Tópicos | janela de transferências

Após a vitória diante do Sampaio Corrêa, neste sábado, na Ilha do Retiro, o presidente do Sport, Yuri Romão, falou com a imprensa. O triunfo na última rodada não serviu para o acesso, pois os outros resultados não ajudaram e o Leão fica mais um ano na Série B do Campeonato Brasileiro.

Entre os vários questionamentos, Yuri respondeu sobre uma das maiores críticas da torcida neste segundo semestre: a falta de grandes reforços na janela de transferências no meio do ano. Na época, o Sport trouxe Felipe Ferreira (volante), Alan Ruiz (meio-campista), João Peglow (meio-campista), Michel Lima (atacante) e Diego Souza (atacante). Nenhum desses atletas, nem o ídolo DS87, ajudou muito na campanha da segunda divisão.

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Segundo o presidente, faltou dinheiro. “A gente buscou trazer o que fosse melhor. O Sport está extremamente endividado. Há dois anos, a gente luta arduamente pelo equilíbrio financeiro para que o clube volte a ter credibilidade no mercado. A janela pra gente foi muito impactante, pois existe uma escassez de atletas. E aqueles atletas que a gente queria, que a gente mapeou, eram inviáveis do ponto de vista financeiro”, disse.

“A gente não queria gastar mais do que arrecada. Entramos numa recuperação judicial. O Sport não nada em dinheiro. É fácil fazer críticas, mas a gente tinha um compromisso com o caixa do clube. A janela não foi a melhor, mas as circunstâncias não ajudaram”, lamentou.

Yuri também comentou sobre uma possível demora para ter tirado o treinador Enderson Moreira, que acabou saindo na penúltima rodada. “Todas as decisões foram tomadas em um momento que havia uma circunstância que a imprensa não tinha acesso. A oscilação foi latente, todo mundo viu, mas havia um sentimento interno que na próxima partida daria tudo certo, encontramos a melhor formação, e isso não foi acontecendo”, afirmou.

“A gente tinha um espelho do primeiro semestre avassalador, com gols e mais gols, com jogos brilhantes. Todo dia íamos dormir achando que, no próximo jogo, aquele ímpeto voltaria. Mas não aconteceu”, finalizou.

A janela de transferências do futebol europeu começa neste sábado com a abertura dos mercados na Inglaterra, na França e na Alemanha e a apresentação de indícios de como as negociações vão se portar pelos próximos anos. Pela primeira vez o período terá o forte impacto da saída do Reino Unido da União Europeia, o Brexit. Além disso, os efeitos da pandemia do coronavírus devem se fazer ainda mais presentes.

De acordo com estimativa do próprio Campeonato Inglês, os times tiveram um prejuízo de cerca de R$ 5 bilhões com as partidas disputadas com portões fechados e a perda de receitas geradas pela crise. Por isso, a imprensa local prevê que a janela será marcada principalmente por muitas operações de empréstimos entre os clubes. Já as compras devem ser feitas com pagamentos parcelados e dentro do mercado doméstico. Assim, os gigantes da Europa não devem desfalcar tanto os clubes brasileiros, como em temporadas anteriores.

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"Os clubes compradores estão atentos a esse contexto e utilizando modalidades de pagamentos parcelados feitos a partir de financiamentos com bancos e investidores", contou ao Estadão a advogada inglesa Liz Soutter, especialista na área financeira do direito esportivo do escritório Effori Sports Law.

Sócio do mesmo escritório, o advogado Nilo Effori avaliou que o mercado europeu continuará com postura cautelosa para fazer negociações ainda pelos próximos anos. "Ninguém quer contratar um jogador caro. A quantidade de empréstimos gratuitos entre as equipes aumentou muito", disse.

Apesar de a pandemia já ser uma realidade no futebol europeu desde março de 2020, a janela vai mostrar evidências diferentes das apresentadas em julho, durante o verão no Velho Continente. No meio do ano passado, boa parte das transferências havia sido encaminhada antes do início da covid-19 e foi sacramentada em um contexto de otimismo pelo retorno do calendário.

