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O Governo de Pernambuco anunciou, nesta terça-feira (19), a liberação do uso de máscaras em locais fechados a partir desta quarta-feira (20). No entanto, em alguns lugares o uso do item continua obrigatório. Entre os espaços pontuados pelo governador, Paulo Câmara, estão ônibus, metrôs, assim como os locais de acesso, ou seja, embarque e desembarque de passageiros, hospitais, consultórios e demais unidades de saúde do Estado e escolas.

Diante da flexibilização no Plano de Convivência, o LeiaJá entrou em contato com a Universidade de Pernambuco (UPE), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Universidade Federal Rural de Pernambuco, Instituto Federal de Educação e Ciência e Tecnologia de Pernambuco (IFPE) e Universidade Católica de Pernambuco. Confira os posicionamentos:

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UFPE

A assessoria da universidade disse à reportagem que o uso de máscaras continua obrigatório, mantendo, assim, as diretrizes atuais. No entanto, na próxima semana o GT-Covid da UFPE se reunirá para uma discussão do tema.

UFRPE

Por meio de nota, a comunicação da UFRPE confirmou que continuará a exigir o uso do item em ambientes internos. "Apesar do anúncio da liberação do item pelo Governo de Pernambuco, a partir desta quarta (20/04), a Instituição mantém a medida de proteção. O Comitê de Acompanhamento da Covid-19 na UFRPE permanece monitorando a situação para possíveis novas determinações", explica o comunicado.

IFPE

Também através da assessoria de comunicação, o instituto ressalta que a instituição de ensino se enquadra na categoria escola, logo, o uso de máscaras é obrigatório.

UPE

Questionada sobre a flexibilização do item, a comunicação da Universidade de Pernambuco informou, por meio de nota, que permanece obrigatório o uso "correto de máscara por toda comunidade acadêmica (docentes, discentes, técnico-administrativo e prestadores de serviços) e visitantes nos ambientes da Universidade de Pernambuco (fechados ou aberto)". 

Unicap

A reportagem entrou em contato, por telefona, com a universidade que, também por meio da assessoria, respondeu aguardará a publicação do decreto estadual para divulgar o posicionamento.

Outras

A reportagem também realizou contato com a Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) e Instituto Federal do Sertão de Pernambuco (IFSertão), no entanto, ainda não tivemos retorno.

Pernambuco vai retirar a obrigatoriedade do uso de máscaras em ambientes fechados a partir da próxima quarta-feira (20). O anúncio foi feito pelo governador Paulo Câmara (PSB) nesta terça-feira (19). A diminuição dos números da Covid-19 no Estado permitiu mais esta flexibilização no Plano de Convivência, segundo o governador.

De acordo com o Paulo Câmara, a semana epidemiológica 15, encerrada no último sábado (16), confirmou todos os indicadores da pandemia em queda. “Também na semana passada atingimos o patamar de 80% da população vacinada com duas doses ou dose única, e mais de 80% dos maiores de 60 anos de idade havia tomado a dose de reforço. Esses números nos dão condições de avançar mais um passo no nosso Plano de Convivência com a Covid”, disse.

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O uso obrigatório da máscara será mantido nos transportes coletivos, escolas e unidades de saúde no Estado. “Vamos continuar incentivando a vacinação e trabalhando para encerrar definitivamente esse capítulo da nossa história”, concluiu o governador em seu pronunciamento.

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As mudanças no protocolo de prevenção contra a COVID-19 mudam diariamente, variando de estado para estado, especificamente quando se fala no uso de máscaras. Desta forma, é necessário saber se existirá a obrigatoriedade da máscara, para a aplicação da 2° fase da OAB, independente do local de exame.

 Segundo nota publicada nesta segunda-feira (18), no site da OAB Nacional, serão adotados todos os protocolos para garantir a segurança sanitária. O ingresso de examinando no local de realização das provas será condicionado a utilização de máscara de proteção individual, que cubra totalmente e simultaneamente boca e nariz, além de aferição de temperatura.

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Com a melhoria nos números da pandemia, muitos estados e cidades passaram a liberar o uso de máscaras, a maioria em locais abertos. Em alguns espaços como shoppings e hospitais ainda perdura o uso obrigatório. 

Os locais que o uso da máscara não é obrigatório são Natal, Teresina, Maranhão, Distrito Federal, Rio de Janeiro, São Paulo, Boa Vista, Macapá, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Acre, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Em alguns estados a liberação aconteceu desde novembro de 2021.

Na quinta-feira (7), um professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) suspendeu as aulas após um aluno se recusar a usar a máscara dentro da sala. O estudante teria alegado que o governo do estado havia publicado decreto que desobriga o uso do item de proteção em ambientes abertos e fechados.

O fato ocorreu no Departamento de Comunicação da UFRN, que informou que de acordo com as regras internas, o uso de máscara ainda é obrigatório para docentes e estudantes em todos os ambientes da instituição. De acordo com o professor, Daniel Dantas Lemos, foi enviada uma notificação à coordenação do curso de jornalismo e à chefia do departamento.

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Em entrevista concedida ao G1, o docente esclareceu que ambos discutiram civilizadamente, de forma que ele explicou a norma da universidade ao estudante e que não poderia prosseguir com a aula, caso o mesmo seguisse se recusando a usar o item de proteção.

O professor também nega que tenha chamado a segurança da UFRN, apenas que direcionou o estudante para a secretaria do curso, onde foi comunicado o acontecimento à coordenação e à chefia do departamento.

