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O governo decidiu adiar para março o anúncio de contingenciamento (bloqueio) de parte das despesas do Orçamento Geral da União deste ano. No mês passado, a presidenta Dilma Rousseff limitou os gastos dos ministérios e órgãos do governo federal até que fosse editado um novo decreto com os valores dos cortes.

A decisão foi tomada nesta quinta-feira (11) durante reunião de Dilma com a Junta Orçamentária, formada pelos ministros da Fazenda, Nelson Barbosa, do Planejamento, Valdir Simão, e da Casa Civil, Jaques Wagner. A previsão inicial era de que o Palácio do Planalto anunciasse amanhã (12) o contingenciamento das despesas que foram aprovadas no fim do ano passado para o Orçamento de 2016.

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Nesta sexta-feira, porém, deve ser publicada somente a programação financeira e o cronograma de execução mensal de desembolso de cada pasta, que deverá seguir os moldes do decreto editado no mês passado. Legalmente, o governo tem até o fim de março para anunciar o contingenciamento definitivo.

Caso esse modelo seja mantido, o decreto provisório com a programação de gastos continuará a limitar as despesas de cada ministério e órgão do Poder Executivo entre 12 de fevereiro e 12 de março em um doze avos do orçamento anual. Assim como no decreto editado em janeiro, o teto valerá tanto para despesas discricionárias (não obrigatórias) quanto para gastos obrigatórios.

O Governo Federal enviou, na noite dessa quarta-feira (18), à Comissão Mista de Orçamento (CMO) uma mensagem modificativa alterando a receita da proposta orçamentária de 2016 (PLN 7/15) para incluir a arrecadação com a Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras (CPMF), cuja recriação está prevista em uma proposta de emenda constitucional em tramitação na Câmara dos Deputados (PEC 140/15).

De acordo com o texto, a previsão de arrecadação é de R$ 32,2 bilhões se a PEC for aprovada em dezembro e a cobrança começar em abril. Em contrapartida, a mensagem reduz a arrecadação com o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) em R$ 8,2 bilhões, o que dá uma arrecadação líquida de R$ 24 bilhões a ser incorporada nas receitas do projeto orçamentário.

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A mensagem informa que os valores arrecadados com a reintrodução da CPMF mudam conforme a data de promulgação da PEC. Se o texto for promulgado em fevereiro, por exemplo, a cobrança se iniciaria em junho e totalizaria R$ 18,5 bilhões em 2016 (em termos líquidos).

Relatório e emendas

A mensagem modificativa será analisada agora pelo relator da receita de 2016, senador Acir Gurgacz (PDT-RO), que deverá apresentar um novo relatório, em substituição ao apresentado há duas semanas. Ele não é obrigado a acolher os números do governo. Na prática, a questão será definida em negociações entre o Executivo, Gurgacz e os integrantes da Comissão de Orçamento, onde o parecer será votado.

Com o envio do texto do governo, o prazo de apresentação de emendas ao relatório foi reaberto hoje pela comissão e vai até sexta (20).

Acréscimo

A versão atual do relatório da receita aponta um acréscimo de R$ 31,4 bilhões na arrecadação federal para o próximo ano. Com isso, a receita primária líquida total da proposta, que exclui as transferências constitucionais para estados, Distrito Federal e municípios, subiu de R$ 1,18 trilhão para R$ 1,21 trilhão.

No texto já apresentado na Comissão de Orçamento, Gurgacz deixa claro que não concorda com a reintrodução da CPMF. Ele ressaltou que a PEC 140/15 enfrenta resistências para ser aprovada no Congresso Nacional. Além disso, o senador disse que o ajuste fiscal pretendido pelo Planalto deve priorizar cortes de despesas, e não criação de impostos.

*Da Agência Câmara

O governo informou nesta segunda-feira (14) que o Orçamento de 2016 terá corte de R$ 26 bilhões. Ao todo, R$ 64,9 bilhões serão anunciados pelo governo nesta segunda-feira, seja em redução de despesas, seja no aumento de receitas. O anúncio foi feito pelos ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e do Planejamento, Nelson Barbosa, no Palácio do Planalto. O objetivo dos cortes é viabilizar superávit primário (economia para pagar os juros da dívida) de 0,7% do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e riquezas produzidos em um país) no ano que vem.

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Com o anúncio dos cortes no Orçamento do ano que vem, o governo espera recuperar credibilidade junto aos investidores internacionais. Em 31 de agosto, o Executivo entregou ao Congresso Nacional a proposta orçamentária para 2016 com previsão de déficit de R$ 30,5 bilhões. Uma semana depois, a agência de classificação de risco Standard & Poor's rebaixou a nota de crédito do Brasil de BBB- para BB+, retirando o grau de investimento do país. O grau é dado a países considerados bons pagadores e seguros para investir.

Uma semana depois, a agência de classificação de risco Standard & Poor's rebaixou a nota de crédito do Brasil de BBB- para BB+, retirando o grau de investimento do país. O grau é dado a países considerados bons pagadores e seguros para investir.

A presidenta Dilma Rousseff passou o fim de semana reunida com ministros para definir os cortes. O assunto foi discutido também na reunião de coordenação política desta segunda-feira, com presença de 14 ministros. O vice-presidente da República, Michel Temer, que sempre participa das reuniões de coordenação política, está em viagem oficial à Rússia.

