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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estaria retardando a autorização para a importação da matéria-prima da Coronavac, denuncia o diretor-geral do Instituto Butantan, Dimas Covas. Em entrevista à Folha de São Paulo, o pesquisador disse estar "inconformado" com a lentidão e garantiu que o centro está preparado para iniciar a fabricação no Brasil.

Covas conta que enviou uma solicitação formal de liberação excepcional no dia 23 de setembro. Após cerca de um mês de espera, nesta quinta-feira (22), ele recebeu a informação que a importação da substância só será discutida em uma reunião agendada para o dia 11 de novembro. "Uma liberação que ocorre em dois meses deixa de ser excepcional", criticou.

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O diretor calcula que, após o recebimento do material, o processo de fabricação, a realização dos testes de qualidade e a liberação efetiva do imunizante, sejam necessários cerca de 45 dias.

A intenção do Butantan era receber seis milhões de doses da farmacêutica chinesa Sinovac, ainda em outubro. No Brasil, a fabricação se estenderia até dezembro e garantiria mais 40 milhões de doses. Entretanto, caso a autorização saia em novembro, a produção seria finalizada apenas em janeiro. A Anvisa não se manifestou sobre a declaração do diretor do instituto.

O destino da cobra naja que picou o estudante de veterinária Pedro Henrique Krambeck vai ser decidido pelo Instituto Butantan e pelo Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais). Provavelmente, o animal será enviado para São Paulo.

Além da naja, uma víbora verde foi apreendida nas mesmas condições ilegais em Brasília e também deve ser transferida para a unidade do Butantan, em São Paulo. 

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O centro foi responsável por enviar a única dose de soro antiofídico disponível no Brasil para tratar a picada do estudante de veterinária, que chegou a ser preso por tráfico de animais.

A naja é considerada uma das cobras mais venenosas do mundo e é comum em países da África e da Ásia, não sendo natural do Brasil. Krambeck criava a naja de forma ilegal no apartamento em que vivia com os pais.

O estudante foi preso temporariamente pela Polícia Civil em 29 de julho sob suspeita de integrar um esquema de tráfico de animais. O Ibama aplicou, para a família dele, multas que somam R$ 78 mil.

Nesta segunda-feira (20), voluntários de seis estados brasileiros vão receber doses teste da vacina popularizada como 'CoronaVac', do laboratório chinês Sinovac. A operação é liderada pelo Instituto Butantan, em São Paulo, que não divulgou quantas pessoas vão participar da primeira testagem, mas pretende utilizar o imunizante em cerca de nove mil candidatos, ao todo.

Sem a participação de estados do Norte e Nordeste, os voluntários desta primeira fase residem em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e Distrito Federal. A seleção feita por pesquisadores prioriza profissionais da Saúde devido à rotina de alta exposição à Covid-19.

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Metade dos voluntários receberão a vacina e a outra parte ficará com um placebo. Após um mês da dosagem, a reação de cada grupo será analisada. Esta é a terceira fase da CoronaVac. Nas etapas anteriores, cerca de mil chineses receberam o imunizante, que apresentou 90% de eficácia durante 14 dias, sem grandes efeitos colaterais.

O contrato entre o governo de São Paulo e o Sinovac estipula que o laboratório repasse 60 milhões de doses ao Instituto Butantan, que já realiza adaptações em sua fábrica para produzir 100 milhões de doses, caso a eficiência seja comprovada. A meta é oferecer a imunização por meio do Sistema único de Saúde (SES), no início de 2021.

Um trabalho realizado em conjunto por cientistas brasileiros e estadunidenses traz boas notícias. A parceria entre pesquisadores do Instituto Butantan e do Boston Children’s Hospital, da Universidade Harvard (EUA), desenvolveu uma nova vacina contra a pneumonia. De acordo com os especialistas, a formulação é mais barata e abrangente do que aquela utilizada hoje em dia no Brasil. Recém-criada, a vacina já está sendo testada em humanos.

