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Depois de ser exonerada do Ministério da Saúde e ganhar uma função na pasta do Trabalho e Previdência, a médica Mayra Pinheiro, conhecida como "Capitã Cloroquina", afirmou nesta segunda-feira (14) que irá se desincompatibilizar do cargo "no momento oportuno, seguindo a legislação e o calendário eleitoral", para se candidatar a uma vaga na Câmara dos Deputados pelo Ceará.

Em nota publicada nas redes socais, Mayra, que tem a simpatia do Planalto, afirmou que, para a disputa, contará com o "honroso apoio do presidente Jair Messias Bolsonaro e o respaldo dos cearenses".

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"Informo a todos que acompanham a minha trajetória que, após longo período de reflexão e avaliação em conjunto com a minha família e com importantes lideranças que me motivam, que solicitei meu afastamento do Ministério da Saúde e me apresento como pré-candidata - pelo Estado do Ceará - à Câmara Federal nas eleições deste ano, com o honroso apoio do Presidente Jair Messias Bolsonaro e o respaldo dos cearenses", diz a nota.

Exoneração

A exoneração da médica da secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, e sua designação para assumir a subsecretaria do Trabalho e Previdência está publicada no Diário Oficial da União (DOU) de hoje. Ela estava no Ministério da Saúde desde o início do governo de Jair Bolsonaro, em janeiro de 2019.

Mayra ficou conhecida como "Capitã Cloroquina", por ser uma das principais defensoras na pasta do chamado "tratamento precoce" de covid-19, composto por medicamentos comprovadamente ineficazes contra a doença, dentre eles a hidroxicloroquina. Pela atuação controversa, ela foi convocada a depor na Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid no Senado no ano passado e listada dentre aqueles que foram alvo de pedido de indiciamento pelo colegiado.

No começo deste mês, a médica se filiou ao PL, partido do presidente Jair Bolsonaro. Na ocasião, ela também foi às redes sociais onde publicou uma foto ao lado de Valdemar Costa Neto, presidente da sigla, com a legenda: "Começando uma nova história a serviço do Brasil".

A secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, mais conhecida como "capitã cloroquina" por defender o uso do remédio contra a Covid-19, incluiu em seu currículo acadêmico a participação nos atos do dia 7 de setembro de 2021. 

A presença aparece na lista de "produção técnica" do currículo na plataforma Lattes, que segundo a descrição aponta: "entrevistas, mesas redondas, programas e comentários na mídia". A plataforma reúne dados sobre cientistas e pesquisadores brasileiros.

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As manifestações do dia 7 de Setembro foram consideradas antidemocráticas por pedidos do fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF), a defesa da instalação de um novo regime ditatorial no Brasil, além de ameaças ao Congresso Nacional e aos ministros do STF.

A secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Mayra Pinheiro, conhecida como 'Capitã Cloroquina' acionou o Supremo Tribunal Federal mais uma vez contra a cúpula da CPI da Covid, imputando suposta violação de sigilo funcional ao presidente do colegiado, Omar Aziz, o vice, Randolfe Rodrigues, e o relator, Renan Calheiros.

A aliada do presidente Jair Bolsonaro ainda acusa os parlamentares de violência psicológica contra a mulher, dizendo que foi vítima de 'discriminação' e 'perseguição' por defender o 'tratamento precoce' - uso de medicamentos sem comprovação científica contra a covid-19.

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A petição pela capitã cloroquina foi apresentada ao STF na última sexta-feira, 7. A vice-presidente da corte Rosa Weber, que analisa casos urgentes durante o plantão judiciário, determinou que os autos sejam encaminhados, após o fim do recesso, ao gabinete da ministra Cármen Lúcia, a relatora do processo.

Ao atribuir suposta violação de sigilo funcional aos senadores que integravam a cúpula da CPI, Pinheiro cita a divulgação de um conteúdo de seu e-mail em que sugeria a autoridades de Portugal a adoção do chamado 'tratamento precoce'.

Na petição ao Supremo, os advogados de Pinheiro buscam ainda rebater as imputações feitas a médica no relatório final da CPI da Covid. A 'capitã cloroquina' foi acusada pelos senadores dos crimes de epidemia, prevaricação e crime contra a humanidade. A aliada de Bolsonaro nega as acusações e diz que as imputações tiveram como objetivo 'desacreditá-la como médica perante a sociedade brasileira'.

COM A PALAVRA, O SENADOR RANDOLFE RODRIGUES

"É um típico caso em que a ré quer se colocar na condição de vítima. Ré é ré. Vitimas são os 20 milhões de brasileiros que foram utilizados como cobaia por ela e seus asseclas no Ministério da Saúde. Outra coisa é que pelo menos também para isso a CPI serviu. Para membros de um governo machista lembrarem que existe direitos das mulheres. eu saúdo a conversão dela para esse lado".