O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) aprovou, nesta sexta-feira (4), a proposta orçamentária do Poder Judiciário do Estado para 2016. Com um corte de despesas de R$ 97,8 milhões em relação às necessidades da Justiça, foi enviada esta noite ao Poder Executivo Estadual a proposta de R$ 1,45 bilhão para o próximo ano. O documento leva em consideração as dificuldades fiscais e a consequente crise por que passa o Estado, dando prosseguimento às medidas de austeridade que vêm sendo adotadas desde fevereiro de 2014, no início da atual gestão do Tribunal, como a Portaria nº 35, de 3 de junho de 2015.

O presidente do TJPE, desembargador Frederico Neves, reiterou que o Poder Judiciário de Pernambuco está sensível ao momento de crise econômica que vivencia o Estado e o País. “Temos consciência da necessidade de contribuir para o enfrentamento dessa crise, e o Judiciário reage com um corte inevitável de despesas, tomando a precaução de não prejudicar a prestação de serviço à população. O plano de contingenciamento visa evitar, também, um comprometimento ainda maior da fonte 124, que é destinada a investimentos”, frisou.

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O contingenciamento de despesas para o orçamento de 2016 no Judiciário pernambucano propõe que o reajuste no subsídio dos magistrados, a partir de janeiro próximo, será de 5,5 %, tomando como referência o que estipula a Lei Orçamentária Anual da União para 2016. A medida representa economia de R$ 28,5 milhões para o TJPE. Dessa forma, o Pleno do Tribunal optou por não seguir o percentual de 16,38% proposto pelo Projeto de Lei nº 2.646 de 2015, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal (STF), uma vez que ainda não foi objeto de aprovação do Congresso Nacional e poderá ainda sofrer modificações.

O mesmo percentual de 5,5% de reajuste foi sugerido para os servidores do TJPE a partir de maio de 2016, em vez dos 6,5% previstos, conforme a proposta orçamentária aprovada pelo Pleno. Esse índice se aplicaria apenas sobre o vencimento dos servidores efetivos e comissionados, sem repercussão sobre os valores de funções gratificadas e benefícios, o que possibilitará uma redução de R$ 12 milhões.

A nomeação de novos juízes também sofreu redimensionamento, em que pese o déficit de mais de 200 cargos vagos no Estado. Apenas dez juízes substitutos poderão ser empossados em janeiro de 2016, em vez dos 50 previstos pelo concurso que está em andamento este ano. Isso acarretará um corte no orçamento do próximo ano da ordem de R$ 19 milhões. “Nosso desejo seria nomear muito mais de 50, porque temos um déficit muito grande de juízes. A população pernambucana sabe disso. Mas estamos diante de uma situação excepcional, de uma extraordinária crise que não está a justificar sequer as 50 vagas que foram indicadas no edital”, enfatizou Frederico Neves.

Outra medida afeta a folha de pagamento. O Pleno aprovou a redução, a contar de 2016, do teto da Gratificação de Incentivo à Produtividade (GIP) aos servidores cedidos ao TJPE. Dos R$ 2.112 atuais, o valor máximo da GIP passará a R$ 788, o que ocasionará redução de R$ 7,5 milhões no orçamento proposto para o próximo ano. Além disso, será suspenso o pagamento de remuneração de substitutos de ocupantes de cargos comissionados e funções gratificadas, à exceção das chefias de secretaria.

Também foi aprovada a proposta de redução de R$ 12,5 milhões em terceirizados frente às necessidades do Tribunal. Isso representa um corte de 25% nas despesas com esses contratos. Por fim, o Pleno definiu que apenas as obras que estão em andamento poderão prosseguir, sem aprovação de novas construções ou reformas. Com isso, haverá economia de mais R$ 10 milhões.

O contingencimento já é uma realidade para o Poder Judiciário de Pernambuco desde fevereiro de 2014, quando a Presidência do TJPE iniciou a redução de despesas com diárias, material de consumo, viagens ao exterior, eventos e contratos de serviços terceirizados, com o objetivo de priorizar os serviços essenciais ao aperfeiçoamento da atividade jurisdicional. Na Portaria nº 35, de 2015, de 3 de junho, o presidente Frederico Neves reforçou a austeridade, determinando a elaboração de novos planos de contingenciamento de gastos com custeio, pessoal e investimentos.

*Com informações do TJPE

Com uma essência polêmica por se tratar do orçamento municipal, o projeto que estabelece a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2016 está em tramitação na Câmara dos Vereadores do Recife e recebe emendas parlamentares até esta segunda-feira (18). 

A proposta deve ser aprovada pela Câmara dos Vereadores do Recife até o dia 15 de junho, mas até lá discussões acaloradas devem acirrar o debate em torno da proposta. O primeiro deles deve acontecer na próxima sexta-feira (22), quando o texto será base de discussão em uma audiência pública da Comissão de Finanças e Orçamento da Casa José Mariano. 

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A matéria, que traz projeções de receitas e gastos do município, está orçada em R$ 5,4 bilhões. O valor é maior do que o deste ano, fechado para R$ 5,1 bilhões. 

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