Tópicos | IBGE

Rio de Janeiro - O maior Produto Interno Bruto (PIB) per capita, isto é, por habitante, no Brasil foi apresentado em 2009 pelo município de São Francisco do Conde, na Bahia. O PIB per capita anual desse município totalizou R$ 360.815,83, segundo revela a pesquisa Produto Interno Bruto dos Municípios 2005-2009, divulgada hoje (14) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Seguem-se Porto Real (RJ), com PIB por habitante de R$ 215.506,46, Triunfo (RS), com R$ 211.964,79, e Confins (MG), com R$ 187.402,18 por ano.

##RECOMENDA##

A estatística Sheila Zani, gerente da pesquisa do IBGE, revelou à Agência Brasil que a característica comum a todos esses municípios é que eles têm baixa densidade demográfica. “A população é muito pequena”. São Francisco do Conde, por exemplo, tinha em 2009 um total de 31.699 moradores. Em Porto Real, Triunfo e Confins, o total de habitantes naquele ano era, respectivamente, 16.253, 25.374 e 6.072 pessoas.

No município baiano, o elevado PIB per capita anual decorre da existência da segunda maior refinaria em capacidade instalada do país. A presença de uma grande indústria automobilística explica o PIB em Porto Real, enquanto em Triunfo a alta geração de renda da população se deve ao importante polo petroquímico local. Já Confins ganhou posição devido à transferência da maior parte dos voos para o aeroporto internacional localizado na cidade.

Sheila Zani informou que o PIB  per capita nacional, em 2009, foi R$ 16.917,66. Em metade dos municípios brasileiros, o PIB per capita era inferior a R$ 8.394,97, o que confirma a distribuição irregular da renda.

O menor PIB por habitante no ano de 2009, equivalente a R$ 1.929,97, foi encontrado no município de São Vicente Ferrer (MA), cuja atividade principal é a agropecuária. “Em 2009, por causa das chuvas, praticamente acabou a produção de mandioca”. O município teve perda de 77,6% da quantidade produzida e de 83,4% do valor bruto de produção daquela raiz.

A pesquisa mostra ainda que metade dos municípios com menor PIB per capita foi encontrada na Região Nordeste. “Ainda no Nordeste, fora o estado de Sergipe, a gente viu que mais de 90% dos municípios de cada estado estão com PIB per capita abaixo de R$ 8.394,97”. Sheila revelou que 96% dos municípios do Piauí, Ceará e da Paraíba têm PIB por habitante menor do que esse valor.

Considerando as capitais, o maior PIB per capita foi apurado em 2009 em Vitória (ES), R$ 61.790,59. A cidade apresenta, entretanto, o terceiro maior PIB por habitante em relação às unidades da Federação e o 45º em relação ao Brasil. “Para uma população de capital, a de Vitória é muito pequena”, ressaltou a gerente. “Isso faz com que esse coeficiente fique maior”, completou.

O segundo maior PIB anual entre as capitais foi encontrado em Brasília (R$ 50.438,46). Seguem-se São Paulo, com R$ 35.271,93, o Rio de Janeiro (R$ 28.405,95) e Porto Alegre (R$ 26.312,45).

Rio de Janeiro - Apesar de uma pequena melhora em 2009, continua alta a concentração da renda gerada por alguns municípios brasileiros, revela a pesquisa Produto Interno Bruto dos Municípios 2005-2009, divulgada hoje (14) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Tomando por base a média dos 10% dos municípios com maior Produto Interno Bruto (PIB), observa-se que eles geraram 95,4 vezes mais renda do que a média de 60% das cidades com menor PIB. Os maiores indicadores foram observados na Região Sudeste. Na série entre 2005 e 2009, houve uma queda suave, disse à Agência Brasil a gerente da pesquisa, a estatística Sheila Zani.

##RECOMENDA##

“Só que essa queda muito suave não significa que não seja enorme. É imensa a concentração”. A pesquisa por regiões mostra, contudo, que em quase todas elas esse indicador vem se mantendo ou caindo de forma muito suave. Só Goiás, no Centro-Oeste, registrou aumento do nível de concentração.

A pesquisa mostra os efeitos da crise internacional de 2009 sobre a renda gerada pelos municípios brasileiros, declarou Sheila Zani. “Em 2009, quem pensava em produzir para o mercado externo perdeu participação. Quem ganhou participação foram os municípios voltados para o mercado interno.”

Ela lembrou que em decorrência das medidas adotadas pelo governo brasileiro para combater a crise financeira internacional, “aumentaram o crédito, o emprego e a massa salarial”. A consequência foi o aumento do consumo doméstico. “O mercado interno não ficou tão abalado pela crise externa”, acrescentou Sheila.

A pesquisa mostra ainda que em 2009 a economia dos municípios comportou-se de forma diversificada. “O que norteou as alterações na geração de renda de cada município foi, principalmente, o preço das commodities minerais e agrícolas no país inteiro.”

Quando o preço do barril de petróleo em 2009 estava baixo, os municípios produtores perderam participação. “Esses municípios geraram menos participação do que no ano de 2008”. Já os municípios ligados à commodity mineral de outra forma que não a produção direta, como a atividade do refino, tiveram ganho.

