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O Brasil é o sétimo destino mais procurado pelos estrangeiros que querem investir em países emergentes, conforme aponta o Índice de Confiança para Investimento Direto Estrangeiro, da consultoria internacional Kearney. O País ficou atrás de China, Índia, Emirados Árabes Unidos, Catar, Tailândia e Arábia Saudita. Ao todo, o levantamento avaliou o desempenho de 25 nações.

Esta é a primeira vez, em 25 anos, que a Kearney compilou dados sobre o apetite dos investidores em relação aos mercados emergentes. Anualmente, a consultoria divulga um ranking geral de desempenho das nações mais buscadas pelos investidores estrangeiros em todo o mundo.

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Conforme divulgado pela consultoria, o índice é produzido com base em uma pesquisa realizada com executivos de empresas de diversos setores econômicos, em cerca de 30 países. Para participar da pesquisa, as empresas precisam ter faturamento anual igual ou superior a US$ 500 milhões. O estudo avalia, seguindo as respostas dos executivos, quais os mercados com maior potencial para atrair investimentos nos próximos três anos.

"Nós vimos que fazia sentido ter uma lupa nos emergentes e entender essa movimentação específica dentro do ranking. Porque, se eu mostro só a lista principal, fica até difícil conversar com pessoas de países emergentes que não estão na lista principal", diz Sachin Mehta, sócio da Kearney no Brasil.

Entre os emergentes, o Brasil foi o melhor colocado no ranking em comparação aos outros países da América Latina, como México (8.º), Argentina (9.º), Colômbia (18.º), Peru (19.º) e República Dominicana (20.º), que também apareceram nas intenções de investimentos.

Em 2022, aportes no País somaram US$ 90 bilhões

Dados do Banco Central mostram que os investimentos estrangeiros no País chegaram a US$ 90 bilhões em 2022. O resultado de ingresso líquido de aportes para o setor produtivo foi o dobro do ano anterior, além de ser o melhor desempenho no mercado nacional desde 2012 - quando o País recebeu US$ 92 bilhões.

Apesar de figurar na sétima posição do ranking que avaliou o desempenho dos mercados emergentes, o Brasil acabou ficando de fora da lista de principais destinos para investidores na lista geral. Em 2022, o País voltou a aparecer na listagem em 22.º lugar, depois de perder espaço no levantamento de 2021.

Pelo 11.º ano consecutivo, os Estados Unidos aparecem como o primeiro colocado no ranking dos 25 destinos mais buscados pelos investidores estrangeiros, à frente de Canadá (2.º), Japão (3.º), Alemanha (4.º) e Reino Unido (5.º). Segundo o levantamento, a edição de 2023 do estudo reafirma a preferência dos interlocutores do mercado internacional por economias desenvolvidas, já que dos 25 países analisados, apenas seis são de nações economicamente emergentes.

Segundo Sachin Mehta, sócio da Kearney no Brasil, a posição do País no ranking geral é reflexo das incertezas políticas e econômicas vividas ao longo dos últimos anos. Sobre um possível "salto" no índice de confiança do investidor estrangeiro, Mehta afirma que dependerá dos instrumentos fiscais utilizados pelo governo brasileiro, mas que podem apresentar resultados apenas no médio e no longo prazos.

Energia limpa

Para Luciano Lindemann, diretor executivo sênior da FTI Consulting, o País tem potencial para se destacar entre os emergentes como uma opção de diversificação aos investimentos na China. Um possível diferencial seria o protagonismo do País em investimentos relacionados às matrizes energéticas mais limpas.

"Nenhum investidor vai tirar a China da sua carteira de investimento, mas outros países perderam completamente a atratividade, aí o Brasil é um país emergente que naturalmente pode atrair os olhos do mundo", afirma ele.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os investidores estrangeiros retiraram R$ 1,616 bilhão da B3 no pregão da última quarta-feira, 8. Naquele dia, o Ibovespa fechou em queda de 0,36%, aos 116.247,03 pontos, com giro financeiro de R$ 24,3 bilhões.