O governo federal publicou uma portaria interministerial, assinada pelos ministros Onyx Lorenzoni (Trabalho) e Marcelo Queiroga (Saúde), desobrigando o uso e fornecimento de máscaras em empresas estabelecidas em cidades ou Estados que já liberaram a população do uso do item de proteção em locais fechados, como é o caso de São Paulo.

A empresa, no entanto, ainda pode exigir do colaborador que ele continue utilizando o equipamento. "É obrigação do empregador garantir a segurança no ambiente de trabalho", explicou o professor da FGV Direito Rio, Paulo Renato Fernandes.

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A medida que flexibiliza o uso em empresas pode ser reavaliada em caso de novos surtos de contaminações por Covid-19.

O fornecimento das máscaras deve ser mantido caso o município esteja com níveis de alerta de saúde alto (151 a 499 casos por 100 mil pessoas) e muito alto (mais de 500 casos por 100 mil pessoas).

Afastamento

A norma mantém a necessidade de as empresas realizarem a identificação precoce e afastar trabalhadores que tiveram o diagnóstico positivo para a covid-19.

O trabalhador com caso confirmado deve ser afastada por 10 dias. Ele pode retornar antes, com sete dias, desde que não tenha apresentado sintomas nas 24 horas anteriores e não esteja fazendo o uso de medicamentos antitérmicos.

O afastamento também deve valer para quem teve contato com o infectado entre dois dias antes e 10 dias após o início dos sintomas, desde que essa interação tenha sido por pelo menos 15 minutos e a menos de 1 metro de distância.

Também são enquadradas nessa categoria contatos por toque, como aperto de mão e abraços, entre o infectado e um colega de trabalho que não estejam usando máscaras de proteção facial.

Contudo, a norma libera de afastamento as pessoas que tiveram contato com um infectado se elas estiverem com o esquema vacinal completo, conforme as orientações definidas pelo Ministério da Saúde.

Casos suspeitos

A determinação de afastamento deve ser adotada também em casos suspeitos. Esses são considerados aqueles que apresentam pelo menos dois sintomas entre febre, tosse, dificuldade de respirar, dificuldade de sentir gosto e cheiro, calafrios, dor de garganta e cabeça, coriza e diarreia.

O prazo também é de 10 dias, podendo ser abreviado para sete dias nas condições dos confirmados. Para as pessoas com suspeita é possível retornar após cinco dias se o exame der negativo.

O autoteste para detecção de antígeno do coronavírus tem apenas caráter de triagem e orientação e não pode ser utilizado para fins de afastamento ou de retorno ao trabalho.

Uma portaria interministerial publicada nesta sexta-feira (1), no Diário Oficial da União (DUO), desobriga o uso de máscara em ambientes de trabalho em Estados e municípios que já flexibilizaram o item em locais fechados. O documento foi assinado pelos Ministério da Saúde e do Trabalho e Previdência.

Em locais onde há exigência do equipamento de proteção individual em ambientes fechados, a orientação é dispensá-lo em casos que o distanciamento de um metro seja possível entre pessoas (funcionários, clientes ou visitantes).

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O texto salienta que, em caso de aumento de casos da Covid-19 no local, deve-se reavaliar a liberação. Além disso, o documento aponta sobre a necessidade de afastamento de funcionários, por 10 dias, em caso suspeito ou confirmado da doença.

"Esse período pode ser reduzido para sete dias a partir de critérios estabelecidos pelo Ministério da Saúde", reforça a pasta. A portaria também traz uma nova regra que desobriga empresas a fornecerem máscaras do tipo cirúrgica ou PFF2/N95 aos colaboradores.

​Desde a última terça-feira (29), o uso de máscara em ambientes abertos deixou de ser obrigatório em Pernambuco. Com a flexibilização do item, o Governo do Estado usou as redes sociais para explicar como a nova indicação funciona dentro do ambiente escolar.

De acordo com o órgão, estudantes, funcionários de instituições de ensino, públicas ou privadas, pais e responsáveis podem circular sem máscara em ambientes abertos. Assim como em lugares fechados a obrigatoriedade do equipamento de proteção individual deve ser respeitada.

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"A máscara deve ser usada de forma obrigatória e contínua por todos os ambientes fechados nas dependências do estabelecimento de ensino, como salas de aula e banheiros, entre outros", explica a publicação.

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Após o Governo de Pernambuco flexibilizar o uso de máscaras em ambientes abertos, a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) se pronunciou para reafirmar a obrigatoriedade do uso da proteção facial respiratória para a circulação nos espaços físicos fechados/internos da instituição, como salas de aulas, laboratórios e bibliotecas.

A universidade também recomenda, de forma facultativa, que todo corpo acadêmico, como docentes, alunos e profissionais administrativos, prossigam com uso da máscara também em ambientes abertos e sem aglomeração, para resguardar a segurança e a saúde da comunidade universitária.

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Ademais, a UFPE salientou, ainda, a obrigatoriedade da apresentação do esquema de vacinação completo para acesso e permanência nas dependências da Instituição.

O Gabinete de Enfrentamento à Covid-19 em Pernambuco vai retirar a obrigatoriedade do uso de máscaras em ambientes abertos. A medida passa a valer a partir de terça-feira (29). Também está liberada a realização de eventos com 100% do público, incluindo shows, festas e estádios de futebol.

A decisão, segundo o Governo de Pernambuco, é baseada nos recentes dados de saúde do Estado, que registraram, no último sábado (26), a sétima semana consecutiva de queda nos índices da Covid-19. Além dos casos, óbitos e solicitações de vagas em UTI estarem em patamares baixos, o índice de positividade nos exames processados chegou a 0,95%, o menor número desde o início da pandemia.

