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O ministro Raul Araújo, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), mandou arquivar a investigação que atingiu cinco conselheiros do Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE-MT) na esteira da Operação Ararath.

O ex-governador Silval Barbosa (2010-2015) fechou delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF) e acusou os conselheiros José Carlos Novelli, Antonio Joaquim, Valter Albano, Waldir Teis e Sérgio Ricardo de receberem R$ 53 milhões em troca da aprovação de contas, projetos e obras do governo. Eles chegaram a ser afastados temporariamente das funções durante o inquérito.

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O arquivamento da investigação atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), que não viu provas de participação dos conselheiros em irregularidades.

"Malgrado as diligências executadas, tais como afastamentos dos sigilos bancário, fiscal, telemático e telefônico, busca e apreensão e oitiva de testemunhas, entre outras, não foi possível coligir indícios que corroborem as hipóteses criminais que fundamentaram a instauração do presente inquérito", escreveu a vice-procuradora-geral da República Lindôra Araújo em manifestação enviada ao STJ.

Em sua decisão, o ministro também afirmou não ver elementos mínimos para fundamentar uma denúncia contra os conselheiros.

"No presente caso, a inexistência de elementos indiciários aptos a corporificar a justa causa essencial ao oferecimento de denúncia contra os conselheiros foi exaustivamente explicitada pelo Ministério Público Federal, inclusive em respeito às diversas medidas cautelares pessoais e probatórias deferidas nestes autos, bem como ao trabalho desenvolvido pelos órgãos de persecução penal", destacou Raul Araújo.

COM A PALAVARA, O CONSELHEIRO JOSÉ CARLOS NOVELLI, PRESIDENTE DO TCE-MT

"Recebo essa decisão com muita tranquilidade, mas ressalto o que sempre disse: justiça tardia não é justiça. Aquela decisão monocrática, que afastou cinco conselheiros sem nenhuma prova, sem nenhuma corroboração, deixou sequelas em todos nós. Mas antes tarde do que nunca.

Fico feliz em saber que a sociedade hoje vai saber a verdade. Nunca, nenhum de nós que fomos afastados, necessitamos buscar nada além do nosso trabalho e do nosso salário, tanto é que o TCE era referência nacional e ainda somos, temos sete produtos certificados com o selo ISO 9001, que demonstram nossa qualidade total em desenvolver nosso trabalho.

E fico feliz por Deus, nesse momento, nos dar esse presente. Tenho certeza de que a sociedade mato-grossense vai se orgulhar cada vez mais do nosso Tribunal de Contas."

O Ministério Público Federal e a Polícia Federal realizam uma operação nesta quarta-feira, 17, para reunir novas provas de um esquema de desvio de recursos públicos do estado de Mato Grosso entre 2012 e 2018. Entre os alvos estão cinco conselheiros do Tribunal de Contas do Estado, e mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos em endereços ligados a pessoas investigadas. A ordem para as medidas cautelares partiu do ministro Raul Araújo, relator do caso no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

De acordo com informações da Procuradoria, além do Tribunal de Contas, duas fazendas, oito empresas e oito pessoas físicas são alvos da ação, intitulada Operação Ararath. Além das buscas, o relator acatou pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para a quebra de sigilos e para compartilhamento de informações entre os investigadores e a Receita Federal relacionadas a 33 empresas e 30 pessoas físicas que teriam participação no esquema.

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A operação desta quarta-feira é uma nova etapa de investigação iniciada no Supremo Tribunal Federal (STF), que tiveram como ponto de partida, entre outras provas, informações fornecidas em acordos de colaboração premiada firmadas entre investigados e o Ministério Público Federal. Segundo o MPF, Um dos colaboradores declarou que o então governador do estado, Silval Barbosa (MDB), pagou R$ 53 milhões aos conselheiros que, em contrapartida, deveriam aprovar as contas da gestão e não apresentar obstáculos ao andamento de projetos e obras do Executivo estadual, sobretudo voltados para os preparativos para a Copa do Mundo de 2014. Barbosa foi preso em 2015 por fraudes em incentivos fiscais do Estado. Ele foi alvo de um novo mandado em 2017, em investigação por esquema de fraudes à licitação, desvio de dinheiro público e pagamento de propinas. Com o aprofundamento das investigações, o caso, que tinha como relator na Suprema Corte o ministro Luiz Fux, foi desmembrado.

