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Como resultado da própria condição que o levou a entrar no Brasil, o refugiado busca se inserir no mercado de trabalho brasileiro para deixar no passado uma história de medo e perseguição. De acordo com a Acnur, em página da internet sobre o tema, “refugiados são pessoas que estão fora de seus países de origem por fundados temores de perseguição, conflito, violência ou outras circunstâncias que perturbam seriamente a ordem pública e que, como resultado, necessitam de 'proteção internacional’”.

Este é o caso de Abdulbaset Jarour, 27 anos, imigrante sírio, que tem experiência em administração de empresas. “Eu estava chorando ao mesmo tempo que sorria. Depois de um tempo, vi o mar. Eu respirei aquela liberdade”. Foram pelo menos dois dias na estrada entre Damasco, capital da Síria, e a fronteira do Líbano, até que Abdul conseguisse estar longe da guerra civil que assola o país desde 2011. Natural de Aleppo, ele atuava como empresário, vendendo produtos eletrônicos, e também no Exército. A entrada no Líbano separa a trajetória de Abdul entre o mundo que ele conhecia até aquele momento e a vinda para o Brasil, onde foi acolhido para fugir da guerra.

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Abdul lamenta as perdas que resultaram do conflito. “Era uma vida boa, tranquila, confortável. Aleppo era muito linda, histórica. Sou muito orgulhoso. Uma das cidades mais antigas do mundo”, relembra. Para sair do país, ele teve que atravessar a fronteira, tirar novos documentos, pagar atravessadores, tudo isso sem a segurança de que sairia com vida. Em 2015, já no Brasil, recebeu a notícia de que o pai havia morrido na guerra e que a irmã havia perdido uma perna. “Essa notícia me matou”, disse. Hoje a família, de seis irmãos, está espalhada por várias cidades do mundo. “Minha mãe e minha irmã de 12 anos estão em Aleppo. Queria trazer elas pra cá”, disse.

Já a moçambicana Lara Lopes, que trabalhou de camareira quando chegou ao Brasil, até conseguir emprego na área de tecnologia da informação, saiu do seu país para fugir de perseguições em relação à identidade sexual. Ela cita, como uma das situações mais marcantes, o dia em que ela e a então companheira foram levadas à delegacia sem que houvesse motivos. “[Os policiais] insinuavam-se para ela, por terem interpretado que ali existia uma relação não só de amizade. Falavam coisas no sentido de querer fazê-la entender que seria melhor um homem, no caso ele, do que uma mulher que a levou a estar naquela situação. Aquilo me marcou”, relatou. Outra situação impactante para Lara foi a morte de amigas em razão de homofobia.

Lara conta que, apesar de saber que os crimes de ódio à população LGBT também ocorrem no Brasil, ela se sente mais segura porque tem o amparo da lei. “Hoje, se eu sofro algum tipo de agressão, seja física ou psicológica, seja qual for, eu consigo ir a uma delegacia e exigir os meus direitos, diferentemente do meu país. Eu não tenho como fazer isso, porque de vítima eu passo a culpada, porque, na interpretação deles, o que eu estou fazendo é contra as leis familiares, religiosas e morais”, explicou.

O jornalista Rafael Henzel foi um dos seis sobreviventes da tragédia com o avião da Chapecoense, que aconteceu em novembro do ano passado e vitimou 71 pessoas, entre jogadores, convidados, dirigentes e membros da imprensa. Rafael esteve no programa 'Mais Você', da 'Tv Globo', na manhã desta terça-feira (20), para falar sobre o lançamento do seu livro 'Viva como se estivesse de partida'. Na obra, o jornalista detalha momentos antes do acidente, conta momenotos do resgate, além das mudanças na sua vida após a tragédia. 

Durante a entrevista, Rafael chegou a se emocionar em vários momentos ao lembrar do acidente, mas que estava alegre por ter sobrevivido. "Nesses sete meses, a gente sofreu muito com tudo. Mas por outro lado, é muita felicidade por estar aqui. Por estar vivendo, por poder fazer as mesmas coisas. Às vezes eu estou na minha casa, e depois que eu voltei da Colômbia, eu fico observando as coisas, e penso: poxa, vida. Que chance", afirmou.

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No livro, Rafael fala do seu retorno ao trabalho como radialista, que aconteceu em janeiro deste ano. Na obra, o jornalista também fala do carinho e da solidariedade que recebeu de todas as pessoas de dentro e de fora do Brasil. O exemplar é cheio de mensagens motivadoras e com caráter de esperança. 

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A XXI Feira Pan-Amazônica do Livro, que este ano homenageia a Poesia e o escritor Mário Faustino, promove sessões de narrativas para crianças, a chamada "contação de histórias", no Espaço infantil instalado no Hangar, em Belém. A programação tem o objetivo de reforçar a cultura regional  e conhecimentos gerais de forma lúdica.

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Luciano Gomes, coordenador do Espaço infantil, contou que as histórias reforçam e resgatam aquilo que faz parte da nossa cultura. "Não devemos deixar de contar para as crianças os contos regionais e os valores morais, além de falar de poesia", afirmou o coordenador.

Para o professor Renato Pinto, o papel do educador é tentar trazer de volta essas linguagens e essas histórias infantis. "A Feira do Livro proporciona essas e outras atividades e engrandece o papel do educador, da educação em geral. Acima de tudo é importante divulgar a leitura", disse o educador.

Leticia Lopes, 9 anos, explicou que quando assiste a espetáculos de teatro sempre descobre coisas novas. "Aprendo muita coisa com as histórias, livros e estudo muito mais", falou a estudante.

A Feira do Livro começou no último sábado (27)e terá programações até o domingo (4). O Espaço infantil se encerrará às 19 horas de domingo, com o espetáculo de teatro "Pinóquio in Bust".

Por Débora Barbosa, Victoria Botelho, Adrielly Araujo, Jennifer Rodrigues, Letícia Aleixo e João Paulo Jussara.


Uma família retirava da terra o sustento necessário. Da plantação, um pai e uma mãe garantiam a alimentação de 15 filhos, na cidade interiorana de Belém de Maria, na Mata Sul de Pernambuco. Mas quis o destino que a morte levasse o patriarca. Banhadas pelas lágrimas do luto, a mãe e as crianças largaram tudo e decidiram migrar para a cidade grande em busca de uma vida melhor.

Há 40 anos, Maristela Maria Moura Silva, na época aos seis anos de idade, presenciou a triste mudança que acontecera em sua família. Após a morte do pai, embarcou junto com a mãe e os irmãos rumo ao Recife, guiada pela esperança da sua genitora por uma situação digna, em um local onde a geração de empregos, teoricamente, representaria a salvação econômica para as famílias que viveram o êxodo rural. Mas da fartura em alimentos de Belém de Maria restaram apenas lembranças. Na capital pernambucana, a falta de recursos financeiros castigou Maristela e seus familiares.

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"Meu pai plantava, era abundância. Só que meu pai morreu e minha mãe não entendia nada de finanças. A gente teve que ir para Recife, o dinheiro acabou muito rápido. Mãe foi vender livros, mas era um trabalho muito difícil e ainda tinha que pagar aluguel, em uma humilde residência no bairro de Casa Amarela. A situação apertou e uma feira realizada próximo à nossa casa era a salvação, porque a gente aproveitava os alimentos que sobravam para fazer comida. Quando minha mãe saía, pedíamos comida na rua, mesmo contra a vontade dela. Era a necessidade que nos fazia sair às ruas. O limite é a fome, eu brincava com as crianças da rua na esperança de sair comida nas casas delas", relembra Maristela.

As dificuldades, no entanto, não foram capazes de afastar Maristela do universo escolar. A princípio, acompanhava a irmã, já matriculada em uma escola pública do Recife, para receber merenda. Depois, uma professora resolveu matricular Maristela. Era o início de uma caminhada pelos trilhos da educação. "Minha mãe nunca foi em uma escola fazer uma matrícula minha. Foi a professora quem fez a matrícula. Na formatura da oitava série, não tinha a roupa adequada. Tive que pegar emprestado com uma família que nos ajudava muito. Isso ficou registrado na minha memória", relata.

"Foi um sonho essa formatura e eu sabia que aquilo era um passo para a salvação da minha vida. Aprendi com os professores que trabalhar com uma caneta é muito mais fácil. Minha mãe, depois de vender livro, foi trabalhar de serviços gerais no Hospital da Restauração. E foi difícil, ela trabalhava bastante. Eu queria uma vida diferente para mim. A vida me fez entender que a educação é a saída", complementa Maristela.

O tempo passou, as dificuldades persistiram e Maristela não caiu diante das faces da pobreza. Terminou o ensino médio aos 14 anos, período em que começou a trabalhar como garçonete em um bar da área central do Recife. De acordo com ela, o serviço ajudava a garantir recursos financeiros para sua sobrevivência, além do dinheiro ser repartido com a família. Durante o nível médio, também prestou um curso técnico de contabilidade. "Trabalhei de garçonete porque eu precisava de dinheiro para pagar um cursinho de vestibular. Eu precisava passar no vestibular, queria entrar na faculdade. No bar, sexta, sábado e domingo eu virava trabalhando. Até hoje não sei como tive tanta força de vontade", diz.