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“Essas importantes medidas só estão sendo possíveis pela atitude de cada pernambucano e cada pernambucana que, desde março de 2020, compreendeu que só chegaríamos ao ponto atual respeitando as recomendações sanitárias e levando a sério a prevenção”, declarou o governador Paulo Câmara (PSB). De acordo com o governador, permanece obrigatória a comprovação da dose de reforço para ter acesso aos eventos, bares e restaurantes. 

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Com informações da assessoria.

Uma máscara esculpida da África Central do século 19 foi leiloada por 4,2 milhões de euros na França neste sábado (21), apesar dos protestos durante a venda pelos gaboneses exigindo seu "retorno" ao país de origem.

A peça de madeira, extremamente rara e de linhas limpas, pertencia a uma sociedade secreta do povo Fang do Gabão.

O preço do leilão "pulverizou" a estimativa inicial de 300.000 a 400.000 euros, disse o Hotel des Ventes em Montpellier (sul da França) em um comunicado.

Com impostos, os lances chegaram a 5,25 milhões de euros. A peça foi vendida a um valor próximo ao de outra máscara Fang, que inspirou pintores como Modigliani e Picasso no início do século 20, leiloa por um preço recorde de 5,9 milhões de euros em Paris em 2006.

"Isso é saque", exclamou do fundo da sala de leilões um homem que disse ser parte da comunidade gabonesa de Montpellier, informou um jornalista da AFP.

"Não se preocupe, vamos fazer uma denúncia. Para os nossos, meus ancestrais, da comunidade Fang, vamos recuperar esse objeto", um "ativo colonial adquirido ilegalmente", disse , acompanhado de meio dezenas de seus compatriotas.

Acompanhados pelo serviço de segurança, os manifestantes saíram calmamente da sala, continuando a protestar contra o leilão em curso de obras de arte africanas.

Entre os objetos à venda estava também um trono do Congo, vendido por 44 mil euros.

Disputada por dez licitantes, segundo a sala de leilões, a máscara Fang foi adquirida por um comprador por telefone.

A peça, com 55 cm de altura, chegou em 1917 em circunstâncias desconhecidas às mãos do governador colonial francês René-Victor Edward Maurice Fournier (1873-1931), provavelmente durante uma visita ao Gabão, segundo a casa de leilões.

O curador dpo leilão, Jean-Christophe Giuseppi, lembrou que existem apenas cerca de dez máscaras desse tipo no mundo.

Em vídeo compartilhado no Instagram, na última quarta-feira (23), uma mulher relata como burlou o uso de máscara durante a circulação no RioMar, localizado na Zona Sul do Recife. Nas imagens, Natasha Borges chegou a afirmar que justificou a ausência do item obrigatório em Pernambuco aos seguranças das lojas alegando que é autista.

"Eu vim em uma reunião aqui no RioMar e fiquei sem máscara o tempo inteiro. 'Aí' teve uma hora que um homem veio me perguntar, aquele segurança do carrinho disse: 'moça, tem como colocar a máscara?' 'Aí' eu: 'venha cá, venha cá. Não, porque eu sou autista", disse.

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Natasha relata que também foi questionada por outro profissional da segurança e usou a mesma resposta. "Eu sou autista, posso não". E acrescentou: "Pronto! 'Tá' todo mundo doido, a gente se faz de doido também e 'tá' tudo certo", contou rindo.

Ao compartilhar o vídeo, a mulher debocha e incentiva que outras pessoas façam o mesmo e a marquem.

"Como assim não pensei nisso antes??? Que ódio!!! Pelo menos fui a criadora da máscara de tule. Façam isso e me marquem!!! Vamos desorientar os alienados!!!! Na verdade, vamos ajudá-los a pensar", legendou.

Confira o vídeo: 

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Diante dos comentários da publicação, Natasha Borges compartilhou outros vídeos em que alega que não foi preconceituosa e quem a critica é "escravo do Estado".

"Não são nem 9h da manhã e meu dia já começa assim. Eita, povo chato e burro. Clica na lei, dá uma estudadinha na lei, diga que você é autista e pare de usar a sua focinheira. Porque é melhor ser autista do que ser cachorro".

No perfil de Natasha Borges há publicações contrárias ao uso de máscara, vacinação da Covid-19, assim como a apresentação do passaporte vacinal, e em defesa do tratamento precoce, que não tem comprovação científica. Ela ainda faz elogios ao presidente Jair Bolsonaro e ao astrólogo Olavo de Carvalho.

Com queda no número de casos de Covid-19, 19 das 27 capitais brasileiras já retiraram pelo menos parcialmente a obrigatoriedade do uso de máscaras contra a Covid-19. Em seis capitais, incluindo Brasília, o protetor facial já não é obrigatório em espaços abertos e fechados, enquanto oito ainda exigem máscaras em todos os ambientes. Em 14, a máscara segue obrigatória só em espaços fechados. A média móvel de casos de covid no País vem indicando tendência de queda - nos últimos 14 dias, a variação negativa foi de 31%.

No Rio, já não é obrigatório o uso de máscaras em locais abertos desde outubro. No dia 7, foi decretado o fim da exigência em qualquer local, incluindo o transporte público. Já a prefeitura de Maceió parou de exigir uso de máscara em ambientes abertos na segunda, e deixou ao critério dos responsáveis pelos estabelecimentos fechados públicos e privados exigir ou não proteção facial.

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Em Florianópolis, também vigora desde segunda o decreto estadual que desobrigou as máscaras em espaços fechados em que é possível manter o distanciamento. A medida vale para estabelecimentos comerciais e repartições públicas. No transporte público, a máscara continua obrigatória. Em ambientes abertos, o não uso já estava liberado.