Com isso, o saldo de janeiro está negativo em R$ 3,065 bilhões, resultado de compras de R$ 52,298 bilhões e vendas de R$ 55,364 bilhões.

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O noticiário não parece indicar que a Venezuela seja um destino turístico cobiçado. No entanto, o voo da Copa Airlines que liga a Cidade do Panamá a Caracas parte lotado. Entre os passageiros, venezuelanos voltando, turistas indiferentes ao drama, movidos pelos preços atraentes dos pacotes de viagem, e caçadores de oportunidades de negócios.

A hipótese dos investidores é simples: se a Venezuela chegou ao fundo do poço, não seria hora de comprar imóveis e empresas baratas, que se valorizarão quando o regime mudar, ou discutir parcerias com empresários locais, para participar da bilionária reconstrução do país?

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"As oportunidades são muitas, sendo as mais óbvias no setor imobiliário, pelo fato de serem ativos reais performados com baixos riscos operacionais e extremamente depreciados", analisa Eduardo Vidal, sócio de uma empresa de investimentos em projetos estruturados para o mercado imobiliário, em São Paulo. Ele visitou Caracas com mais dois investidores brasileiros, no fim de semana retrasado, quando a oposição tentou fazer entrar a ajuda humanitária. "Ouvi sobre oportunidades a 15% do valor de face potencial."

Segundo a Câmara Imobiliária Metropolitana, o metro quadrado em Caracas caiu 84% entre janeiro de 2014 e setembro do ano passado. O corretor Gustavo Hernández cita o exemplo de um apartamento de 165 metros quadrados, que em 2014 valia US$ 200 mil, e hoje está à venda por US$ 85 mil - desvalorização de 57%. "Muitas pessoas que moravam nos bairros de classe média de Caracas foram embora do país", diz Hernández. "Se houver mudança, o mercado vai se recuperar. E um apartamento que estamos vendendo a US$ 85 mil talvez não chegue a US$ 200 mil, mas pode chegar a US$ 180 mil."

O corretor levou os três brasileiros para visitar apartamentos. Um deles, uma cobertura de 500 metros quadrados, numa área de classe média alta do bairro La Castellana. Segundo a proprietária, o apartamento valia US$ 1 milhão, mas ela está pedindo US$ 600 mil. "Quero comprar outro mais barato, para também aproveitar os preços baixos, e usar uma parte do dinheiro", disse a proprietária, que prefere não se identificar. O pagamento é feito em dólares, numa conta em banco venezuelano com agência nos Estados Unidos.

Ele mostrou também um condomínio com dez torres de apartamentos novos, no bairro de classe alta El Mirador de los Campitos. O que pode parecer surpreendente, considerando a paralisia e o caos econômico e político da Venezuela. Nesse, apartamentos de 300 metros quadrados estão à venda por US$ 900 mil.

A incorporadora HW, responsável pelo empreendimento, captou os recursos de empresas que investem em imóveis para proteger seu capital da desvalorização do bolívar frente ao dólar. "Como as empresas não podem repatriar capitais, para que os seus bolívares não percam todo o seu valor preferiram investir na construção civil", explica Hernández.

"Além disso, concessões de serviços públicos, como energia, saneamento, estradas e comunicação, também deverão ser atrativas", acrescenta Vidal. "Outra boa oportunidade será explorar as operações de turnaround e recuperação, em ativos de bens de consumo e bens de capital que pertenciam a multinacionais: recuperar e revender de volta para os antigos donos." Já o mercado financeiro "parece um pouco mais complicado em função da falta de estrutura e regras e das cartas bem marcadas", ressalva o investidor.

"As melhores oportunidades estão nas empresas paradas que requerem injeções de capital, as fábricas que pertenciam a multinacionais e, especialmente, imóveis", sugere o advogado Pedro Urdaneta, especialista em fusões e aquisições do escritório Imery Urdaneta, que também se reuniu com os brasileiros.