O sacrifício foi válido. Há 20 anos, Maristela ingressou na graduação de contabilidade em uma instituição de ensino privada do Recife, cuja mensalidade foi bancada com muita dificuldade. Logo depois de atuar como garçonete, ela trabalhou em uma empresa da área contábil, o que melhorou consideravelmente sua condição financeira. "Entrar na universidade, primeiramente, foi um sonho. Era difícil pagar a faculdade, na época universidade era para ricos. Pagava quase R$ 500, era muito dinheiro pra mim. Tive que me virar, estudando sozinha por várias horas, sobrevivendo com dificuldade. Recordo também, na época do curso técnico, que ia andando para aula, da Zona Norte ao Centro do Recife", recorda, emocionada.

Depois da formação universitária, Maristela continuou acreditando na educação e se qualificou em várias pós-graduações. Chegou a cursos de mestrados e está prestes a ingressar no doutorado. O fato mais marcante da sua história, sobretudo, é o fato de que, em frente ao mesmo local onde ela e seus irmãos pediam comida para sobreviver, funciona uma unidade da Facipe, instituição de ensino superior localizada no Recife. E é lá que Maristela, aos 46 anos de idade, ministra aulas de graduação em contabilidade para jovens que, assim como ela, acreditam em um futuro melhor por meio da educação. As aulas de Maristela, por razões louváveis, não se limitam apenas ao conteúdo acadêmico, pois ela se dispõe a conhecer de perto ânsias e as amarguras de seus alunos, para ajudá-los por meio da sua história de vida.

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Hoje, a mãe de Maristela, aos 78 anos, reside de forma confortável, em uma casa bem estruturada, graças à ajuda da filha. Os irmãos da professora casaram, construíram suas famílias e têm a irmã como exemplo de superação. Entre os alunos da docente, é grande a admiração diante de toda história que, aos olhos dos que não acreditam na força da educação, dificilmente resultaria em um final feliz.

Estudante de administração, Thaís Ferreira enxerga várias virtudes na professora Maristela. De acordo com a estudante, a história da professora serve como um exemplo inspirador. "Ela é um exemplo, está sempre conversando com a gente, perguntando se estamos estudando, procurando estágio, emprego ou concurso. Nos motiva com sua linda história, de fato um exemplo para todos. Até mesmo para os jovens que estão desanimados, a história da professora Maristela traz uma esperança muito grande, porque apesar das dificuldades, até mesmos de alimentação, ela motiva", diz a aluna.

Micael Barros, também do curso de administração, exalta o amor da professora pela educação. Para ele, a história o motiva durante a graduação. "A história de vida dela é muito motivacional. Nos faz ver que podemos lutar e vencer apesar das adversidades. Ela chegou a um patamar profissional graças à universidade", conta o estudante.

Matéria integra a série "Eles acreditaram na edução", do LeiaJá. As reportagens trazem histórias de pessoas que conseguiram ascenção social por meio do ensino superior. A seguir, confira as demais matérias:  

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É de contagiar a energia positiva da senhora Vera Lúcia da Silva, de 54 anos. O sorriso firme condiz com suas conquistas, atreladas ao sucesso profissional da filha Cristiane Maria da Silva Sérvio, 31 anos. Mas antes de toda essa felicidade que impera na família, há uma história de luta e superação, em que os “nãos” da vida jamais ofuscaram o brilho de duas mulheres que nunca caíram diante das dificuldades. O que existe em comum entre mãe e filha é que a educação sempre esteve no topo das prioridades. Acertadamente, elas acreditaram na força dos livros.

Desde a adolescência, Vera precisou trabalhar. Era de família humilde. Sem ter a oportunidade de estudar quando criança, aos 12 anos de idade começou a prestar serviço de doméstica. Saiu de Ribeirão, no interior de Pernambuco, e se lançou no Recife, pois a cidade grande seria, na teoria, a oportunidade ideal de ascensão econômica. Por muito tempo, trabalhou em residências de famílias com forte poder aquisitivo, e praticamente não tinha espaço para se dedicar à educação. 

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Na fase adulta, teve três filhos. Um deles é Cristiane, personagem importante da dura história de dona Vera. Para manter o bem estar das crianças, a mãe dedicava todo seu tempo aos serviços de doméstica, enquanto os filhos ficaram em Ribeirão sob os cuidados da avó. Era na cidade interiorana que Vera compartilhava seu suado dinheiro. “Minha mãe tomava conta deles lá em Ribeirão e todos os meses eu levava as despesas”, relembra dona Vera.

 

A saudade apertou e Vera resolveu levar os filhos para o Recife. Ela recorda que nunca contou com a ajuda do pai das crianças, precisando tocar a vida sozinha, a base de muito trabalho. Quando Cristiane tinha apenas dois anos de idade, a doméstica construiu um barraco de madeira no bairro de Roda de Fogo, Zona Oeste do Recife, e passou a morar com os três filhos. A situação era crítica, mas Vera não desistia de trabalhar para garantir um futuro digno aos pequenos. “Na época, a pobreza era triste. No trabalho, eu só sabia que tinha hora para pegar. Largava muito tarde”, conta. 

Depois da casa no bairro de Roda de Fogo, a família se mudou para uma residência na comunidade do Detran, também na Zona Oeste do Recife. Foi nessa casa onde Vera reforçou sua visão de que a educação é a única alternativa de mudança social para ela e sua família. Cristiane, aos cinco anos de idade, começou a estudar. Tanto ela quanto os irmãos eram cobrados veemente por bons resultados na escola. A mãe, exigente, não queria que os filhos trabalhassem, apenas deveriam se dedicar aos estudos. 

Enquanto as crianças tinham a oportunidade de conviver com a formação educacional, dona Vera continuava sua luta como doméstica. Relembra de pelo menos 20 casas onde trabalhou de forma honesta e mantendo a esperança por um futuro promissor. No contexto dessa rica história, ela recorda tristes capítulos. “Algumas casas não deixavam eu estudar, era analfabeta. As patroas diziam que eu não podia. Uma vez, no lixo, achei um livro de biologia. Achava um nome interessante e sempre dizia que tinha que arrumar um jeito de estudar. Quando fiz 21 anos, em uma das casas que trabalhava, resolvi estudar, mesmo contra a vontade da minha patroa”, conta dona Vera.

Depois de insistir e continuar acreditando na educação, Vera Lúcia conseguiu conciliar a profissão de doméstica com os livros. Completou o ensino médio – época em que, enfim, conseguiu estudar biologia e desvendar os assuntos da disciplina - e seguiu acompanhando de perto os filhos na escola. Aprendeu a ler, participou de capacitações e ainda sonha em cursar uma graduação. No vídeo a seguir, ela relembra detalhes da sua história:

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Rumo ao doutorado

Cristiane dedica sua felicidade à força de vontade da mãe. Tem orgulho da doméstica que enfrentou a pobreza em prol da educação dos filhos. Se emociona ao lembrar das cobranças e das extensas horas da mãe limpando casas, mas disposta a derrubar o cansaço para responder às atividades escolares junto com os filhos. Era comum Vera acordar Cristiane e os irmãos, todos os dias, por volta das 5h, para resolver os quesitos passados pelos professores, pois não queria pendências nas atividades. Só depois ela seguia sua dura rotina como doméstica.

No ensino fundamental, Cristiane recorda que sua mãe, com muito sacrifício, bancou uma escola privada. “Nunca soube o que era trabalhar. Minha vida foi só estudar graças à minha mãe”, comenta a jovem. Na adolescência, entretanto, acompanhou a mãe durante um serviço que foi responsável por despertar de vez seu gosto pelos estudos. A experiência marcou sua vida.

“O que me fez querer estudar foi quanto fui fazer uma faxina com minha mãe. Ela me levou para eu entender o que ela passava, para dar valor a cada centavo que ela ganhava. Lembro como hoje que a faxina era em uma sala da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). A gente deveria limpar os livros de um professor. De repente, vi aquele monte de alunos estudando, entrando nas salas, enquanto minha mãe trabalhava muito duro. Aquilo deu uma angústia no meu coração e a partir daí coloquei como foco na vida que eu deveria estudar”, relembra Cristiane.

De acordo com Cristiane, sua convivência foi intensa com os filhos dos patrões da mãe. Ela recorda que todos admiravam sua sede pelos livros e sempre apoiavam sua vontade de vencer. A jovem voltou a acompanhar a mãe em algumas faxinas em salas de professores da UFPE, aproveitando a oportunidade para conhecer de perto as experiências dos docentes e ler obras que as inspiravam nos estudos.

No decorrer da vida escolar, Cristiane finalizou o ensino médio em escolas públicas e conseguiu ingressar em um curso técnico de agropecuária. Porém, seu grande sonho era ingressar no ensino superior. Para isso, horas e horas foram dedicadas aos estudos, além do enfretamento das dificuldades financeiras que cercavam a família. Aos 20 anos de idade, Cristiane foi aprovada no curso de medicina veterinária da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e extravasou em alegria junto à dona Vera. Era só o início de mais uma dura caminhada nos trilhos da educação.

“A única pobre da sala era eu. Quando cheguei na universidade tive muita dificuldade financeira para bancar a passagem. Teve momento em que passei o dia todo na universidade só com um lanche, porque não tinha dinheiro para comer direito. Nunca comprei livro, tive que me virar com cópias. Mãe nunca me negou, sempre dava a quantia que podia, mas ainda não era suficiente. Houve uma época que faltei aulas sem minha mãe saber, porque não tinha mais dinheiro para pagar passagem. Até que um professor descobriu a situação e me ajudou financeiramente, também não esqueço dos amigos que, por várias vezes, pagavam comida e cópias”, relata a veterinária.