“Porque, como o petróleo entra na indústria do refino como matéria-prima e ela estava com o preço baixo, o valor adicionado do refino foi alto. A pesquisa apresenta essa diversidade. Nem todos os municípios tiveram perda de participação.”

De acordo com o estudo do IBGE, os setores que mais se retraíram não foram aqueles desenvolvidos nas capitais. No caso da agropecuária e da indústria de transformação, os segmentos que não foram bem em 2009 são mais voltados para o mercado internacional. “Necessariamente, não estão nas capitais”. Essas são afetadas indiretamente.

Já os serviços constituem atividades típicas das capitais, entre eles os financeiros e da administração pública. “Foram as capitais dos estados que ganharam participação”.

De acordo com o estudo, 188 municípios concentravam, em 2009, 25% do valor adicionado bruto, que correspondem ao valor gerado, menos o consumo intermediário, da agropecuária no Brasil. Por outro lado, 655 cidades agregavam 1%. O maior valor adicionado bruto da agropecuária foi agregado pelo município de Rio Verde (GO).

Na indústria, 11 municípios agregavam 25% do valor adicionado bruto da atividade em 2009. A liderança brasileira entre os polos industriais foi mantida por São Paulo, com participação de 8,9% (aumento de 0,2 ponto percentual em comparação ao ano anterior).

Ainda em 2009, 37 cidades respondiam por metade do valor adicionado bruto da atividade de serviços. Desses, 17 eram capitais. O ranking adicionado de serviços foi liderado por São Paulo, com R$ 255,8 bilhões, e pelo Rio de Janeiro, com R$ 118,3 bilhões.

A pesquisa do IBGE constata também que 1.968 municípios brasileiros, equivalentes a 35,4% do total, apresentavam mais de um terço da economia dependente da máquina pública administrativa. Os destaques são Uiramutã/RR (80%) e Areia de Baraúnas/PB (71,4%).

O horizonte pode não ser bom para as vendas no varejo de automóveis, graças a preços mais altos, a uma possível redução do crédito e à demanda saturada, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As vendas varejistas de automóveis e motos, partes e peças recuaram 2,8% em outubro em relação a setembro. A queda foi ainda maior na comparação com outubro de 2010, de 4%, conforme a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC).

"Primeiro, o governo aumentou o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) de importados, porque as próprias montadoras estavam importando automóveis para a venda aqui no Brasil. Então o governo inibiu isso com o aumento de IPI e o custo aumentou", apontou Reinaldo Pereira, gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE. "Em segundo lugar, acho que houve muitas vendas em 2009 e 2010, então há uma saturação no mercado", acrescentou.

##RECOMENDA##

Pereira contou ainda que há indícios de um aumento na inadimplência em financiamentos de automóveis, o que poderia levar a uma redução nessa modalidade de crédito. "Tenho escutado informações de que há um aumento da inadimplência do pagamento de mensalidades. Isso pode levar à redução de crédito. E como é uma atividade muito sensível ao crédito, pode ter uma piora nas vendas de automóveis. Temos que pagar para ver", disse.

Rio de Janeiro - A produção industrial caiu em sete dos 14 locais pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em outubro na comparação com setembro. De acordo com dados divulgados hoje (7), as reduções mais intensas foram observadas em Goiás (-3,4%), em Santa Catarina (-3,4%) e em São Paulo (-2,6%). Na média do país para o mesmo período, a atividade registrou queda de 0,6%.

Os demais locais onde a produção diminuiu são o Ceará (-1,5%), o Pará (-1,4%), Pernambuco (-1%) e o Rio de Janeiro (-0,9%). Espírito Santo (0,0%) repetiu o patamar de setembro.

##RECOMENDA##

Registraram expansão na produção a Bahia (3%), o Rio Grande do Sul (2,4%), Minas Gerais (1,6%), a Região Nordeste (1%), o Paraná (1,0%) e Amazonas (0,9%).

De acordo com o levantamento, em relação a outubro de 2010 houve redução em oito dos 14 locais investigados, com destaque para Santa Catarina (-8,5%). O mesmo movimento foi observado no Ceará (-6,4%), em São Paulo (-4,6%), na Bahia (-3,9%), em Minas Gerais (-3,6%), no Espírito Santo (-2,5%), na Região Nordeste (-2,1%) e no Rio de Janeiro (-1,9%).

Já o Amazonas (16,1%), o Paraná (13,4%), o Rio Grande do Sul (6,9%), Pernambuco (4,1%), o Pará (3,3%) e Goiás (3%) registraram aumento na produção. Nessa base de comparação, o setor industrial brasileiro apresentou queda de 2,2%.

Desde o início do ano, a atividade industrial acumula crescimento de 0,7%.

O Índice de Preços ao Produtor (IPP) registrou alta de 0,85% em outubro, na comparação com setembro, quando a taxa ficou em 1,23%, informou hoje o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2011, o índice acumula alta de 2,86%. No acumulado de 12 meses encerrados em outubro, a variação do indicador é de 4,77%.