Agora, em meio ao aumento de casos, à descoberta de uma nova cepa do vírus e ao Brexit, o comportamento deve ser outro. Segundo o jornal inglês The Independent, os times locais devem movimentar neste mês de janeiro bem menos do que os R$ 3 bilhões gastos no início de 2018, período em que mais se gastou com contratações no país na janela de inverno.

Porém, ao mesmo tempo em que a pandemia tirou recursos, acelerou a necessidade por mudanças. O calendário mais apertado de jogos prejudicou bastante o atual campeão inglês, o Liverpool. O time do técnico Jürgen Klopp tem sofrido com desfalques seguidos na defesa, em especial as baixas com Van Dijk, Gómez e Matip. Por isso, uma possível saída será contratar o francês Dayot Upamecano, destaque do RB Leipzig, da Alemanha, em negociação avaliada em R$ 280 milhões.

Ainda na Inglaterra, a expectativa é pela saída do alemão Ozil, do Arsenal, e do francês Pogba, do Manchester United. A tendência é de que o início da janela tenha como grandes atrações as negociações domésticas. O meia Dele Alli, do Tottenham, e o volante Declan Rice, do West Ham, são os principais nomes envolvidos em especulações.

Outra atração desta janela é o atacante Diego Costa. O brasileiro naturalizado espanhol rescindiu com o Atlético de Madrid e está livre no mercado. Um possível destino é o Wolverhampton, da Inglaterra. A equipe também quer o sérvio Luka Jovic, do Real Madrid.

Embora com contrato em vigor, outra expectativa no mercado é saber o destino do astro norueguês Haaland. O atacante do Borussia Dortmund, da Alemanha, desperta o interesse do Barcelona e de outras equipes inglesas. As janelas na Espanha e na Itália só abrem na segunda-feira. Porém, todos os mercados vão fechar ao mesmo tempo, em 1.º de fevereiro.

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) recebeu nesta sexta-feira a autorização da Fifa para a elaboração do calendário das janelas de transferências internacionais do futebol brasileiro para 2020. Foi decidido que as negociações poderão ocorrer em duas datas. A primeira a partir da próxima semana, entre 20 de julho e 10 de agosto. Já a segunda terá início no dia 13 outubro e se estenderá até 9 de novembro.

A Fifa já havia autorizado a CBF a confeccionar uma solução momentânea e extraordinária para as janelas de transferências no mês passado. As datas oficiais, divulgadas nesta sexta-feira, foram escolhidas pela Diretoria de Registro, Transferência e Licenciamento da CBF junto aos clubes da Série A do Campeonato Brasileiro, após uma reunião na última segunda-feira.

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Segundo informa a entidade, essa primeira janela é um complemento do período iniciado no início do ano, mas interrompido em decorrência da pandemia do novo coronavírus. A segunda janela, por sua vez, representa o período marcado previamente para o meio do ano.

Com isso, a CBF espera ajudar os clubes a conseguirem bons negócios para poderem superar os problemas causados pela pandemia da covid-19 na economia. Muitas agremiações estão passando por dificuldades pela falta de receita neste período sem jogos.

A janela de transferências para a temporada 2019/2020 do futebol europeu, encerrada na segunda-feira, foi a maior de todos os tempos. Pela primeira vez na história, o mercado da bola global ultrapassou a casa dos 7 bilhões de euros (R$ 35,9 bilhões) em compras e empréstimos de jogadores. O recorde anterior era de 4,21 bilhões de euros (R$ 18 bilhões), estabelecido no período entre junho e agosto do ano passado. Os clubes ingleses continuam a predominar, com o investimento de 1,5 bilhão de euros, mas os três clubes que mais gastaram na janela foram espanhóis (Barcelona, Real Madrid e Atlético de Madrid).