As barreiras insistiram, tentaram impedir a caminhada de Cristiane, mas ela sabia que a educação era sua única alternativa de ascensão social. Superou todos os empecilhos e concluiu a graduação. Depois ingressou e finalizou o mestrado, passando a integrar pesquisas científicas do segmento veterinário. Ela relembra ainda, na época da graduação, que até pulou a grade da universidade em um dia de folga, porque precisava dar continuidade a um experimento que exigia prática contínua. Essas e outras histórias são o motivo de orgulho de dona Vera e de professores que acompanharam a caminhada de luta da veterinária. Agora, ela está prestes a concluir o doutorado, mas não cessa de acreditar nos benefícios da educação.

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Por todos os caminhos que existem rumo a uma graduação, as dificuldades diminuíram para os que sonham em entrar em uma faculdade e ter formação superior. Mas nem sempre foi assim. A pernambucana Josivânia Phillipini, 31 anos, lutou muito até conseguir o tão desejado diploma. “Meu sonho era entrar em uma faculdade”, relembra. Hoje, formada em logística pela Faculdade Joaquim Nabuco, unidade Recife, atua em uma empresa do segmento há quatro anos. Segundo a profissional, a universidade teve um papel fundamental para a realização do seu sonho. 

Josivânia nasceu no município de Camocim de São Félix, no Agreste de Pernambuco. Filha de agricultores, precisou aprender a ter responsabilidade desde muito nova. Cuidava dos seis irmãos enquanto a mãe trabalhava durante o dia, e à tarde Josivânia ia para a escola. “Eu não tive infância. Nunca brinquei de boneca, nunca tive um brinquedo. Por ser uma das filhas mais velhas, cuidava da casa e dos meus irmãos. Lembro que minha mãe deixava um ‘banquinho’ perto do fogão para eu preparar o mingau deles. Só depois me dei conta do quão arriscado isso era”, conta. 

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Diante daquela dura realidade, Josivânia viu que só iria mudar de vida se fosse em busca de conhecimento. “Aos 15 anos eu ‘fugi’ para Recife e fui morar com uma tia. Ouvi muito da minha mãe, ela não concordava, mas era o que eu queria. Por outro lado, minha tia disse que eu só poderia ficar se eu trabalhasse e foi isso que eu fiz”, relembra. Na capital pernambucana, começou a trabalhar como doméstica em uma residência. “No começo foi muito difícil, era outra realidade. Mas eu sou muito determinada e não desisti”, relata Josivânia.

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O esforço foi válido. Josivânia finalizou o período escolar e em 2012 ingressou no curso superior de logística. Bancou as mensalidades com o dinheiro oriundo do trabalho como doméstica e dedicou horas e horas da sua vida aos livros e trabalhos universitários. 

Para conciliar o trabalho puxado dos afazeres domésticos com os estudos, Josivânia teve que se desdobrar. Além de organizar a casa onde trabalhava, ainda cuidava de duas crianças, filhas de sua patroa. Em alguns momentos, chegou a desanimar, mas nunca pensou em desistir. Para estudar, ela usava as brechas de tempo que tinha durante o dia, já que aulas eram realizadas à noite. “Era muito complicado. Eu saía muito cedo de casa para trabalhar e voltava tarde da noite. Então qualquer ‘tempinho’ que eu tinha era para estudar. Muitas vezes quando eu conseguia sair cedo do trabalho, ia direto para faculdade ficar na biblioteca estudando, aproveitando aquele tempo antes do início das aulas”, ressalta.  

Embora tenha recebido o apoio da família, em alguns momentos a sua mãe, dona Severina Maria da Conceição, questionava se realmente todo aquele esforço valeria a pena. A agricultora chegou a chamar Josivânia várias vezes para voltar à casa em Camocim de São Félix. “Ela me perguntava sempre porque eu estudava tanto e se eu acreditava que minha vida mudaria com o estudo. Por muitas vezes eu deixei de ir visitar minha família em Camocim para ficar estudando e por continuar trabalhando como doméstica. Hoje eu sou a única filha formada e ela se orgulha demais por isso”.

A graduação foi o ponto transformador na vida de Josivânia. “Além de eu conhecer muitas pessoas, tive muitos professores que me incentivaram e me apoiaram. Isso abriu portas para minha vida profissional. Hoje eu trabalho no Grupo TPC, uma empresa nacional de logística, onde sou reconhecida. Tenho minha própria casa, sou casada e tenho uma filha, e ainda posso ajudar minha família no interior. Não foi fácil, mas tenho certeza que foi a melhor escolha que fiz na vida”, conta, emocionada.  A conclusão do curso ocorreu em 2014.

 

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Canavial, alta tempratura e inchada nas mãos estão longe de fazer parte do cenário ideal para uma criança. Mas essa foi a realidade do jovem médico Jonas Lopes, durante sua infância e adolescência, no município de Joaquim Nabuco, Zona da Mata Sul de Pernambuco. 

Filho de pedreiro e agricultora, Jonas conheceu o trabalho da monocultura de cana de açúcar desde muito novo. A primeira vez que cortou cana foi aos sete anos de idade. Mas foi na adolescência, entre 14 e 15 anos, que começou a trabalhar de fato como cortador de cana para ajudar em casa. 

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“Desde pequeno Jonas sempre foi meu companheiro e também ia comigo para o canavial. Essa foi a forma que achei melhor para mostrar a realidade para ele e que se não estudasse aquilo seria o futuro. Eu tenho sete filhos e ele era o mais danado de todos, mas sempre foi muito inteligente. Eu tive que ser dura com ele para que pudesse entender e aprender o que era importante”, relata dona Edileusa Maria da Silva, mãe de Jonas.

 

Foi no esforço da sua mãe que Jonas encontrou inspiração para lutar pelo que queria. Por ser muito teimoso, chegou a parar de estudar por duas vezes durante a adolescência. Porém, um momento ficou marcado na memória do médico. “Eu era criança, mas lembro como se fosse ontem. Minha mãe precisava comprar a comida da semana e meu caderno da escola, mas o dinheiro que tinha na hora não dava. Ela então diminuiu na feira, mas não deixou de comprar o caderno. Aquilo me marcou muito. Ali eu vi o quanto ela queria que eu estudasse e desde então não parei mais”, detalha.   

O pai de Jonas, seu José Lopes da Silva, era pedreiro, mas nem sempre estava trabalhando, às vezes faltava trabalho e Edileusa tinha que se virar sozinha. “Mesmo com toda dificuldade eu fazia de tudo para que meus filhos permanecessem na escola. Eu queria que eles tivessem o que eu não tive, que foi a oportunidade de estudar. Infelizmente, eu tive que começar a trabalhar muito nova e não estudei, com 15 anos eu já atuava no campo. Gosto muito de trabalhar, dou valor ao serviço que fiz e ainda faço, mas sei que poderia ter vivido melhor se tivesse estudado”, conta dona Edleusa. 

Hoje, com 31 anos e formado em medicina pela Universidade de Pernambuco (UPE), Jonas faz residência no Hospital Maria Lucinda, no Recife, e sonha em ser cardiologista. O médico lembra com orgulho de toda sua trajetória até chegar o dia de receber o tão esperado diploma. Jonas prestou vestibular por quatro vezes até ser aprovado. A primeira em 2006, quando conheceu o sistema de cotas da UPE, porém, levou ponto de corte em química.

Após a primeira reprovação, Jonas passou em primeiro lugar numa seleção simplificada do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para trabalhar por um período de seis meses, em Joaquim Nabuco. Com o salário de R$ 900, Jonas conseguiu, finalmente, juntar dinheiro e pagar o pré-vestibular que ele tanto queria. Foi quando se mudou para Recife e foi morar com sua irmã. 

“Eu já tinha colocado na cabeça que queria medicina e que não ia desistir. Às vezes batia a tristeza, principalmente em 2008, quando já não tinha mais condições porque estava sem trabalhar e o que tinha juntado já havia acabado. Eu dependia da ajuda da minha família. Passei muita dificuldade, cheguei a ficar sem dinheiro para pagar passagem de ônibus, mas não desisti. Foi quando fiz vestibular para medicina pela quarta vez e fiquei no remanejamento, em 2009”, relembra Jonas.

Em 2009, as esperanças se renovaram para o jovem de Joaquim Nabuco. Além de ganhar uma bolsa num curso de matérias isoladas, ele passou em um processo seletivo da Casa do Estudante de Pernambuco e passou a receber auxílio moradia, alimentação e odontológico. “Foi quando pude me dedicar ainda mais aos estudos e consegui a tão esperada aprovação. Como tinha colocado para a segunda entrada, ou seja, só começaria no segundo semestre de 2010, tentei outra seleção do IBGE para o censo de 2010 e novamente fui aprovado”, conta. Jonas trabalhou durante o primeiro semestre de 2010 e depois voltou a se dedicar exclusivamente aos estudos.

Embora já estivesse adaptado à vida na capital, Jonas passou por vários desafios antes e depois de entrar na universidade. “Eu sofri muito preconceito por causa da minha situação econômica. As pessoas criticavam as minhas roupas por não serem ‘boas como as delas’, por exemplo. Quando entrei na universidade eu perdi uma pessoa muito querida, um padrinho meu e tive que ter bastante força para continuar trilhando o caminho para a formação que eu tanto queria”, desabafou. 

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Foram anos de muito estudo e dedicação. Jonas vivia exclusivamente para sua graduação. Estudava por horas e horas todos os dias. “O início foi muito puxado, mas depois eu consegui me adaptar. O amor ao conhecimento foi o que me levou a chegar onde queria sem baixar a cabeça”, afirmou. 

Para Jonas, o ensino superior permite a você buscar cada vez mais o conhecimento, expandir a mente e dependendo da sua área ajudar as pessoas. O ensino superior te propõe se tornar um cidadão melhor, ter acesso ao conhecimento e mudar sua vida, além da recompensa financeira. Hoje, graças a Deus, eu consigo me manter aqui e ainda ajudar em casa.

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A família de Maurício Siqueira foi umas das primeiras a povoar o Sertão do Moxotó, microrregião do estado de Pernambuco, de clima semiárido, onde chove pouquíssimo. Ele próprio, com menos de 10 anos de idade, presenciou sua primeira grande estiagem. A seca entre 1997 e 1998 matou 100 cabeças de ovelhas do seu avô e mais algumas vacas da família. Nessa mesma época, era preciso utilizar um carro de boi para buscar água potável, há oito quilômetros do sítio no qual vivia com seus pais e 11 irmãos, na zona rural da cidade de Custódia, onde nasceu.

Essa foi a primeira crise hídrica que ele viu, mas não a última. O sofrimento, ao menos, trouxe conhecimento. “O gado sempre morre na seca, mas já tínhamos notado que o bode não, pois ele é mais resistente. A partir dos ensinamentos da minha mãe e do negócio da família, a gente sempre discutia que a atividade econômica mais viável para nossa localidade era a criação de caprinos”, explica. Sua tese de mestrado, concluída em 2016, aborda justamente esse tipo de pecuária, além da agricultura familiar, atividade também praticada por seus pais, e sua potencialidade para o desenvolvimento do Moxotó.

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Maurício, hoje com 27 anos, não tira o sertão da cabeça. Impossível. Deixou aquele no qual nasceu, mas vive em outro semiárido: o alagoano. Ele é professor da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), na cidade de Santana do Ipanema, onde ensina três disciplinas no curso de economia. Realizado profissionalmente, depois de vivenciar todas as dificuldades comuns ao sertanejo pobre, ele briga pela melhoria do lugar de onde veio. “Quando a gente vai pra universidade tem uma função social importante. Voltei para o sertão, não foi o meu, infelizmente, mas voltei. Luto para no futuro voltar de vez para minha terra. Muitos estudam e vão embora, quero fazer o caminho reverso”, garante.


Pau de arara

João Ricardo, pai de Maurício, era agricultor. Além de criar bodes, plantava milho, feijão, hortaliças e frutas. Uma luta diária contra o clima da caatinga. Sua mãe, Marieta, era professora da escola básica. Ambos sempre incentivaram os filhos a estudar, sabendo que as dificuldades seriam maiores, caso contrário. “Lá não tinha perspectiva de mudança, a cidade não tinha nada. Minha mãe dizia que não queria que a gente permanecesse lá, queria que estudássemos”, conta Maurício.

Na zona rural, só existia até a 4ª série. Depois disso os alunos dos sítios tinham que estudar na Agrovila do Dnocs, onde cursavam até a 8ª série. Depois, só na área urbana de Custódia, distante 25 km do sítio de Maurício. O transporte era no pau de arara, caminhão adaptado para transportar pessoas na carroceria. “Era um F 4000 com bancos de madeira e uma lona. Lembro que era do meu primo, alugado pela Prefeitura para levar os estudantes. Pela manhã carregava água e à tarde e à noite, os alunos. Mas isso nunca foi fora da realidade. Nunca achamos ruim, porque era a conjuntura do local”, recorda-se. Isso tudo, ele lembra, sem deixar de cuidar dos negócios da família. Das 6h às 12h, o trabalho era na roça. 

Vestibular

No 3º ano, a engenharia ficou mais complicada ainda. “Eu fazia o ensino médio durante a semana e sábado e domingo, ia para o cursinho pré-vestibular na cidade de Iguaracy, a 70 km de distância. Na sexta-feira eu dormia em Custódia para no dia seguinte de manhã cedo ir para a aula. Passava o fim de semana na casa do meu tio avô que morava lá, voltava domingo e segunda ia pra roça”, afirma.


O sacrifício foi recompensado em 2007, quando passou em ciências econômicas na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), na unidade de Serra Talhada. Porém, a falta de estrutura do campus recém inaugurado deixava o local a desejar. “O prédio era ruim, não tinha estrutura, ônibus. Devido a tantas dificuldades e mesmo assim longe de Custódia, resolvi refazer o vestibular e fui pra Recife, em 2010. Lá já consegui estágio e dois anos depois fui contratado como assistente de pesquisa de uma empresa”, revela. 

No tempo em que viveu na capital, a casa da irmã, no bairro do Arruda, foi seu abrigo. Marleide Siqueira lembra do esforço do irmão que, até hoje, é um modelo para a família. “Eu falo direto que ele é um exemplo. É alguém para as pessoas se inspirarem. Conto a história dele para meus filhos. Eu sei o que é esse sofrimento, também andei de pau de arara e vivi sem água encanada e energia”, lembra. 

Próximo passo: doutorado

De 2012 a 2016, Maurício dedicou-se ao mestrado. Depois começou a estudar para concurso e passou para professor da UFAL. Ao recordar-se de toda trajetória difícil pela qual passou, o orgulho de ter vencido todos os obstáculos não fica escondido nem um pouco. “Tinha época que eu não tinha dinheiro para lanchar. O caminhão quebrou à noite várias vezes, na época de chuva atolava no meio do nada, às 23h. Mas eu faria tudo novamente. Eu me sinto feliz. Você vem do campo e faz uma universidade de qualidade, um curso excelente. Trabalho na minha área, luto pela melhoria do local que trabalho. A maioria dos alunos é da região, são cotistas. Estou realizado, politicamente e como pessoa”, comemora.


Reconhecer a terra de origem e buscar avanços para o local é ainda uma missão que ele pretende seguir. “A mídia vende que lá fora sempre é o melhor. Mas não é. Conheço gente que é dona da própria terra e vai para a cidade trabalhar em subempregos. Vai e volta pior. Hoje sou um ativista da manutenção do campesinato. Na minha tese de doutorado que estou escrevendo agora, vou dissertar sobre a falta de interesse desses jovens em permanecer no campo. Essa ausência de políticas públicas gera desemprego e problemas maiores. Além disso, a segurança alimentar do país entra em colapso, já que grande parte dos produtos são cultivados no interior”, esclarece.

O sítio na zona rural de Custódia não abriga mais nenhum membro da família Siqueira. Seu João Ricardo e dona Marieta faleceram e os filhos ganharam o mundo, mas a casa ainda permanece lá. “Tem um morador que cria animais e ainda produz. Não temos interesse de morar lá, mas também não temos de vender. Deixamos uma pessoa tomando conta para preservar nossa história”, diz. O lar de Maurício é como se fosse um marco zero de toda sua história. “Tive uma mãe ativista que lutava para o desenvolvimento do local, lutava para que a comunidade quilombola da cidade fosse reconhecida. O que sou hoje vem da educação doméstica”, explica.

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Matéria integra a série "Eles acreditaram na edução", do LeiaJá. As reportagens trazem histórias de pessoas que conseguiram ascensão social por meio do ensino superior. A seguir, confira as demais matérias:

LeiaJá também

--> Eles acreditaram na educação

--> Dona Vera e uma veterinária que a enche de orgulho

--> Da busca por comida ao ensino superior

--> "Meu sonho era entrar na faculdade"

--> A luta do canavial na memória de um jovem médico

--> Ensino superior abre portas para o mercado de trabalho 

Nem mesmo as adversidades mais sérias impostas pela vida são capazes de destruir sonhos. Existem pessoas que buscam conquistar objetivos e mesmo quando caem diante de problemas, erguem-se e continuam a caminhada rumo às realizações. Capítulos de muitas dessas histórias estão atrelados aos trilhos da educação. O amor pelos livros e salas de aula, além do respeito com os professores que se dedicam a compartilhar conhecimento, são pilares de quem acreditou em um futuro regado por felicidade pessoal e profissional.

Educação é considerada um dos principais meios de ascensão social. Vidas, muitas vezes desacreditadas, se apegam aos livros e aos ensinamentos docentes por acreditarem que podem mudar suas realidades castigadas por desigualdades sociais. Comprovando a importância da formação educacional, existem exemplos de superação de estudantes que alçaram a universidade no topo de suas prioridades. Por meio do ensino superior, conquistaram melhorias para eles próprios e suas famílias, além de disseminar nas localidades onde nasceram o que aprenderam na academia.

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No novo trabalho jornalístico do LeiaJá, deleite-se em histórias em que a universidade foi a chave do sucesso. A série "Eles acreditaram na educação" mostra estudantes, antes vítimas da pobreza, que insistiram nos estudos, concluíram a graduação e hoje desfrutam das conquistas oriundas do ensino superior. A série também traz o panorama geral da atuação das instituições de ensino no Brasil e de que forma elas contribuem para o desenvolvimento do País. A seguir, confira um breve resumo das histórias dos nossos personagens e clique nos hiperlinks para conferir as reportagens completas.

Eles acreditaram na educação

Da busca por comida ao ensino superior - Do interior pernambucano, uma família saiu com destino ao Recife. Acabara de perder o patriarca e já sentia os efeitos de perdas financeiras que acarretariam em uma situação de pobreza. Na cidade grande, uma mãe e várias crianças sofreram sem o dinheiro necessário que pudesse garantir o mínimo de conforto. Na extrema necessidade, os pequenos saíam às ruas para pedir comida.

Na época, a pequena Maristela, aos seis anos de idade, aproveitava a compaixão dos moradores do bairro de Casa Amarela, na Zona Norte do Recife. Recebia pequenas doações de alimento e compartilhava com os irmãos pequenos. Mas a ânsia natural por comida não superou sua fome pela educação. Maristela acreditou nos livros, ingressou e concluiu o ensino superior e hoje trabalha para manter vivos os sonhos de muitos jovens. Na mesma localidade onde pedia comida quando criança, hoje ela é professora universitária e compartilha seu testemunho de vitória com os alunos.

A luta do canavial na memória de um jovem médico - O corte da cana de açúcar fez parte da vida de Jonas. Ao lado dos pais, mesmo na infância, se aventurava entre as plantações da pequena cidade de Joaquim Nabuco, na Zona da Mata Sul de Pernambuco. Em meio à dura rotina, inspirado no honesto e difícil trabalho dos pais, Jonas alimentava o sonho de estudar. Em sua memória, relembra quando a mãe se sacrificou para comprar comida e um simples caderno que serviu aos estudos.

Na juventude, somou inúmeras horas de estudo em busca da provação no vestibular. Se sacrificou, mas valeu a luta. Ingressou na graduação de medicina, concluiu com esforço e hoje é o grande orgulho dos pais que nunca desistiram de apoiar os filhos em nome da educação.

O sertanejo que não abandona as origens - Na castigada terra sertaneja, a seca faz vítimas. Plantação não cresce, o bicho desaparece. Faltam água e esperança. Mas o sertanejo é duro, não cai diante das adversidades, apoiado em uma fé tão firme quanto o terreno seco. Filho de uma agricultor e de uma professora, Maurício viveu essa realidade. Seus pais, sabedores que a educação seria a única forma de esperança profissional, sempre fizeram questão de alertá-lo quanto à necessidade de nunca desistir dos livros.

Maurício, esperançoso como todo bom sertanejo, persistiu e chegou à universidade. Seu percurso continuou firme e forte, até virar mestre em ciências econômicas na cidade grande. Mas o coração bateu forte ao lembrar o sofrido sertão, e hoje preza por compartilhar suas conquistas entre jovens sertanejos, disseminando conhecimento no próprio sertão.

"Meu sonho era entrar na faculdade" - Hoje, o acesso ao ensino superior possui várias possibilidades. Existem programas públicos e vestibulares privados de cursos com mensalidades acessíveis. Mas em épocas passadas, chegar à universidade era difícil para estudantes que não reuniam condições financeiras.

Mesmo em universidades gratuitas, os custos para a manutenção não eram cobertos por algumas famílias brasileiras. E as mensalidades em instituições de ensino privadas também se mostravam como obstáculos. Mas nos últimos anos, um processo de democratização de acesso ao ensino superior proporcionou a entrada de muitos jovens nos braços da universidade. Josivânia, natural do interior de Pernambuco, deixou o local onde nasceu e partiu rumo à cidade grande. Movida pelo sonho de ter nível superior, a jovem não se abalou diante das dificuldades e alcançou, depois de muito esforço, o tão sonhado diploma.

Dona Vera e uma veterinária que a enche de orgulho - É de impressionar a energia da empregada doméstica Vera. O sorriso cheio de brilho condiz com sua força perante os problemas impostos pela vida. Saiu do interior e criou, sozinha, os filhos no Recife. Por anos, trabalhou em mais de 20 casas para garantir conforto a sua família. Ela tinha o sonho de estudar, mas foi proibida por alguns patrões. Certo dia, encontrou um livro entre o lixo; Foi o sinal para que sua luta pela educação persistisse.

A vontade de estudar, sobretudo, reverberou entre suas crianças. Dona Vera era exigente e cobrava notas boas dos filhos. Um deles é Cristiane, que durante a infância acompanhou a luta diária da mãe e também começou a criar a mentalidade de que a educação era importante para a vida da família. Na adolescência, ao acompanhar o trabalho de dona Vera em uma universidade, se deparou com jovens estudando, assistindo aulas, enquanto sua mãe trabalhava duro para manter os espaços acadêmicos limpos. Segundo Cristiane, essa experiência cravou de vez em seu coração o gosto pelos estudos.

Vera, enfim, conseguiu estudar. Cristiane, por mais que tenha vivido situações que poderiam contribuir para sua desistência, concluiu uma formação universitária e continuou fazendo da educação a ponte para a felicidade da família. Hoje é mestre e está prestes a concluir o doutorado em veterinária. Por isso, não economiza agradecimentos para sua querida mãe.

Ensino superior abre portas para o mercado de trabalho - Depois de histórias que emocionam pela perseverança dos personagens em nome da educação, nossa série traz um panorama das instituições de ensino superior, públicas e privadas, no Brasil. Números apontam que houve um crescimento na presença de estudantes de baixa renda em cursos de graduação. Entre os especialistas entrevistados, há a certeza de que a educação universitára, sem dúvidas, pode contribuir bastante para o sucesso pessoal e principalmente profissional dos brasileiros.

Matéria integra a série "Eles acreditaram na edução", do LeiaJá. As reportagens trazem histórias de pessoas que conseguiram ascenção social por meio do ensino superior. 

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O ensino superior brasileiro tem quase cinco vezes mais estudantes da camada mais rica da população do que alunos com renda mais baixa. Porém, o número de universitários que estão entre os 20% com menor renda mensal familiar per capita cresceu mais de seis vezes, entre 2004 e 2014. A porcentagem passou de 1,2% para 7,6%. Os números são da última Síntese de Indicadores Sociais (SIS), publicação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que reúne várias informações, entre elas, dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad).

Essa proporção aumentou ainda na rede privada. Em 2004, alunos de baixa renda representavam 0,6% do total de matriculados. Uma década depois, subiu para 3,4%, quase 6 vezes mais. “A busca pela educação ainda é o melhor escape para a condição de precariedade. As pessoas começaram a sentir dificuldade por não ter curso superior, pois quem tinha passou a ocupar as vagas de emprego. Como mais gente tem 3º grau agora, o diploma passou a ser um pré-requisito quase básico”, diz Gustavo Sampaio, professor de economia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). No contexto geral, mais de 8 milhões de estudantes cursam nível superior, segundo dados do Censo de Educação Superior.

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Em sua tese de doutorado, na Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, Gustavo escreveu três artigos em que analisa o protagonismo dos alunos de baixa renda no momento do vestibular, o seu desempenho dentro da universidade e o que motivaria uma casual evasão. “O vestibular sempre foi injusto, pois selecionava quem entrava pela renda. O estudantes das melhores escolas eram favorecidos e isso perpetuava a desigualdade intergeracional”, conta.

Porém, segundo ele, dentro da faculdade, a expectativa se reverte. “O aluno que vem do ensino público é o melhor dos melhores da sua escola. Então, geralmente, ele é um dos que mais se destacam”, garante. Um fator importante para essa abertura foi a interiorização da universidades. “O menino da área rural que sai do lugar onde nasceu para cursar o ensino superior quase sempre não volta, ele fica na capital ou em outra cidade. Não gera riqueza para seu lugar de origem. A faculdade no interior diminuiu essa desigualdade”, fala.

Essa opinião é compartilhada pela pró-reitora para Assuntos Estudantis da UFPE, Ana Cabral. “Em Pernambuco, as universidades eram viradas para o mar. Eu ouvia muito isso”, conta. “Existe o antes e o depois da interiorização. Uma faculdade no interior mexe com a economia, com a autoestima do lugar e com a sensação de pertencimento do aluno. Lembro de estar recebendo os estudantes no campus de Caruaru, em 2008. A maioria dos cursos era à noite e eu estava recepcionando eles, junto com o reitor, e um aluno já de meia idade sai do ônibus e diz 'O Brasil olhou para o interior'. Nunca esquecerei”, diz.

A atual gestão do Ministério da Educação (MEC) garante que a interiorização será mantida. “Reafirmamos o compromisso com a manutenção e consolidação do processo de expansão da rede de educação superior, incluindo tanto os espaços físicos quanto o aumento do número de vagas. O MEC regularizou os repasses de custeio para as universidades federais, quitou os atrasados e está retomando as obras paralisadas nas universidades, algumas há cinco anos”, informa o diretor de Políticas e Programas da Educação Superior, Vicente Almeida Junior.

Cotas para alunos de escola pública

A Lei de Cotas, nº 12.711, sancionada em agosto de 2012, garante a reserva de, no mínimo, 50% das vagas por curso e turno nas universidades federais e institutos federais de educação, ciência e tecnologia a alunos oriundos integralmente do ensino médio público, em cursos regulares ou da educação de jovens e adultos. “Metade dessas vagas ficou garantida para a inclusão de estudantes de escolas públicas com renda familiar bruta igual ou inferior a um salário mínimo e meio, sendo que metade dessas vagas é destinada a autodeclarados negros, pardos, indígenas e pessoas com deficiência”, esclarece Vicente.