COM A PALAVRA, OS SENADORES

Até a publicação desta matéria, a reportagem buscou contato com os senadores, sem sucesso. O espaço está aberto para manifestações.

A vacinação contra a Covid-19 em crianças entre 5 e 11 anos tem encontrado resistência no Governo Federal. Um exemplo disso é a defesa feita pela secretária de Gestão do Trabalho e da Educação em Saúde do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, contra a imunização da faixa etária. Mayra, conhecida como a ‘capitã cloroquina’, usou o Instagram para falar sobre o assunto e disse que a vacinação em crianças é motivada por um “ativismo político”.

“Sou pediatra e não faço parte de movimentos anti vacinas, mas não posso aceitar passivamente, que crianças sejam parte de um experimento científico motivado por ativismo político e interesse comercial”, disparou a secretária, acrescentando que o imunizante pode causar riscos para as crianças e os pais precisam estar esclarecidos sobre o assunto.

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A publicação de Mayra foi compartilhada pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro (PL).

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Apesar da defesa de Mayra, cientistas e especialistas apontam a eficácia da vacina em crianças de 5 a 11 anos. Um estudo da Pfizer, que é o imunizante aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária para a aplicação, diz que não há riscos para a faixa etária e sua eficácia é de 90% na prevenção da doença.

 

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski determinou hoje (20) que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia adote medidas para garantir a confidencialidade das quebras de sigilo fiscal e bancário autorizadas pelo colegiado.

A decisão do ministro foi motivada por uma ação protocolada pela defesa da secretária de Gestão do Trabalho e da Educação do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro. Além de contestar a quebra de sigilo, a defesa disse que a CPI deveria ter mantido o sigilo dos dados ao receber as informações bancárias e fiscais.

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Segundo Lewandowski, em decisão anterior, foram determinadas regras para evitar a quebra de confidencialidade de informações dos investigados, como acesso exclusivo por integrantes da CPI. Os dados só poderiam vir a público após o encerramento dos trabalhos da comissão.

“Diante do exposto, dou provimento parcial à presente reclamação para determinar ao presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito sobre a Pandemia da Covid-19, senador Omar Aziz [PSD-AM], que adote, no prazo de 5 (cinco) dias, providências que garantam a confidencialidade do material arrecadado mediante quebras de sigilo autorizadas pelo colegiado, comunicando-as a esta Suprema Corte”, decidiu o ministro.

Lewandowski também determinou que a CPI, caso entenda, determine a abertura de investigação na Corregedoria do Senado Federal para apurar o vazamento de documentos relacionadas à secretária Mayra Pinheiro.

 

O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), apontou a secretária de Gestão do Trabalho e Educação em Saúde do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, como responsável pelas mortes por covid-19 no Amazonas, reduto eleitoral do parlamentar.

A CPI aprovou, nesta terça-feira, 3, um requerimento para pedir à Justiça o afastamento de Mayra Pinheiro do cargo. A decisão caberá a um juiz federal. Ela é acusada de obstruir as investigações após ter se tornado formalmente investigada na CPI. A secretária afirmou ter enviado perguntas a senadores governistas para que os parlamentares fizessem os questionamentos a ela durante seu depoimento, em uma espécie de jogo combinado.

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"Ela é responsável pela morte de pessoas que eu conheço, conheci, porque, em vez de levar um tratamento digno ao povo do Amazonas, ela levou lá o tratamento precoce", disse Omar Aziz na reunião da CPI, que retomou os trabalhos após o recesso parlamentar. A secretária acionou a Justiça e pede uma indenização do senador, no valor de R$ 100 mil, por declarações dadas por ele em relação a ela.

"Eu estou sendo processado pela doutora Mayra, aquela cidadã que, no vídeo, disse que ia passar a bola para cinco senadores aqui para ela fazer o gol. Os senadores aqui são meios de campo da Seleção Brasileira, ela é o Neymar. Ela vai fazer os gols, ainda pede pergunta e resposta", afirmou Aziz, em tom de ironia. "Eu duvido que algum senador, sinceramente, tenha se prestado a isso, porque confio nos senadores aqui."

A secretária da Gestão do Trabalho e da Educação do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, conhecida como "capitã cloroquina", disse ter enviado perguntas a senadores governistas da CPI da Covid para que eles fizessem a ela durante depoimento à comissão. Pinheiro prestou depoimento em 25 de maio.

A afirmação consta em um vídeo obtido pela CPI da Covid após quebra de sigilo da secretária. "A gente tem um grupo [de senadores na CPI] que nos apoia, que acredita no nosso trabalho. Esse grupo tem que fazer perguntas, no direito que eles têm de interrogar o depoente, que nos ajudem no nosso discurso", ela diz. "Eles jogam para eu fazer o gol."