Os ingleses conseguiram estender aos negócios a supremacia que demonstraram em campo na temporada anterior, com a conquista dos dois principais torneios: a Liga dos Campeões (Liverpool) e Liga Europa (Chelsea). O valor investido dos clubes da primeira divisão da Inglaterra foi de 1,5 bilhão de euros diante de 1,3 bilhão do Campeonato Espanhol (La Liga) e de 1,1 bilhão do Campeonato Italiano (Série A) - vale destacar a recuperação da capacidade de investimento dos italianos, que ficaram à frentes dos alemães (742 milhões de euros) e dos franceses (670 milhões).

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Outras janelas continuam abertas, como a dos Emirados Árabes e de Portugal, que serão concluídas no dia 22 de setembro. "No cômputo geral, continua a existir um predomínio dos clubes ingleses com relação ao montante gasto, ainda que a janela neste país tenha terminado no dia 8 de agosto e ainda que os três clubes que mais gastaram neste ano sejam espanhóis. Isso atesta que uma distribuição mais igualitária de receitas de TV acaba por fortalecer a liga como um todo", avalia o advogado Eduardo Carlezzo, especialista em Direito Desportivo Internacional.

Por outro lado, os clubes espanhóis lideram o ranking das maiores contratações, aquelas que chegaram à marca de 100 milhões de euros (R$ 455 milhões): a ida do português João Félix para o Atlético de Madrid, a venda do francês Antoine Griezmann para o Barcelona e o desembarque do belga Eden Hazard no Real Madrid.

BRASIL DISCRETO - A janela de transferências teve pouco impacto sobre os clubes brasileiros. Foram realizadas poucas negociações de relevância. A principal delas foi a ida de Philippe Coutinho para o Bayern de Munique por empréstimo. A contratação mais significativa foi a do lateral Éder Militão pelo Real Madrid por 50 milhões de euros (R$ 228 milhões). Em seguida, a chegada de Rodrygo também ao Real Madrid, depois de boa passagem pelo Santos, por 45 milhões de euros (R$ 205 milhões).

A janela foi marcada pela frustração da negociação de Neymar. O encerramento da janela confirmou a falta de acordo de Paris Saint-Germain pela venda do atacante. O jogador sondado pela Juventus, procurado pelo Real Madrid e alvo de investidas insistentes do Barcelona acabou por ficar mesmo no time francês.

O Corinthians, por exemplo, não conseguiu cumprir a meta de alcançar R$ 55 milhões com venda de atletas. Algumas peças do elenco foram sondadas, como o Mateus Vital, que quase foi para a Roma. A única venda foi a do volante Douglas, que estava emprestado ao Bahia, para o PAOK, da Grécia. Somados outros valores, como o mecanismo de solidariedade com a ida de Malcom ao Zenit, da Rússia, e a venda de Juninho Capixaba no início da temporada, o clube conseguiu R$ 23 milhões.

"O impacto desta janela nos clubes brasileiros foi pequeno, tendo ocorrido poucas negociações de relevância. Este fato pode gerar um impacto ainda mais negativo nas finanças dos clubes, já que é visível neste ano a dificuldade que a enorme maioria dos clubes apresenta para manter pagamentos em dia", opina Carlezzo.

Valores gastos nas últimas janelas de transferências:

2011: US$ 1,30 bilhão

2012: US$ 1,24 bilhão

2013: US$ 2,01 bilhões

2014: US$ 2,34 bilhões

2015: US$ 2,59 bilhões

2016: US$ 2,79 bilhões

2017: US$ 3,95 bilhões

2018: US$ 4,21 bilhões

Faltando dois dias para o fim da janela europeia de transferências, os clubes italianos anunciaram nesta terça-feira (29) suas novas contratações para o restante da temporada 2018/2019.

Entre as principais novidades, a Sampdoria contratou em definitivo, por 20 milhões de euros, o goleiro italiano Emil Audero. Já a Juventus oficializou o zagueiro uruguaio Martin Cáceres, que estava sendo especulado no Flamengo.