"Há todo tipo de empresas fechadas ou que estão operando a um mínimo de capacidade", acrescenta ele. "As primeiras que vão experimentar crescimento são as que estejam associadas aos setores do Plano País: petróleo, alimentos, indústrias", diz Urdaneta, referindo-se à proposta elaborada por 200 técnicos para um governo pós-chavista. O consultor garante que "há boas marcas à venda e com avaliações muito atraentes", mas pede que os nomes das empresas não sejam publicados, por sigilo profissional.

"Claramente existe oportunidade de investimento em alguns ativos, como imóveis comerciais e residenciais, galpões e empresas que estão praticamente inoperantes, por falta de matéria-prima", avalia outro investidor do grupo de brasileiros, que trabalha no mercado financeiro, e pediu para não ser identificado. "Se tomássemos hoje a decisão de correr o risco, compraríamos por volta de 20% do valor de cinco anos atrás", calcula ele. "Mesmo que não recupere todo o preço, o ganho é grande."

O que desencoraja esse investidor, neste momento, é que "a solução política pode não ser tão simples". Eduardo Vidal concorda: "O dia seguinte de um novo governo deverá ser ainda mais desafiador do que apenas chegar lá. Demandará muito tempo para se atingir um mínimo de estabilidade empresarial".

O outro investidor observa que a maior parte dos pagamentos por imóveis e por empresas é feita fora da Venezuela. "Muito pouco do valor efetivamente pago ficará registrado nos livros contábeis do comprador. Se amanhã você for desapropriado, por ser estrangeiro, no máximo receberá pelo que estiver registrado." Como observa Vidal, "o modo de fazer negócios lembra o Brasil de antigamente, com buscas por resguardo em moeda forte, medo de interferência do governo e legislação frágil, fazendo com que a informalidade e as operações fora do país sejam as mais utilizadas".

Talvez os brasileiros se sintam mais em casa que outros estrangeiros, embora o Brasil não tenha experimentado um caos como o da Venezuela. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O apetite dos investidores estrangeiros por ativos brasileiros e movimentos de consolidação em alguns setores devem começar a destravar as operações de fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês) no País. Uma prova desse movimento está no aumento das consultas a empresas e escritórios de advocacia especializados em assessoria financeira e em due dilligence - processo de investigação de dados de uma companhia.

Mas, embora a expectativa seja positiva, a concretização de muitos negócios depende do andamento das reformas propostas pelo governo para engatilhar o ajuste das contas. Além de ativos da Petrobras e de outras companhias endividadas, há uma série de empresas envolvidas na Operação Lava Jato que colocaram parte do portfólio à venda, em negócios que juntos têm potencial de girar dezenas de bilhões de reais.

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Se de um lado o movimento dessas operações está vindo de empresas que colocaram ativos à venda para conseguir readequar seus níveis de endividamento e reposicionar a companhia a um novo cenário, há, de outro, empresas capitalizadas que estão aproveitamento o momento para se consolidar e expandir seus negócios. Um caso é o do grupo Ultra. A aquisição mais recente foi a da rede Alesat Combustíveis e também da Liquigás, que ainda dependem do aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Isso sem contar uma lista de estrangeiros, entre investidores financeiros e estratégicos, que estão analisando oportunidades no País.

"Há uma série de investidores que estão voltando com força para o Brasil. Entre os fatores de crescimento estão os novos conglomerados de investidores nacionais, realizando investimentos estratégicos", afirma o diretor de fusões e aquisições do Bradesco BBI, Alessandro Farkuh. O executivo destaca que o banco, até aqui, trabalhou em dez transações já anunciadas e vê o ano com otimismo. "A percepção é de uma curva positiva até o final do ano."

No primeiro trimestre, o valor das 96 operações que ocorreram somou R$ 62,6 bilhões, crescimento de 180% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo levantamento do TTR, junto com o LexisNexis. Desse total de transações, 53 foram de empresas estrangeiras adquirindo brasileiras.