Em decorrência da prerrogativa de foro por prerrogativa de função, a parte relacionada aos conselheiros passou a tramitar no Superior Tribunal de Justiça. As investigações preliminares apontam a utilização - por parte dos conselheiros - de empresas e de pessoas físicas para esconder o recebimento das vantagens indevidas. Assim, estão sendo apuradas as práticas dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.

Na petição enviada ao STJ, em que solicita as medidas cautelares, a subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo descreve a atuação dos próprios conselheiros e de pessoas ligadas a eles em um esquema complexo que inclui dezenas de operações comerciais financeiras. Entre as irregularidades, estão a compra de imóveis e empresas, como um motel, que teria como sócio um dos conselheiros investigados, e um buffet, de propriedade de outro integrante do órgão de Contas de Mato Grosso.

No documento, a autora também destaca que apesar de parte dos investigados já tenha sido alvo de medidas cautelares, as novas buscas são necessárias para o esclarecimento completo do esquema criminoso. Em relação às buscas na sede do Tribunal de Contas do Estado, a ordem judicial é destinada especialmente às secretarias de Tecnologia da Informação e de Administração, que deverão fornecer dados referentes a contratos firmados pela Corte de Contas com empresas investigadas no esquema criminoso.

COM A PALAVRA, O TCE-MT

Até a publicação desta matéria, a reportagem não obteve contato com o Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso. O espaço permanece aberto a manifestações.

A Procuradoria-Geral da República denunciou, nesta quarta-feira, 2, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, por suposta participação, em 2009, quando era governador de Mato Grosso, em esquema de compra e venda de vagas no Tribunal de Contas do Estado (TCE/MT). A denúncia tem como origem as investigações da Operação Ararath, que mira desvios de recursos e supostas propinas a políticos e empresários. As informações foram divulgadas pela Procuradoria-Geral da República.

Segundo a Procuradoria-Geral da República, um dos beneficiados foi Sérgio Ricardo de Almeida, que atualmente está afastado do cargo de conselheiro por decisão liminar do ministro Luiz Fux.

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"Ele foi denunciado pela prática de corrupção ativa e por lavagem de dinheiro. No caso do ministro, a denúncia é por corrupção ativa, praticada duas vezes. Por envolvimento nos mesmos fatos outras pessoas respondem a ação penal na primeira instância da Justiça Federal", afirma o MPF, por meio de nota.

A procuradoria-geral da República afirma que, entre as irregularidades identificadas e provadas está a negociação de cadeiras no Tribunal de Contas do Estado. Por ser vitalício e pelas vantagens que oferece, o cargo sempre gerou cobiça entre os políticos do Estado.

"No caso específico, foram reunidas provas de que o grupo fez - em dois momentos - pagamentos ao então conselheiro Alencar Soares Filho para que ele se aposentasse. A medida foi efetivada em 2012 e permitiu a indicação do ex-deputado estadual Sérgio Ricardo de Almeida para a corte de contas. Em troca da aposentadoria (ato de ofício) Alencar Soares teria aceitado propina em valores que podem chegar a R$ 12 milhões", afirma a PGR.

A Procuradoria afirma que, na peça, são mencionados detalhes dos acordos que envolveram mudança de planos na cúpula da organização criminosa e até a devolução de parte da propina pelo então conselheiro. "É que, ainda em 2009, após receber adiantamento de R$ 2,5 milhões de Sérgio Ricardo, Alencar Soares aceitou outra proposta do então governador (Blairo) e de seu secretário de Fazenda (Éder Morais) para continuar no cargo. Como recompensa pelo segundo acerto, o conselheiro recebeu bônus de R$ 1,5 milhão. De acordo com a denúncia, naquele momento, foram repassados R$ 4 milhões ao conselheiro, que recebeu autorização para ficar com o saldo da devolução".

O Ministério Público Federal dá conta de que o objetivo desse novo acordo era assegurar que Éder Morais e não Sérgio Ricardo fosse indicado para o TCE. "De acordo com provas que acompanham a denúncia, essa possibilidade foi assegurada em uma reunião realizada no início de 2010. Na época, Blairo Maggi que estava prestes a deixar o cargo (ele se desincompatibilizou naquele ano para se candidatar ao Senado) transferiu para o vice-governador Silval Barbosa, o compromisso de garantir a nomeação de Morais, o que acabou não ocorrendo.

Ao Ministério Público Federal (MPF), Éder Morais disse que "algum tempo depois, tomou conhecimento de que Sérgio Ricardo e Alencar Soares teriam voltado a negociar a vaga no Tribunal de Contas". Disse também que não se opôs à medida porque a vaga era da Assembleia Legislativa. Sérgio Ricardo foi indicado em maio de 2012 por Silval Barbosa".

Segundo a PGR, as investigações realizadas no âmbito de vários inquéritos, por meio de medidas cautelares e de depoimentos, inclusive decorrentes de colaboração premiada, não deixam dúvidas de que todo o dinheiro usado para o pagamento das vantagens indevidas saiu dos cofres públicos.

"Os valores foram desviados da Assembleia Legislativa ou do Executivo por meio de estratégias como contratações simuladas de serviços que jamais foram prestados. Para viabilizar os repasses, o grupo contou com a atuação de Gércio Marcelino e de Sílvio César Correia Araújo, então chefe de gabinete de Silval Barbosa.

Gércio, conhecido como Júnior Mendonça, é proprietário de empresas que operavam como bancos clandestinos, emprestando dinheiro a juros, exigindo garantias reais e financiando o esquema que envolvia cifras milionárias".

Defesa

A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa do Ministério da Agricultura, que afirmou que não vai comentar a denúncia e pediu para que o contato seja feito com a assessoria pessoal do ministro. A reportagem entrou em contato com a assessoria de Blairo, mas ainda não obteve retorno.

A Polícia Federal em Mato Grosso deflagrou nesta quarta-feira, 2, a 9ª fase da Operação Ararath. Estão sendo cumpridos 11 mandados de busca e apreensão e 6 mandados de condução coercitiva - quando o investigado é levado para depor e liberado - expedidos pela 5ª Vara Federal de Mato Grosso, nos municípios de Cuiabá (MT) e Várzea Grande (MT).

A operação é responsável por apurar suposto esquema de lavagem de dinheiro e desvio de recursos públicos no Estado. O objetivo da 9ª fase é desarticular um braço de um grupo que 'estaria adquirindo empresas em nome de terceiros e realizando os pagamentos por meio de instituições financeiras clandestinas (operadores financeiros) as quais ainda não tinham sido relacionadas na investigação'.

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"Após análise de documentos apreendidos em fases anteriores da Operação Ararath e provas compartilhadas pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região relacionadas à Operação Miqueias, deflagrada pela Polícia Federal no Distrito Federal em setembro de 2013, constatou-se a realização de pagamentos de aproximadamente R$ 17 milhões no interesse da organização criminosa", informou a PF, em nota.

São investigados crimes de operar instituição financeira clandestina, artigo 16 da Lei 7.492/86, crimes contra a administração pública, artigo 317 do Código Penal, lavagem de dinheiro, artigo 1º da Lei 9.613/98 e o crime de organização criminosa, artigo 2º Lei 12.850/2013.

O juiz federal Jeferson Schneider, de Cuiabá, abriu o sigilo da Operação Ararath - investigação da Polícia Federal sobre desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro por meio de instituição financeira clandestina. A medida foi tomada nesta terça-feira. "O Brasil constituiu-se em uma república por meio da qual os agentes políticos devem desempenhar suas funções públicas em público", assinala o magistrado. "Em uma República não há espaço para a atuação do poder público de forma oculta ou velada, dando azo ao mistério, à dúvida, à desinformação", alerta Jeferson Schneider.

A Ararath é uma missão da PF desencadeada em cinco etapas, a mais recente há duas semanas, quando o juiz Schneider autorizou prisões e buscas, inclusive em repartições públicas. A investigação mira importantes personagens do cenário político do País, o governador Silval Barbosa (PMDB), do Mato Grosso, o senador Blairo Maggi (PR), o prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (PSB) e o maior financiador da campanha do senador Pedro Taques (PDT), que agora é pré-candidato ao governo do Estado.

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Também hoje, o juiz recebeu denúncia criminal contra Éder de Moraes, ex-secretário de Estado da Fazenda na gestão Blairo Maggi. Ele é acusado por operar instituição financeira sem autorização do Banco Central. "A atuação do poder público deve dar-se às claras, sob a luz do sol, de forma transparente, para que todos os cidadãos interessados e preocupados com o destino da república possam ter pleno e irrestrito acesso às informações necessárias para, com independência, realizar o seu juízo de valor", assinala o juiz.