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Outro destaque da janela foi o português Cédric Soares, que foi apresentado pela Inter de Milão. O ex-lateral-direito do Southampton chega nos nerazzurri por empréstimo até o fim da temporada, com opção de compra no final do contrato.

Já o Napoli encerrou a novela com o meio-campista Marko Rog e emprestou o jogador croata, de 23 anos, para o Sevilla até o final da atual temporada. No entanto, a equipe napolitana tenta trazer o jovem meio-campista Agustín Almendra, do Boca Juniors.

Os Partenopei já fizeram uma proposta de 20 milhões de euros pelo atleta, que é uma das grandes revelações do futebol argentino, mas a sua cláusula de rescisão é de 30 milhões. Almendra também está sendo monitorado pela Inter de Milão.

Também visando contratar jovens revelações, o Genoa trouxe para o futebol italiano o meio-campista András Schäfer, de 19 anos. O atleta estava no MTK Budapeste, da Hungria. Outra aquisição do time rossoblu foi o meia dinamarquês Lukas Lerager, ex-Bordeaux, da França.

A Atalanta foi outro clube que anunciou um novo jogador nesta terça-feira. O time nerazzurro confirmou a contratação do zagueiro brasileiro Roger Ibañez, ex-Fluminense, por 4 milhões de euros.

O Sassuolo, por sua vez, deverá apresentar nos próximos dias o zagueiro turco Merih Demiral, que estava no Alanyaspor. O atleta será o substituto do uruguaio Mauricio Lemos, que deverá ser o novo reforço do Besiktas.

O Milan foi notícia hoje (29) pela possível desistência da contratação do atacante Gerard Deulofeu, do Watford. A equipe rossonera estava trabalhando para trazer o jogador de volta, mas o clube inglês colocou um preço de 25 milhões de euros e espantou a diretoria do time italiano.

Sem conseguir um acordo com os atacantes Deulofeu e Yannick Carrasco, do Dalian Aerbin, da China, o clube rossonero mira as contatrações dos jovens Ademola Lookman, do Everton, e Victor Osimhen, do Charleroi, da Bélgica.

Por fim, a Juventus confirmou a saída do zagueiro marroquino Mehdi Benatia. Aos 31 anos, o jogador vinha sendo pouco utilizado pelo técnico Massimiliano Allegri e agora irá defender o Al-Duhail, do Catar.

A corrida por reforços tem tudo para se intensificar na janela de transferências de janeiro no futebol da Europa. Os grandes clubes vão buscar novas armas para encarar a fase de mata-mata da Liga dos Campeões. Há, porém, equipes que precisam se reforçar para tentar reagir nas competições nacionais.

Na Espanha, o atual tricampeão da Liga dos Campeões e do Mundial de Clubes, o Real Madrid tem praticamente selada a chegada do argentino Exequiel Palacios, jovem meia do River Plate, segundo a imprensa espanhola. Outra promessa na mira do Real é Brahim Díaz, cujo contrato com o Manchester City se encerra no meio do ano de 2019.

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No Barcelona, a dúvida é se o clube irá contratar o volante Adrien Rabiot, do Paris Saint-Germain. Mas é na zaga que os catalães precisam de mais ajuda, após as lesões de Vermaelen e Umtiti. O empréstimo do colombiano do Valencia Jeison Murillo já é oficial e o nome do dinamarquês Andreas Christensen, do Chelsea, também ganha força para se juntar a Lionel Messi e companhia.

Já na Inglaterra, a demissão de José Mourinho, desafeto das estrelas do time Pogba, Martial e Alexis Sánchez, obrigou a uma mudança de planos no Manchester United. Segundo a imprensa, os dirigentes do clube de Old Trafford têm 50 milhões de euros para buscar reforços na janela de janeiro.

No vizinho Manchester City, o nome mais falado para reforçar o meio de campo é o do volante Houssem Aouar, do Lyon. Ele impressionou Joseph Guardiola nos confrontos entre os dois clubes durante a fase de grupos da Liga dos Campeões.