Em Brasília, a máscara deixou de ser obrigatória também em locais fechados, segundo decreto publicado no dia 10. Em Rio Branco, desde o dia 8, a prefeitura liberou também nos espaços fechados, só "recomendando" o uso. Em Natal, a prefeitura se antecipou ao governo do Rio Grande do Norte e publicou decreto, no dia 9, derrubando a obrigatoriedade do uso de máscaras em locais abertos e fechados.

POPULAÇÃO DECIDIRÁ

Cuiabá decidiu não seguir o decreto do governo de Mato Grosso e manteve a obrigatoriedade do uso da máscara em locais fechados. O prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) disse que pretende deixar para os cuiabanos a decisão sobre a liberação. "Deixemos a população, que é zelosa, decidir a melhor forma de se proteger", disse. Ainda não foi definido quando o uso passa a ser facultativo em ambientes fechados. Nos abertos, já não é obrigatório.

A prefeitura de Porto Alegre publicou decreto no dia 11, retirando a obrigatoriedade de máscaras em espaços abertos públicos e privados. Nesta sexta, o município avaliará se estende a flexibilização aos ambientes fechados. Lá, crianças de até 12 anos já estavam liberadas de usar máscara em qualquer ambiente.

A prefeitura de São Paulo acompanhou o decreto do governo do Estado e dispensou o uso de máscara em ambientes abertos desde o dia 10. A Prefeitura deve seguir a tendência do Estado, que projeta estender a liberação a espaços fechados a partir de 23 deste mês, dependendo de estudos da Vigilância Sanitária Municipal. Belo Horizonte já não exige máscaras em locais abertos desde o dia 3.

CAPITAIS QUE RESISTEM

Curitiba mantém o uso obrigatório de máscaras em espaços abertos e fechados conforme decreto estadual. A medida será reavaliada amanhã pelo Comitê de Técnica e Ética Médica da Secretaria Municipal de Saúde. Segundo a secretária Márcia Huçulak, Curitiba aguarda a tramitação de um projeto do governo estadual encaminhado à Assembleia Legislativa do Paraná que pode alterar a obrigatoriedade do uso da máscara em espaços abertos no Estado.

A prefeitura de Salvador informou que ainda não há data para a liberação do uso da máscara em locais abertos ou fechados. No Recife, o uso continua obrigatório em todos os ambientes. Já em João Pessoa o uso pode deixar de ser obrigatório em praias e locais abertos na sexta-feira. Fortaleza informou que acompanha as decisões do governo do Ceará, que mantém a obrigatoriedade da máscara em locais abertos e fechados. O governo estuda anunciar a liberação do uso em ambientes abertos a partir do dia 21 deste mês. Outras capitais que mantêm o uso de máscara obrigatório são Belém, Aracaju e Palmas.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após desobrigar o uso de máscaras de proteção em ambientes abertos, o governo de São Paulo estuda agora flexibilizar também em espaços fechados, a exemplo do Rio de Janeiro. Especialistas avaliam que a medida, porém, pode ser precipitada, uma vez que locais com pouca ventilação são os mais propícios para infecção pelo coronavírus. Alertam ainda que, apesar de o pico de casos acarretado pela variante Ômicron provavelmente ter passado, os indicadores da pandemia seguem em patamar consideravelmente alto, o que requer manutenção de medidas não farmacológicas.

"Ainda estamos em um momento de grande instabilidade no País (...) Temos uma incidência no número de casos acima de 282 casos por 100 mil habitantes. Portanto, retirar uma medida de barreira tão importante quanto o uso de máscaras em ambientes fechados é um risco enorme", diz o médico infectologista e epidemiologista Carlos Starling. Segundo ele, que atua no comitê que assessora a prefeitura de Belo Horizonte quanto a medidas adotadas na pandemia, flexibilizar o uso de máscara em ambientes fechados neste momento é "extremamente precoce".

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No início do mês, a capital mineira tornou-se uma das primeiras a liberar o uso de máscaras em ambientes abertos. De forma paralela, Estados como Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Maranhão e Rio de Janeiro também flexibilizaram o uso do acessório. Desde então, medidas similares foram adotadas em Distrito Federal, Amazonas, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso e Minas Gerais, além de São Paulo. Em Rio de Janeiro e Distrito Federal, houve aval inclusive para as cidades flexibilizarem o uso em ambientes fechados, medida que agora é estudada pelo governo Doria.

Segundo Starling, a possibilidade de liberar a utilização em espaços com pouca circulação de ar não está sendo discutida para Belo Horizonte neste momento. O médico é contra a adoção da medida em ambientes fechados no Brasil e também no exterior. "Em Hong Kong, a incidência (de casos) tem aumentado absurdamente. Na Alemanha, e também no Reino Unido, a incidência voltou a aumentar por conta de uma subvariante da Ômicron (BA.2)", aponta.

O ideal, segundo ele, seria que a flexibilização de máscaras em espaços fechados só seja discutida no País quando a incidência de novos casos por 100 mil habitantes ficar abaixo de 50 e a incidência de mortes pela doença permanecer abaixo de 10 casos por milhão de habitantes. "Quando se retira uma medida tão importante como essa, a mensagem é que a pandemia acabou. Isso não é real. É muito mais uma angústia, um desejo das pessoas, do que uma realidade epidemiológica", diz Starling.