Concessões

O interesse dos estrangeiros segue firme no Brasil, muitos participando ativamente dos processos de concessão que estão se desenrolando no País, afirma o chefe do banco de investimento do Bank of America Merril Lynch, Hans Lin.

Antonio Pereira, responsável pelo banco de investimento do Goldman Sachs do Brasil, afirma que há muitos fundos de private equity, locais e estrangeiros, bastante ativos. "Há muita liquidez no mercado. No mundo, as taxas de retorno estão baixas e há capital buscando melhores taxas. O Brasil voltou a ser uma geografia interessante para os fundos olharem", disse.

"A percepção e o apetite do investidor estrangeiro melhoraram. Observamos interesse em infraestrutura, energia, consumo, saúde e educação", cita o responsável pelo Departamento de Investment Banking do Credit Suisse, Fábio Mourão.

Um indicador que mostra que os negócios podem começar a se desenrolar é o fato de a procura por data rooms, para a realização de processos de due dilligences, ter começado a crescer, conta o responsável pela Intralinks no Brasil, empresa que fornece esse tipo de serviço, Cláudio Yamashita. "Muitos negócios foram postergados no ano passado e estão sendo retomados. Isso ainda não se reflete nos processos de due dilligence, mas o volume de conversas para a contratação dos serviços aumentou", afirma o executivo.

"Estamos com uma visão otimista, especialmente para o segundo semestre. A nossa atividade antecipa as tendências econômicas. As consultas vindas de estrangeiros estão surpreendendo", destaca Carlos Parizotto, sócio da Cypress, assessoria financeira para fusões e aquisições. Segundo ele, há dois perfis claros de interessados em fazer negócios no Brasil: o primeiro são os estrangeiros com comprometimento de longo prazo, "que entendem os altos e baixos" do País; o segundo são os fundos de private equity, que compram participações de empresas. "O cenário político acaba afetando, principalmente para o estrangeiro."

O sócio do escritório Siqueira e Castro, Guilherme Dantas, que atua na área de fusões e aquisições, aponta que além de infraestrutura, setor que vem saltando aos olhos do investidor estrangeiro, os "gringos" estão atentos também para agropecuária e indústria alimentícia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os mercados emergentes receberam US$ 25,5 bilhões de investidores estrangeiros em abril para aplicações em renda fixa e nas bolsas, de acordo com dados preliminares divulgados nesta quinta-feira (28) pelo Instituto Internacional de Finanças (IIF), formado pelos maiores bancos do mundo. Todas as quatro regiões avaliadas tiveram ingressos de recursos, mas o destaque foi a América Latina, com US$ 12 bilhões. O IIF menciona que o interesse externo no Brasil é crescente, em meio à expectativa de que a saída da presidente Dilma Rousseff leve o novo governo a adotar medidas mais "pró-mercado", incluindo um ajuste fiscal.

Os dados mostram que o interesse dos investidores por ativos nos emergentes continuou este mês, depois de um começo de 2016 turbulento, mas perdeu fôlego. Em março, os ingressos nestes mercados somaram US$ 37 bilhões, o maior volume em 21 meses.

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Apesar da desaceleração, os aportes de abril seguem acima da média mensal desde 2010, de US$ 22 bilhões.

Do total de recursos aplicados este mês nos emergentes, a maior parte (US$ 20,5 bilhões) foram direcionados para aplicações em renda fixa. As ações receberam US$ 5 bilhões.

A avaliação do IIF é que o fluxo foi ajudado pela postura dos principais bancos centrais do mundo favoráveis a juros baixos, o que estimulou a busca de risco por investidores internacionais. Anteontem o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) sinalizou que não tem pressa para elevar as taxas de juros.

Sem fôlego

Apesar do recente interesse pelos emergentes, esses mercados devem ter fuga de capital este ano, prevê o IIF. A avaliação do organismo é que o movimento positivo não deve se mostrar duradouro e as saídas de recursos devem superar os ingressos, totalizando US$ 501 bilhões em 2016.