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Na gravação, a servidora diz já ter enviado dez perguntas a senadores governistas. "Eu falei 'senador, pergunta qual é a minha formação, pergunta quais são as atividades que eu fiz no Ministério da Saúde desde a chegada aqui e quais foram os esforços da minha secretaria em relação aos recursos humanos para enfrentamento à Covid'", ela afirma. Participam da conversa o pesquisador Regis Bruni Andreoli e o secretário Hélio Angotti Neto, de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde.

"São cinco senadores que vão jogar com a gente. Então eu preciso dar perguntas a eles para eles me interrogarem cuja resposta seja a oportunidade de eu falar", ela acrescenta. Mayra Pinheiro pedia que Andreoli pensasse em mais perguntas que ela pudesse enviar aos senadores. Ela e o pesquisador defendem o chamado tratamento precoce, que é considerado ineficaz pela comunidade científica.

No depoimento à CPI, a servidora defendeu o uso de hidroxicloroquina no combate à doença. O medicamento não tem eficácia comprovada para o tratamento da Covid-19. Pinheiro afirmou que o Ministério da Saúde orientou médicos do país a adotarem o tratamento precoce.

Nesta sexta-feira (2), a pediatra Mayra Pinheiro, conhecida como Capitã Cloroquina pela defesa ferrenha do falso tratamento precoce da Covid-19, será homenageada pelo Sindicato dos Médicos do Ceará. Atual secretária de Gestão do Trabalho do Ministério da Saúde, ela vai receber a Comenda Sindical Médica, entregue aos profissionais de destaque em 2020.

A homenagem feita desde 1998 tem o intuito de reconhecer a "dedicação de médicos perante a sociedade", informa o sindicato, que, mesmo reiterando os cuidados com a Covid-19, vai promover uma cerimônia na sede da associação, às 18h, com a presença de diretores, da Dra. Mayra e de outro homenageado, o médico e gestor da Unimed Fortaleza Elias Leite.

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Para conceder a homenagem à médica que fez propaganda de substâncias sem eficácia comprovada pela Ciência ao longo da pandemia, a entidade aponta que Mayra "se destacou no combate à pandemia da Covid-19, e defendeu um dos princípios da medicina, que é a autonomia médica".

A Capitã Cloroquina foi ouvida pelos senadores da CPI da Covid em maio, quando afirmou que a plataforma Tratecov, que indicava o uso da cloroquina e outros remédios ineficazes, foi ao ar por conta de uma "extração indevida de dados". Ela chegou a indicar que o próprio Ministério da Saúde orientou médicos de todo o país sobre o falso tratamento precoce.

Em 2013, ela foi uma das representantes do movimento que brigou pela saída de cerca de oito mil médicos cubanos do país, vindos pelo programa Mais Médicos para suprir vagas recusadas na rede pública. Mayra também chegou a presidir o Sindicato dos Médicos do Ceará em 2015, quando ainda era filiada ao PSDB e liderou movimentos contra o governo Dilma Roussef (PT). Ela chegou a concorrer às eleições em dias oportunidades aos cargos de deputada federal e senadora, mas não foi eleita por falta de votos.

Confira



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A secretária do Ministério da Saúde Mayra Pinheiro - a capitã cloroquina - foi vacinada com a primeira dose da Astrazeneca nesse domingo (13). Uma das principais entusiastas do desrespeito às normas sanitárias, ela prestou depoimento à CPI da Covid-19, onde voltou a defender a imunidade de rebanho e o falso tratamento precoce.

Aos 54 anos, a Mayra foi imunizada em Brasília. A pediatra é apontada como umas das responsáveis pela criação do aplicativo do Governo TrateCov, o qual indicava cloroquina e outras substâncias ineficazes para tratar a doença, até mesmo em crianças. A ferramenta também é alvo da investigação.

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Durante seu depoimento ao Senado, no dia 25 de maio, ela disse que foi contaminada no dia em que iria se vacinar e, por isso, teria que esperar um mês para ser imunizada. No entanto, o prazo não foi respeitado e Mayra já havia se infectado dois meses antes.

Após requerimento dos senadores da oposição, o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou sua quebra de sigilo telefônico e telemático.

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A discussão sobre o lançamento do TrateCov pelo Ministério da Saúde em Manaus em janeiro deste ano desembocou num bate-boca entre o presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), e o senador governista Marcos Rogério (DEM-RO). A troca de farpas começou após Aziz questionar a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, do motivo pelo qual o aplicativo não foi relançado se, de acordo com Mayra, a ferramenta teria "salvado vidas".

A formulação do TrateCov pela secretaria comandada por Mayra é uma das polêmicas que envolve o trabalho da médica no Ministério da Saúde. A plataforma recomendava o uso de antibióticos, cloroquina, ivermectina e outros fármacos para náusea e diarreia ou para sintomas de uma ressaca, como fadiga e dor de cabeça, inclusive para bebês. Aziz, senador pelo Amazonas, tem dito que o governo usou Manaus de "cobaia" para testar o aplicativo.