As estimativas mostram que, em todo o mundo, existem mais de 90 sorotipos da bactéria Streptococcus pneumoniae, causadora da pneumonia. As variações deste grupo de microrganismos podem causar outras enfermidades, como meningite, otite e sinusite.

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Diferente das vacinas convencionais, que dependem da combinação de moléculas para determinar qual antígeno vai auxiliar na produção de anticorpos, a vacina desenvolvida no Instituto Butantan tem a capacidade de imunizar qualquer sorotipo bacteriano que possa originar as patologias relacionadas com os agentes da doença.

Segundo os especialistas, as vacinas pneumocócicas combatem entre 10 e 13 sorotipos da bactéria. Há uma versão que pode atingir até 23 agentes da doença, entretanto não é eficaz em crianças. Além de mais abrangente, a vacina celular desenvolvida no Butantan não sofre o problema de substituição sorotípica. O processo ocorre quando outras cepas são eliminadas, mas outras surgem fazendo com que a imunização perca a eficácia. Outro benefício está na questão econômica. O que hoje custa R$ 65 no Sistema Único de Saúde (SUS) pode vir a custar cerca de R$ 8,50 a partir da aprovação e produção do novo imunizante.

A primeira parte da pesquisa teve apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Na etapa dos testes clínicos de fase 1 e 2, realizada na África, o incentivo veio por meio da Fundação Bill & Melinda Gates e do Program for Appropriate Technologies in Health (PATH), organização norte-americana sem fins lucrativos que estimula o desenvolvimento de inovações pró-saúde. Já a terceira fase dos testes clínicos ainda não tem previsão para começar. Os testes envolvem um número maior de pessoas e vai comprovar a eficácia da vacina ao comparar parte da população imunizada com outro grupo que recebeu apenas placebo.

O Instituto Butantan, principal produtor de imunobiológicos do Brasil, oferece atrações culturais na região oeste da capital paulista. Até o próximo dia 25, a exposição gratuita "Amplifique!" apresenta, por meio de fotos, imagens ampliadas do universo microscópico. A atração faz parte da 3ª Mostra de Arte Científica Brasileira, do projeto ArtBio, em que pesquisadores brasileiros retratam, pelas lentes das câmeras fotográficas, o "trabalho invisível" que salva vidas.

A ArtBio, idealizadora da exposição, já participou de outras edições da Mostra de Arte Científica Brasileira apresentando imagens na capital do estado do Rio de Janeiro. Locais como o Museu da Maré, o Museu do Amanhã e o Aeroporto Internacional Tom Jobim receberam as fotografias que ampliam tecidos e células em até 300 mil vezes com boa resolução.

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A visitação funciona todos os dias das 9h até às 16h30, no Centro de Difusão Científica (CDC) do Instituto Butantan.

 

Serviço

Exposição "Amplifique!"

Quando: até 25 de janeiro, das 9h às 16h30

Onde: Centro de Difusão Científica (CDC) do Instituto Butantan Avenida Vital Brasil, 1.500, Butantã, São Paulo - SP

Grátis

O projeto "Mão na Cobra" está de volta no Instituto Butantan, em São Paulo. Os visitantes têm a oportunidade de ter contato direto com serpentes não peçonhentas, com a supervisão dos biólogos.

Durante a atividade, é permitido manipular falsas-corais e dormideiras. Os biólogos tiram dúvidas sobre as cobras, explicam a importância de respeitar essas espécies e discutem o papel das serpentes na natureza e sua importância para o homem, por meio da produção de medicamentos, por exemplo.

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O "Mão na Cobra" é uma atividade gratuita e não é necessário fazer inscrição prévia. Porém, a ação é suspensa em dias de chuva e feriados.

Serviço

"Mão na Cobra"

Onde: Instituto Butantan - Avenida Vital Brasil, 1.500, Butantan, São Paulo - SP

Quando: quintas-feiras, das 14h30 às 15h30

Informações: (11) 2627-9811, www.butantan.gov.br ecoevo@butantan.gov.br

O Instituto Butantan, localizado em São Paulo, vai doar à Venezuela 1 milhão de doses de vacina contra a gripe e 1,7 mil frascos de soro contra picadas de aranhas e serpentes. O governo do estado informou que o objetivo é ajudar a população no momento em que o país enfrenta uma grave crise política e humanitária.