No Arsenal, a relação entre o técnico Unai Emery e o meia Özil parece piorar a cada dia. A Itália, principalmente a Inter de Milão, parece disposta a tentar um contato pelo alemão, mas seu salário, um dos mais altos do Campeonato Inglês, é um grande empecilho para qualquer negociação.

No Chelsea, esperam-se novidades no ataque, com a possível saída de Morata. O time estaria interessado em Callum Wilson, do Bournemouth, que teve as boas atuações recompensadas com uma convocação para a seleção inglesa.

Na França, a margem para manobras será bem mais limitada para o PSG, na mira da Uefa devido ao desrespeito ao fair play financeiro. Apesar das restrições, o clube quer um substituto para Rabiot, afastado do elenco após se recusar a renovar contrato. O PSG busca um jogador que possa revezar com Marco Verratti, sobrecarregado como cão de guarda da zaga e responsável por iniciar a saída de bola do time. Para a função, o clube parisiense monitora a situação de Frenkie de Jong, do Ajax.

O Olympique de Marselha poderia incorporar o lateral espanhol Alberto Moreno, pouco utilizado no Liverpool, mas sofre a concorrência do clube que revelou o jogador, o Sevilla.

ITÁLIA - Os clubes mais ativos deverão ser os que atravessam momentos mais complicados dentro de campo. Assim, a Roma estaria aberta a emprestar o checo Patrik Schick para trazer um atacante mais experiente como Batshuayi (Chelsea, emprestado ao Valencia), Dawid Kownacki (Sampdoria) ou o colombiano Luis Muriel, do Sevilla.

Para reforçar seu meio de campo, o Milan pensa em Fábregas, com poucos minutos no Chelsea. A Inter segue sonhando com Modric, embora o croata do Real Madrid, eleito o melhor jogador do mundo, pareça ser um sonho distante.

A Juventus estuda trazer De Ligt (Ajax), Pogba e Rabiot. Mas, como a atual heptacampeã italiana segue sobrando no campeonato local, essas transferências devem ser deixadas para depois do fim da temporada. A maior revelação do Campeonato Italiano, o polonês Piatek, terá vários pretendentes, mas não deve deixar o Genoa.

ALEMANHA - O presidente do Bayern de Munique, Uli Hoeness, desencadeou uma onda de rumores ao anunciar que a barca de saída do clube está cheia e que uma renovação do elenco será feita para a próxima temporada.

Há rumores de possível transferência de Lucas Hernández (Atlético de Madrid) para o Bayern, que estaria disposto a pagar a multa rescisória de 80 milhões de euros. O também campeão do mundo com a França, Pavard, e o atacante da seleção alemã Timo Werner também estão na mira do gigante bávaro.

O jogador brasileiro sempre fez muito sucesso no futebol europeu e são muitos os casos em que esses atletas foram negociados, seja indo do Brasil para a Europa ou mesmo dentro do próprio "Velho Continente" por cifras muito altas. Porém, na janela de transferências que se encerrou nesta segunda-feira (2), foram poucos os atletas nascidos no Brasil vendidos por valores astronômicos e que chamaram a atenção.

Antes do início da Copa do Mundo, uma transferência em especial foi destaque no futebol europeu, quando o zagueiro David Luiz trocou o Chelsea pelo Paris Saint-Germain por R$ 186 milhões, se transformou no defensor mais caro da história do futebol. Porém, após o Mundial, quando o mercado realmente esquentou, também por causa da má impressão deixada pela seleção brasileira na competição, o único atleta nascido no País e que foi comprado por uma grande quantia foi o "espanhol" Diego Costa, adquirido pelo Chelsea por R$ 114,5 milhões após conduzir o Atlético de Madrid ao título do Campeonato Espanhol e à final da Liga dos Campeões.