O ritmo previsto de retirada de recursos este ano é menor do que o registrado em 2015, quando as saídas de capital superaram os ingressos em US$ 750 bilhões. O IIF inclui nos números também a retirada de recursos dos emergentes por seus residentes. A China deve ser o mercado com maior fuga de capital este ano.

Para o economista-chefe do IIF, Charles Collyns, nos últimos meses, houve um crescente interesse por ativos nos mercados emergentes. O movimento, porém, não foi provocado pela melhora das economias desses países, mas por um aumento do apetite por risco dos investidores globais, que perceberam que os temores que marcaram o começo do ano não se concretizaram.

Entre as preocupações, estava a de que a economia mundial fosse entrar em recessão e de que a moeda chinesa fosse ter uma depreciação desordenada.

Collyns ressalta ainda que os principais bancos centrais do mundo têm tido postura "bastante dovish", ou seja, favorável a juros baixos. Mas a melhora do humor dos investidores não quer dizer que as coisas mudaram nos principais países. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O resultado da escassez e encarecimento do crédito será a queda contínua dos investimentos do Brasil. A previsão é que o País termine 2015 com a pior taxa de investimento em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) desde 2006. Projeções da agência de classificação Austin Rating mostram que a taxa cairá de 19,7% para 17,3% do PIB.

Sem perspectivas de melhora no curto prazo, seja no campo econômico ou político, as empresas estão em compasso de espera, adiando investimentos e engavetando projetos.

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"A economia cresce com base na confiança de investidores e consumidores. Uma notícia ruim como o rebaixamento traz um dano para a confiança. O empresário fica mais receoso e começa a repensar os investimentos", afirma Michael Viriato, coordenador do laboratório de Finanças do Insper. "E o consumidor fica com medo de perder o emprego. Ele restringe ainda mais o consumo. Ficamos num círculo vicioso."

A grande crítica é que uma expansão nos investimentos, em especial no setor de infraestrutura, poderia ser o fôlego para a retomada do crescimento econômico. "Mas o que estamos vendo é o contrário: uma perda de fôlego do governo para investir em infraestrutura", afirma o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini.

"Com a perda do grau de investimento, o esforço para reformar a economia terá de ser ainda maior. Talvez essa decisão (da S&P) possa pressionar o Congresso para ficar mais disposto e aprovar medidas importantes e o governo cortar gastos necessários."

É o que o mercado espera para melhorar a situação fiscal do País e reverter o quadro de recessão. Na coletiva, após a perda do grau de investimento, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, não apresentou medidas concretas para as contas públicas, mas indicou novo corte de gastos e aumento de impostos.

"O que o mercado gostaria de ver nesse momento são medidas que tragam sustentabilidade para a dívida", afirma Marcelo Kayath, diretor de renda fixa e variável do Credit Suisse na América Latina. "O que vai fazer o mercado de capitais se movimentar ou não depende das medidas que a equipe econômica vai tomar."

O governo também se movimenta para evitar que as outras duas agências de rating, Fitch e Moody’s, não rebaixem o País. Mas, na avaliação de Kayath, "o mais provável" é que todas retirem o grau de investimento. "O timing de cada agência é diferente, mas eu não vejo como manter o grau de investimento com os números que estão no mercado."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A participação de investidores estrangeiros nas fusões e aquisições concluídas nos primeiros três meses do ano voltou a superar a fatia do capital nacional, algo que não ocorria desde 2005, num 1º trimestre. Dos 189 negócios fechados entre janeiro e março, 167 tiveram a origem do capital identificado. Destes, os investidores estrangeiros participaram de 51% dos negócios e os nacionais ficaram com 49%, segundo Relatório de Fusões e Aquisições da PricewaterhouseCoopers (PWC).