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Mayra repetiu a versão apresentada pelo ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello à CPI, de que o TrateCov nunca foi lançado, mas colocado no ar por uma "extração indevida" por parte de um jornalista. Depois, foi retirado. "Por que tiraram do ar se ele salvaria vidas, por que não colocaram no ar de volta?", questionou Aziz, em tom irônico. Mayra respondeu que o ministério está "organizando" para que a plataforma possa ser utilizada.

A intervenção de Aziz foi criticada por Marcos Rogério, que disse não entender o porquê de o senador agora estar "defendendo" a ferramenta até então criticada por ele. "Não entende ironia?", rebateu o presidente da CPI.

O clima esquentou quando o senador aliado do governo Bolsonaro questionou se Aziz terá a mesma "animosidade" para "enfrentar" o governador do Amazonas, quando este eventualmente for depor à CPI. "Acha mesmo que estou preocupado com o governador do Amazonas?", respondeu o presidente da comissão, que voltou a dizer que, na quarta-feira (26), os senadores irão votar os requerimentos de convocação de autoridades estaduais, como cobrado pelos governistas da CPI.

Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, e o senador e médico Otto Alencar (PSD-BA) entraram em uma discussão sobre as aplicações da cloroquina.

O ponto do debate desta terça-feira foi sobre se o fármaco tem ou não efeito antiviral. Enquanto Mayra disse que existem publicações científicas atestando o efeito desde 2005, o senador Alencar, no entanto, afirmou que o medicamento é um antiparasitário. Segundo ele, não existe nenhuma medicação entre as defendidas por Mayra que possa evitar a contaminação por um vírus.

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Otto reforçou sua avaliação questionando a secretária se existe alguma medicação para tratar o sarampo. A resposta foi negativa e o senador ressaltou que o único tratamento para a doença é a vacina. Otto continuou, questionando que tratamentos existem para doenças como a varíola, paralisia infantil e H1N1. Todas tiveram a mesma resposta: apenas a vacinação. "Como é que inventaram agora que hidroxicloroquina pode evitar que a pessoa se contamine do coronavírus? É um absurdo", afirmou, dizendo que não existem estudos para comprovar a ação antiviral do medicamento.

Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, confirmou a orientação, por parte do ministério, para o uso de cloroquina em Manaus, durante o colapso no sistema de saúde registrado na capital amazonense.

A secretária, contudo, tentou enfatizar que existe uma diferença entre uma "orientação" e uma "recomendação". Em meio aos questionamento, no entanto, a secretária não terminou a explicação, pois foi confrontada pelo relator do colegiado, senador Renan Calheiros (MDB-AL), com uma fala sua. Durante sua passagem em Manaus, Mayra afirmou ser "inadmissível" não usar o medicamento para o tratamento da Covid.

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Segundo Mayra, em sua defesa, o contexto deste "reforço argumentativo" sobre a orientação para o uso do fármaco, era na situação em que foi encontrada a atenção primária de Saúde em Manaus à época, que segundo ela era de "desassistência e caos". "No contexto da quantidade de óbitos, como médica, é inadmissível que a agente não tenha a adoção de todas as medidas", declarou.

TrateCov

Em depoimento à CPI, Mayra Pinheiro afirmou que quem criou a plataforma TrateCov foram os técnicos de sua secretaria. A médica foi confrontada com a afirmação dada à comissão pelo ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, que atribuiu a ela a idealização do aplicativo - que recomendava o uso de antibióticos, cloroquina, ivermectina e outros fármacos para náusea e diarreia ou para sintomas de uma ressaca, como fadiga e dor de cabeça, inclusive para bebês. O questionamento esquentou o clima na comissão, após Mayra não responder diretamente sobre sua responsabilidade direta no TrateCov.

"Pazuello mentiu?", questionou o relator, Renan Calheiros. "Não, ele deve ter dito isso porque sou a secretária (do órgão que elaborou o aplicativo", disse ela.

Mayra alegou que a ideia de formular a plataforma surgiu da constatação do problema sanitário em Manaus, e que a ferramenta poderia ajudar no diagnóstico dos pacientes com covid. De acordo com ela, o TrateCov é semelhante a diversas ferramentas usadas em países pelo mundo. A médica disse ainda que em São Paulo há inclusive uma plataforma similar usada para casos de dengue.

Segundo ela, a versão que foi lançada em Manaus era um protótipo do TrateCov, uma vez que o aplicativo ainda não tinha sido finalizado. A secretária ainda repetiu a versão de Pazuello, de que a plataforma foi colocada no ar em razão de uma extração indevida dos dados da ferramenta.

"O Tratecov não foi colocado no ar (pelo ministério). Foi uma extração indevida por um jornalista, abrigou nas redes sociais dele e começou a fazer simulações fora e qualquer contexto causando prejuízos a sociedade, poderia ter salvado várias vidas", disse ela, que atribuiu a ação a Rodrigo Menegatti. "Foi feito boletim de ocorrência", afirmou. Mayra disse ainda que a plataforma não foi hackeada, mas alvo de uma "extração indevida" de dados.