Segundo o governador João Doria (PSDB), as doações serão destinadas principalmente aos moradores da fronteira da Venezuela com o Brasil. “Em abril, faremos a doação de 1 milhão de doses de vacina contra a gripe igualmente para proteger a população na região da fronteira. Essas vacinas vão atender tanto a comunidade brasileira como a venezuelana”, afirmou.

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Com a reforma e ampliação da fábrica de vacinas, o Butantan passou a ter capacidade para a produção de 140 milhões de doses por ano. Assim, o estado paulista passou a ter a maior fábrica de vacina contra a gripe do Hemisfério Sul.

Para a reforma, que incluiu a aquisição e readequação de equipamentos, o governo paulista informou que investiu cerca de R$ 83 milhões. O instituto afirmou que está adequando a fábrica para a pré-qualificação juntamente com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o que deve permitir que a vacina contra gripe produzida pelo Butantan seja fornecida para outros países.

 

O Instituto Butantan, administrado pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, firmou parceria com a empresa farmacêutica norte-americana Merck & Co. Inc. para pesquisas clínica para desenvolvimento de vacinas contra a dengue.

Com a iniciativa, o Instituto poderá receber até US$ 101 milhões de dólares para pesquisas e produção de vacinas, além de permitir que as instituições compartilhem informações sobre pesquisas clinicas e aperfeiçoamento dos programas contra a doença.

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As doses a serem produzidas pelas duas empresas têm o objetivo de proteger contra os quatro tipos de dengue. “A novidade prova que o Butantan atingiu um nível de excelência internacional no desenvolvimento de vacinas de interesse mundial. Essa é a primeira transferência com esse perfil feita entre um instituto brasileiro e uma empresa farmacêutica global no desenvolvimento de uma vacina”, afirma o diretor do Instituto Butantan, Dimas Tadeu Covas.

A destruição do prédio e de grande parte do acervo do Museu Nacional do Rio de Janeiro chocou muitas pessoas entre a noite de domingo (2) e a manhã desta segunda-feira (3), quando os bombeiros ainda estavam trabalhando no local para conter os últimos focos do incêndio. 

Este tipo de problema, infelizmente, não é uma novidade na história do Brasil. Em outras ocasiões, perdas irreparáveis foram causadas pelo fogo em outros grandes e importantes museus.

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Museu da Língua Portuguesa

A principal torre do Museu da Língua Portuguesa, que fica dentro da Estação da Luz, em São Paulo, foi um caso recente de incêndio antes do caso do Museu Nacional do Rio de Janeiro, em 21 de dezembro de 2015. 

Além da destruição do acervo (que era majoritariamente digital), um funcionário do museu veio a óbito e a estrutura do local ficou comprometida. A cobertura da torre do museu foi reconstruída em julho deste ano e a reinauguração está prevista para o ano de 2019.

Cinemateca Brasileira

A Cinemateca Brasileira, que reúne cerca de 250 mil rolos de filmes brasileiros de diversas épocas, além de um acervo não fílmico composto por cerca de 1 milhão de documentos e objetos, teve cerca de mil rolos de filmes datados da década de 1950 destruídos quando uma de suas câmaras de depósito de filmes pegou fogo em fevereiro de 2016. 

O estrago não foi maior pois, além de grande parte do acervo já estar digitalizado, a instituição dispunha de um tipo de construção em que as paredes não se comunicam com o teto e não há instalações elétricas, para evitar que o fogo se espalhe em caso de um curto-circuito levar a um incêndio.

Memorial da América Latina

Em 2013, apenas dois anos antes do incêndio que destruiu o Museu Nacional da Língua Portuguesa, o auditório Simón Bolívar do Memorial da América Latina, que também fica em São Paulo, pegou fogo devido a um curto-circuito. 

