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O astro argentino Diego Maradona afirmou neste sábado, em entrevista ao canal argentino C5N, que renuncia ao cargo de embaixador da Fifa. A declaração do ex-camisa 10 veio em reação ao respaldo dado na semana passada pelo mandatário da entidade máxima do futebol, o suíço Gianni Infantino, a Mauricio Macri, ex-presidente do país vizinho.

"Infantino me decepcionou com o prêmio dado a Macri. Um prêmio a quê? Um tapa na bunda era o que ele merecia", declarou o maior ídolo da seleção alviceleste. "É simples. Macri tem que ir para a prisão. Ele roubou tudo e não deixou nenhum peso para o Estado nacional", disparou o atual treinador do Gimnasia La Plata.

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No início do ano, Infantino havia indicado Macri como presidente da Fundação Fifa, uma entidade independente criada para fomentar ações sociais ligadas ao futebol. Na semana passada, o dirigente suíço voltou a apoiar o ex-chefe de Estado argentino após críticas a Macri pelo fato de ele ter viajado ao Paraguai em meio à pandemia.

"Voltaram (Michel) Platini, (Joseph) Blatter, as águas se acalmaram e repartiram todo o dinheiro entre eles. Ninguém devolveu nada. Então renuncio à Fifa", completou Maradona, fazendo referência aos ex-dirigentes investigados por corrupção.

Maradona havia feito as pazes com a Fifa justamente após a chegada de Infantino. Em 2016, foi eleito para dois cargos honorários: embaixador e capitão da seleção de Lendas da entidade máxima do futebol. "Agora sim, posso cumprir um dos sonhos da minha vida, que é trabalhar para uma Fifa limpa e transparente", havia declarado o ídolo argentino na época.

O ex-presidente da Argentina Mauricio Macri afirmou que é preciso dar mais tempo a seu sucessor no cargo, Alberto Fernández, para ver os resultados da nova política no país, em declarações à imprensa paraguaia, nesta segunda-feira (13).

"Eu acredito que é preciso dar a ele mais tempo para que mostre quais são suas ideias e propostas, para que possamos ver os resultados. É preciso ter respeito", defendeu o ex-mandatário argentino em declarações ao canal a cabo GEN.

Convidado pelo ex-presidente paraguaio Horacio Cartes (2013-2018), Macri fez uma visita relâmpago a Assunção, onde também encontrou com o atual chefe de Estado, Mario Abdo Benítez.

Macri chegou à capital paraguaia em um jato privado que pertence à empresa de tabaco de Cartes, que afirmou ter tido "uma amena conversa (com Macri) sobre temas relacionados com a atualidade regional".

O ex-presidente argentino se encontrou com o presidente Abdo na residência presidencial por 40 minutos.

"Falamos de como sair do medo" diante da pandemia do novo coronavírus, revelou Macri, que pediu calma para que decisões apressadas sejam evitadas.

"É preciso retornar à calma, confiar nos profissionais de saúde e começar a retomar com cuidado e empoderando as pessoas à atividade normal", analisou.

"Em meu encontro com Abdo, lhe disse também da importância de que o Mercosul não perca o dinamismo dos últimos anos e que avance em todos os acordos de livre comércio iniciados com a União Europeia, a Coreia e Singapura", continuou.

A viagem de Macri aconteceu em plena proibição para a entrada de estrangeiros no Paraguai, como medida preventiva diante da pandemia da Covid-19.

Contudo, estão isentos da proibição os presidentes, ex-presidentes, médicos, enfermeiras e pessoas envolvidas em questões humanitárias, tanto paraguaias como estrangeiras.

Macri retornou na segunda-feira à noite à Argentina, onde as fronteiras também têm restrições.

O ex-presidente da Argentina, Mauricio Macri, foi nomeado presidente executivo da Fundação FIFA pelo Conselho da entidade. Não é a primeira vez que ele vai trabalhar com futebol, pelo contrário. Macri foi presidente do Boca Juniors de 1995 a 2007, por sinal a época mais vitoriosa do time argentino.

A Fundação FIFA foi criada em 2018 como uma organização independente - apoiada pela FIFA - cuja missão gira em torno de ajudar a promover mudanças sociais positivas. Sua principal área de foco é a educação, como exemplificado pelo Programa Futebol para Escolas, lançado em 2019, para o qual a FIFA já destinou um orçamento de 100 milhões de dólares.

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"É um grande prazer e honra anunciar que Mauricio Macri assumirá este cargo à frente da Fundação FIFA", disse o presidente da FIFA, Gianni Infantino, que também é presidente do Conselho da Fundação FIFA. “Mauricio é a opção perfeita para liderar esse projeto, que visa aproveitar o futebol para beneficiar a sociedade. Através de sua experiência como líder de uma grande nação, ele sabe tudo sobre o papel central que a educação desempenhará no futuro de nossas sociedades e, tendo presidido um dos clubes de futebol mais bem-sucedidos do mundo, ele conhece bem o poder único do nosso esporte e da paixão incomparável que ele inspira”.

“Estou extremamente honrado e entusiasmado por ter sido nomeado presidente executivo da Fundação FIFA. Sou grato ao Presidente Infantino por confiar em mim e por me dar a oportunidade de combinar minhas três paixões: educação, futebol e trabalho para criar um futuro melhor para os jovens ”, disse Macri.