"Nós estamos vendo, sim, uma tendência de queda dos números, a incidência vem caindo. Mas nós sabemos também que a imunidade adquirida com a Ômicron, ou com qualquer das variantes que tiveram, e mesmo com a vacinação, é uma imunidade temporária", aponta o médico. "Vai durar aproximadamente de 4 a 6 meses. A partir daí a imunidade vai caindo progressivamente e o abandono dessas medidas de barreira pode tornar a situação pior do que já está."

"A grande preocupação é que nós estamos há três semanas apenas com os índices melhores. Em fevereiro, nós tivermos um dos meses mais mortais desde o meio do ano passado, inclusive", aponta a médica infectologista da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Raquel Stucchi. "É um período muito curto para ter segurança de chamar o momento que estamos de estabilidade, com diminuição sustentada, o que daria segurança para a população em retirar as máscaras."

Outro fator apontado pela pesquisadora é que iniciam-se em breve no Brasil outuno e inverno, estações que costumam agravar quadros respiratórios. Nesse contexto, Stucchi entende que seria prudente observar os indicadores de contaminação por mais tempo e fazer uma avaliação quanto à flexibilização das máscaras em espaços fechados daqui a alguns meses. Até porque, explica, voltar a implementar as máscaras um tempo após a liberação seria mais difícil do que adiar a adoção da medida. Em parte, porque as campanhas também não têm frisado que a flexibilização pode se tratar de uma medida temporária.

"Estamos observando que países europeus que têm taxas de vacinação acima do Brasil, e que flexibilizaram bastante as medidas, estão tendo aumento de casos de covid. Alguns países, como a Dinamarca, estão também com aumento de óbitos cerca de 6 semanas da retirada da obrigatoriedade do uso de máscara", indica a pesquisadora. Por exemplos como esse, Stucchi defende a manutenção da obrigatoriedade das máscaras de proteção por mais um tempo não só em ambientes fechados, como em ambientes abertos com potencial de aglomeração, como em espaços de shows e estádios.

O médico infectologista Julival Ribeiro, membro da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), tem posição similar. Apesar de ser a favor da flexibilização do uso de máscaras de proteção em ambientes abertos e sem aglomerações, ele reforça que, uma vez que a Organização Mundial da Saúde (OMS) ainda não decretou o fim da pandemia, o uso do acessório em espaços fechados segue sendo imprescindível.

"Nós temos que lembrar que temos um grupo de pessoas que ainda não foram vacinadas, que não foram totalmente vacinadas com a dose de reforço", explica Ribeiro. Atualmente, conforme dados reunidos pelo consórcio de veículos de imprensa, o Brasil possui 73,6% da população com esquema inicial completo contra o novo coronavírus, o equivalente a 158,1 milhões de pessoas. Enquanto isso, 70 milhões retornaram para a injeção de reforço.

Nesse cenário, como há a chamada imunossenescência, que torna sobretudo a população idosa mais suscetível a infecções, o médico entende que seria importante, além de expandir a aplicação da 4ª dose da vacina anticovid no País, manter o uso de máscara em ambientes fechados para a proteção de pessoas acima de 60 anos e imunocomprometidos. "A ventilação é um dos melhores meios que se tem para prevenir a transmissão", relembra Ribeiro. Como essa característica fica comprometida em locais fechados, o uso de máscaras acaba sendo um ponto importante de proteção.

"Defendo sobretudo, em locais fechados, que se mantenha a máscara por um período para ver o que vai acontecer (no cenário pandêmico). Por que essa pressa para tirar a máscara?", questiona. Como ponto de atenção, ele destaca que, apesar do pico da Ômicron aparentemente ter passado no País, pode haver ainda a ocorrência de novas variantes do coronavírus e sublinhagens de outras cepas, a exemplo da Deltacron. "Elas podem não resultar em nada, mas também podem ocasionar aumento de casos e mortes", explica Ribeiro.

Nesta terça-feira, 15, o Brasil registrou 323 novas mortes pela covid. A média semanal de vítimas, que elimina distorções entre dias úteis e fim de semana, ficou em 388. Apesar de ter ficado abaixo de 400 pela primeira vez desde 26 de janeiro, o índice segue bem acima dos primeiros dias do ano, quanto estava próximo a 100. O número de novas infecções notificadas nesta terça, por sua vez, foi de 50 mil. Com isso, a média móvel de casos ficou em 41 mil. No início de janeiro, o indicador estava abaixo de 10 mil.

Contrário a possível decisão do governo, de mudar o status da “pandemia” da Covid-19 para “endemia” - tornando a Covid-19 como doenças típicas, que se manifestam com frequência em determinada região, mas que a população e os serviços de saúde já estão preparados, como acontece anualmente com o surto de gripe, por exemplo - o chefe da Triagem de Doenças Infecciosas do Hospital Oswaldo Cruz (HUOC) e médico infectologista do grupo Oncoclínicas, Filipe Prohaska, ressaltou que é "difícil falar de endemia ainda com esses números", e pontuou a questão da vacinação infantil.

"É difícil falar em endemia se você ainda tem grupos populacionais não vacinados. Nós temos números ainda elevados. Temos, sim, uma queda no número de mortes, que foi devido ao avanço da vacinação, mas acredito que a gente precisa avançar muito na vacinação das crianças para poder, aí sim, entrar no status de endemia", declarou. 

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"O que a gente ainda precisa melhorar é essa questão do status vacinal pediátrico para poder ter uma segurança maior com relação a essa ideia de endemia nos próximos meses, e com números melhores", afirmou. 