A destruição do prédio e de grande parte do acervo do Museu Nacional do Rio de Janeiro chocou muitas pessoas entre a noite de domingo (2) e a manhã desta segunda-feira (3), quando os bombeiros ainda estavam trabalhando no local para conter os últimos focos do incêndio. 

Instituto Butantan

Em 2010, o Instituto Butantan foi atingido por um incêndio que, de acordo com o Ministério Público de São Paulo, teve origem criminosa e culposa (causada por negligência), destruiu o maior acervo de cobras do país, com 80 mil espécimes catalogados, junto com outros répteis, artrópodes, tartarugas, cágados e jabutis. 

À época, o curador do instituto, Francisco Franco, afirmou que as perdas causadas pelo incêndio significaram “uma perda para a humanidade” pois, de acordo com ele, “toda informação que se podia haver sobre biodiversidade, ecologia, biologia e distribuição geográfica a respeito de serpentes estava armazenada no prédio incendiado”. 

Museu de Arte Moderna do Rio

Em 1978 o Museu de Arte Moderna do Rio foi atingido por um incêndio que destruiu telas de artistas como Pablo Picasso, Miró, Matisse, Cândido Portinari e Salvador Dali, além de todos os volumes do acervo da biblioteca de artes visuais, causando um prejuízo financeiro de R$ 60 milhões. 

Apenas 50 peças do acervo foram salvas e, tamanho foi o estrago, que somente nos anos 1990 grandes instituições internacionais voltaram a confiar no Brasil para abrigar exposições de grande porte. 

Investigações da época apontaram um curto-circuito causado por instalações elétricas defeituosas como um possível motivo, mas a causa do incêndio que significou uma das maiores perdas para o patrimônio artístico do Brasil nunca foi esclarecida por completo.

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O Instituto Butantan, localizado na cidade de São Paulo, está com inscrições abertas para a nova turma do MBA Gestão da Saúde. O curso é semipresencial, com duração de 18 meses e é voltado para pesquisadores, empreendedores e investidores que buscam nichos de mercado na área da saúde. As inscrições podem ser feitas pelo site da entidade até o dia 10 de julho.

Ao todo, o curso tem carga horária de 646 horas (360 horas presenciais e 286 horas de trabalho a distância). São três módulos, que se complementam promovendo a formação do Gestor de Inovação: Inovação Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia; Pesquisa, Desenvolvimento e Produção em Saúde; e Parcerias, Negócios, Financiamento e Gestão de Projetos Inovadores. Os encontros presenciais ocorrem mensalmente na sede do Instituto Butantan e serão complementados por conteúdos disponibilizados na internet e atividades realizadas a distância.

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O governo do estado informou que o objetivo do MBA é capacitar profissionais para atuar nas áreas de inovação, gestão estratégica, novos negócios, produtos ou serviços e para transformar pesquisas científicas em produtos inovadores na área de saúde, estimulando tratamentos de doenças com novos medicamentos, diagnósticos, tratamentos cirúrgicos, terapêuticos, além de novos equipamentos.

O Instituto Butantan, localizado na capital paulista, conseguiu patentear a produção da vacina contra a dengue nos Estados Unidos. O registro foi condedido pelo Escritório Americano de Patentes e Marcas e, com isso, a entidade poderá exportar a dose para o hemisfério norte, que também vem enfrentando casos da doença. 

De acordo com o governo do estado, a terceira fase do estudo clínico da vacina, que começou em 2016, está sendo realizada em 14 centros de pesquisa espalhados por todas as regiões do Brasil. O objetivo é comprovar a eficácia da dose desenvolvida contra os quatro sorotipos do vírus da dengue. Até o momento, os testes indicam que a dose será segura para pessoas de dois a 59 anos. Assim que finalizada, o Instituto Butantan estará apto para pedir o registro à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).  