Questionada pelo relator, a secretária reconheceu que não houve alteração dos dados da ferramenta durante essa exposição "indevida". De acordo com Mayra, o que se constatou foram "simulações fora de qualquer contexto da pandemia". Para Renan, isso aponta outra "mentira" de Pazuello à CPI. O relator afirmou que o ex-ministro disse à comissão que a plataforma tinha sido alterada quando foi publicada por um terceiro.

Durante a discussão do assunto, o presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), voltou a dizer que Manaus foi alvo de um "experimento" do governo, em razão do lançamento do TrateCov no Amazonas, repetindo ainda que Pazuello será reconvocado.

Pacheco

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), disse nesta terça esperar que a CPI da Covid, em funcionamento na Casa, não sirva de "palanque político" para que parlamentares façam autopromoção. "Espero muito que a CPI da Covid possa cumprir seu papel", disse.

De acordo com Pacheco, a expectativa é de que a CPI possa chegar a "conclusões sérias e assertivas em relação a tudo o que houve". "Não participo da CPI. Em hora nenhuma como presidente do Senado fiz qualquer tipo de sugestão ou interferência na CPI", acrescentou. Pacheco participa hoje, virtualmente, de evento do BTG Pactual.

Em depoimento à CPI da Covid, a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, disse que não soube de problemas de abastecimento de oxigênio em Manaus enquanto esteve na capital amazonense entre os dias 3 e 5 de janeiro. "Finalidade da viagem a Manaus foi fazer relatório de prospecção", disse ela.

"Não houve percepção que faltaria. Pelo que tenho de provas é que tivemos comunicação por parte da secretaria estadual que transferiu ao ministro e-mail da White Martins dando conta sobre problema na rede de abastecimento", disse ela.

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Sobre a crise local, Mayra alegou que a situação era "extraordinária" e que seria impossível fazer previsão sobre a falta do produto. "Situação de caos, é impossível fazer previsão de quanto se usaria a mais, passaram de 30 mil metros cúbicos para 80 mil cúbicos", afirmou Mayra, que disse ainda não ter atuado da força-tarefa de obtenção de oxigênio. "Eu não estava mais em Manaus", afirmou ela.

Segundo a secretaria, a escolha de seu nome para ir a Manaus no início de janeiro se deu por ela estar no ministério desde o início do governo. Mayra disse ainda que, desde a gestão de Luiz Henrique Mandetta, o Ministério da Saúde deu continuidade aos trabalhos. "Todas as ações tiveram grandes contribuições em momentos diferentes"

Mayra Pinheiro também afirmou que na sua atuação junto ao Ministério para combater o colapso de Saúde no Estado do Amazonas no ano passado, foram realizadas ações que "vão muito além" de sua competência.

Segundo a secretária, questionada se a sua visita foi útil para evitar mortes no Estado, todo o trabalhos dos técnicos do Ministério foi "marcante" para a Amazônia, destacando que sua atuação garantiu o aumento da ampliação da oferta de leitos, do transporte de oxigênio, do fornecimento de Equipamentos de Proteção Individual (EPI), e de medicamentos para intubação, entre outros. Maya, contudo, negou que fosse de sua responsabilidade negociar a doação de oxigênio da Venezuela, afirmando não participar desse tipo de tratativa.

A médica também não abandonou sua defesa a medicamentos sem a eficácia comprovada para o tratamento da Covid-19. Para a secretária "todos os recursos tem que ser utilizados", afirmando que a orientação para o uso dos medicamentos fora de bula é para todos os médicos brasileiros, não apenas os de Manaus. "Numa situação de guerra nós lançamos mão de todas as evidências disponíveis desde que a gente esteja diante de medicamentos seguros" afirmou.

A secretária também disse que trabalhou para transferência de pacientes de Covid-19 em Manaus para outros Estados, mas que não participou do transporte de nenhum paciente adulto. "Eu participei da tentativa de transportes de crianças da UTI neonatal, não participei dos transportes de adultos", afirmou Mayra - que negou saber quantas pessoas tenham morrido durante o transporte.

Ao responder ao relator da CPI da Pandemia, Renan Calheiros (MDB-AL), nesta terça-feira (25), a médica Mayra Pinheiro, secretária do Ministério da Saúde, afirmou que o Brasil não é obrigado a seguir as orientações da Organização Mundial da Saúde. “Se assim fizéssemos, nós teríamos falhado, assim como a OMS falhou várias vezes”, afirmou.

"É preciso que a gente deixe, primeiramente, claro, que a OMS é um braço da ONU que trata das questões relativas à saúde. Embora o Brasil seja signatário dessa entidade, o Ministério da Saúde de todos os países são órgãos independentes e têm sua autonomia para tomada de decisões de acordo com as situações locais", declarou.

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Mayra disse também que o estudo da OMS que qualificou a cloroquina como "ineficaz" contra a covid tem "metodologia questionável". Disse ainda que a OMS demorou a reconhecer a gravidade da pandemia, "o que provavelmente agravou a crise".

Após exibição de vídeo em que Mayra cita o “efeito rebanho”, ela alegou que a defesa foi de imunidade de rebanho em crianças e que, na população geral, não poderia ser usada indistintamente. 

*Da Agência Senado

Em fala inicial à CPI da Covid, a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, conhecida como "Capitã Cloroquina", já indicou que deve reforçar a defesa da cloroquina e outros medicamentos sem eficácia médica comprovada em pacientes com infectados com coronavírus.

Citando a crise sanitária que atingiu Manaus no início do ano - episódio pelo qual é alvo de investigação - Mayra afirmou que a situação mostrou que "medicamentos que pudessem tratar os que adoeciam a despeito das medidas de proteção" eram necessários.

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"Manaus mostrou que precisaríamos com muita urgência de mais medidas de proteção individual, de vacinas de alta eficácia, mas também de medicamentos que pudessem tratar os que adoeciam a despeito das medidas de proteção. A nova variante comportou-se quase como nova doença, e precisávamos de todas as medidas para reduzir o caos ali instalado", disse a secretária, segundo quem recebeu do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello a missão de organizar a visita a Manaus.

Mayra disse ainda que a gravidade da doença exigiu tomadas de decisão com "respeito a autonomia médica". "Exige capacidade de nos livrarmos das afirmações categóricas das verdades eternas. Ciência só tem respeitabilidade na medida que aceitem princípio de autocorreção", disse ela.

"Termos como ciência, comprovação científica, off label e eficácia se tornaram confusos em meio ao caos. Lutamos com evidências que conquistamos dia após dia", afirmou.

'Ignorância ou cinismo'

"A fala de Mayra Pinheiro, a Capitã Cloroquina, ou está repleta de ignorância sobre a administração pública ou de cinismo. Aposto na segunda. É óbvio que não se deve distribuir um medicamento sem eficácia comprovada como política pública!"

A frase é da deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP), em publicação no Twitter, sobre a fala inicial da médica na CPI da Covid. Mayra afirmou ter "experiência concreta e real" para tratar pacientes com coronavírus e citou tratamento com as "medicações disponíveis aos primeiros sintomas".

O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), atendeu parcialmente o pedido da secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Mayra Pinheiro, conhecida como ‘capitã cloroquina’, para reconsiderar a decisão que negou a ela o direito de ficar em silêncio da CPI da Covid.

Em despacho nesta sexta-feira, 20, ele autorizou apenas que ela deixe de responder perguntas relacionadas a fatos ocorridos entre dezembro ano passado e janeiro deste ano, quando estourou a crise de desabastecimento de oxigênio hospitalar em Manaus. Mayra deve ser ouvida pelos senadores na próxima terça-feira, 25.

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"Diante das alegações e dos documentos agora apresentados, esclareço que assiste à paciente o direito de permanecer em silêncio - se assim lhe aprouver - quanto aos fatos ocorridos no período compreendido entre dezembro de 2020 e janeiro de 2021, objeto da Ação de Improbidade Administrativa acima mencionada, em que figura como ré, devendo, quanto ao mais, pronunciar-se sem reservas, especialmente acerca de sua atuação na Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação em Saúde, vinculada ao Ministério da Saúde, bem assim sobre as demais questões que vierem a ser formuladas pelos parlamentares", diz um trecho da decisão.

Ao analisar o primeiro pedido, o ministro entendeu que não havia elementos que justificassem a concessão do habeas corpus preventivo. Isso porque o salvo-conduto serve para garantir o direito de exercício da prerrogativa constitucional contra a autoincriminação, isto é, de não produzir provas contra si quando houver investigação em curso. Segundo Lewandowski, a secretária, contudo, não é alvo de inquérito relacionado aos fatos apurados na CPI.

No pedido de reconsideração, apresentado mais cedo, Mayra afirmou que há sim uma investigação contra ela que esbarra nos limites do trabalho da comissão parlamentar. Ela alega ser alvo do mesmo inquérito que envolve o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, na esteira do colapso causado pela falta de oxigênio na capital amazonense.

Na semana passada, Lewandowski atendeu a um pedido semelhante feito pela Advocacia Geral da União (AGU) em favor de Pazuello, que obteve o direito de ficar calado caso seja pressionado a responder perguntas que possam incriminá-lo. Na decisão que negou o habeas corpus à secretária, o ministro observou que não há "similitude fática ou jurídica" entre os dois casos.

Como mostrou um levantamento feito pelo Estadão, ao longo dos últimos 25 anos o Supremo Tribunal Federal concedeu mais de 20 habeas corpus preventivos que garantiram a depoentes convocados por comissões parlamentares o direito de permanecer em silêncio, receber orientações de advogados durante os interrogatórios e até de não comparecer diante de deputados e senadores.

O ministro do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, negou o pedido da secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Mayra Pinheiro, conhecida como 'capitã cloroquina', que solicitou permanecer em silêncio durante seu depoimento na CPI da Covid-19. A negativa aconteceu nesta terça-feira (18).

Mayra Pinheiro, solicitou à suprema corte para que pudesse ficar calada durante seu depoimento na CPI, o ministro do STF entretanto negou a solicitação: "“o fato de a paciente não responder a qualquer procedimento criminal, ou mesmo administrativo, quanto aos assuntos investigados pela CPI, retira qualquer credibilidade ao receio por ela manifestado de que possa sofrer consequências adversas ao responder a determinadas perguntas dos parlamentares", diz parte do comunicado.

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Mayra vai depor na CPI da Covid-19 nesta quinta-feira (20), a partir das 9h. Ela se baseou na 'agressividade dos parlamentares' para fazer o pedido. Vale ressaltar que Lewandowski foi responsável por autorizar o Habeas Corpus para que o ex-ministro da saúde, Eduardo Pazuello, permanecesse em silêncio durante sua oitiva, o mesmo solicitado pela secretária.

O habeas corpus em que a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES) Mayra Pinheiro, conhecida como "capitã cloroquina", pede salvo-conduto para não se autoincriminar em seu depoimento à CPI da Covid será relatado pelo ministro Ricardo Lewandowski, que atendeu pedido semelhante relacionado ao ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello.

Em um primeiro momento, o processo havia sido distribuído para o ministro Gilmar Mendes, que verificou 'eventual prevenção' no caso, considerando que Lewandowski era o relator de um pedido semelhante. O presidente do STF, Luiz Fux, redistribuiu então o habeas corpus.

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No pedido ao STF, a médica Mayra Pinheiro alegou 'temor' em razão de suposta 'agressividade' dos senadores ao inquirir os depoentes da comissão. Sua oitiva na CPI está marcada para as 9h de quinta-feira, 20.

O habeas corpus foi impetrado na corte na noite deste domingo, 16, dois dias após Lewandowski garantir que Pazuello possa general da ativa ficar calado durante o depoimento à CPI da Covid, nesta quarta-feira, no caso de perguntas que possam incriminá-lo.

Os advogados Djalma Pinto e Rafaela Ribeiro Pinto, que representam Mayra, fazem quatro pedidos a corte: para que Mayra seja assistida por sua defesa durante o depoimento; que seja garantida a palavra aos advogados da médica, pelo presidente da CPI Omar Aziz, para o exercício da defesa da servidora; o direito de Mayra não se auto-incriminar; e que as partes seja tratadas com 'urbanidade' durante o depoimento.

Além disso, representantes de Mayra pedem, caso suas prerrogativas profissionais ou as garantias da médica sejam desrespeitadas, que eles possam encerrar o depoimento da servidora sem que haja qualquer 'medida restritiva de direitos ou privativa de liberdade', como a prisão.

Lewandowski tem perfil garantista, mais inclinado a ficar do lado dos direitos de réus e investigados. Como mostrou o Estadão, o ministro já havia garantido em novembro de 2012 o direito ao silêncio a um cidadão alemão que se tornou alvo da CPI do Tráfico de Pessoas, instalada na Câmara dos Deputados. "Seja na condição de investigado seja na de testemunha, o reclamante tem o direito de permanecer em silêncio, de comunicar-se com seu advogado e de não produzir prova contra si mesmo", escreveu o ministro naquela ocasião.

Após o ex-ministro Eduardo Pazuello garantir no Supremo Tribunal Federal salvo-conduto para ficar calado durante depoimento à CPI da Covid no caso de perguntas que possam incriminá-lo, a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES) Mayra Pinheiro, conhecida como "capitã cloroquina", também decidiu acionar a corte pelo direito de não se autoincriminar perante o colegiado. A médica alega 'temor' em razão de suposta 'agressividade' dos senadores ao inquirir os depoentes da comissão. Sua oitiva na CPI está marcada para as 9h de quinta-feira, 20.

Em habeas corpus impetrado na corte na noite deste domingo, 16, os advogados Djalma Pinto e Rafaela Ribeiro Pinto fazem quatro pedidos a corte: para que Mayra seja assistida por sua defesa durante o depoimento; que seja garantida a palavra aos advogados da médica, pelo presidente da CPI Omar Aziz, para o exercício da defesa da servidora; o direito de Mayra não se auto-incriminar; e que as partes seja tratadas com 'urbanidade' durante o depoimento.

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Além disso, representantes de Mayra pedem, caso suas prerrogativas profissionais ou as garantias da médica sejam desrespeitadas, que eles possam encerrar o depoimento da servidora sem que haja qualquer 'medida restritiva de direitos ou privativa de liberdade', como a prisão.

Os principais argumentos da defesa partem do depoimento de outro aliado do presidente Jair Bolsonaro, o ex-secretário de Comunicação da Presidência Fábio Wajngarten.