Em outubro, os preços de 17 das 23 atividades pesquisadas no IPP tiveram variações positivas - a mesma quantidade verificada na leitura anterior.

##RECOMENDA##

As quatro maiores variações em outubro em relação a setembro foram observadas nas atividades de bebidas (3,62%), produtos de metal (3,46%), outros produtos químicos (2,74%) e papel e celulose (-2,12%).

Já os itens de maior influência na taxa global (0,85%) foram outros produtos químicos (0,30 ponto porcentual), alimentos (0,16 ponto porcentual), veículos automotores (0,11 ponto porcentual) e produtos de metal (0,10 ponto porcentual).

Ao mesmo tempo, o IBGE revisou a taxa do IPP nos 12 meses acumulados até setembro, que passou de uma alta de 4,90% para 4,91%.

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil ficou estável no terceiro trimestre contra o segundo trimestre deste ano, divulgou há pouco o IBGE. O resultado ficou dentro do intervalo das estimativas dos analistas consultados pelo AE Projeções, que iam de queda de 0,30% a uma expansão de 0,60% para o PIB nessa base de comparação, e em linha com a mediana projetada, de zero.

Na comparação com o terceiro trimestre de 2010, o PIB apresentou alta de 2,1% no trimestre passado, situando-se também dentro das estimativas ouvidas pelo AE Projeções, que variavam de altas de 1,80% a 2,90%, mas abaixo da mediana, de 2,40%.

##RECOMENDA##

Ainda segundo o instituto, o PIB brasileiro acumula altas de 3,2% no ano e de 3,7% nos últimos 12 meses, até setembro. Apenas no terceiro trimestre de 2011, o PIB em valores correntes somou R$ 1.046,7 bilhões.

No período o PIB da indústria apresentou retração de 0,9% contra o trimestre imediatamente anterior, mas expansão de 1% na comparação com o terceiro trimestre de 2010. Já o PIB da agropecuária subiu 3,2% em relação ao segundo trimestre e 6,9% na comparação com igual período do ano anterior. O PIB de serviços, por sua vez, mostrou queda de 0,3% contra o segundo trimestre do ano e alta de 2% ante igual período do ano anterior.

A esperança de vida ao nascer no Brasil era de 73 anos, 5 meses e 24 dias em 2010, um aumento de 3 meses e 22 dias em relação a 2009, aponta o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no estudo Tábuas Completas de Mortalidade 2010, divulgado hoje. O resultado representa um acréscimo de 3 anos e 10 dias sobre o indicador de 2000. A esperança de vida ao nascer das mulheres no Brasil era 7 anos, 7 meses e 2 dias maior que a dos homens no ano passado. Já a taxa nacional de mortalidade infantil foi estimada em 21,64 por mil nascidos vivos em 2010, o que indica uma redução de 28,03% ao longo da década.

Divulgadas anualmente pelo IBGE, as Tábuas Completas de Mortalidade são usadas pelo Ministério da Previdência Social como um dos parâmetros para determinar o fator previdenciário, no cálculo de aposentadorias.

##RECOMENDA##

O estudo também informa que, em 2010, a chamada sobremortalidade masculina (relação entre as probabilidades de morte de homens e mulheres, por idade ou grupos de idade) teve seu pico aos 22 anos de idade, quando a possibilidade de um homem morrer era 4,5 vezes maior do que a de uma mulher. Em 2000, nessa mesma idade, a probabilidade de morte masculina era 4,0 vezes maior.

A Tábua de Mortalidade da população para o ano de 2011, cuja divulgação está prevista para 29 de novembro de 2012, vai incorporar as informações mais recentes sobre população e óbitos, por sexo e idade, do Censo Demográfico realizado em 2010.

Rio de Janeiro - A expectativa de vida do brasileiro, ao nascer em 2010, chegou a 73,5 anos, para ambos os sexos. Em 2009, a expectativa ficou em 73,2 anos. O dado foi divulgado hoje (1º) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e publicado no Diário Oficial da União.

As expectativas de vida divididas por sexo serão divulgadas na manhã de hoje, na pesquisa Tábua da Mortalidade do IBGE. Historicamente, homens têm expectativas de vida menores do que as das mulheres. Em 2009, a expectativa de vida dos homens ficou em 69,4 anos. Entre as mulheres, chegou a 77 anos.

##RECOMENDA##

Os óbitos violentos vêm se reduzindo gradativamente. Em 2002 a proporção era de 16,3% de mortes violentas para homens e 4,5% para mulheres. Em 2010, passou para 14,5%, em 2010, no caso dos homens e, 3,7%, no das mulheres. No ano passado foram registradas 1.112.227 mortes, das quais 992.275 naturais e 108.633 violentas. Os dados fazem parte das Estatísticas do Registro Civil 2010, divulgadas hoje pelo IBGE

A região Nordeste foi a única que registrou crescimento nesses 8 anos - passou de 13,4% em 2002 para 16,4% em 2010. A alta é puxada por Estados como Alagoas (15,9%), Maranhão (13,6%) e Sergipe (12,2%). Em São Paulo foram registradas 24.556 mortes violentas (9,3% do total de óbitos), em 2010. Esse índice era de 13,6% em 2003. No Rio de Janeiro, houve 9.120 mortes violentas, ou 7,3% do total de registros de óbitos. Sete anos antes, a proporção estava em 11,62%.