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O secretário estadual da Saúde, Marco Antonio Zago, destaca que além da vacina, é importante persistir no combate contra o mosquito Aedes aegypti, que é o transmissor do vírus causador da doença. Felizmente, as taxas de proliferação caíram bastante e tendem a cair ainda mais com o inverno”, analisa.

 

O Instituto Butantan, em São Paulo, está com inscrições abertas para 104 vagas de estágio curricular obrigatório para o primeiro semestre de 2018. É necessário ter disponibilidade de 30 horas semanais e estar no período adequado para realização do estágio. 

As inscrições devem ser feitas exclusivamente pela internet, no site do instituto (http://www.butantan.gov.br/Paginas/default.aspx), até o dia 26 de outubro. O aluno deve enviar cópia legível e atualizada do histórico escolar e declaração da coordenação do curso comprovando que o aluno se encontra no período adequado. O candidato aprovado será convocado para uma entrevista a partir do dia 23 de novembro .

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As áreas contempladas são: Biologia; Biomedicina; Bioquímica; Biotecnologia; Ciências da Informação; Ciências da Natureza; Enfermagem; Engenharia Ambienta; Farmácia; Medicina Veterinária; Engenharia de Segurança do Trabalho e Gestão Ambiental.

Para conferir o edital completo, acesse: http://www.butantan.gov.br/educacao/estagio-obrigatorio/Documents/edital-inscricricao-estagio-obrig_2018.pdf .

O Ministério Público de São Paulo descobriu na investigação sobre rombo milionário na Fundação Butantan que a conta bancária de uma microempresa de eletrônicos que funcionou na Vila Nova Cachoeirinha foi usada para receber uma fortuna 26.600 vezes superior a seu capital social, de R$ 10 mil. Ao todo, foram depositados na conta da Sunstec Comércio de Eletrônicos-ME R$ 2,68 milhões entre 2005 e 2008.

O valor representa apenas uma parte da pilhagem de R$ 33,48 milhões contra os cofres da Fundação naquele período, por meio de uma série de 340 furtos, segundo denúncia do Ministério Público que pede a condenação de onze investigados, o principal deles Adalberto da Silva Bezerra, então gerente administrativo da Fundação Butantan.

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Em valores atualizados, calcula o promotor de Justiça Nathan Glina, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), o rombo chega a R$ 55 milhões.

A investigação revela que a Sunstec teria sido usada como laranja para captação de recursos desviados. Os investigadores foram ao endereço declarado pela empresa, na Avenida Parada Pinto, Vila Nova Cachoeirinha, zona Norte da Capital, mas não encontraram nenhum vestígio da comércio de eletrônicos.

"No local encontrava-se um prédio comercial, no qual estão em funcionamento um escritório de advocacia, um escritório de contabilidade, uma vídeo locadora, uma loja de aparelhos de segurança e uma loja e fábrica de artigos em couro, cujo proprietário é filho do dono do referido prédio", diz relatório anexado à denúncia da Promotoria.

"Informações colhidas no local revelaram que a empresa Sunstec ficou instalada por mais ou menos seis meses, e há mais de um ano não se encontra mais no local, e que um dos sócios era do ramo de consertos de aparelhos eletrônicos", segue o documento. "Foi possível constatar, segundo informações do proprietário do prédio, que a Sunstec teria sido desfeita por desentendimento entre os sócios e dívidas."

A conta da Sunstec, segundo o Ministério Público, foi aberta 'de forma fraudulenta' pelo então gerente administrativo da Fundação Butantan.

Desfrutando da confiança irrestrita dos superiores, Adalberto tinha acesso à senha da conta da Fundação. O Ministério Público sustenta que ele enriqueceu, formando um patrimônio de sete imóveis e doze veículos, entre eles uma motocicleta que custou R$ 107 mil à vista.

O promotor de Justiça, Nathan Glina, e seus colegas do Gaeco, Richard Gantus Encinas e Manoella Guz, descobriram que a Sunstec Eletrônicos ME 'nunca prestou qualquer serviço para a Fundação Butantan que justificasse o recebimento das dezenas de milhões de reais a ela pagos por meio de transações bancárias favorecendo a conta aberta por Adalberto de forma fraudulenta'.