Questionado sobre a fase da pandemia que estamos vivendo, Prohaska disse acreditar que essa é uma "fase final", mas que ainda há a possibilidade de novas variantes. "Acredito que estamos numa fase final da pandemia, que o pior já passou. Acho que ainda há a possibilidade de novas variantes surgirem, mas que não teriam o mesmo impacto que a gente sofreu nos anos anteriores. No meio do ano devemos estar numa fase bem melhor, mas que só devemos sair mesmo da pandemia quando alcançar níveis vacinais superiores a 85/90% da população com doses completas de vacina", explicou. 

De acordo com o Painel de Acompanhamento Vacinal do Governo de Pernambuco, atualizado no fim da tarde desta segunda-feira (14), o Estado tem 17.470.738 doses aplicadas e soma 76,98% de pessoas com a cobertura vacinal completa. 

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O infectologista disse, ainda, que toda pandemia que já existiu trouxe grandes mudanças para a humanidade, inclusive positivas, mas que desta vez talvez não seja da mesma forma. "Algumas mudanças foram boas, como a pandemia da Peste Negra, que trouxe o conceito de saneamento básico, o que mudou radicalmente a qualidade de vida das pessoas e aumentou a expectativa de vida. Na Gripe Espanhola muitos conceitos foram modificados, muitos contextos de socialização e de mundo foram criados, inclusive a Copa do Mundo, a reformulação do modelo das Olímpiadas, tudo isso numa ideia de tentar viver num mundo melhor. O problema é que no fim da pandemia da Covid-19 a gente começa a ver guerra, o que faz pensar que a humanidade neste momento não parece ter evoluído muito com o fim da pandemia", detalhou.

Acho que as sequelas maiores que vamos ter são as doenças mentais, por todo o processo que vem acontecendo no mundo e como isso vem acontecendo na nossa cabeça, na desinformação e até mesmo as guerras", finalizou.

Estados que liberaram o uso

Dos Estados que já liberaram o uso de máscaras, São Paulo, o pioneiro na vacinação no Brasil, está com 84% da população com o esquema vacinal completo. Já o Distrito Federal, 80,50% da população com a segunda dose ou dose única, e apenas 35,25% com a dose de reforço ou adicional. Minas Gerais tem 46,10% com a dose de reforço. 

No Estado do Rio de Janeiro 5.108.224 pessoas com a dose de reforço, já na capital, de acordo com o vacinômetro - que mostra o percentual por cidade -, 93,98% da população tem as duas doses aplicadas. Por sua vez, o Amazonas registra 893.313 das pessoas com a primeira dose de reforço. 76,99% é a população com o primeiro ciclo vacinal completo, sem a dose de reforço em Santa Catarina, já 35,39% é a população com o ciclo vacinal completo no Estado. 

No Mato Grosso, o total de pessoas com o ciclo vacinal completo é de 61,94%. Por sua vez, o Maranhão tem 85,81% da população total com todas as doses da Covid-19. No Espírito Santo, o total de pessoas com a segunda dose é 73,1%. 

Na última sexta-feira (11), a Fiocruz lançou nota técnica sobre a flexibilização do uso de máscaras nas escolas. O documento, elaborado pela Grupo de trabalho (GT) Retorno às Atividades Escolares da Fiocruz, com coordenação da Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAPS/Fiocruz), apoia às medidas de relaxamento dos protocolos, desde que definidas por órgãos sanitários locais e apoiadas por comitês científicos.

“Ao longo dos últimos dois anos temos reiterado que as medidas de vacinação, ventilação dos ambientes, rastreamento de casos e contatos, adequado uso de máscaras, lavagem de mãos e distanciamento social seriam fundamentais para que as escolas não se tornassem espaços de transmissão da Covid-19. Um dos aprendizados tem sido, portanto, o de que as ações de controle da pandemia exigem contínua avaliação e, quando oportuno, a própria reavaliação das medidas protetivas”, avalia o grupo.

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A nota tem como base o atual cenário, que aponta uma redução de transmissão de Covid-19 em alguns locais, além dos indicadores gerais da vacinação. No entanto, a análise também aponta sobre a necessidade de maior consistência na flexibilização no ambiente escolar, assim como, indica certa insegurança e atribui a responsabilidade da decisão para os gestores.

“Ressaltamos que a medida de flexibilização do uso de máscaras não significa a proibição do uso. Caberá às escolas o estabelecimento da melhor convivência possível com as diferenças e às secretarias de educação e de saúde, a continuidade do fornecimento de máscaras para alunos e trabalhadores que precisam delas, conforme indicações de uso”,  destaca o GT.

Mesmo com os argumentos, o grupo reforça sobre a necessidade do uso do item para o controle da pandemia. Além disso, divulga dados sobre a vacinação do público infantil, da faixa etária entre 5 a 11 anos, que mostra o percentual, para esse público, de 66,8% com a primeira dose e epenas 8,4 com os esquema vacinal completo. 

Uma publicação que gerou repercussão negativa foi o motivo de Victor Hugo Forte (PL), vereador de Balneário Camboriú, cidade a 80 quilômetros de Florianópolis, pedir desculpas publicamente. "Prefeitura de Balneário Camboriú solicita aos munícipes feios que continuem de máscara", escreveu no post em tom de brincadeira. A publicação, feita originalmente para um grupo de amigos, vazou e viralizou na internet. "Era um meme desses que a gente recebe todo dia no WhatsApp, sabe? Isso acabou ofendendo alguns", escreveu o parlamentar.

Na imagem criticada por uma parte da população local, o próprio vereador aparecia na foto, ao lado esquerdo. Já do outro lado, uma espécie de card feito pela prefeitura da cidade com um comunicado solicitando que as "pessoas feias continuem usando máscara". O post fazia referência ao decreto lançado nesta semana que desobriga o uso de máscaras em ambientes fechados.

