metodologia fosse criticada.

O estudo da "The Lancet" também foi atacado pelos defensores da hidroxicloroquina, geralmente com a palavra-chave #LancetGate nas redes sociais.

O principal deles é o pesquisador francês Didier Raoult.

"O castelo de cartas está em colapso", tuitou nesta quarta-feira sobre o alerta da revista, depois de já ter descrito o estudo como "confuso".

Os autores, dr. Mandeep Mehra e seus colegas, defendem seu estudo.

"Estamos orgulhosos de contribuir sobre a Covid-19" neste período de "incerteza", disse Sapan Desai, chefe da Surgisphere, à AFP em 29 de maio.

Esta empresa está no centro de todas as questões. Outra importante revista médica, "New England Journal of Medicine" (NEJM), também publicou na terça-feira (2) uma "expressão de preocupação" sobre um estudo da mesma equipe, realizado com bancos de dados da Surgisphere.

Este estudo não foi sobre hidroxicloroquina, mas sobre uma ligação entre a mortalidade por Covid-19 e doenças cardíacas.

Um especialista francês, o professor Gilbert Deray, vê na publicação desses avisos pela "The Lancet" e NEJM como um sinal de que os dois estudos estão "em processo de retração". Segundo ele, esse repúdio seria "um desastre", pois esses periódicos são "referências".

"Esses erros ilustram que o tempo científico deve ser desconectado do da mídia. A urgência da pandemia não justifica estudos ruins", afirmou ele no Twitter.

Os Estados Unidos enviaram dois milhões de doses de hidroxicloroquina ao Brasil, anunciou a Casa Branca neste domingo.

"Os povos americano e brasileiro estão em solidariedade na luta contra o coronavírus. Hoje, como prova dessa solidariedade, anunciamos que o governo dos EUA enviou dois milhões de doses de hidroxicloroquina ao povo do Brasil", afirmou a presidência dos EUA em comunicado.

A hidroxicloroquina "será usada como profilática para proteger enfermeiros, médicos e profissionais de saúde no Brasil do vírus. Também terá um uso terapêutico para tratar brasileiros infectados", acrescentou.

O presidente dos EUA, Donald Trump, que expressou sua proximidade com seu colega brasileiro, Jair Bolsonaro, intensificou a efervescência em torno da hidroxicloroquina quando anunciou dias atrás que começou a tomá-la diariamente, como medida preventiva, apesar das recomendações das autoridades sanitárias americanas.

Bolsonaro, por sua vez, está convencido dos efeitos da hidroxicloroquina, a ponto de, na semana passada, o Ministério da Saúde do Brasil recomendar seu uso para todos os pacientes de COVID-19, inclusive casos leves.

A hidroxicloroquina é utilizada há muito tempo contra a malária, mas sua eficácia eventual contra o novo coronavírus até agora não foi demonstrada por nenhum estudo rigoroso.

Vários ensaios clínicos foram suspensos em todo o mundo e alguns países, incluindo a França, proibiram o uso de hidroxicloroquina no tratamento da COVID-19.

A Casa Branca também indicou que os Estados Unidos enviarão em breve 1.000 respiradores para o Brasil como parte da luta contra a COVID-19.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando