Uma pesquisa da empresa HeroSpark, plataforma que auxilia empreendedores digitais, mostrou que 24% dos jovens das classes A, B e C com até 30 anos são empresários e que 60% querem ter um negócio próprio no futuro. Ainda segundo a pesquisa, cerca de 67% dos jovens buscam a independência financeira e 39% a autonomia no trabalho. Além disso, 33% ainda disseram que querem ter um tempo mais flexível e 31% afirmaram querer oferecer um produto/serviço inovador no mercado.
Um setor que tem se destacada nesse engajamento é o de transporte rodoviário de cargas, que vem sendo impulsionado pela postura das novas gerações de se autodesenvolverem, de ajudar no crescimento das suas respectivas empresas e, consequentemente de enriquecer o setor que é responsável pela movimentação da economia do país.
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Aos 30 anos, o gerente administrativo da TKE Logística, Franco Gonçalves explica como foi o processo de integração na empresa e como a busca da evolução e a mudança de cultura tem beneficiado a sua adaptação no segmento.
“Sempre estive envolvido, visto que esporadicamente acompanhava meu pai em operações (visitas a empresas, postos, mecânicas, sinistros, entre outros). Mas oficialmente, comecei a trabalhar dentro da TKE em tempo integral com 17 anos, após me formar no ensino médio”, conta Franco.
“Minha integração na TKE não foi algo simples. Comecei em uma empresa com poucas pessoas trabalhando, muito centralizada e que passava por grandes desafios a cada ano que passava, como financeiros e comerciais. Porém, com o tempo, foram surgindo oportunidades para participar de diferentes setores, reuniões diretivas, eventos e, com isso, fui tentando aproveitar cada ensinamento que me era apresentado. Acredito que, observar os meus colegas de trabalho, perguntando e tentando entender como tudo era feito, me ajudou nesse processo”, descreve o executivo.
Esse modelo de gestão na integração da juventude é uma das estratégias que as empresas do TRC com o perfil familiar têm implementado tanto para o “passar do bastão” como para entender que é necessário a inclusão de pessoas que ajudaram no desenvolvimento da empresa.
Entretanto, essas empresas acreditam que o processo de integração de novas lideranças no modelo familiar seja mais fácil. Para Franco, no entanto, o ambiente favorável não o torna mais fácil. “Ser ou não uma empresa familiar não é algo que vai facilitar ou dificultar um processo de mudança de gestão, até porque temos dados de que apenas 36% das empresas sobrevivem à passagem para a segunda geração”.
Com o objetivo de auxiliar nesse processo de desenvolvimento dos empresários do transporte rodoviário de cargas, foi criada, em 2009, a Comissão de Jovens Empresários e Executivos da NTC&Logística (COMJOVEM). Seus objetivos são preparar os futuros comandantes do setor e atuar como uma conexão entre os jovens empresários e as entidades, as empresas e a sociedade, gerando valor, integração e atuação sustentável como um todo. O projeto conta com 26 núcleos em oito estados do Brasil, incluindo Bahia, Minas Gerais, Pará, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Além disso, há mais de 500 integrantes e 400 empresas de transporte associadas.
Essas iniciativas têm sido vistas como muito promissoras e positivas para os empresários, que, por meio de eventos, de palestras e de reuniões, oportunizam a troca de experiências e de conversas que contribuem para a evolução de cada um. Franco, um dos participantes do núcleo, garante grande parte do seu desenvolvimento com essa participação.
“A COMJOVEM abriu para mim toda uma nova janela de conhecimentos e de oportunidades que eu não tinha até então. Estabeleci oportunidades de networking com pessoas de diversas partes do país, participei de cursos e tive contato com profissionais que talvez eu não teria tido sem ela”, relata Franco Gonçalves.
No cenário apresentado, com as novas tecnologias em ascensão e com cursos preparatórios em diversas áreas, as empresas têm se atentado aos detalhes e começado a entender a importância de pessoas mais “frescas” de cabeça para ajudar no crescimento como um todo.
“Acredito que as oportunidades têm crescido bastante para essa área (transporte rodoviário de cargas). Aqui na TKE temos na equipe pessoas que entram através do programa menos aprendiz; indicados/apadrinhados por amigos e familiares; e porque mostraram interesse em vir conversar pessoalmente conosco e passaram no processo seletivo”, destaca o executivo.
Segundo Franco, mercado está sempre aberto a pessoas dinâmicas que se mostrem interessadas em aprender, se atualizarem, serem proativas, auferir novas responsabilidades e que tenham uma boa relação interpessoal.
Para Franco, os jovens empresários precisam contribuir com o desenvolvimento profissional e esquecer a ideia de que têm algum lugar garantido na mesa apenas porque são da família. “Mostre que você é digno baseado na sua competência e dedicação, e não haja como alguém que está ali por direito. Avalie se vale a pena você estar na empresa naquele momento, e procure se desenvolver como profissional. E aconteça o que acontecer, respeite a organização, porque ela está ali graças às pessoas ao seu redor”, finaliza o empresário.