Usando a UFPE como exemplo, Ana Cabral confirma que a medida gerou mudanças significativas. “Temos muitos alunos que são os primeiros da família a ter acesso ao ensino superior. É o resgate de uma cidadania atrasada”, conta, porém sem fazer crítica à medida. “As cotas surgiram como uma transição, enquanto o ensino médio fosse melhorado e todos tivessem a mesma condição de igualdade em um vestibular. Não pode ser permanente”, opina.

Ensino privado

O levantamento intitulado “A relação entre o Fies e o Ensino Superior no Brasil”, realizado pela Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), em parceria com a empresa Educa Insights, identificou que 83% dos egressos do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) são oriundos de escolas públicas e 73% têm renda familiar mensal inferior a 4,5 salários mínimos. "Assim como o ProUni, o Fies é um instrumento importantíssimo para o acesso de milhares de pessoas de baixa renda ao ensino superior. O crescimento de qualquer país tem como principal premissa a educação, e no Brasil não poderia ser diferente. A manutenção desses programas estudantis são, certamente, um dos fatores que tem contribuído para o grande salto que a formação de profissionais vive nos últimos dez anos”, afirma o diretor de programas estudantis do Grupo Ser Educacional, Emerson Lavor.

Em 2015, o custo médio de um estudante em uma instituição federal foi de R$ 20 mil por ano, enquanto, no mesmo período, o custo com o estudante do Fies foi de aproximadamente R$ 10 mil anuais. “Em meados dos anos 2000, as instituições privadas começaram a crescer e assim houve mais abertura de vagas. Isso aliado aos programas de financiamento estudantil oferecidos, com baixos juros, deram impulso ao setor e, por consequência, na qualificação da mão de obra do país. É de conhecimento público que as instituições estaduais e federais não têm capacidade para atender toda a demanda de acesso e o papel das instituições particulares é primordial para suprir essa necessidade”, explica o fundador e presidente do Conselho do Grupo Ser Educacional, Janguiê Diniz.

Nascido em Santana dos Garrotes, interior da Paraíba, Janguiê inaugurou, este ano, em sua cidade natal, um instituto que leva seu nome que oferece, pela primeira vez, cursos de graduação no local. “Algumas pessoas dizem que sou exemplo para os jovens. Mas, gosto muito de ressaltar que tudo que conquistei foi porque, em primeiro lugar, eu sonhei e acreditei. Os estudos eram a minha esperança de dias melhores e aquilo era e é o que me motivava. Se eu tivesse que aconselhar outras pessoas, esse seria meu conselho: estudem e nunca desistam dos seus sonhos. Mas, saibam que no meio do percurso vão existir desafios e que é preciso enfrentá-los para conquistar seus objetivos”, conta.

Matéria integra a série "Eles acreditaram na edução", do LeiaJá. As reportagens trazem histórias de pessoas que conseguiram ascenção social por meio do ensino superior. A seguir, confira as demais matérias:

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--> A luta do canavial na memória de um jovem médico

--> Um sertanejo que não abandona as origens  

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No Salão de Artes da Fiepa (Federação das Indústrias do Estado do Pará), em Belém, ocorre a exposição "Letras, Sonhos e Lembranças", de Klayson Faal, de segunda a sexta das 8 às 19 horas, dos dias 17 a 31 de março. A mostra de 23 pinturas conta histórias da vida do artista por meio das obras.

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Quando criança, Klayson pintava com um pincel de cipó com ponta batida e tinta de urucum, presente de um amigo de seu pai, o índio Titi, que os visitava a cada 60 dias. O garoto pintava em pedaços de madeira principalmente as letras das placas de lojas e dos barcos que via no porto perto de sua casa. "De uma letra passei para uma figura, de uma figura passei pra uma paisagem, e de uma paisagem passei a construir algo que veio de mim mesmo", diz Klayson. Incentivado em casa, principalmente pela mãe, ele se iniciou no mundo da arte.

Além de colocar suas memória e sentimentos nos quadros, Klaysson busca preservar uma pedaço já apagado da cultura paraense: a tipografia que era utilizada nas placas e letreiros que tanto viu quando jovem. "Eu descobri por meio de pesquisas que essas letras eram gravadas em anéis de nobres europeus e nos nomes das caravelas. Com a nossa colonização, nós passamos a copiá-las, mas de uma forma mais própria. Elas ficaram mais coloridas, mais diversificadas." Ele diz que sua missão é homenagear, resgatar e imortalizar o estilo.

Klayson utiliza tinta óleo em suas telas e técnicas de espátula para criar os planos de fundo texturizados e pinceladas para desenhar os detalhes, criando um estilo de pintura só dele. As telas possuem temas variados, indo de memórias a pinturas abstratas. "Eu procurei recriar meus sonhos recorrentes e lembranças, e procurei construí-las da seguinte forma: que não fossem só minhas, mas que qualquer pessoa pudesse se identificar", diz o pintor. 

A exposição, patrocinada pela Fiepa e por Liliane Cutrim Eventos, tem entrada franca. A Fiepa fica na travessa Quintino Bocaiúva, próximo à avenida Nazaré.

Por Henrique Sá.

 

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Os metrôs percorrem vários caminhos e levam inúmeros passageiros para os seus destinos, nas principais capitais do Brasil. Diariamente, são 245 mil pessoas que passam pelas estações e compatilham problemas, histórias, alegrias e tristezas, no Recife. Porém, além desse panorama, os vagões estão ganhando ritmos surpreendentes.

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Através dos trilhos, dezenas de músicos entoam seus sonhos, nos vagões, e conduzem a alegria de viver da arte. Mesmo com expectativas e histórias diversas, eles possuem desejos similares, como o sonho de cantar e compor a felicidade, em notas, e através disso serem reconhecidos. Nas estações, estão desempregados e amantes da música que lutam contra o preconceito e descriminação do público e dos familiares.

Os irmãos Alexandre Colt, de 29 anos, e Luck Alves, 24, são alguns dos artistas que vagam pelas estações levando música para os passageiros. Segundo Alexandre, o projeto existe há seis meses, porém só em novembro eles decidiram tocar no metrô. “Meu irmão já participou de um projeto aqui, mas só agora ingressei com eles nessa empreitada. Confesso que foi difícil, até porque sou um pouco tímido, mas está sendo muito gratificante ser artista de ‘rua’”, fala.

Para o artista Alexandre, o que mais surpreende, diariamente, são as pessoas e suas histórias de vida. “É incrível conhecer a realidade de vida dos outros músicos e dos ambulantes, no qual alguns desses comerciantes são ex-detentos que querem ter uma vida diferente. Além disso, é extremamente mágico você ver a curiosidade no olhar das crianças ao ver nossa apresentação”, conta.

Quanto às principais dificuldades, Luck Alves destaca o preconceito das pessoas. “O mais difícil é ver a falta de educação e até a ausência de respeito ao trabalho do artista”, diz. Questionado sobre o apoio da família, o irmão mais velho lamenta. “Nem todos entendem! Meu pai apoia, porém, minha mãe diz que não criou e pagou estudo para o filho tocar no metrô. Não compreendo como uma pessoa gosta e ouve música, mas não aceita que o filho toque”, relata. 

Os irmãos apresentam composições autorais de folk, country e pop. Confira a seguir a apresentação do Colt Brothers, que já possui página no Facebook e fãs que acompanham e gravam os seus shows nos trilhos: 

Seguindo os trilhos da felicidade, outra dupla de músicos - 'Garganta Negra' - está encantando os passageiros nas estações do Recife. O vocalista Felipe De La Mancha, que está cantando no metrô há mais de três anos, revelou que deixou a sua atuação para viver de música e hoje afirma que está conquistando a felicidade todos os dias.

"Eu atuava como técnico de trabalho, mas sempre sonhei em poder viver da minha arte, mesmo indo de econtro ao meu pai, que é músico, mas não é um artista. Eu decidi ser um e com isso, enfrento, até hoje, a insatisfação dele que já chegou, inclusive, a me chamar de 'mendigo'. Porém, sou um trabalhador normal, que saio todos os dias de manhã cedo para ganhar o seu dinheiro", fala esperançoso.

Segurando os seus instrumentos e caminhando pelas estações, Felipe relata que já encontrou a felicidade e que ela é formada por momentos vividos no dia-a-dia pelos vagões. "O que me faz feliz é poder ser o palco aonde eu vou! É isso que me deixa encantado, de não precisar estar em palco tradicional, onde o artista é uma pessoa inalcançável, para me apresentar. É uma troca de energia incrível", desabafa o músico que ganha por dia, em média, de R$ 80 a R$ 100.

O guitarrista Pedro Emanoel, de 19 anos, conta que vai fazer oito meses que ele está ganhando a vida através da arte. Para ele, o mais gratificante é sair de casa sem saber como vai ser o seu dia. "Somos movidos pelas pessoas, que nos guiam e nos motivam a estar todos os dias cantando no metrô. Cada sorriso e parabéns de interação nos deixam realizados, porque esse é retorno da nossa arte", conclui o artista que já trabalhou de estofador e camelô, desde os 11 anos de idade.

Semalmente, os artistas cantam e tocam nas estações Sul do metrô do Recife. Entre as melodias interpretadas estão músicas autorais, samba e Música Popular brasileira (MPB). Confira a seguir:

Outros músicos também caíram na graça do público. Alexssandro Reis, de 20 anos; Cláudio Fernandes, de 47 anos; e Wilson Marley, de 25 anos, se encontram todos os dias no Terminal Integrado do Recife, na Estação Central, e enfrentam todos os dias o desafio de viver da arte.  