##RECOMENDA##

O número de nascimentos registrados em cartório é o menor nos últimos 10 anos. Em 2010, 2.747.373 nascimentos foram registrados. Em 2000, esse número foi de 2.862.340. Além do número absoluto ter sido menor, houve uma desaceleração de sub-registros no país, que passaram de 21,9% em 2000 para 8,2% em 2009, chegando a 6,6% em 2010, segundo os dados das Estatísticas do Registro Civil 2010, divulgadas hoje pelo IBGE.

A quase totalidade (97,8%) dos nascimentos ocorreram em hospitais. Mas persistem diferenças regionais - o parto domiciliar ainda é significativo em Estados como Acre, com 9,6% dos partos domiciliares (1.265), Amazonas, 7,0% (4.284) e Pará, 5,3% (6.201).

##RECOMENDA##

As informações das Estatísticas do Registro Civil 2010 corroboram dados do DataSus, que apontam para a redução da gravidez entre adolescentes. Em 2000, 21,7% dos nascidos tinham mãe com menos de 20 anos. Esse índice baixou para 18,4%. O mesmo ocorreu na faixa etária entre 20 a 24 - queda de 30,8% para 27,5%. Por outro lado, a porcentagem dos filhos nascidos de mães na faixa de 25 a 39 anos cresceu. Passou de 37,5% para 42,9%.

Os Estados do Norte e Nordeste ainda têm altos índices de gravidez ma adolescência. No Pará, em um quarto dos nascimentos as mães tinham menos de 20 anos. No Acre, o índice é de 24,9%. Na outra ponta, Estados do Sul e do Sudeste tiveram aumento da proporção de mães com idades entre 35 e 44 anos - Rio Grande do Sul (13,9%), DF (13,6%), São Paulo (12,8%) e Rio de Janeiro (12%). Rio Grande do Sul tem ainda o maior índice mães com idade entre 40 e 44 anos (3%).

Óbitos infantis - Entre as crianças que morreram com menos de um ano, 68,3% dos óbitos ocorreram até o 27º dia de vida. A pesquisa aponta que "apesar da menor mortalidade infantil, problemas de natureza social e econômica que influenciam no perfil da mortalidade não foram totalmente suprimidos".

Nunca o brasileiro se divorciou tanto. Em 2010, foram registrados nos cartórios 243.224 divórcios, entre processos judiciais e escrituras públicas. Isso significa que 1,8 em cada mil brasileiros com 20 anos ou mais se divorciou legalmente no ano passado. O aumento se deve principalmente à mudança na legislação, que acabou com o instituto da separação e os consequentes prazos legais. Desde julho de 2010, é possível divorciar-se a qualquer tempo, seja o divórcio de natureza consensual ou litigiosa. Em contrapartida, o número de separações é o mais baixo - 0,5 por mil habitantes. Os dados fazem parte das Estatísticas do Registro Civil 2010, divulgadas hoje pelo IBGE.

A série histórica demonstra que mudanças na legislação impulsionam o divórcio. Em 1989, a taxa dobrou para 0,8 por mil em relação ao ano anterior, quando prazos mínimos para iniciar os processos foram reduzidos. A partir de 2007, separações e divórcios puderam ser requeridos administrativamente. As taxas em 2007 e 2008 ficaram em 1,4 por mil e 1,5 por mil respectivamente.

##RECOMENDA##

Rondônia e o Distrito Federal registraram as maiores taxas de divórcio no ano passado - 3,5 por mil e 33,3 por mil, respectivamente. Em todo o país, 71% das separações foram consensuais. Entre as não consensuais, a iniciativa foi da mulher em 70,5%. Já entre os divórcios, 75,2% das dissoluções foram resolvidas sem recursos. Entre os não consensuais, há maior equilíbrio - em 52,2% dos casos a mulher pediu o divórcio. Entre aqueles que se divorciaram no ano passado, em 22% dos casos o casamento havia durado no máximo 5 anos. Em 40,3% os casais não tinham filhos. A idade média ao divorciar foi de 43 anos. Em 2000, essa idade era de 41 anos.

Guarda compartilhada - As Estatísticas do Registro Civil 2010 mostram o aumento do compartilhamento da guarda dos filhos. A proporção de divórcios em que a guarda foi dividida entre os dois passou de 2,7% em 2000 para 5,5% em 2010 (8.702 filhos menores). Em Salvador, 46,54% dos filhos menores de casais que se divorciaram em 2010 (1.196 pessoas) ficaram sob responsabilidade de ambos os cônjuges, a maior proporção entre as capitais. Apesar de ter o maior número absoluto (434 pessoas), São Paulo ficou em 16º lugar no ranking das capitais (6,06%).

As mulheres ainda são as principais responsáveis pelos filhos - em 87,3% dos divórcios a guarda coube às mães. Apenas em 5,6% dos casos a guarda ficou com o pai.

A presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Wasmália Bivar, disse em entrevista exclusiva à Agência Estado que o instituto planeja ampliar a cobertura do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para outras regiões, o que pode acontecer ainda em 2012.

"Já temos duas áreas a serem incorporadas, mas só faremos isso anunciando com bastante antecedência", contou Wasmália Bivar. "Há dois Estados - Mato Grosso do Sul e Espírito Santo - em que houve levantamento de preços. Já estamos fazendo cálculos. E temos uma programação de forma a ampliar para o território nacional".

##RECOMENDA##

Segundo Wasmália, os levantamentos do MS e ES podem ser incorporados ao índice já em 2012. Atualmente, o IPCA é calculado em nove regiões metropolitanas do País, além de Brasília e do município de Goiânia.

As atividades de comércio e serviços voltaram a contratar em outubro, segundo a Pesquisa Mensal de Emprego (PME), divulgada hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No comércio, na passagem de setembro para outubro foram criadas 50 mil novas vagas, o que indica um aumento de 1,2%. No setor de serviços prestados a empresas, houve aumento de 1,8% na ocupação no período, um adicional de 64 mil postos de trabalho. A atividade de outros serviços criou 14 mil vagas, uma alta de 0,4%.

"Vemos esse movimento principalmente no comércio e nos serviços por conta do fim do ano", explicou Cimar Azeredo, gerente da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE. "É comum nessa época do ano ter mais gente trabalhando no comércio em função das festas de fim de ano, da compra de presentes, do pagamento do 13º salário."

##RECOMENDA##

A criação de vagas no setor de serviços prestados a empresas estimulou o aumento de postos de trabalho com carteira assinada. "(Em) empregos como secretária, portaria, conservação, postos que não são da especialidade da empresa, existe uma tendência forte de terceirizar essas atividades. É o que faz esse grupamento crescer a cada dia e puxa a formalização", acrescentou Azeredo.

Na outra ponta, houve recuo nas vagas na indústria (-0,6%), na construção (-2,4%), na educação, saúde e administração pública (-0,7%) e em serviços domésticos (-0,9%). No entanto, Azeredo ressalta que a criação de vagas na construção continua forte na comparação com 2010. A alta foi de 4,7% ante outubro do ano passado, o equivalente a 76 mil novos postos de trabalho na atividade. Em relação a serviços domésticos, as perdas se justificam por um mercado de trabalho mais aquecido, com a migração de trabalhadores para vagas em atividades mais interessantes.

"Com esse impulso no mercado de trabalho recentemente, os empregados domésticos, principalmente os mais escolarizados, mudaram de emprego. Isso acontece principalmente com a faixa etária mais baixa, que consegue tirar vantagem dessa fase mais favorável", explicou o coordenador do IBGE. "Muitas vezes, por falta de oportunidade do mercado, esse grupamento acaba absorvendo pessoal ocupado. Mas como estamos num momento de oportunidades, ele perde trabalhadores, que migram para postos melhores".

Indústria

A indústria continuou a cortar vagas em outubro, quando já deveria ter começado a contratar trabalhadores por conta das encomendas para o período de fim de ano, que concentra não apenas as festas de Natal como também o pagamento do 13º salário aos trabalhadores.

Na passagem de setembro para outubro, a indústria dispensou 23 mil empregados, um recuo de 0,6% nos postos de trabalho, segundo a Pesquisa Mensal de Emprego. Em relação a outubro de 2010, a indústria cortou 25 mil vagas, uma queda de 0,7%.

"Agora em 2011, a indústria apresenta estabilidade em relação a setembro e a outubro do ano passado. Esse quadro foi diferente em 2010 e em 2009. Ou seja, na passagem de setembro para outubro, houve crescimento no contingente da indústria tanto em 2009 quanto em 2010. Em 2011, há um quadro de tendência de redução do contingente dos trabalhadores", disse Cimar Azeredo.

Ele explica que a redução de postos no setor é considerada estatisticamente estável, por ter registrado pequena variação. "Mas há uma tendência de queda no emprego da indústria. Temos que esperar mais leituras para entender o que aconteceu", afirmou o pesquisador.

A queda da taxa de desemprego, de 6,0% em setembro para 5,8% em outubro, foi considerada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estável, tanto em relação ao mês anterior quanto em relação a outubro de 2010, quando o desemprego ficou em 6,1%. Os dados foram divulgados mais cedo pelo instituto.

A população ocupada somou 22,7 milhões de pessoas em outubro, número estável ante setembro. No confronto com outubro de 2010, houve aumento de 1,5% na população ocupada, com um adicional de 336 mil trabalhadores ocupados no período.

##RECOMENDA##

O número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado somou 11,1 milhões em outubro, segundo o IBGE. Não houve variação significativa em relação a setembro. No entanto, na comparação com outubro de 2010, houve um aumento de 7,4% na quantidade de postos de trabalho formais, um adicional de 765 mil vagas com carteira assinada no período.