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Entre as outras negociações envolvendo atletas brasileiros, destaques para Filipe Luís, que fez o mesmo caminho de Diego Costa, o lateral Guilherme Siqueira, que chegou ao Atlético de Madrid para substituir Filipe, o volante Rômulo, contratado pela Juventus e Fernando, que foi para o Manchester City. Além deles, alguns atletas chegaram a novos clubes por empréstimo, como é o caso de Casemiro, que deixou a reserva do Real Madrid para defender o Porto.

A movimentação é muito pequena, se comparada aos últimos anos, quando tivemos, em 2012, transferências como as de Thiago Silva, Hulk e Lucas que envolveram quase R$ 400 milhões e em 2013, com nomes como Willian e Fernandinho, além de Neymar, que trocou o Santos pelo Barcelona por R$ 163,5 milhões, a segunda maior transação envolvendo um jogador brasileiro em todos os tempos, superada apenas pela compra de Kaká pelo Real Madrid, em 2009, que rendeu R$ 188,5 milhões aos cofres do Milan.

Entre os 23 convocados pelo técnico Luiz Felipe Scolari para a Copa do Mundo, apenas o goleiro Júlio César foi negociado dentro do futebol europeu depois do torneio. Porém, o atleta de 34 anos passou longe de se envolver em uma negociação milionária e trocou o Queens Park Rangers pelo Benfica a custo zero.

O goleiro, que passou os últimos meses emprestado ao Toronto FC, do Canadá, não seria utilizado no clube inglês e, por isso, foi colocado no mercado, acertando a sua transferência para o Benfica.

Acostumado a revelar grandes jogadores ao futebol mundial, o Brasil não teve o mesmo destaque na última janela de transferências internacionais. Se em outros mercados de transferências jogadores como Neymar e Lucas estrelavam a lista de principais contratações, atualmente os atletas que atuam em times nacionais não estiveram em evidência e as poucas vendas de clubes brasileiros para a Europa se resumiram em valores baixos e de atletas sem grande renome.

Por mais que a venda do zagueiro Dória ao Olympique de Marselha tenha sido a mais alta (R$ 30 milhões), a negociação que mais chamou a atenção foi a saída do lateral Douglas rumo ao Barcelona. O jogador, que foi contratado por R$ 12 milhões, era alvo constante de críticas da torcida são-paulina, mas mesmo assim se transferiu para uma das grandes equipes do futebol mundial.

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Empresário de atletas como Jucilei e William José, Nick Arcuri acredita que os clubes da Europa passaram a olhar mais para o seu próprio continente. "Existe muita oferta dentro do próprio mercado europeu. Os clubes preferem correr menos risco. Hoje no Brasil são poucas as oportunidades de contratar jogadores e eles também priorizam o mercado europeu por causa da adaptação e dentro do Brasil também não está barato. O preço dos jogadores inflacionou muito nos últimos anos".

Já o também agente Fernando Garcia avalia que o problema está na formação dos atletas no Brasil. "As bases são menosprezadas. Os clubes gastam milhões investindo em categorias de base, mas não lançam jogador. O treinador no Brasil tem medo de escalar o jovem e prefere apostar em jogadores mais velhos, que não tem mercado. Tem que mudar a mentalidade", disse.

O suposto baixo nível do futebol nacional apresentado nos últimos anos fez com que os grandes clubes deixassem de olhar com mais atenção para o cenário nacional. Além dos já citados, contratações mais modestas como Anderson Talisca, que saiu do Bahia rumo ao Benfica, Guilherme, que foi à Udinese após acertar sua saída do Corinthians, e o jovem lateral Wendell, que após seis meses de destaque no Grêmio, foi vendido ao Bayer Leverkusen, marcaram a conexão Brasil-Europa nesta janela.

Titular do Corinthians após a saída de Paulo André, Cleber se destacou e foi vendido ao Hamburgo, da Alemanha, por 2 milhões de euros (R$ 6 milhões). Para Fernando Garcia que é agente do zagueiro, além de se destacar em campo, o jogador que pretende ir para a Europa deve apresentar bons números. "O que importa para os clubes da Europa na hora de contratar é o scout do jogador. Se ele acerta passes, faz desarmes, é isso que é mais importante. O próprio Cleber. Com ele em campo, o Corinthians jogou 18 vezes e tomou 7 gols. Sem ele, foram 6 em 4 jogos."