O mais velho, Cláudio Fernandes, atualmente está desempregado e ganha a vida com os amigos músicos. "Acabei parando aqui! Antes, eu trabalhava como estoquista, mas com a crise não consegui arrumar mais nenhum emprego e agora estou cantando", diz o percussionista, que também toca em bandas de forró. "Não é fácil, enfrentamos preconceito e as vezes pessoas mal educadas, mas estamos vivendo honestamente", conclui. 

Já Wilson Marley, de 25 anos, fala que está na ativa há três meses e que não se arrepende de vagar pelas estações cantando. "Posso resumir tudo isso em prazer! É simplesmente maravilhoso poder fazer o que amo e alegrar as pessoas que estão, muitas vezes, estressadas", conta. Em relação ao preconceito ele desabafa: "Sempre tem preconceito. Inclusive, precisamos mudar nossas vestimentas para não sofrer tanto e com isso percebemos que a aparência também é muito importante", lembra.

Alexssandro, o mais novo do trio, revelou o que mais desmotiva. "Acho que o que nos deixa mais desapontados são as pessoas que não entendem e até não respeitam a nossa atuação. Elas têm que lembrar que elas contagiam o nosso trabalho e também nos motivam a alegrar a vida delas", finalizou.


Para o terapeuta ocupacional Bruno Bezerra, a volta para casa é muito mais leve com a presença dos músicos do metrô. "Eu acho que é um momento de alívio em dias tão conturbados e corridos que vivemos. os rapazes poderiam ter mais espaço nas estações", opinou. Quem também concordou com a sugestão de Bruno foi o ajudante de serviços gerais Roberto da Silva. "É muito bom! A música traz uma calma e nos deixa mais felizes. O metrô poderia deixar um horário ou espaço fixo para eles", reforça.  

A história ganhará toques de dramatização e aprendizado focado no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). No próximo domingo (25), o curso ‘Os Caras de Pau’ realizará o “Aulão Grito dos Excluídos”, que contará com encenações em vários pontos do Centro do Recife, revivendo o período da ditadura militar.

A encenação conta a história do estudante secundarista Edson Luís de Lima Souto, morto aos 17 anos pela Polícia Militar do Rio de Janeiro, há 45 anos. Ele era um dos 300 estudantes que jantavam no restaurante estudantil do Calabouço, local invadido por policiais, no mesmo período em que o País enfrentava o quarto ano do regime militar.

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Os alunos poderão vivenciar momentos históricos, como o Golpe Militar de 64, o governo Castello Branco, Redemocratização, Lei da Anistia e a Campanha das Diretas. Mais de 50 atores darão vida ao espetáculo que contará com duas sessões: uma às 8h e outra às 8h30.

Segundo a assessoria de imprensa do Os Caras de Pau, o aulão promete muita interação entre os estudantes. A organização pede que os feras levem roupa extra, porque algumas cenas prometem muita ação. “Nosso objetivo é que os estudantes aprendam o conteúdo e não decorem. Além disso, é importante que cada um tenha uma reflexão política sobre o período da Ditadura Militar no País”, explica o coordenador do Caras de Pau do Vestibular, Benedito Serafim, conforme informações da assessoria de imprensa.

Com início marcado para a sede do curso, o “Aulão Grito dos Excluídos” conta com ingressos ao preço de R$ 15. Os interessados devem ligar para os telefones (81) 98745145 e (81) 3023-2248. A sede do cursinho fica na Rua Corredor do Bispo, 90, no bairro da Boa Vista, área central da cidade. A seguir, confira um vídeo do aulão:

 

Serviço

Aulão Grito dos Excluídos

Local:  Os Caras de Pau do Vestibular (Rua Corredor do Bispo, 90 - Boa Vista- atrás do Shopping Boa Vista)

Informações: (81) 88127038 - 98745145 - 30232248

Data: 25 de setembro

Horários: 8hs – 8h30

Valor: R$ 15

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O Dia dos Namorados chegou. No Brasil, é comemorado neste domingo (12), véspera do Dia de Santo Antônio. O objetivo inicial era esquentar o comércio fraco no mês de junho. E deu certo. O clima de romance toma conta dos casais. E no Pará isso não é diferente.

O LeiaJá conversou com três casais para conhecer as histórias dos apaixonados e o que eles esperam para o dia dedicado aos namorados. Três relacionamentos com algo em comum: o amor que os une.

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Luisa conheceu Caio na universidade. Eles são estudantes de jornalismo e já estão juntos há 2 anos e 3 meses. São um casal “nerd”: adoram jogar videogame e comer, e passam a maior parte do tempo juntos em casa. Sair para festas não faz muito o gosto do casal. Eles se consideram preguiçosos.

Sarah e Jhonatan se conhecem há anos. Sentiam um grande afeto um pelo outro, mas demorou para que os dois se apaixonassem e começassem a namorar. Esse é o primeiro Dia dos Namorados juntos, e a expectativa é que seja o primeiro de muitos. Muito romântico, o jovem casal sempre sai principalmente para comer sushi.

Anny e Mayara se conheceram na escola. No início, a família de Anny não aceitava o relacionamento das duas. Mas elas lutaram uma pela outra e hoje, apesar de já terem sofrido preconceito, vivem um belo relacionamento e são apoiadas pela família. Elas dizem que uma completa a outra e pretendem casar um dia.

Confira detalhes das três histórias de amor no vídeo abaixo:

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A expedição ‘O Melhor Vendedor do Brasil’ dá a largada e vai percorrer o Brasil durante 55 dias de viagem, em um trajeto de 11 mil quilômetros. A iniciativa tem como proposta descobrir histórias de empreendedores, comerciantes, feirantes e vendedores que driblam a atual situação econômica do Brasil para projetar os seus negócios. Os melhores serão premiados.

O especialista em varejo Fred Rocha, seu pai, Mauro Rocha, o motorista apaixonado por fotografia e especialista em vendas, Leandro Branquinho, seguirão a trilha do sucesso apresentando o que há de inovação, criatividade e força de vontade no comércio. Para a viagem, a equipe já está com a mala pronta para promover dez seminários gratuitos para o comércio em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Pernambuco é um dos estados que vai receber a ação.

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“Nós acreditamos no exemplo, e ao contarmos histórias do varejo e das vendas vamos inspirar aqueles que estão sofrendo por algum desconforto econômico. Queremos mostrar exemplos locais para despertar a vontade de melhoria contínua. Por meio de bate papo, palestras, workshops e registros da nossa caminhada iremos atingir nosso objetivo, que é fomentar o espírito empreendedor e a vontade de encantar clientes. Esta é a nossa causa”, destaca Fred Rocha, conforme informações da assessoria de imprensa.

A promoção conta com a participação de um dos líderes de e-commerce, o ‘Mercado Livre’, modelo de negócio que possui grandes expectativas de crescimento no País. “Apesar de todo o conhecimento adquirido durante os 16 anos de vida e ser uma empresa do século passado, ainda somos e trabalhamos como uma startup. Por esse motivo, o empreendedorismo e o comércio eletrônico estão no DNA do Mercado Livre. Não podíamos ficar de fora dessa viagem que irá misturar trocas de aventura, conhecimento e negócios inusitados”, conta o gerente sênior de Marketing do Mercado Livre Brasil, Daniel Aguiar . Os eventos envolverão mais de 10 mil pessoas no total, que ganharão brindes e guias sobre vendas na internet.

O Melhor vendedor do Brasil - O projeto concederá um prêmio simbólico, que reconhecerá '’O melhor vendedor do Brasil’'. A organização fará uma triagem para definir as normas da eleição. Com esta seleção, serão indicados dez participantes finalistas. Em seguida, o público poderá votar pela internet e escolher os melhores. Todos os finalistas receberão medalhas e certificados. O primeiro colocado vai receber o prêmio no dia 26 de julho, em São Paulo, no maior evento de varejo do país: o Fórum E-Commerce Brasil. As datas e os locais por onde a comitiva vai passar ainda serão divulgados.

O Unicef trará dinâmica e interação para contar histórias de crianças brasileiras que, cotidianamente, lidam com desafios para chegar à escola e, quando conseguem, encontram motivos para desistir. Isso será materializado na instalação “Vida em jogo”, no Shopping RioMar Recife, desta terça-feira (5) até o próximo dia 17 de abril, na praça central do piso L1 do centro de compras.

Ao público interessado, a entrada no espaço reservado para o evento será gratuita, com portas abertas para visitação das segundas às sextas-feiras, das 9h às 22h. Durante os fins de semana e feriados, das 12h às 21h. O shopping que servirá de palco para a exposição fica na Avenida República do Líbano, 251, no bairro do Pina, Zona Sul da capital pernambucana. 

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O conceito dessa iniciativa procura ir além da ideia de exposição, levando ao público, através de enredos e rostos, temáticas como a exclusão e o abandono escolar. Justamente realidades que, na maioria dos casos, aparecem distantes da visão palpável dos visitantes do “Vida em jogo”, cujo objetivo é tentar a mudar a vida desses protagonistas do evento.

Com uma carreira consolidada e repleta de méritos, o doutor Cláudio Lacerda - chefe da Unidade de Transplante de Fígado (UTF) de Pernambuco e diretor da Faculdade de Medicina da UNINASSAU - lançará no próximo dia 9 de novembro o livro “Acorde o governador”, na Livraria Cultura do Shopping RioMar, em Recife, a partir das 19h. A noite será animada por cantores pernambucanos.  Espera-se a presença de representantes da categoria e admiradores do profissional.

A obra relata, por meio de crônicas, o marco de mil transplantes de fígado realizados em quase duas décadas de experiência. O prefácio tem a assinatura do diretor e cineasta Guel Arraes e a colaboração do publicitário Nivaldo Brayner. “Este livro é uma espécie de fechamento de um ciclo. Quando anunciamos o desafio em Pernambuco, um dos pioneiros do Brasil, muitas pessoas disseram que seria uma utopia, uma aventura e nós estamos completando agora mil transplantes. É disso que trata o livro, uma história baseada em várias histórias”, conta Lacerda.

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O total de mil transplantes é considerado uma vitória, dadas todas as circunstâncias que levaram o médico e a equipe a atingirem esse índice. No início dos anos 1990, a realização de um transplante de fígado no Nordeste era inviável, sobretudo pelo fato de que o procedimento era considerado de alta complexidade pela medicina da época. Desafiando todos os percalços e obstáculos, o cirurgião iniciou uma longa fase de treinamento até superar as dificuldades técnico-cirúrgicas, organizacionais e clínicas, para que, então, em 16 de agosto de 1999, no Hospital Oswaldo Cruz, em Recife, fosse realizado o primeiro transplante em uma paciente de Natal (RN). “A cirurgia durou 12 horas, tempo necessário para mantê-la com uma vida normal até os dias de hoje”, relembra.

Esse e outros casos estão relatados na obra “Acorde o governador”, inclusive a história de uma criança alagoana que deu origem ao título do livro.

Desenvolvimento - Atualmente a Unidade de Transplante de Fígado (UTF) é referência nacional, sendo considerada a segunda mais importante do país. Recebe pacientes de todos os estados, sobretudo do Norte e Nordeste, com idades que variam entre cinco meses e 74 anos. Paralelamente a este desenvolvimento, foi criada em 2003 a Associação Pernambucana de apoio aos Doentes de Fígado (APAF).

Esta iniciativa busca acolher os pacientes da lista de espera por um transplante de fígado que passam pelos mais variados tipos de dificuldades. Com o fortalecimento da associação, em 2012 foi inaugurada a Casa de Acolhimento, em frente ao Hospital Oswaldo Cruz. Ela oferece assistência integral multiprofissional de maneira gratuita, antes e depois do transplante. Com a venda dos livros, toda a renda será revertida para a APAF. 

Com informações de assessoria

A divulgação, nesta sexta-feira (28), de uma carta que o Papa Francisco enviou com a bênção apostólica à escritora Francesca Pardi, autora de histórias infantis sobre famílias formadas por casais homossexuais, gerou polêmica na Itália. "Era uma carta particular que não deveria ser divulgada", declarou o porta-voz adjunto do Vaticano, padre Ciro Benedettini.

A carta papal foi enviada em resposta ao pedido da escritora para ler seus muitos livros, censurado na Itália pelos conservadores católicos por defendem a chamada ideologia de gênero. A escritora, autora de contos e fábulas em que descreve histórias de famílias homoparentais, vencedora do prêmio internacional Anderson em 2012 por seu livro "Piccolo Uovo" ("Pequeno ovo"), divulgou a carta papal, marcada pelo tom tolerante do pontífice argentino.

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Na carta, o Papa deseja que ela "continue a sua atividade frutífera" e se despede com a bênção apostólica "para toda a família" da escritora. "De nenhuma forma, a carta papal endossa o comportamento e ensinamentos que não correspondem ao Evangelho", indica o Vaticano.

Pardi, fundadora da editora "Lo Stampatello", também autora do livro "Piccola storia diz uma famiglia: perchè hai due mamme?" ("Pequena história de uma família. Por que tem duas mães?") e "Piccolo Uovo" ("Pequeno ovo"), disse à AFP que "não quer se tornar um modelo". A escritora enviou em junho ao papa Francisco um pacote com todos os seus livros, fotos de família e panfletos insultuosos contra ela depois que o novo prefeito de Veneza anunciou que alguns de seus livros faziam parte da lista de textos a serem removidos das bibliotecas públicas.

Na carta, Francisco, um leitor apaixonado, também agradeceu por seu "gesto delicado" e pediu-lhe para seguir suas "atividades a serviço das jovens gerações e a difusão dos autênticos valores humanos e cristãos". "Com esse gesto, nos mostrou respeito e nos deu dignidade", disse Pardi, comovida.

"Para mim, não é tão importante o que diz o Papa, porque eu não sou católica. O que me parece importante é a atitude, de não colocar-nos contra a parede. O sentimento que pode haver diálogo", acrescentou. "Os livros se abrem, se leem, se criticam, mas não censuram", insistiu.

Estudantes que estão se preparando para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) poderão participar de aulões específicos na área de história. O Conexão Vestibulares estará oferecendo, nos dias 22, 23, 29 e 30 deste mês, aulas sobre os temas que mais caem na área de Ciências Humanas e Suas Tecnologias.

O professor Everaldo Chaves irá ministrar os quatro dias de aulas. Nos dias 22 e 23, o tema será Ditadura Militar. Já em 29 e 30 de agosto, os alunos poderão conferir o aulão sobre República Nova. Os dois eventos serão realizados em sábados e domingos. Aos sábados, as aulas vão de 14h30 às 18h30. Já aos domingos, os encontros serão ministrados das 8h30 às 12h30.

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Alunos da disciplina de história do Conexão Vestibulares não pagam. Outros estudantes devem ofertar uma taxa de R$ 20, por aula. 

Serviço

Aulões de "Ditadura Militar" e "República Nova" para Enem

Local: Conexão Vestibulates

Endereço: Rua Felíciano Gomes, 292 - Derby

Telefone: (81) 3034-2098.

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Vultos, barulhos, objetos que se movem sozinhos, aparições, fantasmas. São muitas as histórias de eventos paranormais que há séculos amedrontam e despertam a atenção da sociedade. Há quem diga que já viu casos extremamente estranhos ou pessoas que juram ter feito contato com seres do além. E diante dos “fenômenos poltergeist” que acontecem em vários cantos do mundo, alguns homens e mulheres utilizam a parapsicologia para tentar explicar e desvendar ocorrências sobrenaturais. Assim como nos famosos seriados americanos e no tradicional filme “Caça fantasmas”, na vida real existem profissionais que trabalham investigando casos do tipo. No Recife, os poucos remanescentes da parapsicologia brasileira aguardam ansiosos por novos casos e ainda mantêm vivo um trabalho que já acabou com o medo e a aflição de muita gente.

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“Os fantasmas têm medo de mim. Toda vez que chego a um local dado como mal assombrado, os fantasmas correm de medo”. O depoimento descontraído é de um dos poucos parapsicólogos que existem no Brasil. Valter da Rosa Borges, pernambucano de 81 anos, é claro em sua resposta quando perguntado pelo LeiaJá se fantasma existe: “É uma experiência subjetiva e alucinatória. Pode acontecer, por exemplo, quando você toma conhecimento de que uma pessoa morreu e essa informação é muito impactante. Essa mensagem pode vir como forma dessa pessoa aparecer depois de morta. Para nós (parapsicólogos), aquilo é uma informação traumática tão grande que, no lugar de ser uma informação intelectual, aquilo vira algo alucinatório”.

Valter ingressou no ramo da parapsicologia aos 30 anos. Em 1º de janeiro de 1973 fundou o Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas (IPPP), instituição que ao longo do tempo foi ganhando adeptos e ajudou a desvendar eventos paranormais no Estado. Pessoas aflitas e o próprio poder público, por diversas vezes, clamaram pela ajuda dos responsáveis pelo IPPP. Munidos de aparelhos como gravadores de áudio e ferramentas eletrônicas de ondas, os parapsicólogos revelaram que muitas histórias, na verdade, não tinham relação com “assombrações”.

Jalmir Brelaz, de 57 anos, fez pós-graduação em parapsicologia no IPPP. Durante mais de 20 anos de atuação, Brelaz, junto com Valter, já vivenciou vários casos no Recife e Região Metropolitana. Diferente do companheiro de investigação, Jalmir afirma que durante a infância chegou a ver aparições, porém, ele não garante que de fato foram fantasmas. “Tinha por volta de dez anos e estava no quarto, olhando em direção à cozinha. Foi quando vi um ente pequeno, negro e bastante vermelho. Identifiquei como a figura de um escravo pelas vestimentas de algodão brancas e compridas. Naquele momento senti medo!”, conta o parapsicólogo. Veja no vídeo “histórias de arrepiar” e explicações sobre a atuação da parapsicologia:

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Atualmente o IPPP oferece cursos na área de parapsicologia e promove reuniões semanais com seus integrantes. Interessados em ingressar nas aulas podem acessar o site do Instituto. Os parapsicólogos pernambucanos também se mostram disponíveis para a sociedade, caso haja alguém que esteja passando por algum evento paranormal.

Se você tem um caso estranho e paranormal entre em contato com o LeiaJá. Nós levaremos os parapsicólogos do IPPP para investigar o caso. Nosso telefone é o (81) 3334-3333. O Instituto fica na Rua Sérgio Magalhães, 54, no bairro das Graças, Zona Norte do Recife. 

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