Com a quebra do sigilo bancário das contas de Adalberto, dos outros envolvidos e da Sunstec, os promotores constataram que o dinheiro desviado era transferido para as contas pessoais do grupo.

A Promotoria apurou que de 2007 a até abril de 2008, em termos de verbas públicas federais, a Fundação Butantan recebeu R$ 329,96 milhões, 'o que comprova que os furtos, na prática, se deram em prejuízo de verbas decorrentes de convênios que recebem dinheiro público na área da saúde para o desenvolvimento dos serviços do Instituto Butantan referentes a vacinas e medicamentos que deveriam ser fornecidos para serviços públicos relevantes, bem como o próprio funcionamento e higidez orçamentário-patrimonial daquela instituição'.

Interrogado na Polícia, Adalberto disse que 'já ouviu falar' da Sunstec Comércio de Eletrônicos Ltda, 'não sabendo o nome dos sócios dela'.

Ele afirmou que fez depósitos em favor da micro, 'após receber ordens superiores'. No entanto, não revelou a identidade de quem lhe teria ordenado a fazer tais aportes na conta da Sunstec.

"Adalberto fracionou depósitos em sua conta bancária de janeiro a agosto de 2007, que em sua totalidade representavam movimentação de recursos de R$ 822.280,75, incompatíveis com o patrimônio, a atividade financeira ou a ocupação profissional e a capacidade financeira presumida", assinalam os promotores. A renda mensal declarada do ex-gerente administrativo era de R$ 14.628,27.

Ainda segundo a acusação, ele recebeu créditos da Sunstec, de julho a setembro de 2007 - seis recebimentos no montante total de R$ 370 mil. Também foi sacador em três movimentações atípicas da Fundação Butantan, uma no montante de R$ 130 mil, em 17 de agosto de 2004, outra de R$ 200 mil, em 6 de dezembro de 2004, e a terceira de R$ 225.720,00, em 20 de janeiro de 2005.

Entre setembro de 2007 e agosto de 2008 Adalberto recebeu da Sunstec Eletrônicos o montante de R$ 641 mil, que acrescidos de outros créditos somaram R$ 1,134 milhão.

O rastreamento da fortuna que Adalberto movimentou foi realizado pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

Em diligência realizada na Fundação Butantan, o Ministério Público verificou 'não haver ali qualquer menção à empresa Sunstec Comércio de Eletrônicos Ltda- ME, a qual apesar de ter recebido, segundo informações do Coaf referentes ao período informado, cerca de R$ 2.688.000,00 da Fundação Butantan, não constava nem mesmo dos lançamentos do livro-caixa da entidade'.

A investigação mostra que outros alvos da investigação do Ministério Público também foram destinatários de valores que passaram pela conta da Sunstec.

"Após a realização da quebra do sigilo bancário das contas dos denunciados e da Sunstec, este Grupo de Atuação Especial do Ministério Público conseguiu apurar que as subtrações praticadas contra a Fundação Butantan com abuso de confiança, concurso de agentes e fraude, por meio de transferências e depósitos bancários inicialmente para a conta aberta fraudulentamente em nome da empresa, eram em sequência transferidos para os denunciados que concorriam para a prática dos delitos disponibilizando suas contas, recebendo os valores subtraídos", diz a denúncia.

A reportagem não localizou nenhum representante da Sunstec Eletrônicos. Na Receita Federal consta que a situação cadastral da empresa foi baixada.

Secretaria de Estado da Saúde

A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo afirmou que o Instituto Butantan ajudou nas investigações do Ministério Público. "À época, tanto a Presidência quanto a Superintendência da Fundação Butantan foram afastadas e substituídas. A nova gestão do Instituto e a própria Secretaria continuarão auxiliando nas investigações, tanto de problemas ocorridos no passado quanto dos de agora, em que uma auditoria encomendada pelo governo do Estado encontrou uma série de irregularidades de gestão na fundação e no instituto, ocorridas entre 2011 e 2015, na gestão de Jorge Kalil, e em que o Tribunal de Contas do Estado apontou o sumiço de R$ 8 milhões do Butantan em bens materiais."