A valorização do dólar em relação ao real, que neste ano acumulou alta de quase 14% até ontem (20), é o principal fator que explica esse movimento de avanço dos estrangeiros. "Neste momento, os preços em dólar ficaram mais razoáveis para os estrangeiros. O Brasil é um país caro, mas agora é menos caro em dólar", afirma o sócio da PwC Brasil e em líder em fusões e aquisições, Rogério Gollo.

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Ele explica que o fato de o câmbio ter se estabilizado num novo patamar (o dólar fechou ontem cotado a R$ 3,024) contribuiu para que os estrangeiros acelerassem a conclusão de negócios no País. Um dos temores dos investidores é finalizar a compra de uma empresa e logo em seguida constatar que poderia ter desembolsando menos porque o real se depreciou ainda mais.

Além disso, Gollo observa que a liquidez de recursos é muito grande hoje no mercado financeiro internacional. "Tem muito dinheiro circulando no mundo à procura de oportunidades de investimento e o Brasil, apesar de não estar entre as principais oportunidades, é uma delas."

O sócio da PwC acredita que a tendência de avanço dos investidores estrangeiros nas fusões e aquisições deve se acelerar nos próximos meses não só pelos efeitos do câmbio, mas também pela maior confiança no País, depois que os escândalos de corrupção envolvendo empresas de peso como a Petrobrás e empreiteiras vieram à tona. "Os escândalos representam notícias velhas. Os estrangeiros tendem a ficar mais confiantes à medida que o ajuste fiscal for implementado e que uma agenda positiva de investimentos for colocada em prática." Segundo o executivo, a principal preocupação hoje dos investidores estrangeiros diz respeito às negociações entre o poder Executivo e o Congresso para fechamento de acordos com o objetivo de aprovar o ajuste fiscal.

Março

Entre nacionais e estrangeiros, só no mês de março foram fechados 75 negócios de fusões e aquisições, um número 19% maior do que no mesmo mês do ano passado. Em março deste ano foi fechado o maior número de fusões e aquisições desde 2010. Naquele ano foram 83 negócios.

Gollo explica que vários eventos de 2014, como Copa do Mundo, eleições e escândalos de corrupção represaram o fechamento de muitos negócios. O resultado foi que eles acabaram sendo concluídos no 1º trimestre, especialmente no mês passado. Para o ano inteiro de 2015, o sócio da PwC acredita que haverá crescimento de 10% no número de transações em relação ao ano passado, quando foram concluídas 879 transações de fusões e aquisições.

Mesmo superada boa parte da crise de confiança que adiou o fechamento de negócios, os investidores continuam cautelosos. Tanto é que a maioria das transações concluídas no 1º primeiro trimestre (47,1%) foi de participações minoritárias. "Os investidores estão vindo primeiro para conhecer o mercado brasileiro, adquirindo parcelas menores das empresas. Eles são novos entrantes que querem experimentar o mercado", diz Gollo. O estudo mostra também que a compra do controle acionário, modalidade de negócio que sinaliza uma aposta mais firme da parte do investidor, respondeu por 41,3% dos negócios fechados entre janeiro e março.

Saúde

Em relação aos setores, as empresas de Tecnologia da Informação (TI) lideraram o ranking em número de negócios fechados no mês passado. Foram 40 transações, ante 28 em março de 2014. "TI tem liderado o ranking de segmentos nos últimos quatro anos e deve se manter na primeira posição", prevê Gollo.

Ele baseia o seu prognóstico no fato de que há um grande número de empresas prestadoras de serviços de TI no País com faturamento anual abaixo de US$ 100 milhões. "Há poucos grandes players e muitos pequenos, o que abre espaço para consolidação nesse setor." Gollo lembra que pequenas empresas localizadas em polos de tecnologia, como Campinas (SP) e São Carlos (SP), ficaram mais atraentes para os investidores.