Os advogados citam o pedido de prisão de Wajngarten, feito pelo relator da comissão Renan Calheiros, como suposto exemplo de que a CPI estaria 'constrangendo' testemunhas. O pedido se deu em razão de contradições entre o que o ex-secretário disse em entrevista à revista Veja, no final de abril e o depoimento aos senadores.

Os advogados de Mayra ainda fazem referência aos representantes de Wajngarten, alegando que o presidente da CPI, Omar Aziz, negou a palavra aos defensores do ex-secretário de Comunicação de Bolsonaro após o pedido de prisão feito por Renan. Na ocasião, Aziz reagiu à solicitação afirmando: "Eu não sou carcereiro de ninguém".

No habeas corpus preventivo enviado ao STF, os advogados de Mayra sustentaram ainda que os atos da médica na Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde estão 'respaldados por documentos produzidos pelo Ministério da Saúde e por documentos e publicações científicas'.

A defesa alega que Mayra pode ser 'submetida a constrangimento inclusive, com ameaça à sua liberdade de ir e vir' durante o depoimento à CPI porque somente parte dos integrantes do colegiado são da área médica - "o que torna previsível a dificuldade na avaliação e análise dos estudos científicos comprovados que embasaram as suas ações".

COM A PALAVRA, A SECRETÁRIA MAYRA PINHEIRO

A Secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde (SGTES/MS), Mayra Pinheiro, esclarece:

1- É falsa a informação, divulgada pela imprensa, de que tenha recorrido ao Supremo Tribunal Federal (STF) para "assegurar o direito de permanecer calada" durante depoimento marcado para a próxima quinta-feira (20/05) perante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, instaurada no Senado Federal;

2- Em documento, amplamente divulgado mas equivocadamente interpretado por veículos de comunicação, está expresso: "requer seja deferido, liminarmente, ordem de habeas corpus preventivo, determinando ao Presidente e ao Relator da referida CPI para que sejam reconhecidas, em favor da ora paciente, as seguintes prerrogativas: 1) ser assistida por advogados e com estes, comunicar-se; 2) ser assegurado aos seus advogados o direito de realizar sua defesa, nos termos do art. 7o, III, X, XI, XII e XIII, do Estatuto da Advocacia e OAB, sendo-lhes garantida a palavra pelo Presidente da CPI para, inclusive, suscitar questão de ordem, objetivando preservar a efetiva vigência do Regimento do Senado e das leis nele reportadas que devem ser integralmente respeitadas pela CPI, inclusive, para evitar futuras arguições de nulidade;3) não se auto-incriminar e 4) a plena observância do art. 360, IV do CPC";

3- A solicitação faz-se justificada em decorrência da crescente agressividade com que têm sido tratados os depoentes que comparecem à CPI, inclusive com ameaças de prisão. Destina-se, ainda, a garantir prerrogativas legais diante de provocações e hostilidades de inquisidores que se mostram claramente insatisfeitos por não ouvirem o que desejam;

4- Ao contrário do que os textos jornalísticos manifestam, a Secretária deseja poder fazer esclarecimentos à população brasileira, tendo em seu habeas corpus preventivo destacado: "É imperioso ressaltar que a Impetrante da presente ordem considera a Comissão Parlamentar de Inquérito o local propício para esclarecimento à população sobre as distorções veiculadas com o propósito de desacreditar medicações que poderiam ter significativo papel na redução das mortes".

Com o depoimento marcado para a quinta-feira (20), a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro - ou “Capitã Cloroquina” como ficou conhecida - , pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que seja garantido o seu direito de ficar em silêncio durante a oitiva na CPI da Covid-19.

Mayra é apontada como a responsável pelo planejamento de uma comitiva de médicos que difundiu o uso de medicamentos sem eficácia comprovada contra a Covid-19, a exemplo da cloroquina. Os senadores da CPI esperam questioná-la sobre a crise de Saúde no Amazonas e a suposta pressão feita pelo Ministério da Saúde para que o governo local utilizasse a substância.

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Os advogados que representam a secretária seguem a mesma lógica adotada pelo general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, que enviou ao STF um habeas corpus preventivo, solicitando o direito de não se “autoincriminar” durante o depoimento ao plenário da CPI. Pazuello teve o recurso aprovado pelo ministro Ricardo Lewandowski.

"Esse temor se mostra justificado, em decorrência da crescente agressividade com que têm sido tratados os depoentes que ali comparecem para serem ouvidos. A falta de urbanidade no tratamento dispensado às testemunhas, proibindo-as, inclusive, do exercício da prerrogativa contra a auto-incriminação", diz a petição enviada por Mayra, em trecho divulgado pelo jornal O Globo.

Os advogados da secretária também solicitam o direito de participação na CPI, com a possibilidade de levantar questões de ordem junto ao presidente da Comissão. Não há relator indicado até o momento.

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