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"Às pessoas que se sentiram ofendidas, meu pedido de desculpas. Todos merecem respeito", destacou na publicação feita horas depois da viralização. Ao longo do texto publicado em seu Instagram oficial, o político admitiu ter errado, mas também afirmou que a repercussão do caso foi usada por opositores "serviu como prato cheio à velha política".

O parlamentar ainda ofertou que não irá mudar o seu comportamento. "Continuarei sendo o Victor que prefere não ter frescura do que seguir uma falsa formalidade". Aliados e vereadores de outros partidos comentaram a publicação como forma de apoio a Victor. "Errar faz parte, reconhecer te torna grande, irmão", escreveu o vereador do Paraná Renan Ceschin (PODE).

COM A PALAVRA, VICTOR HUGO FORTE

A reportagem do Estadão entrou em contato com a assessoria do parlamentar, mas até a publicação deste texto, não houve retorno. O espaço está aberto para manifestação (jayanne.rodrigues@estadao.com).

O governo do Distrito Federal (DF) anunciou a liberação do uso de máscara partir desta quinta-feira (10). Segundo o governador Ibaneis Rocha (MDB), um decreto que extingue a obrigatoriedade será publicado em uma edição extra do Diário Oficial do Distrito Federal.

“Vai existir um debate sobre a liberação, e quem quiser continuar usando a máscara pode continuar usando sem problema nenhum. Não é obrigatória a retirada da máscara; deixa de ser obrigatória a utilização dela em ambientes fechados. A gente espera que a população tenha os cuidados evitando aglomeração, pois a pandemia ainda existe. Chegou a hora de tentarmos voltar a ter uma vida normal”, afirmou o governador.

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A liberação ocorre em meio à queda na taxa de transmissão do coronavírus no Distrito Federal e ao avanço da vacinação. Atualmente, o DF tem 89,22% do público-alvo vacinado com a primeira dose, 80,28% com a segunda dose e 34,63% com a dose de reforço.

Ibaneis anunciou ainda a contratação de mais 20 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) adulto e dez leitos de UTI pediátrica para reforçar a capacidade de atendimento.

A partir desta quinta-feira (10), está liberado em todo o estado de Mato Grosso do Sul a obrigatoriedade do uso de máscaras em locais fechados. A medida foi anunciada nessa quarta-feira (9) pelo governo do estado, após reunião do Comitê do Programa Prosseguir e a equipe técnica da Secretaria de Saúde. 

O secretário Geraldo Resende atribuiu a decisão à redução do número de casos, internações e mortes causados pela Covid-19. A decisão, no entanto, não impede que as prefeituras tomem medidas mais rígidas, se necessário.

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Próximas adesões

Em São Paulo, o governador João Doria disse nesta semana que a adoção da medida no estado deve ser reavaliada até o dia 23 de março, "São Paulo poderá anunciar a liberação completa do uso de máscaras em todos os ambientes". A mudança depende de um parecer do Comitê Científico do governo, que deve estar pronto até o dia 22. 

O Distrito Federal é outra unidade da federação onde o fim da exigência de máscaras em ambientes fechados está em análise. Segundo o governador Ibaneis Rocha, a pandemia do novo coronavírus está sendo monitorada e os próximos dados da Secretaria de Saúde serão essenciais para que a medida seja adotada.

Rio de Janeiro

Na última segunda-feira (7), o Rio de Janeiro foi a primeira capital brasileira a abolir completamente o uso de máscaras, por orientação do Comitê Científico da prefeitura.

No dia 3, um decreto do governador Cláudio Castro, publicado no Diário Oficial, suspendeu o uso de máscara contra a Covid-19 no estado, mas deixou a decisão para cada município. No entendimento do governo, as melhoras sucessivas no cenário epidemiológico da doença no estado permitem o fim da obrigatoriedade.

Anvisa

Em nota divulgada ontem, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) reiterou que o uso de máscaras em ambientes de acesso controlado dos aeroportos - como as áreas de embarque) e dentro das aeronaves é uma medida para diminuir o risco de transmissão da Covid-19, especialmente porque são ambientes onde não é possível a manutenção do distanciamento físico.

O decreto do governo paulista que retirou a obrigatoriedade do uso de máscaras faciais para lugares abertos dividiu opiniões. Apesar da liberação, há quem não pretenda abrir mão do equipamento neste momento no qual o Brasil tem média móvel diária superior a 500 mortes por Covid-19.

Andréia de Moura, de 34 anos, pretende continuar usando máscara nas ruas. "Vou manter por enquanto. Ainda não me sinto 100% segura e tenho imunidade baixa. É um cuidado meu e também acho que é um cuidado com as outras pessoas. É um item que já faz parte da minha rotina", conta a artista visual.

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Ela explica que até tomar a segunda dose da vacina ainda utilizava o face shield, aquela proteção plástica que é presa na testa e fica por cima da máscara, como um visor transparente. "No meu bairro, o povo me olhava estranho mesmo. Por causa disso, até coloquei uma ilustração minha assim nos meus perfis nas redes sociais."

Mas a nova determinação do governo estadual trouxe alívio para algumas pessoas, como o fotógrafo Pedro Henrique Vite, de 23 anos. Ele confessa que já não utilizava muito o equipamento antes, quando estava ao ar livre. "Para mim a máscara quase nunca existiu. Até peguei covid e mesmo assim não consigo usar nas ruas. Em ambiente fechado sempre coloco, como no trabalho, mas na rua não consigo", afirma.

DEBATE NAS ESCOLAS

O decreto publicado ontem no Diário Oficial determina que nas escolas crianças e adolescentes permaneçam utilizando as máscaras nos espaços fechados, como as salas de aula, mas poderão retirar para as atividades ao ar livre. O Colégio Equipe, em Higienópolis, região central da capital, informou que continuará exigindo máscaras em toda a escola.

"Nossa estrutura física tem poucos espaços abertos. Nossa assessoria médica não considera prudente abandonar o uso de máscara", disse a diretora Luciana Fevorini. Segundo ela, nem todos os alunos estão vacinados ainda porque tiveram covid recentemente e não puderam ser imunizados. "Não tem sido um problema o uso para nossa comunidade." O colégio também foi um dos últimos a voltar ao ensino presencial e enfrenta resistência de grupos de pais que discordam das posições da direção.

Muitas escolas ainda estavam decidindo o que fazer após o anúncio do governo paulista e consultando assessorias de saúde para saber em que ambientes as máscaras podem ser liberadas. O Colégio Bandeirantes, que fica no Paraíso, enviou comunicado aos pais retirando a obrigatoriedade do uso de máscaras nas áreas externas. "Os alunos já souberam e começaram a tirar no intervalo", conta o gerente de desenvolvimento humano e operações, Guilherme Aguiar.

O colégio consultou o Hospital Sírio-Libanês, que faz assessoria à escola nos protocolos de covid, e mapeou as áreas onde a máscara não será mais exigida. As aulas no ginásio de esportes, mesmo sendo ventilado, continuarão com a proteção. No pátio, cantina e na quadra externa, está liberada.

O Colégio Santa Cruz, localizado no Alto de Pinheiros, vai comunicar hoje os estudantes sobre o novo protocolo e a partir de amanhã liberará as máscaras nas áreas externas da escola.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governo de São Paulo liberou o uso de máscaras por alunos, professores e outros funcionários nos espaços abertos das escolas, mas manteve a obrigação nas salas de aula e locais fechados. O anúncio foi feito no começo da tarde desta quarta-feira, 9, em coletiva pelo governador João Doria (PSDB), como havia adiantado o Estadão. A medida já começa a valer a partir de hoje e abrange também estádios, centros abertos para eventos, autódromos e áreas correlatas. O debate sobre as escolas se estendeu nos últimos dias depois que o Estado decidiu desobrigar o uso de máscaras em outros espaços abertos, como ruas e parques.

As escolas, no entanto, ainda suscitavam dúvidas porque alguns membros do comitê de especialistas que assessora o governo entendem que momentos de recreio e educação física têm mais risco de transmissão. Por outro lado, Estados como Rio Grande do Sul e Santa Catarina, além de outros países, já haviam liberado as máscaras nas escolas, em alguns casos, até na sala de aula.

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Segundo apurou o Estadão, o governador Doria era a favor da liberação nas escolas e chamou nesta terça-feira à noite o secretário da Educação, Rossieli Soares, para participar da reunião nesta quarta no Palácio dos Bandeirantes com os especialistas. Estudos têm mostrado impactos no desenvolvimento de crianças pelo uso prolongado de máscaras, especialmente em questões sociais e emocionais.

Durante a coletiva, Doria atribuiu a liberação do uso obrigatório de máscaras "fundamentalmente ao avanço da vacinação". Hoje, o Estado de São Paulo tem 89,27% da população elegível (acima dos 5 anos) com o esquema primário de imunização - duas doses ou vacina de aplicação única. "É a primeira vez em dois anos que faço uma coletiva sem máscaras. Estou me sentindo leve", disse o governador ao retirar a proteção facial no jardim do Palácio dos Bandeirantes.

O debate sobre uso de máscaras nas escolas ganhou força com a queda nos indicadores da covid-19 e depois que os Estados Unidos e países europeus flexibilizaram nas últimas semanas a exigência em escolas. Shows, restaurantes e festas com adultos sem qualquer proteção e fiscalização têm feito pais e mães reclamarem da rigidez imposta aos alunos, sobretudo aos menores.

Em São Paulo, o Centro de Contingência da Covid-19 chegou a discutir liberar as máscaras em escolas que tivessem mais de 90% das crianças vacinadas. O comitê também analisava os números da pandemia, que têm caído nas últimas semanas, para tomar a decisão.

A discussão com relação às crianças esbarrava principalmente nas taxas de vacinação. Nesta terça-feira, o índice chegou a 70% das crianças vacinadas com a primeira dose, mas a segunda dose ainda está em 19,39%. São 821 mil faltosos entre 6 e 11 anos.

Além da vacinação, há membros do comitê de especialistas de São Paulo que acreditam que o momento de recreio e educação física podem ser preocupantes porque as crianças respiram de maneira ofegante e transpiram. Por outro lado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) não recomenda o uso de máscaras para crianças em atividades físicas.

A polêmica também divide famílias. Um grupo preocupa-se com prejuízos ao desenvolvimento das crianças, nas relações sociais e na alfabetização. E outros apontam o fato de os menores não estarem com o esquema vacinal completo e dizem que os índices de casos e mortes por covid-19 ainda são altos para deixar de usar máscaras - uma das armas mais eficazes contra a covid-19, segundo pesquisas.

Movimentos como o Escolas Abertas defendem, com base em pesquisas que falam do prejuízo ao desenvolvimento das crianças, que as escolas deixem de exigir a proteção em todos os ambientes. Na segunda-feira, pais e crianças do Escolas Abertas protestaram na frente da casa do secretário de Saúde, Jean Gorinchteyn, pela liberação das máscaras nas escolas.

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