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), órgão ligado ao Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP), denunciou 11 pessoas pelos crimes praticados no Instituto Butantan. De acordo com o relatório, aconteceram 340 furtos na instituição, entre 2005 e 2008, somando um total de mais de R$ 33 milhões em prejuízos. Com a correção monetária e as atualizações, o valor pode ultrapassar a casa das centenas de milhões.

Ao todo, 11 pessoas foram denunciadas pelos desvios, depois que a quebra de sigilo revelou que todo o dinheiro foi parar nas contas dos acusados. O dinheiro era repassado ao instituto e fundação para financiar pesquisas e a produção de soros e fármacos que combatem diversas doenças. Também consta no processo uma conta, aberta em nome de uma empresa fantasma, que servia para “esconder” o desvio de volumosas quantias de dinheiro.

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Novo diretor

Após o afastamento de Jorge Kalil, envolvido nas fraudes, o cientista e pesquisador da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto, Dimas Tadeu Covas, foi nomeado diretor do Instituto Butantan. A auditoria, concluída em 2015, apontou falhas em processos de licitações e aumento de mais de 1000% no número de empregados ligados à presidência.

O Ministério da Saúde firmou uma parceria com o Instituto Butantan para o fornecimento de uma verba federal no valor de R$ 54 milhões. O governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), anunciou a parceria em uma cerimônia nesta quarta-feira, 8.

A verba deverá ser aplicada para a modernização das fábricas do instituto que produzem vacinas contra tétano, difteria coqueluche e hepatite b. A produção dessas vacinas está parada desde 2012, pela necessidade de readequações das fábricas as novas exigências de Boas Práticas de Fabricação da Anvisa, estabelecidas em 2010.

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A verba também permitirá que o instituto produza doses para testes de uma nova vacina em humanos, a vacina contra a coqueluche celular, que vem sendo chamada de pertussis low.

O Instituto Butantan iniciou a pesquisa de um medicamento para tratar pessoas infectadas com o vírus Zika. Transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, a infecção pelo Zika pode provocar microcefalia em bebês quando a mãe, ainda gestante, entra em contato com o vírus.

A pesquisa do Butantan vai adotar como métodos o reposicionamento de fármacos e a triagem de alto conteúdo. Essas tecnologias permitem que coleções de compostos químicos sejam triadas contra o vírus em células humanas infectadas.

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Segundo o instituto, esse processo é mais rápido porque dispensa a necessidade de validar previamente o alvo molecular, o que poderia levar vários anos.

Estudo precursor

Os pesquisadores envolvidos no estudo fizeram trabalho semelhante no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais, em Campinas, com 725 medicamentos aprovados nos Estados Unidos, e encontraram 29 substâncias com ação sobre o vírus.

Na pesquisa, a célula humana, infectada com o vírus Zika por 72 horas, é exposta à ação dos fármacos para tentar inibir a infecção.

Esse procedimento é chamado de atividade antiviral, utilizando um vírus isolado. Os cientistas avaliaram a atividade dos fármacos na distribuição e metabolização do organismo. Entre os compostos descobertos nesse estudo, o mais promissor foi palonosetron, usado atualmente no tratamento de náusea induzida por quimioterapia de câncer. O composto apresentou alta eficácia contra a infecção pelo vírus Zika.

O Instituto Butantan enviou, na última sexta-feira (10), um pedido formal à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o início da terceira e última fase de estudos clínicos da vacina contra a dengue. Nesta etapa são realizados testes em humanos em grande escala, cerca de 17 mil voluntários, dos quais 2/3 recebem a vacina e 1/3 placebo.