Para o magistrado da Operação Ararath, "a publicidade da atuação do poder público é pressuposto de legitimação dos atos estatais, os quais são expostos ao conhecimento de toda a cidadania para fins de controle do poder público pelo público".

A Corregedoria-Geral do Ministério Público de Mato Grosso afastou "temporariamente" o promotor de Justiça Marcos Regenold das funções que exercia no Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) após ele ter sido citado no inquérito do Ministério Público Federal por ligações com o ex-secretário de Estado Eder de Moraes, investigado pela Operação Ararath e preso em Brasília.

Segundo nota do Ministério Público do Estado, "a medida visa assegurar imparcialidade, transparência e impessoalidade na apuração dos fatos".

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A casa do promotor e seu gabinete no Gaeco foram vasculhados pela Polícia Federal na terça-feira. Segundo os autos, na fase anterior da Ararath, Moraes ligou para Regenold enquanto agentes federais faziam busca em sua casa. A assessoria do MPE/MT disse que o promotor "não está falando". Em entrevista à afiliada local da TV Globo, ele negou envolvimento com o caso. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A prisão preventiva do deputado estadual José Riva (PSD), que estava detido desde terça-feira (20) no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, foi revogada na manhã desta sexta-feira pelo ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF). O deputado, que responde a mais de uma centena de ações judiciais cíveis e criminais, foi preso pela Polícia Federal durante a quinta fase da Operação Ararath.

Segundo o STF, a prisão foi necessária para impedir que as investigações sobre o esquema de lavagem de dinheiro por factoring e crime contra a administração pública fossem atrapalhadas. Segundo a Procuradoria Geral da República (PGR), "mesmo afastado da presidência da Assembleia Legislativa por decisão judicial, Riva continuava a exercê-la de modo ostensivo e afrontoso".

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Mesmo preso em Brasília, o deputado foi aclamado durante os dois dias do encontros dos prefeitos. A notícia de concessão de liberdade ao deputado foi recebida com aplausos pelos cerca de 140 prefeitos que participam do 31º Encontro de Prefeitos de Mato Grosso, no Centro de Eventos do Pantanal, em Cuiabá.

Riva é tratado pelos prefeitos como um grande "municipalista". O presidente da Associação Mato-grossense dos Municípios, Valdecir Luiz, o Chiquinho do Posto, lembrou durante a abertura do evento uma lei que recebeu o nome de Riva, que destina 50% dos recursos do Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab) para os municípios a partir de fevereiro de 2015. "Não há como deixar de homenagear esse que é o grande municipalista do Estado".

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho disse nesta terça-feira que a deflagração da quinta fase da operação Ararath não estremece de "maneira nenhuma" as relações do Palácio do Planalto com o PMDB, sigla do governador do Mato Grosso, Silval Barbosa, que chegou a ser detido por posse ilegal de arma, mas foi liberado após pagar fiança.

"Eu não quero falar muito, porque não conheço o episódio de perto. Tenho o maior respeito pelo Silval, temos as melhores relações, não acredito de maneira nenhuma em estremecimento das relações", afirmou Carvalho a jornalistas, antes de participar, em Brasília, do seminário "Diálogos Governo-Sociedade Civil: Copa 2014". De acordo com Carvalho, o governador de Mato Grosso entrou em contato com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e as "coisas já estão devidamente equacionadas".

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"(Essa operação) Mostra mais uma vez como as ações da Polícia Federal não dependem do cliente, não dependem do objeto, da pessoa. Esse aspecto republicano da ação da polícia... mais uma vez, não importa se a pessoa é aliada do governo, ou não, corta-se na carne do mesmo jeito", disse Carvalho. Depois de pagar uma fiança por porte ilegal de arma, o governador do Mato Grosso, Silval Barbosa (PMDB), deixou às 17 horas a sede da Polícia Federal de Mato Grosso. O governador estava acompanhado dos advogados e do secretário de Comunicação. A Operação da PF investiga um esquema de crimes financeiros e lavagem de dinheiro por meio de empresas negociadoras de créditos, as "factorings", de fachada.

A pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou sigilo total à Operação Ararath. A medida, incomum em outras operações, foi recebida com estranheza pela cúpula da Polícia Federal, que se queixou de "censura" nos bastidores.

Nenhuma comunicação das ações desta terça-feira pôde ser feita, nem mesmo releases que informam, em linhas gerais e sem citar nomes, qual tipo de irregularidade está em apuração. Também atendendo ao pedido de Janot, procuradores do Ministério Público Federal (MPF) tiveram de acompanhar de perto as ações da PF durante o dia. Na lista de investigados no STF, consta o senador Blairo Maggi (PR). Em outra fase da Ararath, a PF fez buscas na casa do pedetista Fernando Mendonça, maior doador da campanha do senador Pedro Taques (PDT) nas eleições de 2010. Ex-procurador da República, ele é pré-candidato ao Governo de Mato Grosso.

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A assessoria de comunicação da Procuradoria-Geral da República (PGR) alegou que o objetivo do sigilo "é garantir a boa execução da operação". "Existe uma determinação de sigilo pelo STF e diz respeito à execução da operação", afirmou. Conforme a assessoria, a operação é grande, com muitos investigados. Parte das investigações, que não envolve pessoas com foro privilegiado, ainda está sendo conduzida pela Justiça Federal em Mato Grosso. A PF já abriu dez inquéritos para apurar crimes no âmbito da Ararath.

Na semana passada, após ter tomado posse como presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Toffoli defendeu que as ações de cassação de mandato de políticos acusados de ilegalidades durante a campanha corram sob sigilo. Além de presidir o TSE, Toffoli é ministro do STF.

Depois de pagar fiança por porte ilegal de arma, o governador Silval Barbosa (PMDB) deixou a sede da Polícia Federal de Mato Grosso na tarde desta terça-feir acompanhado dos advogados e do secretário de comunicação. O governador foi conduzido à PF durante a deflagração da quinta fase da Operação Ararath. A Operação Ararath investiga um esquema de crimes financeiros e de lavagem de dinheiro por meio de 'factorings' de fachada, empresas negociadoras de créditos.

A PF cumpriu mandados de prisão no início da manhã de hoje do deputado estadual José Riva (PSD) e do ex-secretário estadual de Fazenda e da Secretaria Extraordinária da Copa (Secopa) do então governador e hoje senador, Blairo Maggi, Eder de Moraes.

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O deputado estadual e ex-presidente da Assembleia Legislativa, José Riva (PSD), foi afastado, desde o início de 2013, da presidência da AL-MT por determinação judicial. O parlamentar responde a dezenas de ações judiciais nas áreas cíveis e criminais. O deputado chegou à sede da PF escoltado por seis veículos, em carro descaracterizado.

A Polícia Federal fez apreensão de documentos e computadores na residência e no gabinete do prefeito de Cuiabá Mauro Mendes (PSB). A PF deve cumprir hoje dezenas de mandados de busca e apreensão determinados pelo ministro José Antonio Dias Tóffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF).

O governador de Mato Grosso, Silval Barbosa (PMDB), compareceu por volta das 12 horas desta terça-feira à sede da Polícia Federal. Ele estava acompanhado dos advogados Ulisses Rabaneda e Válber Melo. Segundo a Secretaria de Comunicação do Estado, o governador "compareceu espontaneamente". Assessores negam que tenha mandado de prisão contra ele. A Polícia Federal não confirma a informação porque está impedida de prestar qualquer informação sobre a operação.

A PF desencadeou hoje a Operação Ararath, que investiga um esquema de crimes financeiros e lavagem de dinheiro por meio de 'factorings' de fachada, empresas negociadoras de créditos. Foram realizadas duas prisões. Um dos presos é o ex-secretário de Fazenda e ex-secretário da Secretaria Extraordinária da Copa (Secopa) do então governador e hoje senador Blairo Maggi, e atualmente presidente do Mixto Esporte Clube, Eder de Moraes. A outra prisão foi do deputado estadual e ex-presidente da Assembleia Legislativa, José Riva (PSD), afastado da presidência da AL-MT por determinação judicial.

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O parlamentar responde a cerca de 103 ações judiciais nas áreas cíveis e criminais. O deputado chegou à sede da PF escoltado por seis veículos, em carro descaracterizado. A PF deve cumprir, por todo o dia, dezenas de mandados de busca e apreensão determinados pelo ministro José Antonio Dias Tóffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF). Além do governo e da Assembleia legislativa, a Polícia Federal fez apreensão de documentos e computadores no gabinete do prefeito Mauro Mendes (PF).

Agentes da Polícia Federal prenderam o governador do Mato Grosso, Silval Barbosa, na tarde desta terça-feira, durante a deflagração da quinta fase da operação Ararath. Durante as buscas na residência de Silval, foi encontrada uma arma com registro vencido, o que levou a Polícia Federal a lavrar o auto de prisão contra o governador. Porém, como cabe pagamento de fiança e se trata de um crime de menor potencial ofensivo, ele não deve ficar detido.

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira, 20, mais uma fase da Operação Ararath, que investiga crimes contra o sistema financeiro e lavagem de dinheiro. A ação cumpre mandados de buscas e prisão no Estado de Mato Grosso. Foram presos o deputado estadual José Riva (PSD) e o ex-secretário da Casa Civil do Estado Eder Moraes.

A assessoria do governo do Estado confirma também que, desde 6 horas da manhã, agentes da PF fazem buscas no apartamento do governador, Silval Barbosa (PMDB). Também há informação de buscas no Tribunal de Contas do Estado, Assembleia Legislativa, Ministério Púbico e na Prefeitura de Cuiabá, comandada por Mauro Mendes Ferreira, do PSB.

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O governo do Estado disse que só vai se manifestar sobre o assunto ao final da ação. A Polícia Federal informou que não está autorizada pela Justiça a confirmar os mandados de busca e prisão.

A Polícia Federal fez, na quarta-feira, 19, buscas nas casas de aliados políticos dos senadores Blairo Maggi (PR-MT) e Pedro Taques (PDT-MT) em operação que investiga crimes contra o sistema financeiro e lavagem de dinheiro. O suposto esquema teria conexões em Mato Grosso, Goiás, São Paulo e Distrito Federal.

Fernando Mendonça, um dos alvos da Operação Ararath, foi o maior doador da campanha de Taques nas eleições de 2010. Mendonça é filiado ao PDT e a filha dele trabalha no gabinete do senador em Brasília. Ex-secretário do governo de Silval Barbosa (PMDB) e na gestão de Maggi, tendo comandado a Fazenda e várias outras pastas por 12 anos, Eder Moraes, do PMDB, também é investigado.

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Em entrevista ao Grupo Estado, o ex-secretário disse se sentir "escanteado" pelos dois políticos. "Atuei muito forte, sob as ordens de Silval e de Maggi. Tanto um como o outro não se dignaram a me ligar, em solidariedade", reclamou.

O ex-secretário diz desconhecer detalhes das investigações, negou ter cometido qualquer irregularidade e destacou que, à frente da Secretária da Fazenda, pagou mais de R$ 500 milhões em precatórios e passivos do Estado a diversas empresas, algumas investigadas na operação. "Se, daí para a frente, há qualquer problema ou ilícito, cada um tem de se justificar", concluiu.

A PF apurou que o grupo possuía uma "intensa e vultosa" movimentação financeira, por intermédio de recursos de terceiros e empréstimos, com atuação análoga a de uma instituição financeira. Empresas de fachada e de factoring eram usadas. Entre elas, segundo a PF, a Piran Factoring, do empresário Valdir Piran, que tem amigos influentes no Judiciário. Em maio de 2012, ele foi um dos convidados da festa de aniversário da filha do advogado José Geraldo Alckmin, que contou com a presença de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). O Grupo Estado procurou Piran na sua empresa, mas ele não retornou.

Taques afirmou que "não tem nada a temer" e que sua amizade com o empresário investigado será mantida, bem como o emprego da filha dele, até que ele conheça o teor da investigação, que tramita em sigilo. Procurado, por meio de sua assessoria, Maggi não se pronunciou. O governador Silval disse, também por assessores, que o ex-secretário atuou sob suas ordens, sim, mas sempre "com a maior correção e lisura." Segundo o governador, quem pediu demissão do governo foi Eder.

A Operação Ararath, iniciada em novembro, esta na quarta fase. Conforme o "Diário de Cuiabá", mais de R$ 126 milhões em cheques e notas promissórias foram apreendidos na última fase deflagrada quarta. No total, foram cumpridos 24 mandados de busca e apreensão, sendo 17 em Mato Grosso. Desses, 16 foram na Capital e um em São José do Rio Claro. O delegado que comanda a operação, Wilson Rodrigues, afirmou ao "Estado" que não daria detalhes por se tratar de uma investigação sigilosa.

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