“O futebol tem a vantagem de poder alcançar milhões de crianças e ensinar-lhes valores e ferramentas que as mantêm em boa posição ao longo de suas vidas, inclusive em suas carreiras, como a importância do trabalho em equipe, do compromisso e do respeito pelos outros. Além disso, através do futebol, é possível abordar questões complexas, como violência, abuso de drogas e obesidade”, disse ainda.

"Minha indicação também é prova de tudo o que a Argentina deu - e continua a dar - a esse esporte: lendas únicas, momentos indeléveis na história do futebol e uma base de fãs que faz sua voz ser ouvida em todo o mundo", completou.

Com informações da assessoria

A eleição para presidente do Boca Juniors, um dos clubes mais tradicionais da Argentina, deu o que falar neste final de semana. Em uma votação histórica marcada por acusações nas prévias e com recorde de votantes, a chapa de oposição formada por Jorge Amor Ameal e Mario Pergolini, com o ídolo Juan Román Riquelme como segundo vice-presidente, venceu o candidato da situação Christian Gribaudo e comandará o Boca pelos próximos quatro anos.

"A maioria dos sócios elegeu a chapa encabeçada por Jorge Amor Ameal para assumir o clube. Minhas felicitações para o novo presidente. Como sócio e torcedor, seguirei apoiando está camiseta e essas cores", admitiu Christian Gribaudo, que era apoiado por Mauricio Macri, ex-presidente do Boca Juniors e atual presidente da Argentina, que deixará o cargo nesta semana, e pelo ídolo Diego Maradona.

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O pleito eleitoral do Boca Juniors bateu recorde de presença, com 38.363 votantes - o clube tem um total de 80 mil sócios. A marca anterior era de 26.136 na reeleição de Daniel Angelici, em 2015, mas o atual cenário incentivou o crescimento no número de sócios votantes, justamente com os mesmos opositores na disputa: Jorge Ameal e José Beraldi.

Jorge Ameal conseguiu mais da metade da votação, com 52,8% dos votos, contra 30,6% de Christian Gribaudo e 16,1% de José Beraldi.

"É uma festa. O torcedor do Boca veio votar pelo amor às cores do clube. Estou muito feliz", disse Riquelme, após a confirmação da vitória de sua chapa. Com o clube, o ex-jogador conquistou 11 títulos, entre eles três Copa Libertadores (2000, 2001 e 2007), uma Recopa Sul-Americana (2000) e uma Copa Intercontinental de Clubes (2000).

Mauricio Macri e Alberto Fernández, o atual e o futuro presidente da Argentina, reúnem-se hoje (4)  à tarde para dar prosseguimento ao trabalho de transição entre os governos, iniciado na semana passada, após a vitória de Fernández em primeiro turno. Segunda-feira passada, dia 28, os dois se reuniram em um café da manhã na Quinta de Olivos, residência do presidente argentino.

Macri, hoje, deve fazer um balanço dos resultados do seu mandato e ressaltar seu papel de principal opositor do governo de Fernández. A coalizão de Macri, Juntos por el Cambio (Juntos pela Mudança, em tradução livre), é a segunda força política do país, com eleitos em 4 distritos e dezenas de prefeituras.

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Nas eleições do dia 27 de outubro, a chapa Mauricio Macri - Miguel Pichetto recebeu 40,38% dos votos, contra os 48,1% da coalizão Frente de Todos, composta por Fernández e Cristina Kirchner.

A reunião de hoje será no Centro Cultural Kirchner, situado no antigo palácio sede do Correio Central de Buenos Aires. O centro cultural é frequentemente usado pelo governo de Mauricio Macri para receber ministros, secretários e outras autoridades.

Além do encontro de hoje, estão previstas diversas reuniões durante a semana, entre Macri e sua equipe, para realizar o balanço final da gestão de cada área e organizar a transição entre os governos.

A posse de Fernández será no dia 10 de dezembro.

Mara Menezes, uma argentina que vende flores na estação de trem do Retiro, a principal de Buenos Aires, estava feliz com o governo de Mauricio Macri em 2017. Em setembro daquele ano, disse ao 'Estado' que as vendas haviam dobrado em relação a 2015, último ano de Cristina Kirchner na presidência.

Dois anos depois, Mara continua no mesmo lugar. Mas suas vendas caíram à metade. Para compensar, seu marido começou a vender, há seis meses, sanduíches ao lado do quiosque de flores. Só assim o casal conseguiu manter a renda.

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A situação financeira de Mara acompanhou os movimentos econômicos do país. Nos últimos quatro anos, a Argentina pareceu um carrinho de montanha-russa, que subiu lentamente - enquanto Macri tentava colocar ordem na casa -, mas despencou de forma rápida com o naufrágio de seu programa econômico. Um sobe e desce que ajuda a explicar o resultado das eleições primárias, em agosto, nas quais o oposicionista Alberto Fernández derrotou Macri.

O ano de 2017, quando Mara comemorava as vendas em alta, foi um período da presidência de Macri em que a economia parecia engrenar. O PIB avançou 2,7% e a inflação ficou em 24,8%. O desempenho econômico, que parecia um sucesso, era impulsionado pelo setor agrícola e por obras públicas. Mas esse período ficou para trás.

Segundo Mara, o aumento das contas de luz e água faz com que, hoje, não sobre dinheiro para os argentinos gastarem com supérfluos, como flores. Em uma tentativa de reduzir o déficit fiscal do país, Macri retirou, gradualmente, subsídios em serviços como transporte e energia que haviam sido implementados pelo kirchnerismo.