As regiões Nordeste e Centro-Oeste aumentaram suas participações no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, em 0,4 ponto porcentual cada uma, na passagem de 2008 para 2009, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Já a participação do Sudeste continuou caindo, com um recuo de 0,7 ponto porcentual no período. As participações das regiões Norte e Sul tiveram leve queda de 0,1 ponto porcentual cada uma, de acordo com os dados das Contas Regionais do Brasil 2005 - 2009, divulgados hoje.

Apesar disso, a economia brasileira ainda é bastante concentrada, com apenas oito Estados responsáveis por 78,1% do PIB nacional em 2009. A maior participação continua sendo a de São Paulo: 33,5%, o equivalente a mais de R$ 1 trilhão.

##RECOMENDA##

O Estado de Santa Catarina, apesar de ter perdido apenas 0,1 ponto porcentual, caiu da sexta para a oitava posição no ranking, e foi ultrapassado por Bahia e Distrito Federal.

Piauí

No período, Piauí registrou o menor PIB per capita brasileiro, de R$ 6.051,10, bem abaixo da média nacional, de R$ 16.917,66. Já a região com maior PIB per capita no ano foi o Distrito Federal, de R$ 50.438,46.

Na passagem de 2008 para 2009, o Estado de Rondônia foi o que teve o maior crescimento em volume do PIB, de 7,3%, embora tenha mantido uma participação relativamente baixa no montante nacional (0,6%). Já o Espírito Santo registrou a maior queda em volume do PIB, de 6,7%.

As regiões que registraram avanço na participação no PIB entre 2002 e 2009 foram o Centro-Oeste (0,8%), o Nordeste (0,5%) e o Norte (0,3%). Juntas, as três regiões totalizavam 26,4% do PIB em 2002 e passaram a representar 28,1% do total em 2009. (Daniela Amorim)

A expressão “orgulho de ser negro” foi abolida do vocabulário de muitas pessoas por medo do preconceito. Com o passar do tempo, porém, o resgate cultural fez com que os negros assumissem a “negritude” na maneira de ser. Cada vez mais difundida entre os jovens brasileiros, a cultura afro está presente no visual, nas preferência musicais, nos estudos e na religião.

Por influência da mãe, o motoboy Calleb Augusto do Nascimento, de 22 anos, começou a se engajar no movimento negro há quatro anos. O conhecimento do mundo afro fez com que o rapaz mudasse seu estilo e assumisse suas preferências musicais, no caso, o reggae. “Fiz o rasta [penteado característico dos apreciadores do reggae] para me diferenciar, quis mostrar meu estilo black. Se você for ver, 80% dos homens negros têm cabelo raspado. Eu sou o único entre os meus amigos [que tem esse visual]”. Para ele, o negro está conseguindo conquistar o seu espaço, pois está mais “desinibido para isso”.

Cada vez mais, os jovens estão se identificando com a cultura negra. Prova disso são os dados do Censo 2010, divulgados recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostrando que os jovens brasileiros entre 15 e 24 anos se declaram pretos e pardos mais do que os adultos. De 34 milhões de jovens nessa faixa de idade, 18,5 milhões se autodeclararam pretos e pardos. Dentre os adultos, 54 milhões dos 107 milhões dessa faixa etária (25 a 59 anos) se disseram pretos ou pardos.

De acordo com o sociólogo e professor do Decanato de Extensão Universitária da Universidade de Brasília (UnB) Ivair Augusto Alves dos Santos, o movimento de resgate cultural negro começou na década de 1950. “Em 1970, a mudança foi física, ou seja, na aparência, com o movimento Black Power. Na década de 2000, a mudança é política e envolve o debate de ações afirmativas.”

Santos atribui esse movimento impulsionado pela juventude às transformações tecnológicas, uma vez que os jovens negros de hoje têm mais possibilidades. “Se compararmos as possibilidades, vemos que são maiores. Você tem grupos de música que conseguem atingir grandes massas, tem mais informações também.”

A cabeleireira Rosemeire de Oliveira, de 32 anos, aponta uma mudança de mentalidade no país, lembrando que, antigamente, ninguém falava sobre “o que é ser negro”. Ela trabalha em um salão afro de Brasília há 12 anos. A maioria dos clientes, segundo ela, são os jovens. “Teve uma época que ser negro era moda. Agora, os negros realmente estão se assumindo e aprendendo a se gostar mais.”

A trança de raiz é o penteado mais popular no salão de Rosemeire. embora também haja procura por alisamento. “Tem gente que alisa o cabelo porque gosta, mas tem outras que o fazem porque o trabalho impõe ou para se sentirem mais iguais às outras pessoas. Essas ainda não se assumiram”, disse a cabeleireira. 

Cliente de Rosemeire desde criança, a estudante Brenda Araújo Soares Alexandrino de Souza, de 14 anos,  usa tranças no cabelo desde os 3 anos. “Tinha cabelo volumoso e minha mãe fazia as tranças. Minhas amigas gostam, admiram e estão pensando em fazer.”

A adolescente, que fez aniversário neste domingo (20), Dia da Consciência Negra, acredita que as pessoas estão se identificando mais com a cultura. “Antigamente, não tinham coragem de se mostrar por causa do preconceito. Eu não tenho medo disso.”