Caso a medida seja autorizada pela Anvisa, pode antecipar em até dois anos o final dos estudos, permitindo que a vacina esteja disponível para distribuição, segundo previsão do Butantan, durante o ano de 2016. O prazo originalmente previsto era para 2018.

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De acordo com o instituto, a vacina possui potencial de proteger contra os quatro tipos de vírus da dengue com apenas uma dose.  A planta com a qual o Butantan fabrica a vacina para as fases de estudo tem capacidade de produção de até 500 mil doses por ano. 

O Butantan já possui projeto executivo para uma fábrica com capacidade produtiva superior a do estabelecimento atual. A nova fábrica teria condições de produzir mais de 60 milhões de doses por ano. Ainda não existe no mundo uma vacina licenciada contra a doença. 

A Fase III visa saber se a vacina protege contra a dengue após a administração de apena suma dose, o que significaria baixo custo para o Ministério da Saúde e maior aderência da população, que poderá receber essa vacina gratuitamente através do Sistema Único de Saúde (SUS). O planejamento contempla o recrutamento dos 17 mil voluntários em todas as regiões do Brasil e de diversas faixas etárias.

II Fase - De acordo com o Instituto Butatan, a fase II de testes em humanos no Brasil, que já vacinou 175 voluntários dos 300 necessários, vem confirmando o padrão de segurança. Os efeitos colaterais após a vacinação foram leves e esperados, se assemelhando a outras vacinas de vírus atenuados.

Além de comprovar a segurança, a fase II tem o objetivo de verificar se as pessoas vacinadas produzem anticorpos contra os quatro tipos de vírus após uma única dose da vacina. Durante a Fase I, nos Estados Unidos, mais de 700 pessoas receberam uma vacina com a mesma composição da desenvolvida pelo Butantan e desenvolveram resposta imunológica balanceada para os quatro tipos de vírus, segundo análise do instituto.

Com informações da assessoria

Células-tronco embrionárias obtidas a partir de uma técnica desenvolvida por pesquisadores do Instituto Butantan, em São Paulo, já estão sendo aplicadas em seres humanos. Os primeiros resultados dos testes, visando à reconstrução do tecido que reveste a córnea, deverão ser anunciados no segundo semestre de 2013.

“Fora do país, há alguns estudos avançados. Porém, eles não chegaram à quantidade de células que a gente consegue obter. O grande achado do nosso trabalho é conseguir quantidades de células suficientes para aplicação em humanos”, destaca o pesquisador do Instituto Butantan Nelson Lizier.

O estudo feito pelos pesquisadores do Laboratório de Genética do instituto levou à criação de uma técnica que permite obter grandes quantidades de células-tronco - capazes de gerar qualquer tecido do corpo humano – a partir do dente de leite. “Essa nova tecnologia que nós conseguimos desenvolver permite que, de uma única polpa [de um dente de leite], a gente consiga tratar muitos pacientes, em torno de 100 por dia”, destaca Lizier.

Os últimos testes feitos em animais mostraram que as células não levam a nenhum efeito colateral quando comparadas a biofármacos e a outras drogas. “As cirurgias já estão acontecendo. A gente já fez em dois pacientes, dentro do Instituto da Visão da Unifesp [Universidade Federal de São Paulo], responsável por essa parte cirúrgica”, ressalta o pesquisador. Os resultados só poderão ser divulgados após o encerramento dos testes.

Um grupo de pacientes com lesões na córnea está recebendo as células-tronco como parte do experimento. Além da córnea, os pesquisadores já têm pesquisas sobre a aplicação das células-tronco embrionárias em outras áreas. “A gente já tem estudos aqui dentro do grupo de pesquisa para a utilização dessas células para regeneração de retina, para arteriosclerose, doenças cardíacas, regeneração óssea, de cartilagem, e implantes dentários.”

Os estudos sobre células-tronco obtidas a partir de dentes de leite começaram a ser feitos no Butantan em 2004. Com essa técnica, os embriões não são mais necessários para a criação das células-tronco. Assim, é possível produzir do próprio organismo do paciente uma célula igual à embrionária.

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