Mesmo assim, o último dia da janela de transferências ainda proporcionou algumas emoções a clubes brasileiros. Após perder Falcao García e James Rodríguez na mesma janela, o Monaco consultou o Cruzeiro e fez propostas por Ricardo Goulart e Éverton Ribeiro, principais destaques do líder do Campeonato Brasileiro. Após as recusas, Garcia elogiou o diretor de futebol da equipe mineira, Alexandre Mattos. "O Alexandre sabe a hora certa de vender. Ele não pode se livrar de um jogador antes dele valorizar. Se o jogador dele vale 15, não pode vender por 5. Ele trabalha com responsabilidade."

FUTURO - Para que a situação do futebol nacional melhore, e por consequência os clubes europeus passem a olhar o Brasil como fonte de bons jogadores novamente, é preciso trabalhar com as categorias de base. Após a decepcionante campanha na Copa do Mundo, a CBF, em conjunto com o técnico Alexandre Gallo, prometeu dar mais atenção para a formação de atletas.

Mesmo entendendo que a nova safra de atletas tenha futuro, Arcuri mantém os pés no chão e espera que os jogadores evoluam da melhor maneira possível. "O Brasil sempre foi um grande revelador de jogadores e os europeus sempre se voltaram ao mercado brasileiro. Estamos passando por período de entressafra. Cada vez se revela menos porque o mercado europeu aprendeu a se antecipar, contratar os brasileiros cada vez mais cedo, já que é mais barato tirá-los daqui ainda quando jovens".

Confira a lista com os principais jogadores que saíram do Brasil rumo à Europa nesta última janela:

Dória - Botafogo - Olympique de Marselha

Douglas - São Paulo - Barcelona

Cleber - Corinthians - Hamburgo

Abner - Coritiba - Real Madrid Castilla

Victor Andrade - Santos - Benfica

Bruno Peres - Santos - Torino

Wendell - Grêmio - Bayer Leverkusen

Guilherme - Corinthians - Udinese

Talisca - Bahia - Benfica

William Matheus - Palmeiras - Toulouse

Octávio - Botafogo - Fiorentina

Lee - Atlético-MG - Académica

Caio Rangel - Flamengo - Cagliari

Otávio - Internacional - Porto

Lucas Evangelista - São Paulo - Udinese

Alef - Ponte Preta - Olympique de Marselha

Os clubes do Campeonato Inglês gastaram um valor recorde de US$ 1,38 bilhão (aproximadamente R$ 3,1 bilhões) em jogadores durante a janela de transferências do verão europeu, quase duas vezes mais do que qualquer uma das outras principais ligas do continente. Um estudo realizado pelo Deloitte, especialista em finanças de futebol, mostrou que a despesa bruta dos times da primeira divisão da Inglaterra subiu mais de 30% em comparação com o recorde de US$ 1,04 bilhão (R$ 2,34 bilhões), estabelecido em 2013.

Os clubes espanhóis estão na segunda posição em gastos, levando em consideração as cinco principais ligas da Europa, com US$ 700 milhões (R$ 1,575 bilhão), segundo a Deloitte. As equipes italianas investiram US$ 430 milhões (R$ 968 milhões). Os times da Alemanha gastaram US$ 410 milhões (R$ 923 milhões) e os da França usaram US$ 165 milhões (R$ 371 milhões) em contratações.

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O aumento dos negócios foi estimulado pelos altos investimentos realizados pelo Manchester United, agora sob o comando do técnico Louis van Gaal, no seu processo de reconstrução. O clube investiu aproximadamente US$ 250 milhões (R$ 563 milhões) em reforços como o zagueiro Daley Blind, os atacantes Angel Di María e Radamel Falcão García, e os laterais Luke Shaw e Marcos Rojo.

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