O resultado da redução dos subsídios para Mara foi um aumento de 900% na conta de gás, que passou de 40 pesos em 2015 para 120 pesos em 2017 e, agora, chegou a 400 pesos. "Isso porque não temos aquecedor", diz.

Mara trabalha perto de Luiz Galán, que tem uma banca de jornais e com quem a reportagem também se encontrou em 2017. Diferentemente de Mara, há dois anos, Galán já se mostrava insatisfeito com Macri, sobretudo por causa dos aumentos no gás. Galán também responsabilizava o presidente pela queda na venda de jornais.

Em setembro, Galán voltou a dizer que, na época de Cristina Kirchner, vendia 170 exemplares por dia. Afirmou, porém, que, no lugar dos 120 que saíam em 2017, agora são 60 jornais. Morador da Boca, bairro operário onde fica o estádio do Boca Juniors, Galán contou que votou apenas uma vez em Macri: em 2007, quando o político era candidato ao governo da cidade de Buenos Aires.

O vendedor é torcedor do Boca e aprovara o trabalho de Macri como presidente do time. "No clube, ele não se saiu mal. Administrava bem as finanças. O estádio sempre estava limpo. Mas aí ele começou a falhar como prefeito (de Buenos Aires) e mais ainda como presidente."

Erros

As falhas de Macri no comando do país ficaram evidentes em 2018, quando seu plano econômico foi por água abaixo. Sem a maioria no Congresso e temendo os movimentos sociais, Macri optara por um ajuste fiscal gradual, retirando subsídios aos poucos e sem cortar investimentos públicos. Como a conta não fechava, o país emitia dívida para se financiar.

Tudo ia bem até que, em 2018, com o aumento dos juros nos EUA, investidores internacionais começaram a fugir de países emergentes, pois o retorno passou a ser mais alto no mercado americano, além de muito mais seguro. A Argentina recorreu ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e acelerou o ajuste fiscal.

Nos últimos meses, preocupado com o impacto da deterioração econômica na corrida eleitoral - Macri tentará a reeleição dia 27 -, o presidente retomou medidas que antes criticara. Em abril, adotou um programa para controlar preços de produtos da cesta básica e congelou tarifas de gás e transporte.

Nada disso foi suficiente para reverter o humor do eleitorado, que, nas primárias, deu uma vitória prévia a Fernández, que tem Cristina Kirchner como candidata a vice. Os 15 pontos de diferença que separaram Macri de Fernández são vistos como quase impossíveis de ser revertidos.

O resultado das primárias deixou em pânico o mercado, que teme a adoção de políticas intervencionistas com o retorno do kirchnerismo. Nos últimos meses, investidores fugiram da Argentina, e o FMI segurou uma parcela do empréstimo.

Produtor de soja, milho e trigo, Santos Zuberbühler está preocupado com a liberação do empréstimo: "Se o FMI corta (a linha de financiamento), o ingresso de dólares no país vai ficar complicado. Não sei como a Argentina vai se financiar."

A reportagem do Estado havia conversado com Zuberbühler pela primeira vez em 2017. Ele estava em lua de mel com a gestão macrista. O agronegócio havia tido uma relação de enfrentamento com Cristina Kirchner desde 2008, quando a então presidente começou a taxar exportações de grãos. Em 2017, produtores agropecuários e governo se reconciliavam. À época, Zuberbühler contou que havia contratado mais oito funcionários e estava aumentando os investimentos em trigo, cujos custos são mais elevados, porque, sem os impostos sobre exportação, voltaria a vender o grão a preços internacionais.

Em setembro deste ano, porém, Zuberbühler foi mais um a afirmar ter se decepcionado com Macri: "O governo teve boas intenções, mas faltou experiência na equipe econômica."

Ao contrário de 2018, quando uma seca dizimou a produção agrícola da Argentina, as plantações vão bem em 2019 e a cotação do dólar beneficia os exportadores. "Não posso me queixar, mas não há economia que funcione se só um ou dois vão bem", disse Zuberbühler.

Nas ruas de Buenos Aires, é visível que a população sofre. Como no Brasil, aumentou a presença de ambulantes. No primeiro semestre do ano, 35,4% dos argentinos viviam abaixo da linha da pobreza, 8,1 pontos porcentuais a mais que no mesmo período de 2018.

Câmbio

Uma das faces mais visíveis da crise aparece na cotação da moeda. Quando Macri chegou à Casa Rosada, em dezembro de 2015, um dólar comprava 9,7 pesos argentinos, ou R$ 3,80. Quase quatro anos depois, um dólar hoje compra 58 pesos, ou R$ 4,09, o que significa que, enquanto o dólar se valorizou 7,6% no Brasil, na Argentina, a alta chegou a 498%.

O câmbio não é o único indicador que teve desempenho sofrível no governo Macri. Inflação e atividade econômica também decepcionaram. Em 2016, por exemplo, era possível comprar uma empanada em Palermo, bairro de classe alta de Buenos Aires, com 18 pesos. Agora, em 2019, são necessários 60 pesos, um aumento de 233%. Pode parecer muito, mas a alta está alinhada com a inflação de 236%. Para efeitos de comparação, o Brasil acumulou uma inflação de 16,4% no período.