O percussionista baiano Ubiratã Jesus do Nascimento, de 40 anos, conhecido como Biradjham, cresceu envolvido com a cultura negra. Há 25 anos trabalha com música e já tocou com bandas famosas da Bahia.

Adepto do candomblé, Biradjham diz que os negros têm mais liberdade atualmente. "O movimento está mais forte. A mudança cultural vem de muito tempo, mas hoje tem mais força".

As empresas de serviços de publicidade e promoção geraram 70.303 postos de trabalho em 2009, sendo 58.549 assalariados (84,7% do total), 3.354 trabalhadores fixos sem vínculo empregatício (4,8% do total) e 7.400 não assalariados (10,5% do total), que incluem proprietários ou sócios com atividade na empresa e membros da família sem remuneração.

Os dados foram divulgados hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em sua Pesquisa de Serviços de Publicidade e Promoção. O levantamento mostrou que as empresas de promoção de eventos empregam mais, com 33,9% do total de empregados no setor, seguido por agências de publicidade (30,6% do total) e agências de promoção de vendas ou fulfillment - panfletagem e entrega de brindes - (24,5% do total).

##RECOMENDA##

Porte

As empresas de publicidade que empregam entre 11 e 19 pessoas predominaram em 2009, e responderam por um pouco mais de um terço (30,6%) das 1.642 empresas com 10 ou mais pessoas ouvidas pelo IBGE. O levantamento mostrou que, em 2009, empresas com 30 ou mais trabalhadores também responderam por um pouco mais de um terço (30,3%) do total, seguidas por companhias com até 10 pessoas ocupadas (20,1%) e empresas que empregam entre 20 e 29 trabalhadores (19%).

As agências de promoção de eventos eram maioria no setor de publicidade em 2009, e representaram 39,4% do total de 1.642 empresas com 10 ou mais pessoas. Já as agências de publicidade ocuparam a segunda posição, com 38,1% do total, seguida por agências de promoção de vendas ou fulfillment, com participação de 9,8%.

Por fim, as agências de compra e revenda de espaço publicitário representaram 5,1% do mercado em 2009, seguidas por empresas de assessoria em marketing (3,2%) e outros tipos de empresas, como concepção e montagem de estandes (4,4%).

O Censo revela que 17,7 milhões de brasileiros, ou 6,7% da população, declararam possuir pelo menos uma deficiência "severa". Em 2000, o índice foi de 4,2%. Já o porcentual de brasileiros que declararam possuir ao menos uma deficiência chegou a 23,9% em 2010, ante 14,3% em 2000.

A pesquisadora Eliane Xavier ressalta que houve uma mudança na forma de fazer as perguntas e que isso pode ter provocado o aumento. A pergunta sobre deficiência visual no Censo 2000, por exemplo, era: "Como você avalia a sua capacidade de enxergar?". Em 2010, mudou para: "Você tem alguma dificuldade para enxergar?".

##RECOMENDA##

Em relação à deficiência motora, a pergunta mudou de "Como você avalia a sua capacidade de caminhar ou subir degraus?" (2000) para "Tem dificuldade permanente de caminhar ou subir degraus?" (2010). "Certamente o envelhecimento da população está ligado ao aumento de deficiências, mas em dez anos não faria tanta diferença", diz a presidente do IBGE, Wasmália Bivar.

Para as deficiências visual, auditiva e motora foram verificados os graus de severidade: "alguma dificuldade", "grande dificuldade" e "não consegue de modo algum". As pessoas agrupadas na categoria "deficiência severa" são aquelas que declararam para um tipo ou mais de deficiência as opções "grande dificuldade" ou "não consegue de modo algum", além daquelas que declararam possuir deficiência mental.

A deficiência visual severa foi a que apresentou maior incidência: 3,5% declararam possuir grande dificuldade ou nenhuma capacidade de enxergar, ante 1,5% em 2000. A deficiência motora severa foi a segunda maior, apontada por 2,3% dos que declararam possuir esse tipo de problema. Em 2000, o índice foi de 1,4%. Já porcentual de pessoas com deficiência auditiva severa aumentou de 0,6% para 1,1%. A deficiência mental foi a única que apresentou redução, passando de 1,7% da população em 2000 para 1,4% em 2010.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os óbitos na faixa de 20 a 24 anos atingem muito mais os homens do que as mulheres, segundo resultados do Censo 2010. O número sobressai na pesquisa no IBGE, que apurou uma média nacional de 419 mortes de homens para cada 100 óbitos de mulheres nessa faixa etária. Embora não tenha sido indagada a causa, técnicos ressaltam que a violência é fator determinante para a maioria das mortes nesse grupo de idade, especialmente entre os homens.

São os chamados óbitos por causas externas, como homicídios e acidentes de trânsito. "Acredito que algumas políticas públicas vão alterar o perfil (da mortalidade de homens jovens) daqui para a frente, como o maior controle do uso de álcool para quem dirige e as políticas voltadas para redução da violência", disse a presidente do IBGE, Wasmália Bivar.