A previsão da PwC para os próximos meses é de que o setor de saúde ganhe destaque nas transações de fusão e aquisição, depois que a legislação permitiu a entrada de empresas de capital estrangeiro no segmento. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

O menor apetite por projetos de alguns setores da indústria e o segmento de serviços geraram a queda do volume de investimentos produtivos para o Brasil no ano passado. Essa é a explicação da Conferência das Nações Unidas sobre o Comércio e Desenvolvimento (Unctad) que classificou a retração de 1,9% no IED (Investimento Estrangeiro Direto) ao País em 2013 como "ligeira diminuição" dos fluxos. No relatório "World Investment Report", a entidade ligada às Nações Unidas diz que a queda dos investimentos para a indústria manufatureira e o setor de serviços foram os responsáveis pela contração do fluxo total ao País. "Isso impôs a diminuição global do investimento", explica o texto.

A desaceleração dos investimentos no varejo recebeu atenção especial da Unctad. "As estratégias de internacionalização ficaram mais seletivas: alguns dos maiores varejistas do mundo desaceleraram a expansão em alguns grandes mercados, como o Brasil e a China, e passaram a dar mais atenção a outros locais com grande potencial de crescimento, como a África subsaariana", destaca. A entidade cita a norte-americana Walmart e a francesa Carrefour como exemplos de varejistas que mudaram o foco nos mercados emergentes.

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A entidade minimizou a queda do volume para o Brasil. Um dos argumentos é que "aumentou consideravelmente" o investimento produtivo para setores manufatureiros específicos, como as montadoras de veículos, indústria de eletrônicos e bebidas. Além disso, houve forte alta de 86% nos fluxos destinados ao setor primário.

Mundo

A recuperação da atividade econômica alavancou o investimento estrangeiro direto ao redor do planeta. Pesquisa da Unctad mostra que o total de investimento produtivo no mundo somou US$ 1,451 trilhão em 2013, cifra 9,1% maior que a registrada em 2012. Economias desenvolvidas, como os Estados Unidos e Alemanha, lideraram a atração de recursos. A entidade diz que há "otimismo cauteloso" com a recuperação do fluxo de investimentos.

O fluxo de investimento produtivo acompanhou a recuperação da atividade econômica em países desenvolvidos e o total de IED para esses mercados cresceu 9,5% no ano, para US$ 565,6 bilhões.

Para os EUA, por exemplo, o total alocado aumentou 16,8%, para US$ 187,5 bilhões. Para a União Europeia, a alta foi de 14% (US$ 246,2 bilhões), sendo que a austera Alemanha viu o IED saltar 102,4% (US$ 26,7 bilhões). A recuperação dos fluxos poderia ter sido maior. O relatório cita que o volume de fusões e aquisições, por exemplo, frustrou expectativas. As informações do jornal O Estado de S. Paulo.

O Brasil segue um caminho inverso ao que foi registrado pelos demais mercados emergentes, cai no ranking dos destinos para investimentos em 2013 e, neste ano, pode sofrer uma nova contração por causa do impacto das eleições presidenciais.

O alerta é da ONU, que, na terça-feira (28), publicou um informe sobre investimentos no mundo em 2013. Segundo dados da entidade, o fluxo internacional de investimentos voltou à média dos anos pré-crise, ainda que o pico de US$ 2 trilhões atingido em 2007 esteja distante de ser atingido. Em 2013, o volume total foi de US$ 1,4 trilhão. No ponto mais baixo da crise, em 2009, o volume foi de US$ 1,2 trilhão.

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Já a economia brasileira recebeu 4% menos de investimentos em comparação com 2012, enquanto o fluxo mundial aumentou em 11%. Entre os emergentes, a alta foi de 6%, abaixo da média e já indicando que a desaceleração dessas economias poderia afetar sua capacidade de captar investimentos.

O resultado foi a queda da posição do Brasil de quinto maior destino de investimentos para sétimo lugar. Em 2013, o Brasil recebeu um total de US$ 63 bilhões em investimentos. Rússia e Canadá ultrapassaram o País. Um detalhamento dos dados, porém, mostra que multinacionais promoveram uma redução significativa na aquisição de empresas brasileiras.

Em 2012, elas haviam gasto US$ 17 bilhões. Em 2013, esse volume caiu para US$ 9 bilhões. A compra de ações por empresas estrangeiras também caiu, de US$ 52 bilhões para US$ 40 bilhões. O único item que registrou alta foi o que mede o fluxo de empréstimos de uma matriz para uma filial no Brasil, passando de US$ 12 bilhões para US$ 18 bilhões.

Para 2014, a previsão da ONU é de que a expansão de investimentos para alguns emergentes pode sofrer uma desaceleração. Segundo James Zhan, chefe da divisão de Investimentos da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad), o motivo seria a eleição. "Algumas multinacionais podem adotar uma estratégia de esperar e ver antes de realizar um investimento importante", disse Zhan.

Além do Brasil, economias emergentes consideradas estratégicas também passam por eleições: Turquia, África do Sul, índia e Indonésia. "Existe o risco de uma desaceleração nos investimentos", afirmou Zhan.

Segundo ele, o que também pode afetar o fluxo em 2014 é uma mudança na política monetária nos EUA, reduzindo a liquidez nos emergentes e atraindo capital de volta para o mercado americano. Zhan evita fazer uma projeção sobre o que pode ser o volume de investimentos no Brasil em 2014. Mas diz que o País tem sido "muito turbulento" na variação dos fluxos. "É difícil prever", indicou.

O fluxo para o Brasil vai em sentido contrário ao crescimento de investimentos para a América Latina. Em 2013, o aumento foi de 18%, acima da média mundial e puxada principalmente pelo México. Mas países que atraem investimentos no setor de commodities foram afetados pelo fim no boom dos preços de minérios e de outros produtos primários.

Mas, para os próximos dois anos, a ONU prevê uma desaceleração da expansão dos investimentos aos emergentes. "A imprevisibilidade em alguns mercados emergentes pode afetar, assim como mudanças nas políticas nos EUA."

Para 2014 e 2015, o volume global de investimentos deve crescer para US$ 1,6 trilhão e US$ 1,8 trilhão. Mas o motor será o mercado de países ricos, em recuperação.

Novo mapa

Apesar da desaceleração dos emergentes em 2013 e de uma previsão sombria para 2014, a ONU revela que os cinco anos de crise transformaram o mapa dos investimentos no mundo. Segundo os dados da ONU, pela primeira vez o fluxo de investimentos para a América Latina se equiparou a tudo o que a Europa recebe, cerca de US$ 300 bilhões. O Velho Continente foi por décadas o maior recipiente de investimentos no mundo.

Outra constatação da ONU é de que nunca a proporção de investimentos para os países ricos foi tão baixa quanto em 2013. De cada US$ 10 investidos no mundo, apenas US$ 4 foram para os mercados desenvolvidos. Para os emergentes, foram cerca de US$ 759 bilhões em 2013 e parte significativa foi para a Ásia.

Ásia, Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e o Mercosul dobraram sua participação no volume total de investimentos no mundo em comparação com os dados registrados antes da crise de 2008. A economia americana ainda é a maior recipiente, com US$ 159 bilhões. Mas os Brics já representam 20% dos investimentos. O Mercosul representa 6% dos investimentos mundiais. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O saldo acumulado de capital externo na Bovespa em 2013, até 2 de abril, está positivo em R$ 9,044 bilhões. É o maior volume em um acumulado anual desde 9 de fevereiro de 2012 (R$ 8,966 bilhões).

No último dia 2 de abril, terça-feira, entraram R$ 182,233 milhões em recursos estrangeiros na Bolsa. Naquele pregão, apesar disso, o Ibovespa terminou com perda de 1,81%, aos 54.889,10 pontos. O giro financeiro somou R$ 6,433 bilhões.

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Nos dois primeiros dias úteis de abril, o superávit é de R$ 507,951 milhões de investimento estrangeiro, resultado de compras de R$ 4,627 bilhões e vendas de R$ 4,119 bilhões.

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