A inflação da empanada não é nada comparada com a de serviços básicos. Com 3 pesos, o equivalente então a R$ 0,92, se pagava, no início de 2016, uma passagem de ônibus em Buenos Aires. Com a redução dos subsídios, a passagem agora sai por 18 pesos, alta de 500%.

Para o economista-chefe do Goldman Sachs para a América Latina, Alberto Ramos, a situação argentina é "ruim e vai ficar ainda pior". Segundo ele, o possível retorno do kirchnerismo vai interromper o processo de consolidação fiscal e, ainda que Macri consiga permanecer no poder, o quadro será complexo, dada a inflação acelerada e o endividamento. "Antes das primárias, a visão era que, se Macri fosse reeleito, teria de enfrentar o ajuste fiscal e ainda precisaria de sorte, porque a economia estava tão frágil que não comportaria choques. Essa já não é mais a realidade, a situação agora é ainda mais difícil." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

No dia seguinte ao anúncio de adiamento dos pagamentos da dívida de curto prazo, o governo da Argentina conseguiu conter a disparada da moeda americana, que fechou em queda de 0,17%, cotada a 57,88 pesos. Para isso, porém, foi preciso leiloar US$ 223 milhões das reservas internacionais. Se mantiver esse ritmo, o governo de Mauricio Macri chegará às eleições, em 27 de outubro, sem nenhum dólar de reserva.

Apesar de anunciar que as reservas chegam a US$ 57 bilhões, o governo não dispõe de todo esse volume. Estimativas do mercado apontam que apenas US$ 13 bilhões são reservas líquidas. Isso porque os argentinos podem abrir contas bancárias em dólares no país. Nesse caso, seus recursos não são emprestados e ficam depositados no Banco Central, como um compulsório. Outra parte das reservas é proveniente de um acordo feito com a China e corresponde a yuans que só podem ser usados para fins comerciais.

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Por isso, na quarta-feira, com as reservas minguando, Macri teve de optar entre usá-las para pagar dívida de curto prazo ou para manter a cotação do peso. Optou por segurar a cotação do dólar, já que, em um país onde aqueles que podem poupam em dólar, uma maior desvalorização da moeda traria ainda mais risco político.

A situação da liquidez argentina de curto prazo vem se agravando desde o início do segundo trimestre, quando o mercado, preocupado com a possibilidade de a chapa kirchnerista vencer as eleições, começou a cobrar juros mais elevados (o patamar subiu de uma média de 3% para 7% em dólar) do governo para manter os títulos.

Para não pagar esse juro, o governo passou a focar na venda de títulos que venceriam antes das eleições, para os quais o mercado aceitava taxa de remuneração menor. A aposta era que, se reeleito, ele conseguiria renovar esses títulos posteriormente pagando juros menores.

Em 12 de agosto - após a chapa da oposição, composta por Alberto Fernández e Cristina Kirchner (candidata a vice), derrotar por 15 pontos de diferença Macri nas eleições primárias -, a maior parte do mercado não quis renovar os papéis vendidos pelo governo argentino. Tida como mais intervencionista, a chapa kirchnerista é mal vista pelos investidores financeiros.

Rolagem. Antes das primárias, o governo conseguia rolar 88% da dívida de curto prazo - a maior parte desses papéis com vencimento anterior as eleições. Na terça-feira, esse número caiu para 5%. "O governo não previa uma derrota tão grande nas primárias e não imaginou que essa bomba estouraria no seu colo", diz uma fonte do mercado financeiro brasileiro que acredita ser grande a possibilidade de as reservas financeiras secarem. A preocupação é que, com o anúncio de um "calote seletivo" na quarta-feira, parte da população corra para sacar seus dólares.

Uma fonte argentina, porém, afirmou que Macri poderá negociar com a China a liberação dos US$ 18 bilhões em yuans que fazem parte das reservas. Há ainda a possibilidade de o Fundo Monetário Internacional liberar US$ 5 bilhões em setembro, o que está em análise pelo órgão.

Nesta quinta-feira, 29, antes da abertura do mercado, Macri afirmou que faltavam 59 dias para as eleições e que não depende apenas dele o que pode ocorrer até lá. A fala repercutiu mal. Seu oponente, Fernández, rebateu dizendo que parecia que Macri estava contando os dias para o fim do mandato.

No fim do dia, a agência classificadora de risco S&P rebaixou a nota da dívida da Argentina para SD (default seletivo), ou seja, considera que o país está dando um calote seletivo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A derrota do presidente Mauricio Macri nas eleições primárias, realizadas no domingo (11) na Argentina, provocou pânico no mercado financeiro do país, com efeitos negativos também para o Brasil. O dólar disparou e levou o Banco Central da Argentina a aumentar a taxa de juros em dez pontos porcentuais, para 74%. Com a medida, o dólar recuou, mas ainda encerrou com alta de 8,8%, valendo 52,1 pesos. O índice Merval, o principal da Bolsa de Buenos Aires, caiu 37,9%.

No Brasil, o Ibovespa recuou 2%, fechando aos 101,9 mil pontos. O dólar subiu 1,09% e encerrou o dia a R$ 3,98 - após bater a casa dos R$ 4. Além da situação argentina, um dos principais parceiros comerciais do Brasil, há um clima de aversão ao risco no mercado internacional - decorrente da tensão gerada pela guerra comercial entre EUA e China - que também prejudica o País.

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O pânico no mercado argentino deriva da interpretação de que a vitória da chapa opositora, de Alberto Fernández e Cristina Kirchner, nas primárias "põe em xeque a política econômica do governo Macri e o acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI)", avaliou a empresa de serviços financeiros INTL FCStone.

Há também um temor de que medidas intervencionistas - amplamente utilizadas no período dos ex-presidentes Nestor e Cristina Kirchner - sejam retomadas, como o controle de acesso ao dólar e a concessão de subsídios em serviços como transporte e energia.

Na noite de domingo, 11, após a divulgação dos primeiros dados da apuração, Fernández afirmou que sua vitória era uma "mensagem que diz não à reforma trabalhista" de Macri. Acrescentou que, caso ganhe em outubro, não continuará "presenteando" bancos com o pagamento de taxas de juros.

A chapa de Fernández, que tem a ex-presidente Cristina como vice, conquistou 47,6% dos votos, enquanto Macri teve 32%. Se o resultado se repetir em outubro, com os kirchneristas acima da marca de 45%, a oposição levará o pleito no primeiro turno.

Os bancos já dão quase como certa a vitória kirchnerista. Em relatório, o estrategista Tiago Severo, do Goldman Sachs, afirmou que o resultado é "quase irreversível".

Um economista do mercado financeiro argentino, que pediu para não ser identificado, afirmou ser pouco provável que o pânico na Bolsa mude o resultado das eleições em outubro e relacionou o derretimento do peso argentino à falta de confiança dos investidores no kirchnerismo. Para ele, um possível novo governo kirchnerista não deverá dar calote no FMI, mas tentar renegociar as condições do empréstimo de US$ 56 bilhões concedido a Macri.

Próximo a Fernández, o economista Matías Kulfas tentou acalmar o mercado. Afirmou à imprensa local que o candidato não pretende voltar a controlar o acesso ao câmbio e que há intenção de cumprir com os pagamentos de dívida. "Há algumas semanas, conversamos com enviados do FMI e ratificamos a vontade de diálogo, mas desde uma posição em que se possa modificar o acordo, pois achamos que esse caminho não está atingindo os objetivos (de voltar a crescer)", afirmou Kulfas.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em declaração à imprensa após reunião com o presidente Jair Bolsonaro (PSL) no Palácio do Planalto, o presidente da Argentina Mauricio Macri disse, nesta quarta-feira (16), que os governos brasileiro e argentino compartilham preocupação com a situação dos venezuelanos. Segundo Macri, Brasil e Argentina reafirmaram posição de condenar o que classificam de “ditadura de Nicolás Maduro”.

“A comunidade internacional já se deu conta: Maduro é um ditador que busca se perpetuar no poder com eleições fictícias, encarcerando opositores e levando os venezuelanos a uma situação desesperadora”, afirmou Macri. “Reiteramos que reconhecemos a Assembleia Nacional como a única instituição legítima na Venezuela, eleita democraticamente pelo povo venezuelano”, completou.

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Bolsonaro disse que Brasil e Argentina têm convergência de opiniões e valores. “Essa identidade [serve] para que atuemos conjuntamente na defesa da liberdade e da democracia na nossa região. Nossa cooperação na questão da Venezuela é um exemplo mais claro no momento”, salientou.

Maduro foi eleito para novo mandato, que é contestado pela comunidade internacional, e tomou posse na última quinta-feira, perante a Suprema Corte. Para o Brasil, o segundo mandato de Maduro não é legítimo, e a Assembleia Nacional Constituinte deve assumir o poder com a incumbência de promover novas eleições.

A prisão e liberação no fim de semana do presidente da Assembleia Nacional Constituinte da Venezuela, deputado federal Juan Guaidó, deve gerar uma série de reações no Parlamento venezuelano. A Assembleia Nacional convocou uma sessão para discutir a formalização da declaração de "usurpação da Presidência da República".

O presidente argentino, Mauricio Macri, chegou por volta das 10h30 [horário de Brasília], ao Palácio do Planalto onde se encontra com presidente Jair Bolsonaro. É a primeira visita oficial de um chefe de Estado desde a posse de Bolsonaro, no dia 1º de janeiro.

A cerimônia oficial de chegada de Macri contou com a revista às tropas e a subida da rampa do Palácio do Planalto, onde foi recepcionado por Bolsonaro. Depois dos cumprimentos para as fotos no Salão Nobre, houve a apresentação das delegações.

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Bolsonaro e Macri têm um encontro privado na sala de audiências no terceiro andar. Em seguida, haverá reunião ampliada com os ministros e outras autoridades dos dois países. O último compromisso no Planalto é uma declaração à imprensa.

Em seguida, os presidentes seguem para o Palácio Itamaraty, onde será oferecido um almoço a Macri por Bolsonaro.

Mais cedo, Bolsonaro disse no Twitter que a reunião com o presidente argentino é uma “grande oportunidade” de estreitar as relações com o país vizinho.

“Hoje, às 10h30, receberei o presidente da Argentina, Mauricio Macri. É a primeira visita oficial de um chefe de Estado ao Brasil desde a minha posse. Uma grande oportunidade de reforçar os laços de amizade com essa nação-irmã!”, disse Bolsonaro na rede social.

Negociações para acordos bilaterais, além de medidas de flexibilização do Mercosul (bloco que reúne Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, uma vez que a Venezuela está suspensa momentaneamente) e a crise na Venezuela estarão na pauta da conversa entre os presidentes.

Os acordos deverão ser negociados nas áreas de comércio, combate ao crime organizado e corrupção, indústria de defesa, desenvolvimento espacial, energia nuclear e dinamização do comércio bilateral.

O presidente Jair Bolsonaro recebe nesta quarta-feira (16) o colega argentino Maurício Macri para uma visita oficial que incluirá conversas sobre a prioridade para fechar acordos bilaterais com outros países pelos integrantes do Mercosul e uma maior cooperação na área de defesa. De acordo com fontes do governo brasileiro, questões comerciais e a situação da Venezuela também deverão ser abordadas no encontro entre os dois presidentes.

Apesar de não ter participado da cerimônia de posse de Bolsonaro - com a desculpa de que estava de férias na Patagônia -, o argentino chega agora acompanhado de um time importante de ministros.

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O novo governo já sinalizou que gostaria que o Mercosul abrisse espaço para que os países possam negociar bilateralmente uns com os outros, e não apenas em bloco, como era a prática até agora. A avaliação de técnicos do governo brasileiro é que isso valeria para novos acordos e que as tratativas que já estão avançadas continuarão sendo negociadas pelo bloco, caso dos acordos com a União Europeia, Coreia do Sul e Cingapura.

Historicamente, Paraguai e Uruguai defendiam negociações bilaterais, enquanto Brasil e Argentina, que têm mais peso no bloco, se opunham e exigiam a negociação conjunta. A Argentina preside o Mercosul neste primeiro semestre e passa a presidência para o Brasil. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente da Argentina, Mauricio Macri, irá se reunir, pela primeira vez, com o presidente Jair Bolsonaro na próxima quarta-feira (16), em Brasília. Além dos temas bilaterais de interesse da Argentina e do Brasil, eles devem tratar de preocupações comuns, como o agravamento da situação na Venezuela e Nicarágua.

Assim como o Brasil, Argentina assinou no âmbito do Grupo de Lima, que reúne 14 países, declaração conjunta em que não reconhecem a legitimidade do segundo mandato do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e defendem novas eleições.

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Ontem (13), o Grupo de Lima, com exceção do México, emitiu declaração condenando a prisão do presidente da Assembleia Nacional Constituinte da Venezuela, Juan Gauaibó, que é de oposição.

Compromissos

Antes da viagem ao Brasil, Macri cumprirá agenda interna na Argentina. Ele irá às províncias da Terra do Fogo, Santa Cruz e Chubut. As visitas a Santa Cruz e Tierra del Fuego serão as primeiras que fará à região.

Macri vive um momento de tensão na Argentina com críticas internas em decorrência da inflação alta e desvalorização da moeda local (o peso argentino). No ano passado, recorreu a empréstimos do Fundo Monetário Internacional (FMI), que impôs exigências ao governo, como corte de gastos e contenção de despesas.


*Com informações da Télam, agência pública de notícias da Argentina

O presidente da Argentina, Mauricio Macri, decidiu não comparecer à cerimônia de posse de Jair Bolsonaro, que ocorrerá em Brasília no dia 1 de janeiro, de acordo com a imprensa local. Macri resolveu prolongar sua estadia em uma província no sul da Argentina, onde passará as festas de fim de ano com sua família, apesar de, na semana passada, o chanceler Jorge Faurie ter confirmado sua viagem ao Brasil, disseram fontes do governo ao jornal argentino "Infobae".

Com isso, o primeiro encontro oficial entre Bolsonaro e Macri deverá ser adiado, já que o presidente eleito do Brasil também não compareceu à recente cúpula do G20, em Buenos Aires. Os dois, no entanto, já conversaram em três ocasiões desde outubro, quando o candidato do PSL venceu as eleições. Entre os temas discutidos, estava a dificuldade do Mercosul e da União Europeia (UE) de chegarem a um acordo de livre-comércio. 

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Fontes do jornal "Infobae" disseram que a ausência de Macri também pode ser interpretada como uma jogada diplomática para que o líder argentino continue mantendo sua influência regional, em vista do encontro de 4 de janeiro, no Peru, quando os chanceleres do Grupo de Lima se reunirão para analisar medidas contra a crise na Venezuela. Enquanto o futuro governo de Bolsonaro tem o interesse de usar o encontro para mandar uma mensagem mais forte contra o regime de Nicolás Maduro, Macri quer ser o líder da investida.

Da Ansa

O presidente da Argentina, Mauricio Macri, confirmou que virá para a posse do presidente eleito, Jair Bolsonaro, em 1º de janeiro de 2019. A informação foi confirmada pelo ministro das Relações Exteriores argentino, Jorge Faurie.

Faurie, que estará em Brasília nesta semana para a reunião de chanceleres do Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela, que está momentaneamente suspensa), disse que o esforço é para buscar um acordo comercial entre o bloco e a União Europeia (UE).

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Na segunda-feira (10), Faurie se reunirá com integrantes da União Europeia. O acordo entre o Mercosul e a União Europeia é negociado há quase duas décadas e esbarra em setores específicos.

O chanceler disse que Macri "já conversou" com Bolsonaro "duas ou três vezes" e, na última ocasião, mostrou a "importância de poder fechar esse acordo" com a União Europeia.

*Com informações da Télam, agência pública de notícias da Argentina

O presidente da Argentina, Mauricio Macri, afirmou hoje (3) que, antes da Cúpula dos Líderes do G20, que acabou há dois dias em Buenos Aires, o presidente eleito, Jair Bolsonaro, disse a ele que quer avançar nas negociações entre o Nercado Comum do Sul (Mercosul) e a União Europeia (UE).

"Falei antes de começar o G20 com o meu novo colega Jair Bolsonaro, e ele me confirmou que quer avançar neste acordo, mas precisa ver como está e tomar a sua posição", disse Macri, em entrevista coletiva, em Buenos Aires, convocada para analisar os resultados da reunião dos líderes das maiores economias mundiais.

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A União Europeia e o Mercosul negociam um acordo baseado em três pilares - diálogo político, cooperação e livre-comércio - há quase duas décadas. Nos últimos dois anos, o processo ganhou fôlego, e várias são as vozes que consideravam que a assinatura definitiva esteja próxima.

Macri antecipou hoje que deve conversar com Bolsonaro nos próximos meses e debater o tema e anunciou que, no próximo dia 10, haverá uma nova reunião técnica entre a União Europeia e o Mercosul, quando deve acontecer algum "avanço".
"Claramente é um acordo muito demorado. Há mais de 20 anos que esta negociação existe."

O presidente argentino disse que todos os líderes concordaram que esse acordo é uma grande oportunidade para todos e citou a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, o presidente francês, Emmanuel Macron, e os primeiros-ministros da Espanha, Pedro Sánchez, e da Itália, Giuseppe Conte.

"Infelizmente todas essas demoras fizeram com que haja uma nova autoridade [Jair Bolsonaro], embora ainda não tenha assumido no Brasil", ressaltou.

Entre as 17 reuniões bilaterais que ocorreram de forma paralela à cúpula do G20, Macri destacou a que manteve com a primeira-ministra britânica, Theresa May. "Sabemos que o Reino Unido está se separando da Europa, e isso também abre oportunidade de gerar convênios de troca específicos com o Mercosul, e eles também estão abertos", afirmou. 

*Com informações da Agência EFE

O presidente da Argentina, e ex-presidente do Boca Juniors, Mauricio Macri, disse nesta terça-feira (23) que prefere a presença de um time brasileiro na final da Copa Libertadores 2018. Em entrevista à “Rádio La Meca”, ele afirmou que os torcedores do Boca e do River ficariam "três semanas sem dormir" pelo nervosismo em uma possível decisão entre os clubes argentinos.

"A verdade é que prefiro que um brasileiro vença (uma semifinal) e não tenha essa final na Copa porque são três semanas sem dormir. Você sabe o que são três semanas sem dormir? É muito, é uma loucura. Você sabe a pressão que vai ser isso? Quem perder levará 20 anos para se recuperar, é uma final que é jogada muito, é jogada demais".

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"Mas bem, todo mundo tem sua visão. Eu acho que seria melhor se um dos dois para a final fosse brasileiro. Assim, não teremos nós fãs do Boca e do River ficar por três semanas na cama”, disse Macri.

O primeiro duelo das semifinais da Libertadores acontece nesta terça-feira (23), entre River Plate e Grêmio, às 21h45, no estádio Monumental de Núñez. No dia seguinte, Boca Juniors e Palmeiras se enfrentam, também às 21h45, na Bombonera.

Por Thiago Herminio

A crise financeira da Argentina e a desvalorização de 50% do peso neste ano devem levar o presidente Mauricio Macri a eliminar de 10 a 13 de seus ministérios, segundo a imprensa do país. Hoje, o governo Macri tem 19 pastas. A manutenção de impostos sobre exportação de produtos agrícolas - cujo fim era uma das principais bandeiras de Macri - também está na mesa de discussões dessa nova fase do governo argentino.

Macri passou todo o fim de semana reunido com sua equipe na Quinta de Olivos, a residência oficial da Presidência, para fazer a reestruturação do governo e preparar o pacote de novas medidas que será anunciado nesta segunda-feira, 3.

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Do lado econômico, o pacote incluirá um forte ajuste fiscal. Cogita-se também a manutenção do imposto sobre exportações agrícolas. As tarifas haviam sido implementadas pela ex-presidente Cristina Kirchner e o fim delas foi uma das primeiras medidas anunciadas por Macri quando ele chegou à Casa Rosada, em dezembro de 2015, apoiado pelo setor agrícola. Para produtos como milho e trigo, a taxação já foi extinta. Para a soja, vinha sendo retirada gradualmente.

Entre as propostas políticas debatidas no fim de semana, está a conversão dos ministérios de Ciência e Tecnologia, Cultura, Energia, Agroindústria, Saúde, Turismo, Meio Ambiente, Trabalho e Modernização em secretarias de outras pastas, de acordo com informações dos jornais argentinos. Com o fim dos ministérios, a intenção é cortar o orçamento para 2019, reduzindo o déficit fiscal.

Dois dos três principais assessores de Macri também deverão cair: o secretário de coordenação interministerial, Mario Quintana, e o secretário de coordenação de políticas públicas, Gustavo Lopetegui. Os dois, ao lado do chefe de gabinete, Marcos Peña, já haviam sido chamados por Macri de "seus olhos, ouvidos e inteligência".

Lentidão. O analista político Sergio Berensztein, afirma que a crise na Argentina se agravou devido à demora de Macri em reconhecer que não se tratava apenas de um problema cambial, mas de confiança dos investidores e da população. "Essas mudanças no governo deveriam ter sido feitas há dois meses." Segundo Berensztein, agora, virá uma política de austeridade muito rigorosa e uma alteração no perfil do governo, que terá nomes menos técnicos e mais políticos. "A pergunta é se tudo isso será suficiente para convencer o mercado - que está irritado -, os líderes da oposição - principalmente os governadores (importantes atores no processo de aprovação do ajuste fiscal no Congresso) - e a sociedade."

Com altos déficits fiscal e de conta corrente, a Argentina é um dos países mais afetados pela valorização do dólar no mercado internacional. O movimento já obrigou Macri a pedir um socorro de US$ 50 bilhões ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e a trocar parte de sua equipe econômica - anteriormente, caíram o presidente do Banco Central e o ministro da Produção. O Banco Central também acabou elevando sua taxa básica de juros de 27,5% para 60%, a maior do mundo.

Na quarta-feira passada, a situação financeira do País se agravou após o presidente anunciar que havia pedido antecipação da ajuda do FMI. O anúncio foi feito sem detalhamento e acabou mal recebido pelo mercado, o que gerou uma nova corrida contra a moeda argentina. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente da Argentina, Mauricio Macri, descartou vetar a legalização do aborto, como lhe foi pedido no fim de semana por vários hierarcas da Igreja Católica, caso seja aprovada pelo Congresso.

"O presidente deixou claro que sua convicção sobre a importância de um debate republicano implica em respeitar o resultado desse acordo e não vetar a lei", declarou nesta terça-feira (10) o chefe de gabinete, Marcos Peña, ao término da habitual reunião de ministros.

A iniciativa que legaliza a interrupção voluntária da gravidez até a 14ª semana de gestação já foi aprovada em um primeiro debate pela Câmara de Deputados e será votada no Senado em 8 de agosto.

Peña respondeu assim ao pedido de vários religiosos, entre os quais se destaca o do arcebispo de La Plata, monsenhor Víctor Fernández, que na segunda-feira, na missa de Tedeum pelo Dia da Independência, pediu a Macri para vetar a lei caso obtenha a aprovação da Câmara alta.

Fernández solicitou a Macri que imite a atitude de seu homólogo uruguaio, Tabaré Vázquez, que em 2008 vetou a descriminalização do aborto em seu país, embora quatro anos depois a norma tenha sido finalmente aprovada.

O chefe de gabinete declarou que a relação institucional do governo com a Igreja "é muito boa" e assinalou que no governo "temos sido muito respeitosos" com a posição contra o aborto expressada pelas autoridades eclesiásticas.

"Não sentimos que haja um conflito" por termos promovido o debate, insistiu Peña, pois a discussão faz parte do "desenvolvimento da vida republicana do país".

O debate no Congresso sobre a legalização do aborto foi promovido por Macri, que, entretanto, sustentou que pessoalmente é "a favor da vida".

Na América Latina, o aborto é legal no Uruguai e em Cuba. Também é permitido na Cidade do México.

Em quase todos os outros países só pode ser feito em caso de risco de vida para a mulher, quando há inviabilidade do feto, ou se a gravidez for fruto de um estupro. Em El Salvador, Honduras e Nicarágua é totalmente proibido.

A terceira greve nacional de trabalhadores na Argentina, iniciada nesta segunda-feira (25), causam efeitos no Brasil, com as companhias aéreas Latam, Gol e Aerolíneas cancelando seus voos internacionais e domésticos.

A Latam anunciou que os voos partindo para Buenos Aires dos aeroportos internacionais de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Recife foram cancelados. A companhia também revelou que foram cancelados os voos de São Paulo para as cidades de Rosário, Córdoba e Tucumán.

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Enquanto isso, a Aerolíneas Argentinas informou que hoje não haverá voos saindo de Buenos Aires para São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Curitiba.

Em nota, as empresas orientaram seus passageiros a reprogramarem seus voos entre as datas disponíveis ou solicitar o reembolso da tarifa.

A Confederação Feral do Trabalho (CGT), a mais importante organização sindical da Argentina, iniciou hoje, com o apoio de outras organizações menores, a terceira greve nacional contra o governo do presidente argentino Mauricio Macri. Protestando contra a atual situação econômica da Argentina, a greve paralisou os serviços de transportes, como ônibus e metrô, além de bancos, escolas, portos e postos de gasolina do país.

Nos hospitais, apenas emergências estão sendo atendidas.

Da Ansa

Os presidentes da Argentina, Mauricio Macri, e dos Estados Unidos, Donald Trump, conversaram hoje (14) por telefone. De acordo com a Casa Rosada, a Presidência da Argentina, Trump apoia as negociações de Macri com o Fundo Monetário Internacional (FMI). A conversa durou 10 minutos.

No diálogo, segundo a assessoria argentina, Macri relatou o desafio de reduzir o déficit fiscal e também detalhou as expectativas sobre o acordo com o FMI. O argentino agradeceu o respaldo do subsecretário do Tesouro, David Malpass, para as reformas econômicas do país.

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Em nota, a Casa Rosada informou que Trump e Macri conversaram também sobre temas da agenda global, como a situação na Venezuela, a retomada do diálogo com a Coreia do Norte e G20 (grupo das 20 maiores economias do mundo).

*Com informações da Casa Rosada, a Presidência da República da Argentina.

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