##RECOMENDA##

No Estado de Alagoas, morreram 798 homens para cada grupo de 100 mulheres na faixa de 20 a 24 anos em 2010. Foi a primeira vez que recenseadores do IBGE apuraram essa informação em todo o País.

Para o pesquisador Fernando Albuquerque, um dos responsáveis pela publicação, os números do Censo confirmam outros estudos feitos pelo IBGE. "Já havia um indicativo do aumento da violência em Alagoas, principalmente entre a população masculina de jovens adultos."

Declínio. A sobremortalidade masculina ocorre em quase todos os grupos de idade, mas principalmente entre 20 e 24 anos. Nesse grupo, 80,8% do total de mortes (32.008) se referem à população masculina. A partir dessa faixa etária, o indicador começa a declinar até atingir, no grupo de 100 anos ou mais, o valor mais baixo, de 43,3 óbitos de homens para cada 100 óbitos de mulheres.

Aos 81 anos, o número de óbitos dentro da população feminina já começa a ultrapassar o da masculina, por causa de um maior contingente de mulheres. Também foram apurados valores elevados nos grupos de 15 a 19 anos (350 homens para cada 100 mulheres) e de 25 a 29 anos (348 homens para cada 100 mulheres).

Segundo o pesquisador do IBGE, foi possível captar mais óbitos no Censo do que no Registro Civil (que apura informações em cartórios), principalmente entre menores de um ano. No caso do Maranhão, por exemplo, o aumento chegou a 280%, com 2.246 mortes de menores de um ano apuradas no Censo. No Amazonas, houve incremento de 92% no mesmo tipo de registro.

"Isso ocorre principalmente em locais mais pobres onde há dificuldade de acesso aos cartórios, como regiões ribeirinhas. São óbitos que nunca vão ser registrados. Muitas vezes são enterrados no próprio quintal." Como exemplo dessa dificuldade, o pesquisador citou a cobertura de cartórios na Região Norte, onde cada um fica responsável em média por 6 mil quilômetros quadrados, e na Região Sudeste, com média de 320 km² por cartório.

No Brasil, 3,4% dos óbitos ocorreram antes do primeiro ano de vida. Em 1980, o índice era de 23,3%. Houve, portanto, um declínio de 85,4% em 30 anos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

As mulheres brasileiras têm tido menos filhos e engravidado mais tarde. Os primeiros resultados do questionário mais completo do Censo 2010 mostram que a taxa de fecundidade teve uma forte queda em dez anos e chegou a 1,86 filho por mulher, abaixo no nível de reposição da população, de 2 filhos por mulher.

Se a queda nos nascimentos e o envelhecimento da população mantiverem esse ritmo nas próximas décadas, a partir de 2030 a tendência será de estabilização e depois de diminuição de habitantes, diz o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Isso porque o número de nascimentos deve igualar e, em seguida, ficar menor que o de mortes.

##RECOMENDA##

Os números apontam uma tendência de diminuição da gravidez na adolescência e aumento entre as mulheres de mais de 30 anos. Em comparação com o Censo 2000, os dados mostram que as brasileiras têm deixado de ser mães tão jovens como constatado na década anterior. Há dez anos, 18,8% dos nascimentos ocorriam na faixa dos 15 aos 19 anos e 29,3% entre 20 e 24 anos Essas proporções caíram para 17,7% e 27%, respectivamente. Os nascimentos na faixa de mais de 30 anos, que eram 27,6% do total, subiram para 31,3%.

"É um dado positivo que aponta a redução das mães muito jovens e a tendência de as mulheres terem filhos quando estão mais maduras não apenas financeiramente, mas emocionalmente também", diz a presidente do IBGE, Wasmália Bivar. A tendência de envelhecimento da população, lembra ela, "muda substancialmente as políticas públicas e vai requerer infraestrutura para pessoas idosas e oferta de mobilidade para a população que fica mais velha".

Coordenador de População e Indicadores Sociais do IBGE, o demógrafo Luiz Antônio Oliveira lembra que a tendência de queda na fecundidade se acentuou nos anos 1970 e 1980 e o Censo 2010 confirmou a tendência apontada pelas pesquisas por amostra de domicílio (Pnads) de atingir patamar abaixo da taxa de reposição da população. "Em algum momento, talvez na década de 2030, o número de nascimentos vai encostar no número de óbitos e a população vai parar de crescer", diz.

Entre 2000 e 2010, a taxa de fecundidade foi reduzida em mais de um quinto (22%), passando de 2,38 filhos por mulher para 1,86. Em 1940, a taxa era mais de três vezes maior: 6,16 filhos por mulher. São Paulo é o Estado com a segunda menor taxa do País, de 1,63, atrás só do Rio de Janeiro, com 1,62. "Temos em 2010 algo em torno de 5 milhões de pessoas de até 9 anos de idade a menos do que em 2000. Daqui a pouco vai pesar. Vão começar a surgir questões como: ‘Não precisa desse número de escolas’. É porque a gente tem um estoque muito grande de crianças ainda. Mas com essa taxa de fecundidade, vamos precisar de outros serviços, voltados para os idosos", diz a presidente do IBGE. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando