Um dos três ex-funcionários da funerária que tirou uma foto posando ao lado do corpo de Diego Maradona dentro do caixão enquanto o preparava para o velório pediu desculpas por ter registrado e compartilhado as imagens que viralizaram na internet. O Ministério Público de Buenos Aires e a polícia da capital realizaram buscas contra as três pessoas que foram fotografadas com o corpo do jogador.
Claudio, de 48 anos, também isentou a empresa Pinier Sepelios, da qual foi demitido após sete anos de trabalho, de qualquer responsabilidade no caso e revelou ter recebido ameaças telefônicas de um grupo de torcedores do Argentinos Juniors, clube no qual o ídolo começou a carreira como jogador.
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Claudio aparece junto com o filho, de 18 anos, - que esboça um sorriso enquanto aparece com o polegar levantado - na foto tirada na quinta-feira (6). Em uma segunda imagem, que também viralizou, outro ex-funcionário também é visto com o polegar para cima ao lado do caixão aberto com o craque.
"Estávamos nos preparando para pegá-lo. Nos chamaram, e meu filho, como todo jovem, levantou o dedo, e então eles tiraram a foto. Peço a todos respeito e perdão. Eu trabalhei no funeral do pai e do cunhado do Maradona e nunca tinha feito isso. Estive perto dele quando estava vivo e não fiz isso, sabendo que ele é meu ídolo. Não faria isso depois da sua morte. Não era minha intenção. Sei que muitas pessoas se ofenderam e entenderam mal (...) Eles tiraram aquela foto e a viralizaram. Eu não fiz nada", explicou Claudio à emissora local "Rádio 10".
Ele também lembrou que no momento em que a foto foi tirada ele estava nervoso e preocupado com a preparação do corpo que ele teria que levar, em um carro fúnebre, até a Casa Rosada, sede do governo, onde aconteceu o velório, e alegou que não ficou sabendo que a imagem havia sido publicada na internet até a noite da quinta-feira, pouco antes de dormir.
"Peço desculpas a todos e publicamente", reiterou.
O homem também detalhou algumas das ameaças que recebeu de torcedores do Argentinos Juniors, cuja sede fica no bairro La Paternal, em Buenos Aires, o mesmo onde está localizada a funerária que costumava prestar serviços para a família de Maradona.
"Estou recebendo ameaças porque eles me conhecem, sou da vizinhança. Eles se irritaram e disseram que vão nos matar, que vão quebrar minha caminhonete, bater nos meus filhos (...) Não quero dizer nada sobre eles, que estão defendendo um ídolo", contou.
Sobre a terceira pessoa que aparece sozinha em uma foto com o caixão, o advogado de Maradona, Matías Morla, afirmou em sua conta no Twitter que fará justiça.
"Diego Molina é o canalha que tirou uma foto ao lado do caixão de Diego Maradona. Pela memória do meu amigo não vou descansar até que ele pague por tal aberração", publicou Morla.
Investigação - O Ministério Público de Buenos Aires e a polícia da capital realizaram três buscas simultâneas nesta sexta-feira contra as três pessoas que foram fotografadas com o corpo de Diego Maradona, informaram fontes da investigação à agência Efe.
Os três ex-funcionários da Funerária Sepelios Pinier serão intimados a depor pelo Ministério Público, mas não foram presos porque os supostos delitos cometidos não são penais.
A Promotoria de Criminalidade, Conduta e Contravenções Número 25 de Buenos Aires os citará em princípio por suposta profanação de um cadáver e é possível que também sejam acusados de violação de "direitos muito pessoais".
Durante as buscas contra essas três pessoas, a Polícia apreendeu três celulares, um computador, um pendrive e várias camisetas que coincidiam com a roupa que os investigados usavam no momento de tirar as fotos.
As buscas foram realizadas em uma casa particular, uma garagem - onde foram apreendidas informações documentais - e o local onde prepararam o corpo de Maradona. Todas as dependências em que atuaram o Ministério Público e a Polícia estão no bairro La Paternal, em Buenos Aires